183 A - Elizabeth I, a maior das Rainhas da
Inglaterra.
Brasão de armas da rainha Elizabeth I, com
seu lema pessoal: "Semper eadem" ou "sempre a mesma"
A fundação do Império inglês, conhecido como o Império Britânico, se
deve ao tino de uma mulher sofrida, humilhada, distratada, achincalhada por
casa de sua Fé, chamada Elizabeth Tudor, a primeira Elizabeth a subir no Trono
da Inglaterra, conforme já expliquei nas conversas anteriores.
Mais, quem foi Elizabeth I?
Foi chamada de Elizabeth em homenagem a suas avós, Elizabeth de York,
Rainha-consorte e Henrique VII, e Elizabeth Howard, filha de Thomas Howard e de
Elizabeth Tilney, Duques de Norfolk, e esposa de Thomas Bolena, Conde de
Wiltshire.
Seu pai, Henrique Tudor, era durão e cônscio de sua função de Rei da
Inglaterra, e ela puxou a ele.
Sua mãe, Ana Bolena, era frívola, leviana, insensata, e ela não puxou a
mãe.
Elizabeth era durona e cônscia de sua função como Rainha da Inglaterra,
tanto que “casou” com o Reino.
Elizabeth era séria, ponderada, sensata, tanto que governou a
Inglaterra por 44 anos, 4 meses, 7 dias e morreu amada pelos seus súditos.
Ana Bolena nunca teve cabeça,
além do que a pouca massa cinzenta que tinha era manipulada pela sua ambiciosa família,
gostava “daquilo” à beça, e acabou sem a ‘dita cuja’ numa sexta-feira pela
manhã, no dia 19 de maio de 1536, na Tower Green no complexo da Torre de
Londres.
Elizabeth era pura cabeça, era a antítese da “maria-vai-com-as-outras”,
se tornou a Rainha Virgem para não perder a cabeça numa manhã qualquer na Tower
Green no complexo da Torre de Londres e olha que tentaram durante os seus 69
anos de vida.
Nascida no Palácio de
Placentia, em Greenwich, nas margens do Rio Tamisa, no dia 7 de setembro de
1533 e falecida no dia 24 de março de 1603, em Richmond Palace, residência
palaciana dos Reis, que “poucos meses depois da execução de Charles I, em 1649,
foi vendido por £ 13.000. Ao longo dos anos foi demolido, e as pedras
reutilizados como materiais de construção”.
Ficava situado em The Green,
em Richmond, na região administrativa (borough) londrina de Richmond upon
Thames, mas era lá que Elizabeth gostava de morar, de caçar veados no The
"Newe Parke of Richmonde", agora the Old Deer Park, de ter uma vida
mais campestre.
Uma vista do Richmond Palace publicada em 1765.
Baseada em antigos desenhos,
uma vez que o palácio já fora demolido nesta data.
De Herdeira Presuntiva do
Trono Inglês ao nascer, aos 3 anos, depois de sua mãe ser decapitada, foi
considerada bastarda.
Suas agruras começaram.
Apesar disso, a primeira
governanta Elizabeth, Margaret Bryan, escreveu sobre ela "uma criança
promissora e suave como eu jamais conheci em minha vida”.
Sua tutora e, também,
encarregada da educação dos meninos Tudor, Maria I e Eduardo VII, foi Blanche
Milborne, Lady Herbert of Troy, até o início de 1546.
Como governanta Elizabeth teve
Catherine "Kat" Ashley, nascida Catherine Champernowne, de 1537 até
sua morte em 1565, uma amiga fiel de todas as horas.
O “ Kat” foi o apelido dado
por Elizabeth então com 4 anos de idade. Catherine "Kat" Ashley é
tia-avó de Sir Walter Raleigh e Sir Humphrey Gilbert.
"Kat" Ashley, um
mulher educada e cultíssima, ensinou a futura Rainha astronomia, geografia,
história, matemática, francês, flamengo, italiano, espanhol, bordado, dança,
equitação e comportamento (acostumado Elizabeth ao "código elaborado de
polidez e subserviência aos seus mais velhos").
Em 1558, Elizabeth mostrou sua
gratidão para com "Kat" Ashley, que a acompanhou até nas prisões e
por ela foi parar na Torre de Londres, nomeando-a First Lady of the Bedchamber
(a primeira-dama do quarto, uma posição eu lhe dava um tremendo prestigio e uma
grande influência).
Elizabeth foi por seus
inimigos católicos e conselheiros da irmã envolvida com a Rebelião de Wyatt de
1554 - um levante popular contra a decisão da Rainha Maria I de se casar com o católico
Felipe II de Espanha.
Presa e interrogada sempre
negou seu envolvimento.
Em 18 de março de 1554 foi
encarcerada na Torre de Londres.
Os seus oponentes, até o
Embaixador de Carlos V, primo e futuro sogro de Maria, a sanguinária,
aconselharam a Rainha em função a decapita-la pela segurança do Trono católico Inglês.
Stephen Gardiner, Bispo de
Winchester e Lord Chancellor, pugnava pela decapitação.
William Paget, Barão Paget de
Beaudesert, cavaleiro da Ordem da Jarreteira e Lord Privy Seal, portanto com
assento no Conselho Privado, alertava a Maria, a sanguinária, de que “na
ausência de provas concretas contra ela, Elizabeth, deveria ser poupada”.
Venceu o partido de Lord Paget
e a futura Rainha foi parar em prisão domiciliar no Woodstock Palace, em Woodstock,
Oxfordshire, sendo o carcereiro Sir Henry Bedingfield, que a tratou com tanta
dignidade que ao subir ao Trono ela a ele se referiu como "fiel e
bem-amado", o empregando em seu serviço, e dando-lhe o Manor (mansão) de
Caldecot em Norfolk.
E Kat" Ashley foi com ela
para Woodstock Palace.
Depois de Woodstock Palace
elas foram transferidas para Hatfield House, uma casa de campo situada no Great
Park, no lado leste da cidade de Hatfield, Hertfordshire, por ordem de Maria I,
a sanguinária, agora por suspeita de ter feito um acordo de casamento com Thomas
Seymour, um carreirista.
Esse acordo foi considerado –
numa forçada de barra- como Traição, e
naquela época os casamentos dos membros da Família Real e da nobreza dependiam
da vontade e do de acordo do Soberano.
O arrivista Thomas Seymour, 1o
Barão Seymour de Sudeley, KG, era irmão da Rainha Jane Seymour, a terceira
esposa do de Henrique VIII e mãe do Rei Eduardo VI. De uma ambição desmedida “
já tinha mostrado algum interesse em se casar com qualquer uma das filhas de
Henrique, Elizabeth ou Maria, contudo acabou casando secretamente com a viúva
de seu ex- cunhado, o Rei, a sobrevivente Catherine Parr, em abril ou maio de
1547, e que com sua morte fez dele o homem mais rico da Inglaterra”.
Catherine "Kat"
Ashley o colocou para correr do quarto de Elizabeth, então com 14 anos, devido
a suas gracinhas (chegou a fazer cocegas nela, e deu palmadinha no bumbum dela,
enquanto ela estava de camisola de dormir), e ele em 20 de março de 1549, com
idade entre 40-41, foi decapitado em Tower Hill, Londres.
Mais, voltemos a educação de
Elizabeth.
A seguir foi a vez de William
Grindal, em 1544, que a ensinou a escrever em francês, Inglês, latim e italiano.
Em 1548, William Grindal
morreu, e foi substituído por Roger Ascham.
Em 1550, ano que se pode
considerar como o ultimo da educação formal, ela foi avaliada como uma das
mulheres mais educadas e cultas de seu tempo, de sua geração.
No final da vida ela, também,
falava Galês, Cornish ou córnico, uma língua celta falada na Cornualha, escocês
e irlandês.
“O embaixador veneziano, em
1603, escreveu para o Doge sobre como ela falava esses idiomas “dominado [estas]
línguas tão perfeitamente bem que cada uma delas parecia ser a sua língua natal".
Culta, a Rainha Virgem.
Maria I, a sanguinária,
deprimida, meio louquinha, chorando a falta do marido Felipe na cama, frustrada
por não ter filhos, enfraquecida e doente, morreu aos 42 anos, no Palácio St.de
James, durante uma gripe epidêmica, no 17 de novembro de 1558.
Procissão Triunfal
No dia 14 de janeiro de 1559,
vinda de sua prisão em Hatfield House, no meio de uma procissão triunfal,
Elizabeth foi aplaudida por uma multidão alegre e festiva, revelando um
entusiasmo espontâneo, afinal o povo
anteviu que uma nova Era
estava começando, The Elizabethan era, a Era Elisabetana, L'ère élisabéthaine, La
época isabelina, Das Elisabethanische Zeitalter, L'età elisabettiana, העידן האליזבתני, елизаветинской эпохи (yelizavetinskoy
epokhi), a Era de Ouro que transformou a Inglaterra em uma potência rica até os
nossos dias, e a senhora absoluta dos mares do mundo até a II Grande Guerra
(1939-1945).
No dia seguinte, 15 de janeiro
de 1559, Elizabeth Tudor foi Sagrada e Coroada “By the Grace of God, Queen of
England, France and Ireland, Defender of the Faith, etc.”, na Abadia de
Westminster.
A bastarda protestante foi Coroada
para gáudio de seu povo já cansado dos desmandos da fanática católica, Maria I,
que durante um tempo, também, foi bastarda, mas nunca perdoou essa afronta e recalcada,
pouco inteligente, passional, sonhando com o sexo de seu marido, Felipe II de
Espanha, portanto má amada, tantas fez que acabou ganhando e entrando para
História com o apelido de “ A sanguinária”.
Vários filmes já contaram a
história de amor de Elizabeth com Robert Dudley, Conde de Leicester, que “nas
palavras de Susan Doran, historiadora com 16 livros publicados sobre Elizabeth,
Diretora de Estudos Históricos do Regent's Park College,
Oxford, and Senior Research Fellow for History at Jesus College, Oxford,
manteve-se "sempre o centro da vida
emocional de Elizabeth I”, tanto que “extremamente ciumenta, fez cenas de
desagrado e ódio ao longo da vida da nova esposa de Lord Leicester, Lettice
Knollys, a banindo da Corte, indo residir em Leicester House on the Strand.
Robert Dudley, Conde de Leicester, morreu a
caminho de Buxton, Derbyshire, onde ia tomar os banhos, em Cornbury Park, perto
de Oxford, no dia em 4 de setembro de 1588.
A saúde de Leicester não tinha
sido boa há algum tempo e os historiadores têm considerado tanto malária,
quanto câncer de estômago como a causa da morte, mas ela veio de forma
inesperada, tanto que Elizabeth ficou profundamente afetada e se trancou nos
seus aposentos por vários dias até que The Right Honourable
The Lord Burghley, ou William
Cecil, Barão Burghley, Secretary of State and Lord High Treasurer, arrombou as
postas.
Robert Dudley, Conde de Leicester.
Waddesdon Manor propriedade da National Trust/ Jacob
Rothschild, quarto Barão de Rothschild,
A Coleção Rothschild.
Outrora atribuído a Steven van der Meulen, pintor
flamengo.
Mais, o Parlamento e o
Conselho queriam casar Elizabeth, e esses foram os pretendentes:
1- Felipe
II, Rei de Espanha e viúvo de Maria I, a sanguinária, portanto seu ex- cunhado;
2- Eric
XIV, Rei da Suécia, House of Vasa;
3- Charles
II Francis, Archduke of Austria, and ruler of Inner Austria (Styria, Carniola
and Carinthia), House of Habsburg;
4- Henry
III, King of France, King of Poland, Grand Duke of Lithuania, Alexandre Édouard
de France, Polish: Henryk Walezy, Lithuanian: Henrikas Valua, House of Valois,
Orléans-Angoulême, Cadet branch of the Capetian dynasty;
5- Francis,
Duke of Anjou, Duke of Berry, Duke of Touraine, Duke of Alençon, Duke of
Château-Thierry, Duke of Évreux, Count of Perche, Count of Meulan, Count of
Mantes;
“Em 1570, figuras importantes
do governo aceitaram reservadamente que Elizabeth jamais se casaria ou nomearia
um sucessor”.
Genial, Elizabeth, declara:
“And therefore I say again, I
will marry as soon as I can conveniently, if God take not him away with whom I
mind to marry, or myself, or else some other great let happen”.
Para a seguir afirmar:
“In 1559, she told the
Commons, "And, in the end, this shall be for me sufficient, that a marble
stone shall declare that a queen, having reigned such a time, lived and died a
virgin"”.
T.L.:
“ Em 1559, ela disse aos Membros
da Câmara dos Comuns:
“E, ao final, isto será o
suficiente para mim, uma pedra de mármore declarando que uma Rainha, tendo
reinado tal tempo, viveu e morreu virgem ".
Acrescentando que ela casada
com seu reino e súditos, sob a proteção Divina.
Completando “In 1599, she
spoke of "all my husbands, my good people".
T.L.: “Em 1599, ela falou de
"todos os meus maridos, minhas boas pessoas”. ”
Assim, foi instaurado o “
culto da virgindade” de Elizabeth I.
Continua....
Miniature of Elizabeth I
by Nicholas Hilliard, 1572
Ourives e pintor de Iluminuras ou
Miniaturista inglês.
*1547 – +7 de janeiro de 1619
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