Continuação
- Dinastia Trastámara.
Joana
a Louca e Filipe o Belo
Detalhes
do Juízo Final
Triptych*
de Zierikzee,
Pelo
Mestre de Affligem, um pintor de Flandres
Royal
Museums de Belas Artes da Bélgica
1 de
janeiro de 1505
*Um tríptico, é
geralmente, um conjunto de três pinturas unidas por uma moldura tríplice (dando
o aspecto de serem uma obra), ou somente três pinturas juntas formando uma
única imagem. Considerada uma criação cristã, é atualmente não somente
utilizado em quadros devocionais, pois, muitos artistas usam principalmente em
pequenas coleções.
Existem trípticos dobráveis e outros
completamente rígidos. Os dobráveis, são na verdade um painel com duas portas
(uma de cada lado), que podem fechar escondendo assim as três imagens,
semelhante a um oratório, feito por sinal para pinturas pequenas ou leves (ao
lado um exemplo de tríptico dobrável). Os rígidos são utilizados mais para
serem colocadas obras grandes que não devem ser movimentadas devido ao seu peso
ou somente pinturas pesadas.
Juana I de Castilla, llamada
«la Loca» (Juana I de Castela, chamada de “ A Louca”) casou em 20 de outubro
1496 com Felipe I de Castilla, llamado «el Hermoso» (Felipe I de Castela,
chamado "O Belo"), nascido Arquiduque da Austria, primogênito de
Maximiliano I, Sacro Imperador Romano e Maria de Borgonha, no escopo dos
Habsburgos da política dos ‘casamentos vantajosos’, como veremos.
Frederico
III de Habsburgo
O pai de Maximiliano foi Frederico
III de Habsburgo, filho de Ernesto, o de Ferro, Duque da Áustria Interior - Estíria,
Caríntia e Carniola - (Ernst der Eiserne, Herzog von Innerösterreich - Steier,
Kärnten, Krain).
A mãe de Maximiliano foi Dona Leonor
de Portugal, Infanta de Portugal, filha de Dom Duarte I, Rei de Portugal, e de
Dona Leonor de Aragão, essa filha de Don Fernando I, Rei de Aragão, com Leonor
Urraca de Castela, a famosa Condessa de Albuquerque, da Casa Real de Trastámara
e Aragão.
Dom Duarte I, Rei de Portugal,
da Dinastia de Avis, era um soberano rico, graças “ao comércio de açúcar das
ilhas atlânticas, de escravos, d’ouro, da malagueta da costa africana, pois o
nosso querido Portugal do século XV estava em franco crescimento económico”,
portanto casar com um filho, ou uma filha, sua era realizar um “casamento
vantajoso”.
“Casarem em 16 de março de
1452, em Roma, e os dois foram coroados na Basílica de São Pedro pelo Papa
Nicolau V Imperador e Imperatriz do Sacro Império Romano Germânico. Frederico
III foi o último imperador do Sacro Império Romano a ser coroado em Roma”.
O Dote serviu para consolidar
o Poder de Frederico III.
E Frederico a seguir cobriu Eleonore
Helena von Portugal, Kaiserin consort des Heiligen Reiches, Königin von
Deutschland und Erzherzogin Gemahl von Österreich, de filhos:
Arquiduque Cristóvão (16 de
novembro de 1455 - 21 de março de 1456)
Maximiliano I, Sacro Imperador
Romano (22 de março de 1459 - 12 de janeiro de 1519)
Arquiduquesa Helena (03 de
novembro de 1460 - 28 de fevereiro de 1461)
Arquiduquesa Kunigunde (16 de
março de 1465 - 06 de agosto de 1520), casou com Albert IV, Duque da Baviera
Arquiduque João (9 de agosto
1466- 10 de fevereiro de 1467),
Eleanor morreu em Wiener Neustadt, localidade ao sul de
Viena, em 03 de setembro de 1467, e está sepultada e, enterrado no Mosteiro
cisterciense de Neukloster, em Neukloster, distrito de Nordwestmecklenburg,
estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental.
Carlos,
o Temerário.
O nobre , sem dúvida nenhuma,
mais poderoso da época era Carlos, o Temerário, em alemão: Karl der Kühne, de la
maison capétienne de Valois-Bourgogne, Duque da Borgonha, Duque de Brabante,
Duque de Lothier (título honorário que vai junto com a do Duque de Brabant),
Duque de Limburgo, Duque do Luxemburgo, Duque de Gelderland, Conde de Flandres,
de Artois, Palatino de Borgonha (Franche-Comté), de Hainaut, de Holland, da
Zelândia, de Namur, de Vermandois, de Ponthieu, de Charolais , de Auxerre, de
Mâcon, de Boulogne, de Zutphen , e Marquês de Antuérpia.
Sua influência sobre a
Picardia (essencialmente, as cidades do Somme), Principado de Liége, o Ducado-
Bispado de Utrecht, os Ducados de Cleves, de Lorena, de Bar, de Bouillon, os
Condados de Nevers, de Rethel, de Montbéliard, os Bispados de Metz, de Toul, de
Verdun, da Basileia, Landgraviato da Alta Alsácia, Sundgau, sul da região da
Alsácia (leste França), País de Breisgau, no hoje estado de Baden-Württemberg,
era inconteste.
Portanto, Carlos, o Temerário,
além de influente era riquíssimo.
Carlos, o Temerário, membro da ‘Segunda Casa de Borgonha - Valois-Bourgogne’
, Príncipe de Sangue Real francês, descendente direto de João II, o Bom (Jean II,
le Bom), Rei da França de 22 de agosto de 1350 - 8 de abril de 1364, através de
Filipe, o Audaz, « Philippe le Hardi », Príncipe de França, Duque de Touraine, Conde
de Flandres e Artois e Conde Palatino da Borgonha, uma das personagens
importantes do século XIV, filho mais novo do Rei João II, o seu favorito, e de
Bona de Luxemburgo, que recebeu em doação total e hereditária o Ducado de
Borgonha, e , simultaneamente, a elevação a Primeiro Par de França, com
confirmação e reconhecimento por Carta Patente de 2 de junho de 1364,
promulgada por seu irmão, Carlos V, Rei de França.
Carlos, o Temerário, era filho de Filipe III de Borgonha, dito Filipe,
o Bom, da terceira geração dos Valois-Bourgogne a frente do governo do
Ducado da Borgonha, cujo pai foi apunhalado por ordem de Carlos VII, o
Vitorioso, Rei de França, o que o tornou um aliado da Inglaterra, que com a Paz
de Gravelines entre Filipe, o Bom e Henrique VI de Inglaterra, que permite a
retoma do comércio entre a Inglaterra e Flandres, se torna “o mais poderoso Príncipe da cristandade”.
Por parte de mãe Carlos, o Temerário, era filho de Dona Isabel de
Portugal, Infanta de Portugal, única filha de Dom João I, O de Boa Memória
pelo legado que deixou, Rei de Portugal e Algarves de 6 de abril de 1385 - 14
de agosto de 1433, Grão-Mestre da Ordem de Avis, fundador da Dinastia de Avis
ou Dinastia Joanina, que “ organizou em seu novo Ducado uma Corte refinada e
erudita”, e de Filipa de Lencastre - Philippa of Lancaster, filha de João de
Gante (John of Gaunt), primeiro Duque de Lancaster, esse filho de Eduardo III,
Rei da Inglaterra e Felipa de Hainaut, e
sua primeira esposa Blanche de Lancaster, ambos
da Casa Plantageneta já que eram primos.
Dona Isabel de Portugal era
irmã dos ilustres Príncipes lusitanos:
1- Duarte
I, Rei de Portugal, sucessor do pai no Trono português, poeta e escritor
2- Pedro,
Duque de Coimbra, foi um dos Infantes mais esclarecidos do seu tempo, o
"Infante das Sete partidas". Tendo recebido nelas o feudo de Treviso,
com o título de Duque de Treviso, pelo imperador Segismundo da Hungria, e
investido cavaleiro da Ordem da Jarreteira pelo seu tio Henrique IV, Rei da
Inglaterra. Foi Regente durante a minoridade do seu sobrinho, o futuro Rei D.
Afonso V e morreu na Batalha de Alfarrobeira, lutando contra esse mesmo
sobrinho.
Batalha
essa onde também faleceu Álvaro Vaz de Almada, Conde de Abranches, valido do Infante
Dom Pedro. O Conde “que «encarnou» completamente o espírito de cavalaria
medieval, que se ainda vivia na época no Ocidente e não só, e através da sua
vida podemos ver o muito que ela continha. Isso na forma de pensar, pelo que se
debateu e como agiu nas várias circunstâncias, e como os outros reagiram”.
“Segundo
conta a crónica de Rui de Pina (Guarda, 1440 —
1522) foi um cronista e diplomata português a serviço de Dom João II, “entre as
quais se destaca a representação dos interesses portugueses em Barcelona, após
a viagem de descoberta de Colombo, procurando delimitar, em negociações que
prenunciavam já o Tratado de Tordesilhas, os domínios destinados a Portugal e
aqueles destinados a Espanha”) , morre heroicamente com um brado da
sua boca sabendo da sua "sorte" e que não podia fugir a ela para não
cair em desonra, por ter feito um pacto de sangue com o seu
"príncipe" e maior amigo antes dela começar, que desde então ficou
célebre:
"Meu corpo sinto que não podes mais, e
tu, minh'alma já tarda; é fartar vilanagem".
3- Henrique,
O Navegador, Infante de Sagres, Duque de Viseu, senhor da Covilhã - porta da
Serra da Estrela, investiu a sua fortuna em investigação relacionada com
navegação, náutica e cartografia
4- João,
Infante de Portugal, 3.º Condestável de Portugal, Mestre da Ordem de Santiago,
1.º Senhor de Reguengos, Colares e Bela, e avô de Isabel, a Católica, Rainha de
Castela
5- Beato Fernando, o Infante Santo, 1º Senhor
de Salvaterra de Magos, hoje concelho de Salvaterra de Magos, e de Atouguia da
Baleia (uma freguesia portuguesa do concelho de Peniche).
Beatificado
em 1470, pelo Papa Paulo II, com festas em 5 de junho.
O Infante
Santo faleceu como refém no cativeiro muçulmano em Fez, diante da recusa do
Infante Dom Henrique em devolver Ceuta, sacrificado assim aos interesses do
país. Faleceu em Fez, 5 de junho de 1443.
Ele sabia
que ia morrer nas mãos dos mouros, tanto que “ao despedir-se do seu irmão Dom Henrique,
lhe terá dito:
"Rogai
por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!".
O Infante
Santo está sepultado na Capela do Fundador no Mosteiro da Batalha, onde hoje
repousam ao lado dos pais e irmãos.
Esses Príncipes eram membros
da “Ínclita Geração” - é o epíteto dado na História de Portugal aos filhos do
rei João I de Portugal (1356-1433) e de Filipa de Lencastre (1360-1415).1 Foi
cunhado pelo poeta Luís de Camões em "Os Lusíadas" (Canto IV,
estância 50):
"Mas,
pera defensão dos Lusitanos,
Deixou,
quem o levou, quem governasse
E
aumentasse a terra mais que dantes:
Ínclita
geração, altos Infantes."
A expressão refere-se ao valor
individual destes príncipes - os que chegaram à idade adulta, uma vez que os
dois primeiros filhos do casal morreram ainda crianças - que se destacaram em
sua época pelo seu elevado grau de educação, valor militar, grande sabedoria e
predominância na vida pública portuguesa.
Com essas Linhagens Carlos, o
Temerário, só podia ser o que foi:
Um Príncipe poderoso orgulhoso
de suas Linhagens.
Carlos casou 3 vezes:
1-
Catarina (Catherine) de França, filha de Carlos
VII, Rei de França e de Marie d'Anjou. Ela com 12 anos e ele com 6 anos. Ela
morreu com 18 anos.
2-
Isabelle de Bourbon, filha de filha de Carlos I
de Bourbon, Duque de Bourbon e Agnes da Borgonha, uma Princesa de sangue real, descendente
de São Luís, por Roberto de Clermont, o fundador da Casa Capetiana de Bourbon.
Ela levou como dote o senhorio de Château-Chinon, que mais tarde tornou-se o
Condado de Chateaux-Chinon, uma antiga fortaleza feudal no centro da atual
região de Bourgogne. Foram pais de:
Marie
de Bourgogne, Maria, a Rica, Duquesa da Borgonha, herdeira única de todos os
Títulos, feudos, e senhorios do pai. (Duchesse de Bourgogne et de Brabant,
comtesse de Flandre, de Hainaut et de Hollande…, Fille unique du Duc de
Bourgogne Charles le Téméraire
3-
Margarida de York e Margaret Plantageneta,
Princesa da Casa de York- Inglaterra, irmã dos Reis Eduardo IV e Ricardo III de
Inglaterra.
Blason d’Armes
Marie de Bourgogne
Deux grandes
parties:
1-
Le premier (gauche) pour Maximilien Ier de
Habsbourg coupé du parti d'Autriche ancien et d'Autriche moderne, et du tiercé
en pal de Styrie, de Carinthie et de Carniole, sur le tout de Tyrol.
2-
Le deuxieme (doit) écartelé en 1 et 4 d'azur
semé de fleurs de lys d'or à la bordure componée d'argent et de gueules et en 2
parti de bandé d'or et d'azur de six pièces, à la bordure de gueules et de
sable au lion d'or, armé et lampassé de gueules et en 3 parti de bandé d'or et
d'azur de six pièces, à la bordure de gueules et d'argent au lion de gueules
armé et lampassé d'or. Sur le tout d'or au lion de sable armé et lampassé de gueules
Ora, Frederico III tinha
criado para si e sua família o conceito de que a Austria, leia-se os Habsburgos,
tinha que governar o mundo, tanto que adotou como Divisa AEIOU, que corresponde
ao Latina "Austria é imperar orbi universo", em alemão: “ales isto Österreich
Erdreich Untertan (que significa " Cabe a Áustria para governar o mundo
"), com isso foi buscar pilares para sua política de “ Casamento
vantajosos”, já que afirmava aos quatro ventos “Lassen Sie andere tun die
Kriege, aber du, glückliches Österreich, soll heiraten”, T.L.: Deixe que os
outros façam as guerras, mas você, feliz Áustria, deve se casar”, e encontrou
em Maria da Borgonha, a Riquíssima Maria, e de nobilíssimas famílias, o que
procurava.
Frederick III, Holy Roman
Emperor and Eleanor of Portugal, Holy Roman Empress
Detalhe:
A mulher de Frederico III era
Dona Leonor de Portugal, filha de um dos Príncipes da Ínclita Geração, El Rey
Dom Duarte I, O Rei Filosofo, que era irmão da mãe de Carlos, o Temerário, a Dona
Isabel de Portugal, Duquesa consorte da Borgonha, portanto, Maximiliano e Maria
eram primos.
Em Gante, em neerlandês e
alemão Gent e em francês Gand, hoje uma cidade e município belga, capital da
província da Flandres Oriental, no dia 19 de agosto de 1477, é realizado o
casamento de Maximiliano e Maria.
Les États bourguignons (belge,
luxembourgeoise, allemande ou « romain-germanique », os Estados da Borgonha,
isso é, a Bélgica, Luxemburgo, Alemanha ou "Romano-Germânico", passam
definitivamente, e por muito tempo, para o domínio da Casa de Habsburgo, os
Arquiduques Hereditários da Austria.
A França está parcialmente
cercada, só faltando o outro lado dos Montes Pireneus, nas Espanhas, para ter
suas fronteiras totalmente dominadas por uma Dinastia hostil a dos Capetos, do
ramo da Casa de Valois, Les Valois directs.
Logo, isso será resolvido.
Dupla MM- Maximiliano
e Maria.
Ilustração do
Weißkunig
Hans Burgkmair der
Ältere
Hans Burgkmair, o
velho (1473 - 1531)
Pintor alemão e
impressor de xilogravuras.
Maria da Borgonha e
Maximiliano, Imperador Sacro, são pais de:
1- Felipe
I de Castilla, llamado «el Hermoso», Arquiduque da Austria, nasceu em Bruges,
Flandres, Bélgica, em 22 de julho de 1478 e faleceu na mesma cidade em 25 de
setembro de 1506, sucedeu sua mãe como Philippe IV da Borgonha, e tornou-se
Filipe I de Castela, pelo casamento com Joana de Castela, a Louca, filha de
Fernando de Aragão, e Isabel de Castela, os Reis Católicos. Foi Duque de
Borgonha, de Brabante, de Limburgo, de Luxemburgo, Conde de Flandres,
Habsburgo, Hainaut, Holanda e Zelândia, Tirol e Artois, senhor de Antuérpia e
de Malinas (Mechelen (em flamengo), Malines (em francês)), entre outras cidades...
2- Margarida,
Arquiduquesa da Austria, Princesa de Borgonha, fille de France, infante d'Espagne
et duchesse de Savoie, nasceu em Bruxelas no dia 10 de janeiro de 1480, e faleceu
em Mechelen ou Malinas, no dia 1 de dezembro de 1530), casada com:
a) Juan ou João,
Príncipe das Astúrias, filho e herdeiro do Rei Fernando II de Aragão e da Rainha
Isabel I de Castela;
b) Filiberto II, Duque
de Savóia.
3- Francisco, Arquiduque da Austria, *2
de setembro de 1481 - + 26 de dezembro de 1481.
Imperador Maximiliano I e seu
filho Filipe, o Belo, sua esposa Maria de Borgonha, seus netos Ferdinando I, Carlos
V&I - Imperador e Rei, e Luís II - Ludwig II (Czech Ludvik Jagiello) - seu
neto por casamento com Doña Maria, filha de Felipe, o Belo, e Joana, a Louca.
Ora, ora, Maximiliano I casou
seu Herdeiro, Felipe, o Belo, com a Infanta Joana de Trastámara y Trastámara.
Casou sua filha Margarida com Juan
de Aragón, heredero de las coronas de Aragón y Castilla. Fue, por tanto, Príncipe
de Asturias y Gerona, Duque de Montblanc, Conde de Cervera y señor de Balaguer-
João de Aragão, herdeiro das coroas de Aragão e Castela. Era, portanto,
Príncipe das Astúrias e Girona, Duque de Montblanc, Conde de Cervera e Senhor
de Balaguer.
Cercava assim a França dos
Valois.
E mais, tornava sua Casa mais
rica ainda e poderosa, riquíssima e poderosíssima.
Juan e Margarida casaram em
abril de 1497, em La Catedral de Santa María de Burgos, hoje Castela e Leão,
Espanha, mas “Seis meses depois de seu casamento, 4 de outubro, morreu de
varíola em Salamanca. Margarida, cumprido o tempo, deu à luz uma filha que
morreu no parto.
A Herança das Espanhas passou
para a irmã mais velha do de cujus, Doña Isabel de Aragón, Infanta de Castela e
Aragão, elevada a Princesa das Astúrias e Girona em 6 de outubro de 1497, que
se tornou Rainha consorte de Portugal (de Dom Manuel I, o Venturoso) em 13 de
setembro de 1497, pois “concordou em casar com Manuel, na condição de ele
expulsar todos os judeus que não se convertem ao cristianismo a partir de
Portugal, e ele concordou com seu ultimato”.
Por motivos dinásticos, Dona Isabel
retornou gravida para Zaragoza, onde os Reis Católicos haviam convocado as
Cortes tendo como finalidade reconhece-la com Herdeira de Aragão, já que em Castela
uma mulher podia reinar, ou então fazer do rebento que ela estava esperando, no
caso de ser homem, o Herdeiro das Coroas das Espanhas.
Em 23 de agosto, ela dá à luz
um menino chamado Miguel de la Paz, falecendo uma hora após o nascimento de seu
filho, no Palacio arzobispal de Zaragoza, residência habitual dos Reis da Coroa
de Aragão.
“ Don Miguel de la Paz de
Portugal (en português: Dom Miguel da Paz de Avis y Trastámara), nascido em Zaragoza,
no dia 23 de agosto de 1498, e falecido, nos braços de sua avó. Doña Isabel, em
Granada, no dia 19 de julho de 1500, com 1 ano e 329 dias, foi durante sua
curta vida o Príncipe Herdeiro de Portugal, Príncipe das Astúrias, e Príncipe de
Girona, como tal Herdeiro das Coroas das Espanhas”.
Assim, com a morte de seus irmãos e cunhados João e Isabel seu sobrinho Miguel de la Paz, o casal Felipe, o Belo,
e Joana, Juana I de Castilla, llamada «la Loca», se tornaram Herdeiros das Coroas de Castela
e Aragão, Herdeiros das Coroas das Espanhas.
Continua...
Brasão de Armas de Don Miguel de la Paz de Portugal
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