A jornalista Sylvia Bittencourt faleceu no 30 de Janeiro de 1995, no Largo do Boticário RJ, em sua casa de número 20, no bairro do Cosme Velho, Rio de Janeiro, onde ela e o marido Paulo edificaram nove residências a partir de material de demolição.
Dona Majoy, o Largo do Boticário e eu.
Dona Aracy de Campos Felício dos Santos, amiga da família, gostava
de meu traço e me recomendou a Augusto Rodrigues (Recife, 21 de dezembro de
1913 — Resende, 9 de abril de 1993) artista plástico e arte-educador brasileiro,
pintor, desenhista, gravador, ilustrador, caricaturista, fotógrafo, que tinha
um atelier virado para o Largo do Boticário, e que depois publicou “ em 1989,
lançou “Largo do Boticário – Em Preto e Branco”, composto por 80 fotografias
tiradas no decorrer de vários anos”, para que ele- meu traço- fosse apurado.
Para não ir sozinho levei meu amigo Paulo Jorge Manoel de Gonzaga
Ribeiro Lopes, que era um excelente desenhista, comigo. (Por onde andará esse
meu amigo de juventude?).
Lá chegamos e não sei quanto tempo nós ficamos com o
pintor-educador que falava, falava, falava sem parar dele mesmo, não querendo
saber nada de nos dois.
Levantou e pomposamente afirmou que ia nos levar a passear
no Largo do Boticário, o que significava que bastávamos descer uma escada para
nele estarmos.
Lá chegando havia uma senhora desgrenhada, com pinta de
artista da Nouvelle vague, porque não dizer que parecia meia amalucada.
Fomos apresentados a ela, e o pintor-educador deu no pé.
Mal sabia ele que tanto eu, quanto o Paulo, não tínhamos ido
com a cara dele, e com seu ato repentino de nos deixar ali penso que a
reciproca foi verdadeira, ele não foi com a nossa.
Era dona Majoy, a jornalista Sylvia Bittencourt, que
perguntou quem éramos nós, e quando soube o meu nome de família se abriu e
contou a História do Largo do Boticário.
Ela, na época, não morava lá, se bem me lembro em uma casa
na Praia do Pepino, isso é no finalzinho da praia de São Conrado.
Ela estava querendo até despejar um inquilino, um poseur que
que não pagava os alugueis a muito tempo, que a irritava demais com suas
atitudes sociais, pois ele desfilava como um grand seigneur no então balneário
chic do Rio de Janeiro, e com isso, segundo ela, pagar suas obrigações NADA.
Ela meteu o pau no cara, nem imaginem o que ela falou, risos.
Eu sabia que eram porque a mulher dele era amiga de adolescência
de meu pai, mas fiquei calado, calado, só ouvindo.
Falou do ex-marido Paulo Bittencourt, da sua substituta,
dona Niomar Moniz Sodré Bittencourt, essa que foi presidente do Correio da
Manhã, jornal publicado no Rio de Janeiro, de 1901 a 1974, do Museu de Arte
Moderna do Rio de Janeiro, da filha, então socialite, Sybil Bittencourt Szávostz,
de quem me pareceu afastada.
Enfim, voltei algumas vezes no Largo do Boticário, pois peguei
amor pelo local, para conversar com dona Majoy, mas as coisas mudam e eu não
tive mais tempos para lá ir.
Por isso, gostaria de ver o nosso Largo do Boticário
revitalizado.
É uma questão de amor.
Jorge Eduardo Fontes Garcia.
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