Os responsáveis por sua implantação:
Os Reis Católicos, Fernando de Aragon e Isabel de
Castela, "Reyes de las Españas"
Quem
foram os Reis Católicos?
1-
Rei Fernando: Rey de Aragón (Aragão), de Sicília, Valencia, Mallorca
y Cerdeña, de Nápoles, de Granada, de Navarra. Rei consorte de Castilla
(Castela). Príncipe de Gerona, Conde de Barcelona, Administrador de la Orden de
Santiago, Governador do Reino de Castilla. Virreyes y lugarteniente general de
Cataluña durante a guerra civil catalã de 1462-1472, na qual participou
ativamente, ficou familiarizado com a administração de um Estado.
Nasceu
em: Sos del Rey Católico es un município espanhol da comarca de las Cinco
Villas, ao noroeste de la província de Zaragoza, comunidade autónoma de Aragón.
Data:
10 de março de 1452
Pai
e antecessor nos Tronos: Juan II de Aragón, el Grande. Rei de Aragón, de
Navarra, da Sicília, de Mallorca, de Valencia, de Cerdeña, Duque de Peñafiel,
de Montblanc, Conde de Mayorga y de Ribagorza, Senhor de Balaguer, Senhor de la
villas de Alba de Tormes, Castrojeriz, Medina del Campo, Olmedo, Cuéllar, el
Colmenar, Paredes de Nava, Villalón, Haro, Belorado, Briones, Cerezo y Roa.
Mãe:
Doña Juana Enríquez y Fernández de Córdoba. Reina consorte, Señora de
Casarrubios del Monte. Filha de Fadrique Enríquez, II Almirante de Castilla, II
señor de Medina de Rioseco y primer Conde de Melgar y Rueda, de Marina
Fernández de Córdoba y Ayala, Señora de Casarrubios del Monte.
Casa
Real (Dinastia): Casa de Aragón –Trastámara
Faleceu
em: Madrigalejo um município espanhol, na província de Cáceres, Comunidade
Autónoma de Extremadura. Na época domínio da Coroa de Castilla (Castela).
Data:
23 de janeiro de 1516, com 63 anos.
Casamentos:
a- Em 19 de outubro de 1469 com Isabel I de
Castilla, no Palacio de los Vivero de Valladolid. Valladolid é um município e
uma cidade espanhola situada no noroeste da península ibérica, capital da
província de Valladolid, sede de las Cortes e da Junta de la comunidade
autónoma de Castilla y León;
b- Com 53 Anos, em 19 outubro de 1505,
casamento por procuração com Germana de Foix, de 18 anos, filha de Juan de
Foix, Infante de Navarra, Conde d’Étampes e Visconde de Narbonne, e de Maria de
Orleans, irmã de Luís XII, Rei de França. O matrimonio foi consumado na cidade
Palencia de Dueñas, Castela e Leon, a 18 de março de 1506, no Palácio dos
Condes de Buendía. Reina consorte de Aragón y Reina consorte de Navarra y
virreina (Vice-rainha) de Valencia, com o segundo marido, Fernando de Aragón,
nobre napolitano, Duque de Calabria, virrey (Vice-rei) de Valencia.
2-
Rainha Isabel I: Reina de Castilla y Granada, Reina consorte de
Aragón, de Mallorca, de Valencia, da Sicília, de Nápoles y Condessa consorte de
Barcelona. Princesa de Astúrias.
Nasceu
em: Madrigal de las Altas Torres, cidade e município da Espanha pertencente à
província de Ávila, na comunidade autónoma de Castilla y Leon
Data:
22 de abril de 1451
Pai:
Juan II de Castilla, Rey de Castilla. Príncipe de Astúrias, Gran Maestre de la
Orden de Santiago
Mãe:
Dona Isabel de Portugal, ou Isabel de Avis, Reina consorte de Castilla. Filha
do Infante Dom João de Portugal e de Dona Isabel de Bragança, filha de Afonso,
1.º Duque de Bragança e de Beatriz Pereira de Alvim (filha de Leonor de Alvim e
de Dom Nuno Álvares Pereira, Condestável de Portugal).
Casa
Real (Dinastia): De nascimento Casa de Avis, segunda dinastia a reinar em
Portugal. Por casamento Casa de Trastámara.
Faleceu
em: Palacio Real de los Reyes Católicos o Palacio Real Testamentario, de Medina
del Campo, Valladolid.
Data:
26 de novembro de 1504, com 53 anos.
Com
Fernando teve os seguintes filhos:
1- Isabel (1 ou 2 de outubro de 1470 - 1498),
Princesa das Astúrias (1476 - 1480; 1498), casou-se com o infante Alfonso, mas
após a sua morte em 1495 casou-se com o primo do falecido, Manuel, que era o
Rei de Portugal com o nome de Dom Manuel I, o Venturoso. Ele foi Rainha de
Portugal entre 1495 e 1498, morrendo no parto de seu primeiro filho Miguel de
Paz.
2- Juan (30 de junho 1478 - 1497), o Príncipe
das Astúrias (1480 - 1497). Em 1497, casou-se com Margarida da Áustria, filha
do Imperador Maximiliano I de Habsburgo. Ele morreu de tuberculose logo depois.
Margarida foi para a Espanha e foi responsável por seu sobrinho Carlos, futuro
Imperador Carlos V.
3-
Juana I de Castela (6 de novembro 1479 - 1555), Princesa das Astúrias
(1502 - 1504), Rainha de Castela (1504 - 1555), sob o nome de Joanna. Em 1496,
casou-se com Filipe, o Belo, filho do imperador Maximiliano I de Habsburgo.
O casal formou a nova Casa Real, a Casa
da Áustria, os Habsburgos espanhóis.
Em
1500 Juana tornou-se de seu primeiro filho, o futuro Carlos I, Rei de Espanha e
Carlos V, Imperador do Sacro Império Romano. Em 1503, ela deu à Luz a Fernando,
sucessor de Carlos no Santo Império Romano como Ferdinand I, chefe da Imperial
da Casa de Habsburgo. Mentalmente afetada pela morte de seu marido, ela foi
internada por seu pai, o Rei Fernando, em Tordesilhas, onde morreu.
4- Maria (29 de junho 1482 - 1517), casou-se
em 1500 com o viúvo de sua irmã Isabel, Dom Manuel I de Portugal. Ela era a mãe
de dez filhos, entre eles: Dom João III, décimo quinto Rei de Portugal,
cognominado O Piedoso, Dom Henrique I décimo sétimo Rei de Portugal, o
Cardeal-Rei de Portugal, e da Imperatriz Isabel esposa de Carlos V.
5- Catalina, Catarina de Aragão (16 dezembro
1485 - 1536), casou com o Príncipe Arthur de Gales em 1502, que morreu alguns
meses depois do casamento. Em 1509 ele se casou com o irmão de seu falecido
marido, que seria Henrique VIII. Por isso ela se tornou Rainha consorte da
Inglaterra. Mãe da Rainha Maria I de Inglaterra, Mary Tudor, a sanguinária.
“Rainha
Dona Isabel I de Castela e o Rei Dom Fernando II de Aragão, unificaram os
reinos ibéricos, menos Portugal, no país que se tornou Espanha”.
“Apesar
de aspirações diferentes dos dois reinos — Aragão dedicava-se ao comércio
graças aos seus portos dinâmicos, como Barcelona e as suas possessões em
Itália, e Castela aspirava afirmar-se na Europa — souberam estes reinos,
através de frutuosa diplomacia e propaganda, construir um sólido Estado que,
com a sua determinação, soube financiar a odisseia marítima de Cristóvão
Colombo, e preparar-se para a grande cruzada iniciada em 722, denominada a
Reconquista, ou seja, a expulsão dos muçulmanos do território ibérico”
A Reconquista
É
conhecida como conquista da Hispania ao período histórico entre o desembarque
romano em Ampurias ( 218 a.C. ) e a conclusão da conquista romana da Península
Ibérica com o fim das guerras cantábricas por César Augusto ( 19 a.C. ), bem
como os eventos históricos que compõem esse período.
Durante
o reinado de César Augusto, Roma foi forçada a manter uma luta sangrenta contra
os asturianos e tribos da Cantábria, alguns povos guerreiros celtas do norte da
Espanha que apresentaram forte resistência à ocupação romana, colocando em
cheque por muitos anos poderosas legiões de Roma.
O
próprio Imperador teve que se mudar para Segisama, atual Sasamón , ( Burgos),
para dirigir a campanha pessoalmente.
Finalmente,
o Império Romano alcançou uma vitória total e absoluta sobre essas tribos,
ocupando completamente toda a Península.
Roma
adotou com esses povos uma cruel política de extermínio que significava a
extinção prática desta cultura pré-romana. Com o fim desta guerra, acabarão com
os longos anos de guerras civis e guerras de conquista nos territórios da
Península Ibérica, inaugurando um longo período de estabilidade política e
econômica em Hispania.
Minha
exegese sobre a Reconquista está baseada exatamente porque a Península Ibérica
era parte do Império Romano, com seus Códigos de Direito - A influência do
direito romano sobre os direitos nacionais europeus é imensa e perdura até
hoje. Uma das grandes divisões do direito comparado é o sistema
romano-germânico, adotado por diversos Estados continentais europeus e baseado
no direito romano. O mesmo acontece com o sistema jurídico em vigor em todos os
países latino-americanos – portanto parte integrante da Civilização Ocidental, que
surgiu, que tem sua origem na civilização greco-romana na Europa, com o advento
do cristianismo, e com toda a influência judaica quanto a moral e os bons
costumes, daí o termo Civilização Judaico-Cristã.
Ora,
o “Al-Andalus ou al-Ândalus, em árabe: الأندلس;
transl.: al-ʼAndalus; alåndɑlʋs) foi o nome
dado à Península Ibérica no século
VIII, a partir do domínio do Califado Omíada, tendo o nome sido utilizado para se referir à
Península Ibérica independentemente do território politicamente controlado
pelas forças islâmicas.
Al-Andalus
foi o único território europeu continental a participar na Idade de Ouro
Islâmica, passando por vários períodos políticos. Era inicialmente um emirado
integrado na província norte-africana do Califado Omíada, tendo sido também
Califado de Córdova, diversas Taifas, província Almorávida, Califado Almóada e
na sua última fase Reino Nasrida de Granada.
A
região ocidental da Península era denominada Gharb al-Andalus ("o ocidente
do al-Andalus") e incluía o atual território português. De uma maneira
geral, o Gharb al-Andalus foi uma região periférica em relação à vida
econômica, social e cultural de Córdova e Granada.
Quando
os Muçulmanos/Islamitas chegaram à Península Ibérica, a população local era
predominantemente cristã.
Ora,
os Muçulmanos/Islamitas estavam em Terras que fizeram parte do Império Romano,
portanto Terras que pertenciam aos herdeiros desde Império Transcontinental, ou
seja, os cristãos e isso graças ao Edito de Milão de 313 de Constantino I,
também conhecido como Constantino Magno ou Constantino, o Grande (em latim:
Flavius Valerius Constantinus; Naísso, 272 — 22 de maio de 337), Imperador Romano
de 25 de julho 306 - 22 de maio 337 d.C. ou e.c..
Ações da Reconquista
O
Marco do início da Reconquista foi Batalha de Covadonga, em 722, na localidade
de Covadonga, perto Cangas de Onis, Principado das Astúrias, quando um pequeno
exército, liderado pelo nobre Pelágio, um nobre visigodo, filho do Duque
Favila, mas estabelecido naquela região, derrotou um exército de Uthman ibn
Naissa (ou Otman ben Neza), cognominado Munuza, governador muçulmano do norte
da Espanha, e estabeleceram um pequeno principado cristão em Astúrias
Com
a Capitulação de Granada, situada na região da Andaluzia, fundada em 756 pelos
árabes, desde o século XIII a capital do reino muçulmano de Granada, em 2 de
janeiro de 1492, vista como um grande golpe para o Islã e um triunfo do
cristianismo, está encerrado o Ciclo da Reconquista.
“Tratado
de Granada foi assinado e ratificado em 25 de novembro de 1491 entre o Rei de
Granada, Abú `Abd Allah Muhammad Boabdil, e Dom Fernando II de Aragão e Dona
Isabel de Leão e Castela”.
Por
esse Tratado haveria a “preservação de direitos aos muçulmanos, que não viriam
a ser cumpridas.
Mais,
por esse feito, Dom Fernando II de Aragão e Dona Isabel de Leão e Castela,
receberam o Título de Rex Catholicissimus.
E
aqui existem duas versões:
1- Papa Inocêncio VIII (1434 -1492) teria
sido o primeiro a impor o nome de "Reis Católicos" ao casal Fernando
II de Aragão e Isabel I de Castela, após a captura de Granada, já que em seu
túmulo em mármore, no Vaticano, obra do escultor Antonio Pollaiuolo, existe uma
inscrição em latim, que é REGI HISPANIARUM CATHOLICI NOMINE IMPOSITO - + ou -:
Que impôs o nome católico aos Reis de Espanha”.
2- Pela Bula Inter caetera de 4 de maio de
1494, o Papa Alexandre VI enaltece o fervor cristão dos Reis de Espanha, e os
exorta “honrar o mesmo Deus espalhando o império cristão”.
O
mesmo Alexandre VI pela Bula Si convenit de 19 de dezembro de 1496 reconhece o
Título de “Reyes Católicos" em favor de Fernando e Isabel.
Essa
Bula foi redigida por três Cardeais - Oliverio Caraffa, Arcebispo de Nápoles, e
outros títulos, o Francesco Nanni Todeschini Piccolomin, futuro Pio III, e
Jorge Costa, cognominado Cardeal de Alpedrinha, Cardeal-presbítero de São
Lourenço em Lucina, Cardeal-bispo de Porto e Santa Rufina, Arcebispo de Braga,
Primaz das Espanhas.
Nessa
Bula foram pela primeira vez tratados como “rey y reina de las Españas”.
Os
três Cardeais, consequentemente o Papado, embasaram a concessão do Título de
Reis Católicos em seis causas, já que não queria conceder uma honra já dada a
outrem, como “defensores ou protetores”:
1.
As virtudes pessoais que possuíam ambos Reis manifestadas na unificação,
pacificação y fortalecimento de seus reinos.
2.
A reconquista de Granada das mãos do Islã.
3.
A expulsão dos judeus que não aceitaram o batismo, em 1492.
4.
Os esforços dos dois monarcas na cruzada contra os muçulmanos.
5.
A liberação dos Estados Pontifícios e do Reino de Nápoles, feudo papal,
invadidos por Carlos VIII, Rei de França, a quem se havia outorgado o título de
"Cristianíssimo".
6.
Como compensação pelo Papado ter concedido o título de “Cristianíssimo" ao
Rei da França.
Frei
Bartolomé de las Casas, dominicano nomeado Procurador o protector universal de
todos los índios, se dirigiu a Fernando e Isabel como "Rey y Reina de las
Españas": Porque cristianísimos y
muy altos y muy excelentes y muy poderosos Príncipes, Rey y Reina de las
Españas y de las islas de la mar, Nuestros Señores, este presente año de 1492,
después de Vuestras Altezas aver dado fin a la guerra de los moros ...
Observação:
Alexander VI, seu nome de nascimento era Roderic de Borja (Rodrigo Borja em
castelhano ou Borgia em italiano). Filho de Jofre Gil Llançol i Escrivà, e de
Isabel de Borja i Llançol, irmã de Afonso Borgia, Bispo de Valencia e futuro
Papa Calixto III.
Nasceu
em Játiva, Valencia, então Reino de la Corona de Aragón, em 1 de janeiro de
1431, e morreu envenenado na residência de Adriano Castellesi, cardinale di
Santa Romana Chiesa, Roma, no dia 18 de agosto de 1503, com 72 anos.
214º
Papa da Igreja Católica de 11 de agosto de 1492 até 18 de agosto de 1503.
Pelo
seu relacionamento com a nobiledonna romana Vannozza dei Cattanei, que começou
em 1470, foi pai dos celebres:
Cesare
Borgia (1476-1507), 1.º Duque de Valentinois
Lucrezia
Borgia (1480-1519)
Os
Reis Católicos e a América:
Cristóvão
Colombo contou com a proteção dos Reis Católicos, mas de Isabel, do que de
Fernando, para seu “ projeto para viajar para as Índias em uma nova rota
através do Atlântico”.
Colombo
foi nomeado “Almirante, Vice-rei, e governador dos territórios a descobrir e a
décima parte de todos os bens obtidos”.
Em
3 de agosto de 1492, Colombo partiu do porto de Palos, a bordo Nau Santa Maria,
de propriedade de Juan de la Cosa, acompanhada pelas Caravelas Pinta de
propriedade dos irmãos Pinzón, e Niña de propriedade dos irmãos Niño.
“Por causa dessa viagem é que foi assinado o
Tratado de Tordesilhas, assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de
junho de 1494, foi um tratado celebrado entre o Reino de Portugal e o recém-formado
Reino da Espanha para dividir as terras "descobertas e por descobrir"
por ambas as Coroas fora da Europa. Este tratado surgiu na sequência da
contestação portuguesa às pretensões da Coroa espanhola, resultantes da viagem
de Cristóvão Colombo, que um ano e meio antes chegara ao chamado Novo Mundo,
reclamando-o oficialmente para Isabel, a Católica”.
“O
tratado definia como linha de demarcação o meridiano 370 léguas a oeste da ilha
de Santo Antão no arquipélago de Cabo Verde. Esta linha estava situada a meio
caminho entre estas ilhas (então portuguesas) e as ilhas das Caraíbas
descobertas por Colombo, no tratado referidas como "Cipango" e
Antília. Os territórios a leste deste meridiano pertenceriam a Portugal e os
territórios a oeste, à Espanha. O tratado foi ratificado pela Espanha a 2 de
julho e por Portugal a 5 de setembro de 1494”.
A
maior parte da península Ibérica estava povoada pelos muçulmanos.
“As
cidades mais importantes, como Sevilha, Valladolid e Barcelona (capital do
Reino de Aragão), tinham grandes populações de judeus em guetos”.
“Muitos
judeus convertidos, como os Santa Fe, Santángel, Caballería, e Sánchez,
ocupavam postos de importância, tanto religiosos como políticos, mas Fernando
de Aragão desejava as religiões judaica e muçulmana fora de seus domínios”
“
Fernando devia muito dinheiro aos judeus, com a Inquisição além dessa dívida
acabar, ele podia enricar confiscado os bens dos financistas judeus”.
“Muitos
de seus opositores eram judeus, ou financiados, ou amigos dos judeus e dos
mulçumanos, o que impedia Fernando de governar como queria, como planejava, a
seu belo prazer, e com a Inquisição instalada sob seu comando, ele podia
enfraquecer oposição ”.
Só
tinha uma solução, era a instalação da Inquisição, do Tribunal do Santo Ofício,
em nome do combate a heresia, aos hereges, aos judeus e aos mouros/mulçumanos,
para obter assim a Unidade Religiosa das Espanhas.
O
frade dominicano Alonso de Ojeda convenceu a Isabel, durante sua estadia em
Sevilla entre 1477 e 1478, da existência de práticas judaizantes entre os
conversos andaluzes, o que foi corroborado por Pedro González de Mendoza,
Arcebispo de Sevilla, e por Tomás de Torquemada, o futuro terrível Inquisidor.
Papa
Sixto IV, nascido Francesco della Rovere, não desejava a Inquisição instalada
na Espanha, porque fortaleceria um Soberano que tinha interesses territoriais
na Itália, e com isso podia ameaçar o Papado.
Fernando
insistiu, e convenceu a Rodrigo Borgia, então Bispo de Valência, a usar de sua
influência em Roma, e o futuro Papa Alexandre VI teve êxito.
A
Inquisição foi instalada através da Bula Exigit sinceras devotionis affectus de
1 de novembro de 1478 no Reino de Castela.
Entretanto
a nomeação dos Inquisidores era de competência dos Reis das Espanhas.
“No
início, a atividade da Inquisição foi limitada às dioceses de Sevilha e
Córdoba, onde Alonso de Ojeda tinha detectado o foco de judaizantes
convertidos”.
“O
primeiro Auto de Fé foi realizado em Sevilha em 06 de fevereiro de 1481, quando
foram queimadas vivas seis pessoas”.
Sixto
IV e o Rei Fernando viviam se desentendo, pois, o Papa não queria estender a
Inquisição para Aragão, contudo acabou cedendo, e em 17 de outubro de 1483 foi
nomeando Tomás de Torquemada, o Grande Inquisidor, el martillo de los herejes,
la luz de España, el salvador de su país, el honor de su orden (o martelo dos
hereges, a luz da Espanha, El Salvador, em seu país, a honra da sua Ordem) como
Inquisidor-geral dos reinos de Castela e Aragão.
“Juan
Antonio Llorente, primeiro historiador da Inquisição, garante que queimaram
mais de dez mil pessoas e mais de cem mil sofreram punições degradantes durante
o seu mandato”, o de Torquemada.
“Torquemada
difundia que os judeus não eram confiáveis e que o país precisava possuir
apenas ‘sangre limpia’, ou seja, sangue puramente cristão, e para estimular as
delações, chegou a publicar um conjunto de orientações que ensinava os
católicos a vigiar os seus vizinhos e a reconhecer possíveis traços de
judaísmo”:
“Se
observar que os seus vizinhos vestem roupas limpas e coloridas no sábado, eles
são judeus”.
“Se
eles limpam as suas casas às sextas-feiras e acendem velas mais cedo do que o
normal naquela noite, eles são judeus”.
“Se
eles comem pão ázimo e iniciam a sua refeição com aipo e alface durante a
Semana Santa, eles são judeus”.
“Se
eles recitam as suas preces diante de um muro, inclinando-se para frente e para
trás, eles são judeus."
“A
pena mais leve imposta era o confisco dos seus bens. Os Reis Católicos, Isabel
e Fernando, precisavam de receitas, e a perseguição movida aos hereges por
Torquemada era uma fonte de renda que interessava ao Estado”.
Foram
5 os períodos da Inquisição Espanhola, a saber:
1- De 1480-1530, foi marcada por intensa
perseguição de judeconversos, aos judeus convertidos, ou os marranos, uma
expressão pejorativa, que se crê significar porcos;
“Entre
os anos 1486 e 1492, 25 autos-de-fé ocorreram em Toledo. Um total de 464
autos-de-fé contra judeus ocorreram entre 1481 e 1826. No total, mais de 13 mil
conversos foram julgados entre 1480 e 1492”.
2- A partir do início do século XVI uma
relativa calma;
3- Entre 1560 e 1714, uma intensa atividade
do Santo Ofício contra os protestantes e os mouros. Foram condenados por ser
judaizantes 5.007 pessoas; mouros 11.311 pessoas; Luteranos 3.499 pessoas;
Illuminati 149 pessoas; Superstições 3.750 pessoas; proposições heréticas
14.319 pessoas; bigamia 2.790 pessoas; solicitações depravadas 1.241 pessoas;
insultar o Santo Ofício 3.954 pessoas; vários outros crimes 2.575 pessoas.
4- O resto do século XVII, em a maioria das
pessoas julgadas é de cristianos viejos – velhos cristãos- que enfraqueceram na
fé, pecaram das mais variadas maneiras.
5- No o século XVIII, onde a heresia deixa de
ser o centro das atenções do tribunal, são outras as causas que ao Santo Oficio
são levadas, as mesmas do século XVII.
“Vale
a pena mencionar a repressão inquisitorial de dois crimes sexuais na época em
que costumava ser associado, com o fundamento de ambos, de acordo com o direito
canônico, contra a natureza: a homossexualidade e bestialidade. A
homossexualidade, na época chamado de "sodomia" foi punido com a
morte por tribunais civis. Foi a responsabilidade da Inquisição somente nos
territórios da Coroa de Aragão, uma vez que em 1524 Clemente VII, em um Breve
Papal, jurisdição concedida à sodomia Inquisição Aragonês, ou não estavam
relacionadas com a heresia. Em Castilla foram julgados há casos de sodomia, a
menos que eles estavam relacionados a desvios heréticas. O tribunal de Zaragoza
distingue pela sua gravidade julgar esse crime: entre 1571 e 1579 foram
julgados em Zaragoza mais de cem homens acusados de sodomia, e pelo menos 36 foram executados; no total, entre 1570 e
1630 eles receberam 534 processos e 102 pessoas foram executadas”.
Na
Coroa de Castela foram estabelecidos os seguintes tribunais permanentes da
Inquisição:
Em
1482 em Sevilha e Córdoba.
Em
1485, em Toledo e em Llerena.
Em
1488, em Valladolid e Murcia.
Em
1489, em Cuenca.
Em
1505, em Las Palmas.
Em
1512, em Logroño.
Em
1526, em Granada.
Em
1574, em Santiago de Compostela.
Para
a Coroa de Aragão:
Em
1482 Zaragoza e Valencia.
Em
1484 Barcelona.
Em
1488 Maiorca.
Fernando,
também, introduziu a Inquisição na Sicília (1513), com sede em Palermo, e na
Sardenha.
Na
América, em 1569 os tribunais foram criados em Lima e no México, e em 1610 em
Cartagena de Índias.
Composição
dos tribunais:
a- Os inquisidores eram preferencialmente
juristas, e menos teólogos;
b- O procurador foi responsável pelo
desenvolvimento da acusação, investigando queixas e questionar testemunhas;
c- Os qualificadores geralmente teólogos
aquém competia determinar se houve um crime contra a fé na conduta do réu.
d- Os consultores eram juristas especialistas
que aconselhou o tribunal em questões de casuística processual.
e- Um secretário -notário de sequestro que
gravou as propriedades do acusado no momento da sua prisão.
f- Um secretário- notário do segredo, que
escreveu as declarações dos acusados e das testemunhas.
g- Escrivão geral, funcionário do tribunal.
h- O xerife era o braço executivo do tribunal,
pois era sua função prender e deter os acusados.
i- O núncio, encarregado de difundir os
comunicados do Tribunal.
j- O Alcaide.
k- O carcereiro encarregado de alimentar os
presos.
l- Os
comissários, por sua vez, eram sacerdotes regulares que colaboravam
ocasionalmente com Santo Ofício.
Era
uma honra pertencer a Família do Santo Oficio, pois provava que a pessoa era
‘limpa de sangue’, não era nem judia, nem moura.
Os
‘familiares’ eram colaboradores laicos do Santo Oficio, que deviam estar
permanentemente ao serviço da Inquisição.
“Um
dos aspectos mais marcantes da organização da Inquisição é o seu financiamento:
desprovido de seu próprio orçamento, dependia exclusivamente sobre o confisco
dos bens dos criminosos. Não é de surpreender, portanto, que muitos dos
acusados eram homens ricos”.
“A
Inquisição não funcionou de forma alguma aleatoriamente, mas de acordo com o
direito canônico, e bom sempre lembra disso, e seus procedimentos eram
explicitados pelas “ Instruções” elaboradas pelo Inquisidores-gerais”.
“
A Inquisição foi finalmente abolida em 15 de julho de 1834 por um decreto real
assinado pela Regente Maria Cristina de Borbón, durante a minoria de Isabel II,
graças a proposta do Presidente do Conselho de Ministros liberal moderado
Francisco Martinez de la Rosa”.
Enfim,
foi um tempo negro na História da Humanidade, uma vergonha para a Igreja
Católica Apostólica Romana, para Soberanos que dela se valeu para assim
consolidar o seu poder, para mim a maior Mancha na Cristandade.
Lista
s seguintes indivíduos desempenharam o cargo de inquisidores-gerais de Espanha
entre 1483 e 1834:
Tomas
de Torquemada (1483 - 1498 ), prévia de Santa Cruz
Diego
de Deza , Arcebispo de Sevilha ( 1498 - 1507 ). Ele renunciou.
Francisco
Jiménez de Cisneros : só na Coroa de Castela ( 1507 - 1517 ), cardeal e
arcebispo de Toledo .
Juan
Enguera : só na Coroa de Aragão ( 1507 - 1513 ), bispo de Vich .
Luis
Mercader : somente na Coroa de Aragão ( 1513 - 1516 ), Bispo de Tortosa .
Adriano
de Utrecht : somente na Coroa de Aragão ( 1516 ); inquisidor Castilla geral e
Aragão ( 1518 - 1522 ), o Cardeal e Bispo Tortosa, o Papa Adriano VI ( 1522 -
1523 ).
Alonso
Manrique ( 1523 - 1538 ), cardeal e arcebispo de Sevilha .
Juan
Pardo de Tavera ( 1539 - 1545 ), arcebispo de Toledo.
García
de Loaysa e Mendoza ( 1546 ), arcebispo de Sevilha.
Fernando
de Valdés ( 1547 - 1566 ), arcebispo de Sevilha. Ele renunciou em 1566.
Diego
de Espinosa ( 1567 - 1572 ), bispo de Sigüenza .
Gaspar
de Quiroga ( 1573 - 1594 ), cardeal e arcebispo de Toledo.
Jerónimo
Manrique de Lara ( 1595 ), bispo de Ávila .
Pedro
Portocarrero ( 1596 - 1599 ), bispo de Calahorra , depois de Córdoba . Ele
renunciou.
Fernando
Niño de Guevara ( 1599 - 1602 ), cardeal e arcebispo de Sevilha. Ele renunciou.
Juan
de Zúñiga e Flores ( 1602 ), Bispo de Cartagena .
Juan
Bautista de Acevedo ( 1603 - 1608 ), bispo de Valladolid .
Bernardo
de Sandoval e Rojas (1608-1618), cardeal e arcebispo de Toledo.
Luis
de Aliaga ( 1619 - 1621 ), confessor real. Ele renunciou.
Andrés
Pacheco ( 1622 - 1626 ), bispo de Cuenca .
Antonio
Zapata e Cisneros ( 1627 - 1632 ), cardeal e arcebispo de Burgos . Ele
renunciou.
Antonio
de Sotomayor ( 1632 - 1643 ), arcebispo de Damasco .
Diego
de Arce y Reinoso ( 1643 - 1665 ), bispo de Plasencia .
Pascual
de Aragón ( 1665 ), arcebispo de Toledo. Ele renunciou.
Juan
Everardo Nithard SJ ( 1666 - 1669 ), confessor do rei, cardeal e arcebispo de
Edessa . Ele renunciou.
Diego
Sarmiento de Valladares ( 1669 - 1695 ), bispo de Plasencia.
Juan
Tomás de Rocabertí ( 1695 - 1699 ), arcebispo de Valência .
Alonso
de Aguilar ( 1699 ), cardeal. Nomeado por Carlos II, ele morreu antes que o
touro de confirmação papal chegasse.
Baltasar
de Mendoza e Sandoval (1699 - 1705 ), bispo de Segovia . Foi encerrado por
Felipe V por suas simpatias pelo partido austríacos durante a guerra de sucessão.
Vidal
Marín del Campo ( 1705 - 1709 ), Bispo de Ceuta .
Antonio
Ibáñez da Riva Herrera ( 1709 - 1710 ), arcebispo de Zaragoza .
Francesco
Del Giudice ( 1711 - 1716 ), o Cardeal. Ele renunciou.
José
Molines ( 1717 ), auditor da Rota Romana. Imediatamente em Milão pelas tropas
austríacas, ele morreu durante o seu cativeiro.
Juan
de Arzamendi ( 1720 ), nomeado por Felipe V , morreu antes de assumir o cargo.
Diego
de Astorga e Céspedes ( 1720 ), bispo de Barcelona . Ele renunciou.
Juan
de Camargo Angulo ( 1720 - 1733 ), bispo de Pamplona .
Andrés
de Orbe y Larreátegui ( 1733 - 1740 ), arcebispo de Valência.
Manuel
Isidro Orozco Manrique de Lara ( 1742 - 1746 ), arcebispo de Santiago .
Francisco
Pérez de Prado e Cuesta ( 1746 - 1755 ), bispo de Teruel .
Manuel
Quintano Bonifaz ( 1755 - 1774 ), arcebispo de Farsala . Ele renunciou.
Felipe
Beltrán Serrano ( 1775 - 1783 ), bispo de Salamanca .
Agustín
Rubín de Ceballos ( 1784 - 1793 ), Bispo de Jaén .
Manuel
Abad y Lasierra ( 1793 - 1794 ), bispo de Astorga e arcebispo de Selimbria .
Francisco
Antonio de Lorenzana ( 1794 - 1797 ), cardeal arcebispo de Toledo. Ele
renunciou.
Ramón
José de Arce ( 1798 - 1808 ), arcebispo de Burgos e Zaragoza. Ele renunciou.
Abolição
da Inquisição (1808-1814), durante a ocupação napoleônica da Espanha.
Francisco
Javier Mier e Campillo ( 1814 - 1818 ), Bispo de Almería .
Cristóbal
Bencomo y Rodríguez ( 1818 ), confessor do rei Fernando VII de Espanha (o cargo
de Inquisidor Geral, foi rejeitado pelo próprio Cristóbal Bencomo). 3
Jerome
Castillón e Salas ( 1818 - 1820 ), Bispo de Tarazona .
1820:
Abolição da Inquisição, durante o Triênio Liberal.
Nota:
É conhecida como Triénio Liberal ou Triênio Constitucional o período de
história contemporânea da Espanha que decorre entre 1820 e 1823, a 8 de Março
de 1820 em Madrid, o Rei Fernando VII é forçado a jurar fidelidade ao da
Constituição espanhola de 1812 e para suprimir a Inquisição espanhola que
constitui o período espanhol de revoluções de 1820 e que é intermediário dos
três períodos em que o reinado de Fernando VII é dividido : após o período
absolutista de seis anos (1814-1820) e antes da década ameaçadora (1823-1833),
isso é Década Ominous ou segunda restauração do absolutismo (1823-1833) para o
período de história contemporânea da Espanha , que corresponde à última fase do
reinado de Fernando VII ( 1814 - 1833 ), após o Triênio Liberal (1820-1823), em
que governou a Constituição Cádiz promulgada em 1812.