O Paço da Ribeira foi a residência dos reis
portugueses durante cerca de 250 anos e sua construção teve início em 1498, por
determinação de Manuel I,O Venturoso.
O Paço da Ribeira em Estilo Manuelino
dispunha de uma torre abaluartada sobre o rio Tejo, denominada por torreão de
Terzi ( Filippo Terzi, arquiteto e engenheiro militar italiano que realizou várias
obras em Portugal) onde os funcionários de
El-Rey vigiavam a entrada e saída dos navios do comércio ultramarino no porto
de Lisboa.
Havia uma varanda que permitia
ao Soberano e a Corte tomar a brisa que vinha do Tejo e ver o movimento das
garbosas Naus Portuguesas.
O senhor Dom Manuel ( que
fazia jus ao nome, pois quem não conhece um Manuel português bom de negócio ?),
sendo um bom comerciante controlava em pessoa a Casa das Indias, estabelecida
no primeiro piso do Paço em um grande espaços destinado a depositar os bens e
as ricas e valiosas especiarias que vinham de Além Mar.
A Morada dos Reis que teve sua
fachada totalmente modificada e que foi ampliada com novos pisos, graças as obras
ordenadas pelo soberano Espanhol Felipe II, em Portugal Felipe I, que não gostava
do Estilo Manuelino.
“ O Paço da Ribeira ficou
associado na História de Portugal a alguns dos seus mais marcantes
acontecimentos, sendo decerto o mais notável a sua tomada pela força armada dos
quarenta fidalgos portugueses que na célebre manhã do dia 1 de dezembro de
1640, perante o povo em delírio acorrido ao Terreiro do Paço, destronaram sem
sangue a Dinastia de Habsburgo, aclamando a de Bragança na pessoa de Dom João
IV, o Restaurador, 8.º duque de Bragança, 5º duque de Guimarães e 3.º duque de
Barcelos, 7.º marquês de Vila Viçosa, conde de Barcelos, Guimarães, Arraiolos, Ourém
e Neiva, 14º Condestável de Portugal”.
Da famosa Varanda saiu Dom
João IV “em complicado e demorado cerimonial hierárquico para o Terreiro
defronte aonde, diante da Nobreza, do Clero e do Povo de Portugal, jurou
manter, respeitar, e fazer cumprir os tradicionais foros, liberdades e
garantias dos Portugueses, violados pelo seu antecessor estrangeiro”.
Glorioso Paço da Ribeira que
viu Portugal se tornar o maior dos Impérios Transcontinentais do planeta e assistiu ao juramento do Rei
Restaurador.
Veio um terremoto.
Em 1 de novembro de 1755, feriado
do Dia de Todos-os-Santos, a terra
tremeu sob Lisboa.
“O resultado foi a destruição
quase completa da cidade de Lisboa, especialmente na zona da Baixa, e atingindo
ainda grande parte do litoral do Algarve e Setúbal. O sismo foi seguido de um
maremoto e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente mais de 10 mil mortos
e os sismólogos estimam que o sismo atingiu magnitudes entre 8,7 a 9 na escala
de Richter”
O altaneiro Paço da Ribeira
não resistiu e veio abaixo “ e se perderam para sempre os incalculáveis
tesouros de arte - centenas delas , incluindo pinturas de Ticiano, Rubens e
Correggio ( pintor da Renascença italiana, contemporâneo de Leonardo e Rafael
Sanzio, com obras nos principais museus de todo o mundo)- 70 mil volumes da
Biblioteca Real, o precioso Arquivo Real com documentos relativos à exploração
oceânica e outros documentos antigos, enfim um recheio ali acumulados ao longo
de duzentos e cinquenta anos, período correspondente ao apogeu do poder e da
riqueza portuguesa no mundo, nomeadamente dos reinados de D. Manuel I e de D.
João V”.
Dom José I e os seus não estavam
em casa, pois estavam aproveitando o feriado religioso em Santa Maria de Belém, nos arredores de
Lisboa, segundo alguns no Mosteiro dos Jerónimos, mas enquanto o prático Marques
de Pombal bradou a celebre frase "E agora? Enterram-se os mortos e
cuidam-se os vivos" e partiu para reconstrução da Capital do Império, Sua Majestade
Fidelíssima pela graça de Deus Rei de
Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da
Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc., ficou
tomado de grande medo e se recusou a morar em “ edifícios construídos "em
pedra e cal"”.
Qual a solução?
Na Quinta de Cima, uma das
três quintas adquiridas em 1726 por D. João V na zona de Belém-Ajuda, com
projeto de Giovanni Carlo Sicinio Galli da Bibbiena, arquiteto italiano, foi construído
um palácio de madeira, “mas que tinha algumas
partes inferiores em alvenaria”.
Foi denominado de A Real Barraca
e passou a ser residência oficial dos reis de Portugal e sua Corte.
No reinado de Dona Maria I a
Rela Barraca pegou fogo na madrugada de 11 de novembro de 1794, e a Família
Real se muda para o Palácio de Queluz.
“ O Palácio Nacional de Queluz
é uma construção do século XVIII na cidade de Queluz , concelho de Sintra, hoje
distrito de Lisboa. Um dos últimos grandes edifícios em estilo rococó erguidos
na Europa. Foi construído como um recanto de verão para Dom Pedro de Bragança,
que viria a ser mais tarde marido e rei consorte de sua sobrinha, a rainha Dona
Maria l, sob o nome de Dom Pedro III.”
“A construção do Palácio
iniciou-se em 1747, tendo como arquiteto Mateus Vicente de Oliveira, Manuel Caetano de Sousa, e do joalheiro e
ourives francês Jean-Baptiste Robillon. Os traços arquitetônicos salientam os
estilos barroco, rococó e neoclássico. Apesar de ser muito menor, é chamado
frequentemente de "o Versalhes português"”.
Foi residência de Dona Maria
I, de Dom João IV, como Príncipe - Regente, até a transmigração da Capital do Império
para o Rio de Janeiro e a partir de 1826, o palácio lentamente deixou de ser o
predileto pelos soberanos portugueses.
Palácio de Queluz
Mas, por que o Palácio de
Queluz entra nessa História?
Porque foi nele que nasceu Dom
Pedro I Imperador do Brasil e Rei de Portugal sob o nome de Dom Pedro IV.
Foi construído no Palácio o Quarto
de Dom Quixote entre 1759-1774 segundo o projeto de Jean-Baptiste Robillon que
em sua decoração utilizou oito colunas
para sustentar um belíssima cúpula de
teto, um jogo de espelhos e ornatos em talha dourada e pasta de papel, que nos
criam a ilusão de espaço circular.
O teto contém uma tela central
cujo tema é "Alegoria à Música" do grande pintor de tetos José
António Narciso (1731-1811).
Neste quarto o revestimento em
soalho de madeira, com dois tons, tem composição circular em harmonia com a
forma do teto, e foi terminado em 1771.
As oito pinturas das paredes
contém cenas da vida de Dom Quixote de la Mancha, de Cervantes, e são
atribuídas ao pintor Manuel da Costa (1755-1820).
Esta tela e todas as restantes
desta sala foram refeitas em 1940 pelo pintor Fernando Mardel.
Neste quarto nasceram os filhos de Dom João VI e de Dona
Carlota Joaquina.
Dom Pedro em seu
leito de morte em 1834
por José Joaquim
Rodrigues Primavera
No dia 24 de setembro de 1834
morria o príncipe Dom Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier
de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de
Bragança e Bourbon, Sua Alteza Imperial, o Duque de Bragança, no Quarto Dom Quixote do Palácio Real de
Queluz, o mesmo em que nascera na manhã
de 12 de outubro de 1798, portanto com 35 anos.
Quem era essa príncipe?
Um membro da Casa de Bragança.
Seus pais eram o senhor Dom
João, então Príncipe do Brasil e Herdeiro do Trono de sua augusta mãe Dona
Maria I, o futuro Dom João VI, e Dona Carlota Joaquina, futura Imperatriz Titular
do Brasil, e Rainha consorte do Reino Unido de Portugal e dos Algarves, d'Aquém
e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da
Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. , nascida infanta de Espanha por ser filha do rei Carlos IV de
Espanha e sua esposa Maria Luísa de Parma.
Como filho e herdeiro do Príncipe
do Brasil recebeu o Titulo de Príncipe da Beira após a morte de seu irmão mais
velho Dom Francisco António Pio de Bragança, nascido em 21 de Março de 1795 e falecido em 11 de Junho de 1801, com 6 anos.
Existe uma Maldição sobre a
Família Imperial e Real de Bragança que é a seguinte:
Maldição dos Braganças é
citada em diversas crônicas.
A "maldição"
ter-se-ia iniciado no reinado de D. João IV de Portugal, no século XVII, quando
o monarca teria agredido um frade franciscano aos pontapés após este ter-lhe
implorado por esmola. O frade, em resposta, rogou uma praga ao rei, dizendo que
jamais um primogênito varão da família dos Braganças viveria o bastante para
chegar ao trono.
De fato, a partir de então,
todos os primogênitos varões daquela dinastia morreram antes de reinar.
Um século após a maldição, Dom
João VI e Dona Carlota Joaquina, tentaram revertê-la, fazendo visitas anuais
aos mosteiros franciscanos de Lisboa e do Rio de Janeiro, sem resultados, no
entanto. Coincidentemente, com raras exceções, os primogênitos dos ramos reais
da Dinastia de Bragança apenas deixaram de morrer quando a família perdeu a
soberania tanto em Portugal quanto no Brasil.
Lista dos que morreram:
Em Portugal
D. Teodósio (1634–1653) –
primogênito do próprio Dom João IV, morto aos dezenove anos de idade, deixou a
sucessão da coroa a seu irmão D. Afonso VI, o qual, morrendo sem descendentes
diretos, transmitiu a coroa a seu irmão Dom Pedro II;
D. João (1688) – primeiro
príncipe deste nome, primogênito de D. Pedro II, abriu caminho ao trono para o
segundo João, que reinou como D. João V;
D. Pedro (1712–1714) –
primeiro varão de Dom João V, irmão mais velho do rei Dom José I. Este teve
apenas filhas, da qual D. Maria I, a primogênita, assume o trono;
D. José (1761–1788) –
primogênito de D. Maria I e do rei D. Pedro III, dando lugar, após sua morte,
ao futuro rei D. João VI;
D. Francisco António
(1795–1801) – primogênito de Dom João VI, morreu aos seis anos de idade,
abrindo caminho para o futuro D. Pedro IV;
D. Miguel (1820) – primogênito
de D. Pedro IV, abrindo caminho para a ascensão de D. Maria II ao trono
português e de D. Pedro de Alcântara ao trono brasileiro;
D. Luís Filipe de Bragança
(1887-1908) – primogênito do rei D. Carlos I, assassinado juntamente com seu
pai, em 1 de fevereiro de 1908. O crime precipitou a queda da monarquia
portuguesa, em 5 de outubro de 1910.
No Brasil
D. Miguel (1820) – primogênito
de D. Pedro I, abrindo caminho para a ascensão de D. Pedro II ao trono
brasileiro e de D. Maria da Glória ao trono português.9
A maldição continuou a
agir até mesmo após a separação dos tronos do Brasil e de Portugal (1822):
D. Afonso Pedro (1845–1847) –
primogênito de D. Pedro II, morreu em 1845 com menos de dois anos de idade,
fazendo herdeira sua irmã D. Isabel. Muitos apontam a falta de um herdeiro
masculino como uma das causas pela queda da monarquia no Brasil, pelo que a
ascensão de um aristocrata estrangeiro, ainda que consorte da futura
imperatriz, acirrava ânimos nacionalistas.
Isso posto, continuemos...
Em 1807, Dom João diante da sanha
de Napoleão I, imperador dos Franceses, rei de Itália, Protetor da Confederação
do Reno, mediador da Confederação Suíça, co- príncipe de Andorra, que queria porque queria varrer
tanto Portugal do mapa, quanto a Família Real de Bragança da face da terra,
pensou em mandar Dom Pedro, o príncipe da Beira, para o Brasil, para ser mais
preciso para Belém do Grão- Pará, a capital do Estado do Grão Pará e Maranhão,
com uma pequena Corte e com o Titulo de Condestável do Brasil, “ como meio de
garantir o Brasil para sua Dinastia”.
Todavia a ideia foi abortada.
E a Família Real acabou vindo
toda, de mala e cuia, para o Rio de Janeiro.
Dom Pedro tinha apenas 9 anos.
Os realistas de plantão gostam
de afirmar que na tormentosa travessia pelo mares daquém mar o senhor dom Pedro
leu a Eneida de Virgílio, bem yo creo como si fuera verdade.
Dom Pedro era um belo de um inculto, porque não dizer
ignorantão pretensioso.
Foi criado como uma cavalinho
solto no pasto, logo não tinha limites. Era impulsivo, não tinha o menor autocontrole, não
media as consequências de seus atos, e seu pai “ jamais permitiu que alguém o
disciplinasse”.
Era o Herdeiro do Trono e Dom
João VI via nele além de uma grande audácia, uma astucia igual a sua, uma
invejável sagacidade, e um espirito perspicaz.
Herdou da família da mãe, os
Bourbon de França que na Espanha passaram a ser Los Borbones, La Casa de Borbón,
uma sexualidade exacerbada, se deitando com qualquer mulher que para ele se
oferecesse.
Nos terrenos da Paço Real da
Quinta da Boa Vista, nas quebradas do Terreiro do Paço ou Largo do Carmo, no
Cais que lá se encontrava onde a malta de arruaceiros ( inclusive os capoeiras
ilegais), os desordeiros, os desocupados, os vagabundos e marafonas se reuniam
para a galhofa e bebedeira, lá estava o senhor Dom Pedro vestido com calças
brancas de algodão, uma jaqueta listrada também de algodão, um chapéu de palha
com abas largas, acompanhado pelo seu fiel áulico Francisco Gomes da Silva, o
conhecido Chalaça.
Femeeiro como seu trisavô o
senhor Dom João V, apelidado de "o Magnânimo" por gastar a larga o
ouro do Brasil, o pai dos Meninos da Palhavã, e que até de uma freira teve
filho, Madre Paula de Odivelas nome religioso de Paula Teresa da Silva e
Almeida, Dom Pedro teve ‘filhos na rua”, como diria minha avó, que foram:
1- Da
dançarina francesa de cabaré Noémi Thierry, teve uma criança natimorta;
2- Com
Maria Benedita de Castro Canto e Melo, Baronesa consorte de Sorocaba , irmã da
Marquesa de Santos= Rodrigo Delfim Pereira , * Rio de Janeiro, 4 de novembro de
1823 – + Lisboa, 31 de Janeiro de 189, um diplomata brasileiro;
3- Com
Domitila de Castro Canto e Mello, Marquesa de Santos=
a- Isabel
Maria de Alcântara Brasileira, Sua Alteza a Duquesa de Goiás, *Rio de Janeiro,
23 de maio de 1824 — + Murnau am Staffelsee, 3 de novembro de 1898, casou com
Ernesto José João Fischler de Treuberg, 2º conde de Treuberg e barão de Holsen,
com descendência;
b- Pedro
de Alcântara Brasileiro = * Rio de Janeiro 7 de dezembro de 1825 – + Rio de
Janeiro, 27 de dezembro de 1825;
c- Maria
Isabel de Alcântara Brasileira, Sua Alteza a Duquesa do Ceará, não há registro
desse Título = *Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1827 — +Rio de Janeiro, 25 de
outubro de 1827;
d- Maria
Isabel de Alcântara Bourbon, Condessa consorte de Iguaçu, casou com Pedro
Caldeira Brant, primeiro e único conde de Iguaçu. Com descendência.
4- Com
Henriette Josephine Clemence Saisset, modista, casada com Monsieur Pierre
Saisset, cabelereiro:
I-
Pedro de Alcântara Brasileiro = * Rio de Janeiro, 28 de agosto de 1829- + 1902. “ Ele trabalhou
em diversos empreendimentos de negócios nos Estados Unidos, onde serviu como
agente consular da França por mais de três décadas”.
Fora os filhos com Dona
Leopoldina do Brasil.:
1- Dona
Maria II , Rainha de Portugal
2- Dom
Miguel, Príncipe da Beira
3- Dom
João Carlos, Príncipe da Beira
4- Dona
Januária Maria Joana Carlota Leopoldina Cândida Francisca Xavier de Paula
Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança, Princesa do Brasil, Condessa
consorte de Áquila por seu casamento com o príncipe Luís Carlos, Conde de
Áquila e filho do rei Francisco I das Duas Sicílias. Com descendência;
5- Dona
Paula Mariana Joana Carlota Faustina Matias Francisca Xavier de Paula Micaela
Gabriela Rafaela Gonzaga , Princesa do Brasil, morreu o de meningite ou de
malária aos 9 anos;
6- Dona
Francisca Carolina Joana Carlota Leopoldina Romana Xavier de Paula Micaela Rafaela
Gabriela Gonzaga , a celebre Chicá, Princesa do Brasil, Princesa consorte de
Joinville por seu casamento com o Almirante Francisco Fernando Filipe Luís
Maria, Príncipe de Joinville. Com
descendência ;
7- Dom
Pedro II do Brasil.
Com Dona Amélia de Leuchtenberg,
nascida Amélia Augusta Eugênia Napoleona (Milão, 31 de julho de 1812 – Lisboa,
26 de janeiro de 1873) Imperatriz Consorte do Império do Brasil. Era filha de
Eugênio de Beauharnais, portanto neta de sangue da Imperatriz Josefina, e neta
adotiva de Napoleão Bonaparte, Imperador dos Franceses, etc. e de sua
esposa a princesa Augusta da Baviera, Duquesa de Leuchtenberg, filha do Rei da
Baviera, Maximiliano I José e da Rainha Maria Guilhermina de Hesse-Darmstadt:
I – Dona Maria Amélia Augusta Eugênia
Josefina Luísa Teodolinda Heloísa Francisca Xavier de Paula Gabriela Rafaela
Gonzaga, nascida e, Paris, 1 de dezembro de 1831 e falecida no Funchal, 4 de
fevereiro de 1853, cognominada "A Princesa Flor, “ após a declaração da
maioridade de dom Pedro II, em 1840, que passou a defender o reconhecimento de
mãe e filha como membros de sua família. Aureliano Coutinho, o Visconde de
Sepetiba, Ministro dos Negócios Estrangeiros na época, pediu o reconhecimento
junto ao Senado Imperial, o que ocorreu em 5 de julho de 1841, foi considera
Sua Alteza a Princesa do Brasil”.
Como vemos o senhor Dom Pedro
I era mui dado as mulheres.
Super ativo não deixava para
amanhã a cama que podia se deitar hoje.
Como bom boêmio gostava de
cantar, de tocar violão, e no Paço ou casa de família o piano.
Era valente e não levava
desaforo para casa.
Era limpinho, pois tomava
banho todos os dias.
Quando seu pai voltou para
Portugal lhe colocou como Príncipe Regente do Reino do Brasil, mas sempre lhe
aconselhando:
"Pedro, se o Brasil for
se separar de Portugal, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que
para algum desses aventureiros.”
Essa frase famosa de Dom João
IV, o maior dos monarcas luso afro brasileiro, tinha um sentido que só com
muita perspicácia de compreende.
O senhor Dom João VI não
queria voltar para Lisboa de jeito nenhum.
O senhor Dom João VI tinha um
senso de dever para com a sua Dinastia, a Dinastia Real de Bragança, que muitos
poucos soberanos tinham em relação a suas, tanto que para salva-la embarcou as
carreiras para o Brasil, enfrentando o Mar Tenebroso.
O senhor Dom João VI não
queria perder nem Portugal Continental, nem o Brasil, nem nenhum domínio de seu
Império Transcontinental.
O senhor Dom João VI sabia que
se Dom Pedro fosse para Portugal seria encolhido pelos movimentos políticos que
pululavam por lá.
O senhor Dom João VI sabia que
com ele seria diferente, apesar dos pesares.
O senhor Dom João VI sabia que
para sua garantia não podia tirar Dom
Pedro da Linha de Sucessão ao Trono.
O senhor Dom João VI sabia que
podia usar de sua sabia politica de não se comprometer nem com A, nem com B,
para sobrevier.
O senhor Dom João VI tinha em
mente que o pequenino e rebelde Portugal
Continental não sobreviveria com a dignidade de outrora sem o Brasil, afinal o
grande comercio brasileiro passava pelas Praças Portuguesas, apesar da abertura
dos portos a Nações Amigas, leia-se Inglaterra.
O senhor Dom João VI sabia que
os portugueses daquela época só podiam se dar bem no Brasil, como aconteceu até
a II Grande Guerra Mundial.
Dom Pedro I &IV , não sei
como, nem de que maneira, sabia tudo que seu augusto pai sabia ou tinha em
mente.
Ficou firme.
Não admitia ver sua autoridade
rebaixada, muito menos ser desrespeitado, pois tinha consciência que era um
Príncipe de Sangue Bragança, filho e herdeiro de Reis, tanto que enfrentou com
altives o revoltado Tenente - General Jorge de Avilez Zuzarte de Sousa Tavares,
1.º Visconde do Reguengo e 1.º conde de Avilez, “ que em 5 de julho de 1821,
como comandante das tropas no Rio de Janeiro, dirigiu o ultimato ao Príncipe D.
Pedro para que jurasse as bases da Constituição, demitisse o conde dos Arcos e
nomeasse uma junta governativa. Em Outubro, exigiu novamente a D. Pedro que
anunciasse publicamente sua adesão às decisões das Cortes reunidas em Lisboa.
D. Pedro acatou e decidiu-se, num primeiro impulso, a regressar à Europa. Mas
em Janeiro de 1822 declarou publicamente que tinha decidido ficar no Brasil,
fato conhecido como o Dia do Fico. Jorge de Avilez demitiu-se do governo das
armas e, com receio de um ataque das tropas brasileiras, recuou para a Praia
Grande, em Niterói, que fortificou, mas acabou expulso pelo Príncipe Regente.”
Dona Leopoldina do Brasil
nunca perdoou ao General Avilez pela morte de seu filho Dom João Carlos Pedro Leopoldo Borromeu de
Bragança.
A família do Príncipe Regente
teve “que abandonar rapidamente a cidade com destino a Fazenda Real de Santa
Cruz para se protegerem de Avilez,
General- Comandante das tropas portuguesas acantonadas no Rio de Janeiro,
e o pequeno Príncipe , por causa dessa fuga, veio a falecer no dia 04.02.1822 o
pequenino Príncipe Dom João Carlos nascido em 06.03.1821, tinha portanto com 11
meses e dois dias.”
Dona Leopoldina sabia o que
era de fugir de seu Palácio para salvar a sua pele.
Os Habsburgos tiveram que fugir de Viena da Austria para todos não caírem
prisioneiros do General Napoleão Bonaparte, que acabou virando Imperador dos
Franceses e cunhado da Imperatriz do Brasil , pois casou com sua irmã mais
velha Maria Luiza.
Dom Pedro I tinha consciência
que era Herdeiro do Milenar Trono Português, mas não sabia quando e como iria
ocupa-lo.
Ficou no Brasil.
Mas suas vistas estavam
voltadas para Portugal.
“ A ideia de abdicar do trono
brasileiro e voltar para Portugal começou a tomar sua mente e, a partir de
1829, Pedro falava a respeito frequentemente.”
Mas, a velha raposa sabia das
coisas e em “dia 6 de março de 1826, Dom João VI, doente, nomeou uma regência
presidida pela infanta D. Isabel Maria de Bragança , de vinte e cinco anos, a
qual vigoraria, mesmo com a morte do rei, até que o legítimo herdeiro e
sucessor da Coroa aparecesse. Ela foi regente de Portugal até 26 de fevereiro
de 1828.”
Dom João VI morreu quatro dias
depois do decreto de Regência em Lisboa no dia 10 de março de 1826.
Dom João VI foi assassinado.
“ Recentemente uma equipe de
pesquisadores exumou o pote de cerâmica chinesa que continha as suas vísceras.
Fragmentos do seu coração foram submetidos a análises, que detectaram uma
quantidade de arsênico suficiente para matar duas pessoas, confirmando as
suspeitas de que o rei foi em verdade assassinado”.
Dom Pedro foi aclamado "Sua
Majestade Fidelíssima, D. Pedro IV, Rei de Portugal e Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar
em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia,
Arábia, Pérsia e Índia, etc.”
“ Dom Pedro, depois de
proclamado Rei de Portugal, em 29 de abril outorgou aos portugueses uma
constituição livre, a Carta Constitucional”.
Soberano em Portugal e Império de 10 de março de 1826 até 2 de
maio de 1826, dia em que abdicou em sua filha mais velha, Dona Maria da Glória
Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela
Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança.
Dona Maria da Glória era
um Princesa da Casa Real de Bragança nascida no Reino Unido de Portugal Brasil e
Algarves, portanto podia ser Rainha de Portugal por ser portuguesa, uma
portuguesa nascida no Brasil, pois nasceu
em 4 de abril de 1819 no Paço de São Cristóvão, cidade do Rio de Janeiro,
Brasil, sob o título de Princesa da Beira .
Dom Pedro II não poderia já
que nasceu depois da Independência no 2 de dezembro de 1825 e foi por isso que
Dom Pedro I abdicou nele o Trono Imperial do Brasil.
Dona Maria da Gloria foi para
Lisboa, mas a coisa por lá desandou.
Dom Miguel, irmão de Dom
Pedro, e marido prometido a Dona Maria da Gloria não casou com ela e lhe tomou
o trono.
Voltou Dona Maria para o
Brasil em 30 de agosto de 1829 para o
Rio, chegando a 16 de outubro.
Aqui, também, a situação estava desandando.
E aconteceu a “ A Noite das Garrafadas que envolveu os portugueses que apoiavam D. Pedro I e brasileiros que
faziam oposição ao imperador - foi um dos principais acontecimentos do período
imediatamente anterior à abdicação do monarca, em 13
de março de 1831”.
Numa carta simples:
"Usando do
direito que a Constituição me concede, declaro que hei muito voluntariamente
abdicado na pessoa de meu muito amado e prezado filho o Senhor D. Pedro de
Alcântara.
Boa Vista, 7 de
abril de mil oitocentos e trinta e um, décimo da Independência e do
Império."
Pedro
Para sua segurança o Imperador
renunciante embarca no navio inglês HMS Warspite, acompanhado da Imperatriz Dona
Amélia, gravida de três meses, e de Dona Maria da Gloria, a Rainha de Portugal.
Os ânimos estavam serenados na
Mui leal Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, e um Pedro de Alcântara em
mangas de camisas, tamancos, lenço amarrado na cabeça, como um bom português de
mudança de antanho, passou a organizar sua bagagem para ser embarcada na fragata HMS Volage, enquanto Dona Maria da
Gloria seguiu na corveta francesa La Seine rumo a Europa.
Deixou José Bonifácio, com
quem se reconciliara pouco tempo antes, como tutor dos filhos Dom Pedro, Dona
Januária (com nove anos), Dona Paula (8 anos) e Dona Francisca (7 anos).
“ Na Europa, D. Pedro , agora
Duque de Bragança, empreende uma luta contra seu irmão, D. Miguel, a fim de
assegurar para a filha Maria da Gloria o Trono português, o qual ela tinha
Direito”.
Andou de Paris a Londres em
busca de apoio.
Antes de partir para os
Açores, no porto diante de “mais de duzentas pessoas que haviam ido lhe desejar
boa sorte” se ajoelhou aos pés de filha Rainha e exclamou alto:
"Minha senhora, aqui
estás um general português que irá manter os seus direitos e restaurar sua
coroa".
Foi uma choradeira sem fim.
Dos Açores, leal a Dona Maria,
partiu para a Cidade do Porto , onde entrou sem oposição no dia 9 de julho de 1832
.
Aconteceu o “ Cerco do Porto de
julho de 1832 a agosto de 1833, as tropas liberais de Dom Pedro estiveram
sitiadas pelas forças realistas fiéis a Dom Miguel”.
“ Vendo o seu exército batido,
Dom Miguel, que seguia o combate do alto do Monte de S. Gens na Senhora da
Hora, atirou ao chão o óculo que empunhava, irritado com a derrota, quando
contava com uma vitória estrondosa.”
No dia imediato, D. Pedro
partiu para Lisboa, ocupada já pelas tropas de Dom António José de Sousa Manuel
de Meneses Severim de Noronha, 7.º Conde de Vila Flor, 1.º Marquês de Vila Flor
e ainda 1.º Duque da Terceira com Honras de Parente ( de Sua Majestade o
Soberano) , com os navios do Almirante inglês Charles John Napier, que tinha ,adotado
o nome de Carlos de Ponza para não perder a sua patente na armada inglesa por
combater no estrangeiro sem licença do seu Governo, no comando da Armada
Portuguesa, ancorados no Tejo.
Napier foi elevado a visconde
do Cabo de São Vicente por decreto de 10 de agosto de 1833, e o de conde do
Cabo de São Vicente por decreto de 7 de dezembro de 1842, ambos criados por Dona
Maria II.
“ Dom Pedro sempre gozou de
saúde forte durante toda sua vida, exceto por surtos de epilepsia não muito
frequentes, porém a guerra minou sua constituição e por volta de 1834 ele
estava sofrendo de tuberculose”.
Dom Pedro morreu às 14h30min do dia 24 de setembro de
1834 após uma longa e dolorosa doença e conforme seu pedido, seu coração foi
colocado na Igreja da Lapa no Porto, enquanto seu corpo foi inicialmente
enterrado no Panteão da Dinastia de Bragança na Igreja de São Vicente de Fora,
Lisboa.
José Bonifácio, que havia sido
removido de sua posição de Tutor do Príncipes Imperiais , escreveu a elas:
"Dom Pedro não morreu.
Apenas homens ordinários morrem, heróis não".
E assim se conta a
História de um Herói de Dois Mundos.