terça-feira, 28 de novembro de 2017

Di Cavalcanti.



Eu frequentei o atelier de Di Cavalcanti no Catete, Rio de Janeiro, e possuía além de seu autografo no bilhete em que colocou seu endereço, bem como pequenas obras que foram se perdendo pelo tempo.
Emiliano Augusto Cavalcanti de Paula Albuquerque e Melo, ou simplesmente Di Cavalcanti.
Por seu pai ser de uma aristocrática família pernambucana, os a Cavalcanti de Albuquerque e Melo, muita gente pensa que ele nasceu em Pernambuco, mas não é, ele é carioca da gema nascido na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em 6 de setembro de 1897.
Veio a falecer na sua cidade natal em 26 de outubro de 1976, aos 79 anos, 79 anos bem vividos.
Filiação:
Pai: Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo.
Mãe: Rosália de Sena, cunhada de José do Patrocínio, o abolicionista.
“Pintor modernista, desenhista, ilustrador, muralista e caricaturista brasileiro”.
“Através de suas reconhecidas cores vibrantes, formas sinuosas e temas tipicamente brasileiros como carnaval, mulatas e tropicalismos em geral, fez dele um dos maiores expoentes da Arte Brasileira, junto com Anita Malfatti e Tarsila do Amaral, podemos considera-lo um dos mais ilustres representantes do modernismo brasileiro”.
“As mulheres antes de tudo foram o ser mais representado em suas pinturas e desenhos” – Fonte: obvious
“Também presente as noites cariocas, o samba, que já compunha a cultura musical brasileira, e a sensualidade e beleza da mulher nas suas atividades mais cotidianas. Não podemos esquecer, ainda, o caráter político que tomou a sua obra, mais especificamente com a sua filiação ao Partido Comunista, e também por isso essa sua imensa preocupação em deixar registrado o Brasil real que existia, assim como foi a preocupação de todo o movimento modernista” – Fonte: obvious.

“Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, idealizou e organizou a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo”.
Viagem à Europa em 1923, permanecendo em Paris até 1925 e expôs em diversas cidades: Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdã e Paris.”
“Em 1926 e ingressou no Partido Comunista e criou os painéis de decoração do Teatro João Caetano no Rio de Janeiro”.

Os anos trinta:
1-     International Art Center em Nova Iorque.
2-     Em 1932, fundou, em São Paulo, o Clube dos Artistas Modernos;
3-     Preso em 1932 durante a Revolução Constitucionalista de 1932.;
4-     Casou-se com a pintora Noêmia Mourão;
5-     Publicou o álbum "A Realidade Brasileira", série de doze desenhos satirizando o militarismo da época.
6-     Em Paris, em 1938, trabalhou na rádio "Diffusion Française" nas emissões "Paris Mondial";
7-     Viajou ao Recife e Lisboa, onde expôs no salão "O Século";
8-     Novamente preso no Rio de Janeiro;
9-     Em 1936, escondeu-se na Ilha de Paquetá e foi preso com Noêmia. Libertado por amigos, seguiu para Paris;
10-                       Em 1937, recebeu medalha de ouro com a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de Arte Técnica, em Paris.
Os anos quarenta:
11-                       Em 1940 retorno de Paris fixando-se em São Paulo.
Nota: Um lote de mais de quarenta obras despachadas da Europa não chegou ao destino, extraviando-se.
12-                       Em 1946 expôs no Rio de Janeiro, na Associação Brasileira de Imprensa. Ilustrou livros de Vinícius de Morais, Álvares de Azevedo e Jorge Amado.
13-                       Em 1947, entrou em crise com Noêmia Mourão - "uma personalidade que se basta, uma artista, e de temperamento muito complicado...".
14-                       Participou com Anita Malfatti e Lasar Segall do júri de premiação de pintura do Grupo dos 19.
15-                       Seguiu criticando o abstracionismo. Expôs na Cidade do México em 1949.
Os anos cinquenta:
1-     Em 1951 participou da I Bienal Internacional de Arte de São;
2-     Fez uma doação generosa ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, constituída de mais de quinhentos desenhos.
3-     Beryl Tucker Gilman, inglesa, passou a ser sua companheira e mãe de sua única filha adotiva, Elizabeth Di Cavalcanti;
4-     Negou-se a participar da Bienal de Veneza;
5-      Recebeu a láurea de melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo, prêmio dividido com Alfredo Volpi;
6-     Em 1954, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realizou exposição retrospectiva de seus trabalhos;
7-     Novas exposições na Bacia do Prata, retornando a Montevidéu e Buenos Aires. Publicou "Viagem de minha vida;
8-     1956 foi o ano de sua participação na Bienal de Veneza;
9-     Recebeu o I Prêmio da Mostra Internacional de Arte Sacra de Trieste;
10-                        Recebeu proposta de Oscar Niemeyer para a criação de imagens para tapeçaria a ser instalada no Palácio da Alvorada;
11-                       Pintou as estações da Via-sacra da Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, em Brasília.


 Os anos sessenta:
1-     Ganhou uma sala Especial na Bienal Interamericana do México, recebendo Medalha de Ouro;
2-     Tornou-se artista exclusivo da Petite Galerie, no Rio de Janeiro;
3-     Em 1962 exibição em Paris, da tela "Tempestade". Participou com Sala Especial na VII Bienal de São Paulo;
4-      Recebeu indicação do presidente brasileiro João Goulart para ser adido cultural na França, mas não assumiu o cargo por causa do Golpe de 1964.
5-     Viveu em Paris com Ivete Bahia Rocha, apelidada de Divina.
6-     Lançou novo livro, "Reminiscências líricas de um perfeito carioca" e desenhou joias para Lucien Joaillier.
7-     Em 1966, seus trabalhos desaparecidos no início da década de 1940 foram localizados nos porões da embaixada brasileira.
8-     Candidatou-se a uma vaga na Academia Brasileira de Letras, mas não se elegeu. Uma pena já que tantos parlapatões são para ele eleitos como Cícero Sandroni, um jornalista de quinta categoria, só porque ele é casado com dona Laura Constância, filha do falecido Austregésilo de Athayde;
9-     Seu cinquentenário artístico foi comemorado.
10-                       Em 1971, o Museu de Arte Moderna de São Paulo organizou retrospectiva de sua obra.
11-                       Recebeu prêmio da Associação Brasileira dos Críticos de Arte. Comemorou seus 75 anos no Rio de Janeiro, em seu apartamento no Catete.
12-                       A Universidade Federal da Bahia outorgou-lhe o título de doutor honoris causa. Fez exposição de obras recentes na Bolsa de Arte e sua pintura Cinco Moças de Guaratinguetá foi reproduzida em selo postal.
13-                        
14-                       A 5 de Abril de 1975 recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.
15-                       Faleceu em consequência de a cirrose hepática, ou Insuficiência hepática que afeta o fígado, e no Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1976.

Marina Montini, nascida no Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 1948 e falecida na mesma cidade em 20 de março de 2006, atriz e modelo, foi a ultima musa inspiradora de Di Cavalcanti.

Principais obras:
Pierrete - 1922
Pierrot - 1924
Samba - 1925
Mangue - 1929
Cinco moças de Guaratinguetá - 1930
Mulheres com frutas - 1932
Família na praia - 1935
Nascimento de Vênus - 1938
Ciganos - 1940
Mulheres protestando - 1941
Arlequins - 1943
Gafieira - 1944
Colonos - 1945
Abigail - 1947
Aldeia de Pescadores - 1950
Nu e figuras - 1950
Retrato de Beryl - 1955
Tempos Modernos - 1961
Tempestade - 1962
Retrato de Marina Montini - 1969
Duas Mulatas - 1964
Músicos - 1963
Ivette - 1963
Rio de Janeiro Noturno - 1963
Mulatas e pombas - 1966
Baile Popular – 1972


“Considero Di Cavalcanti, o mais brasileiro dos pintores, sua obra mostrou ao mundo a essência de um Brasil mulato e boêmio”.





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