Nem na Itália, nem no Brasil, ninguém ama a Pátria.
Memento audere
semper (Lembre-se de ousar sempre) - Gabriele D'Annunzio, Príncipe de
Montenevoso.
Audentes fortuna
iuvat (o destino favorece aqueles que ousam) –Ditado italiano.
Philippe Daverio, crítico de arte,
professor, escritor, autor, personalidade da televisão e da política italiana, proprietário
da “Galleria Philippe Daverio", Via Monte Napoleone 6, em Milão, é por si
só uma figura notável.
Cultíssimo resolveu criar para
a RAI – Rádio e TV Italiana, um programa cultural que eu considerava o melhor
do Mundo, e que foi substituído por outro, agora focada nas cidades italianas (
L'analisi dell'arte, dell'architettura, della gastronomia, della cultura viventa
chiave di riflessione sul passão e sul presente della chita – T.L.: A análise
da arte, arquitetura, gastronomia, cultura torna-se uma reflexão fundamental
sobre o passado e o presente da cidade), denominado Emporio Daverio, ambos de
grande sucesso não só na Itália, como, também, nos países que a RAI-Internacional
alcança.
Em um deles intitulado “ Gabriele
d'Annunzio al Vittoriale degli Italiani”, Philippe Daverio mostra a casa do
celebre poeta Gabriele d’Annunzio e fala da vida, da obra, das ideias, do
legado, desse italiano com I maiúsculo, que amou sua pátria com grande fervor.
Gabriele d'Annunzio, nasceu em
Pescara, a cidade mais populosa do ' Abruzzo, em 12 de março de 1863 e faleceu em
Gardone Riviera, as margens do Lago Garda, na província de Brescia, Lombardia,
1 de março de 1938.
D’Annunzio, apesar de ser o símbolo
italiano do Decadentismo, “uma corrente artística, filosófica e,
principalmente, literária que teve sua origem na França nas duas últimas
décadas do século XIX e se desenvolveu por quase toda Europa (No Reino Unido seu
expoente máximo foi Oscar Wilde) ”, era um patriota exaltado.
Devemos notar que d’Annunzio ficou
mundialmente celebre como o líder nacionalista da L'Impresa di Fiume, uma ação militar
que invadiu cidade adriática de Rijeka, recém-formado Reino dos Sérvios,
Croatas e Eslovenos (que, em 1929, mudaria de nome para o Reino da Iugoslávia),
com cerca de 2.600 homens do Exército do Reino de Itália denominados agora de ”legionários”,
que era disputada entre as duas Nações a beira do Mar Adriático.
Em 12 de setembro de 1919 a
cidade de Rijeka foi declarada anexada por d’Annunzio ao Reino de Itália.
Em 12 de agosto de 1920, d’Annunzio
proclama La Reggenza italiana del Carnaro, ou seja, um governo em nome do Rei d’Itália.
Em 30 de dezembro de 1920, os “legionários”
de d’Annunzio foram removidos pela força dos exércitos italianos, pois, no
Natal de 1920 essas tropas haviam invadido a região causando cinquenta vítimas.
Foi uma indignação na Itália,
mas a ação tinha respaldo na assinatura do Tratado de Rapallo, de 12 de novembro
1920, assinado pelo Governo de Giovanni Giolitti, sendo chanceler italiano,
Carlo Sforza, governo esse que durou de 15 de junho de 1920 até 4 de julho de
1921, em nome do Rei Vittorio Emanuelle III, pela Iugoslávia assinaram Milenko
Radonja Vesnić e Ante Trumbić, em nome de Петар Карађорђевић, Pedro I, Rei da
Sérvia e Reis dos Sérvios, Croatas e Eslovenos.
Foi um alvoroço internacional,
mas um grande feito patriótico na Itália.
Mais, foi a consagração do escritor,
do poeta, do dramaturgo, do soldado , do político , do jornalista, que se
tornaria uma figura célebre da Primeira Guerra Mundial, tenente-coronel da
Força Aérea, Brigadeiro-general honorário, Gabriele D'Annunzio, Príncipe de Montenevoso,
que de sua monumental e opulenta residência
“Il Vittoriale degli italiani” - um complexo de edifícios, ruas, praças, um
teatro ao ar livre, jardins e canais construídos entre 1921 e 1938- em Gardone Riviera, agitava a política italiana,
a literatura, as artes, italiana.
Gabriele D'Annunzio “ foi
descrito como "intérprete excepcional e último da tradição poética italiana
mais duradouro [...] e um político deixou uma marca em seu tempo e influência
sobre os eventos que o sucederia”.
Está sepultado no complexo de
sua residência no Mausoléu do Vittoriale (La tomba nel parco del Vittoriale).
Nesse vídeo Philippe Daverio fala
sobre o patriotismo de D’Annunzio, pelo amor à Pátria que D’Annunzio tinha e
proclamava, e eu cheguei a duas conclusões:
1- D'Annunzio
fala de Patriotismo, de amor a Itália, o que hoje não vemos, não vemos mesmo,
nem nos políticos, nem na juventude italiana...D'Annunzio parla di
patriottismo, amore per l'Italia, che oggi non vediamo, noi non lo vediamo, né
in politica né in gioventù italiana;
2- No Brasil é igual, não vemos, não vemos mesmo,
nem nos políticos, nem na juventude brasileira.
É triste, mas é verdade.
Essa é minha opinião, e ponto final...
Jorge Eduardo Garcia
27/07/2017