Joséphine Bonaparte
Impératrice des Français
De 18 de maio
de 1804 até 16 de dezembro de 1809
5 anos, 6
meses e 28 dias
Reine d'Italie
De 17 de março
de 1805 até 16 de dezembro de 1809
4 anos, 8
meses e 29 dias
Duchesse de Navarre
De 8 de abril
de 1810 até 29 de maio de 1814
4 anos, 1 mês
e 21 dias
A famosa Coroação:
Le Sacre de Napoléon (titre complet Sacre de l'empereur
Napoléon Ier et couronnement de l'impératrice Joséphine dans la cathédrale
Notre-Dame de Paris, le 2 décembre 1804)
Acima o quadro pintado por Jacques-Louis
David, o pintor oficial de Napoleão, que não retrata o que aconteceu realmente.
“A cena pintada tenta retratar
o que se passou em 2 de dezembro de 1804, na Catedral de Notre-Dame de Paris,
lembrando que a Sagração e Coroação dos Reis de França eram realizadas na
Catedral de Reims”.
“ A pintura foi encomendada por
Napoleão em 1 de setembro de 1804 e David começou a sua realização 21 de
dezembro de 1805 na antiga capela do Colégio Cluny, perto da Sorbonne. Ajudado
por seu pupilo Georges Rouget, ele coloca os últimos retoques em novembro de
1807”.
“ David foi muitas vezes
orientado por Jean-Baptiste Isabey, que organizou a Cerimonia de Sagração de
Napoleão”.
A Catedral de Notre Dame de
Paris estava em obras por causa das profanações ocorridas durante o período
revolucionário, já que ela foi transformada em “ Templo da Razão” - “ grande
parte das esculturas foram martelados até a sua destruição. Eles ainda
substituíram a Virgem Maria em vários altares com imagens representando a Razão
e ou a Liberdade. Durante este período, a catedral acabou se tornando uma loja
de alimentos” - obras essas que
não ficaram prontas para a cerimônia, e os diversos decoradores de Napoleão
trabalharam colocados tapumes, metros e metros de tecidos, para esconde-las dos
presentes. Poeira e mais poeira no interior.
Mais, se dentro estava
implantado o caos, por fora estava pior ainda:
Outro caos, ou seja, lama e
mais lama em frente do Templo.
As rodas das carruagens
imperais com dificuldade de transitar na lama.
Bainhas dos vestidos e sapatos
com fivelas de ouro enlameados.
Um templo, abafado pelos panos
e pela poeira da obra, lotado com os membros da novíssima Corte Imperial, todos
ataviados em cetim, veludos, plumas, doirados e semiconfusos
Lembremos que a maioria era
oriunda das classes menos favorecidas dos Reinados dos Luíses, e não tinha a
menor noção de higiene, muitos deles nunca tinha tomado um banho completo como
hoje tomamos, tapeavam esfregando paninhos, os chamados popularmente de
"tissus fesse - paninhos de bunda”.
Suavam, transpiravam, fediam,
tanto ou mais do que os membros da Corte de Luís XIV.
Destaco que Letizia Buonaparte
obrigava seus filhos desde pequeninos a tomar banhos diárias, quando na época o
máximo que se tomava banho era uma vez por semana.
Os Buonapartes eram
limpinhos.
O cheiro de muitos perfumes
fortes misturados se torna um grande fedor, e foi o que aconteceu, o ambiente
fedia.
Isso sem falar do fedor que
vinha de fora, pois Paris ainda era uma cidade medieval.
Nem Napoleão III, nem o Barão
de Haussmann, haviam sido ainda projetados.
E isso fez com que a famosa
Coroação fosse na realidade um...
... verdadeiro frege.
Todavia, David conhecia o seu
patrono e deu o máximo de si.
Marie-Laetitia Ramolino Bonaparte ou Letícia
Bonaparte
Letizia Buonaparte, née Maria-Letizia Ramolino, não foi:
“Altesse impériale” em 23 de
março de 1805, « Madame Mère de Sa Majesté Impériale l'empereur », ou simplesmente,
« Madame Mère », não compareceu à cerimônia de coroação”.
Mulher simples, austera, profundamente
religiosa, sem educação formal, na mocidade politicamente engajada na independência
da Córsega da França, não apreciava muito o que estava acontecendo com sua
Família.
Para ela era muita honra,
muita gloria muito poder, e não concordava com o luxo em que eles viviam e os
gastos de sua nora Joséphine.
Vivia longe da Corte, em um
castelo em Pont-sur-Seine, hoje no departamento de Aube, região de Champagne-Ardenne,
destruída por tropas prussianas durante a campanha da França em 1814.
Quando ia a Paris fica no L'hôtel
de Brienne, requisitado e reformado por Luciano Bonaparte para ser « le palais
de Madame, mère de l'Empereur ». Localizado no 14 da Rue Saint-Dominique, no 7
º arrondissement de Paris, que abriga hoje o Ministério da Defesa.
Letizia Buonaparte, mulher
prática, soube vender bem os seus castelos, bem como os bens da Família, fato
ocorrido até por força dos Tratados (traités de Chaumont, Fontainebleau et
Chatillon sur Seine) pós derrota napoleônica, quando Napoleão estava em Elba, e
ela era chama de “La mère du souverain de l'Ile d'Elbe".
Ela era tão realista que ante
as vitórias do filho, os Títulos e domínios dos outros filhos, cunhou a frase
“Tanto che dura! ”.
Em francês: « Pourvu que
ça dure! »
Morreu de velhice, em Roma,
sob a proteção do Papado, em companhia de seu meio-irmão, Joseph cardeal Fesch, Cardinal de l’Église
catholique, Cardinal-prêtre de S. Lorenzo in Lucina, Cardinal-prêtre de S.
Maria della Vittoria, Primat des Gaules de 1802 até 1839, em 2 de fevereiro de
1836, com 85 anos. Seus restos mortais serão transferidos para Ajaccio em 1851,
para a Capela Imperial em 1860 sob as ordens de Napoleão III, o seu neto.
Voltando ao Quadro:
Donna Letizia teve outro
motivo para não comparecer:
“Joseph Bonaparte, seu filho, não
foi convidado e não compareceu por causa de uma discussão com Napoleão. Somente
após a coroação, foi que ele recebeu o título de Príncipe Imperial, o que prova
que ela era muito mais uma mamma italiana do que uma mère à la française ”.
Mais, o tempestuoso Napoleão
obrigou o pintor a colocar Letizia em um lugar de destaque na pintura, no
centro do quadro, com um foco de luz que torna impossível não notar sua
presença. O próprio pintor relatou em cartas que Napoleão teria dito algo como
“Como explicar para a história que o homem que colocou a Europa de joelhos não
conseguiu convencer sua mãe a estar presente em sua coroação? ”. ”
A participação do Papa Pio VII na Coroação:
“Ao longo da cerimônia, muitos
que estiveram presentes relataram que o Papa sequer abençoou a coroação”. “Ele
teria ficado imóvel, como uma estátua a presenciar algo que sua imobilidade
reprovava de forma explícita”.
“Contrariando a tradição,
Napoleão não permitiu que o Papa o coroasse”.
“Pretendendo deixar claro quem
era o Poder na França, Poder esse por ele conquistado pelas armas e não doando
por ninguém, muito menos pela Igreja, pelo Papa tradicionalmente o “Fazedor dos
Reis”, Napoleão se coroou e, após isso, coroou a Imperatriz Joséphine”.
“No quadro, o pintor
Jaques-Louis David deixa evidente a insatisfação do Papa, nítida em sua
expressão facial”. “Contudo, por ordem do próprio Napoleão, Jacques-Louis
alterou um detalhe. Ao ver o primeiro esboço do quadro, Napoleão notou que o
papa tinha suas duas mãos depositadas sobre suas pernas. Napoleão então teria
pedido ao pintor que colocasse o Papa fazendo algo para que sua imagem não
ficasse totalmente inútil para a história.
“O
esboço original de Jacque-Louis David para o Papa mantido no Louvre ”.
O que importa para nos dessa
transcrição é que “...Napoleão se coroou e, após isso, coroou a Imperatriz
Joséphine”.
Entretanto, eles não eram
casados no religioso, como poderiam, então, se Sagrados e Coroados, apesar do
Império ter vindo pelas mãos do Senado, Le Sénat conservateur?
Coroa Imperial essa que
Joséphine implorou a Napoleão que não aceitasse - « Je t'en prie, Napoléon, ne
te fais pas roi ! » - pois ela sabia que o Reis, os das velhas Dinastia, iam
tomar como afronta essa elevação a um Trono Imperial de um membro da pequena
nobreza da Córsega, um general da Revolução Francesa que havia decapitado dois
deles – Luís XVI e Maria Antonieta, um Bourbon Capeto e uma Habsburgo – e não
iam dar trégua a ele até vê-lo completamente derrotado, que não dariam paz as
famílias dos cidadãos da Velha França, sempre inimiga, sempre perigosa, que já
haviam perdido muitos de seus filhos na juventude, no tempo mais bonito da
vida, na verdadeira melhor idade.
Ela estava certa, sua visão
foi perfeita.
Napoleão se perdeu por
orgulho.
Orgulho o pecado de Lúcifer, o
motivo de uma Queda
« La
chute de Lucifer »
de Gustave
Doré
Ilustrador, escritor,
cartunista, pintor e escultor francês
Cavaleiro da
Legião de Honra (a partir de 13 de agosto de 1861)
Oficial da
Legião de Honra (a partir de 15 de janeiro de 1879) século 19.
O Papa Pio VII soube, e o tio Fesch
realizou a cerimônia na Capela do Palácio das Tulherias à noite, por volta da
meia-noite, do dia 30 de outubro de 1804...e a Coroação foi em 2 de dezembro do
mesmo ano.
Papa
Pio VII &Le cardinal Fesch
Dizem que Joséphine não queria
a Coroa por ser estéril, mas isso é bobagem, pois Napoléon Bonaparte Louis
Charles, nascido em 10 de outubro de 1802, seu neto, filho de Luís Bonaparte e Hortênsia
de Beauharnais, um irmão e uma filha adotiva de Napoleão, era considerado o
Herdeiro do tio, só que faleceu em 5 de maio de 1807, a causa foi “laringotraqueobronquite,
a popular “crupe”, para as crianças uma
grave doença respiratória”, e foi só depois dessa morte que a coisa complicou
em termos de Herdeiro da Coroa Imperial dos Franceses e a Real da Itália.
Napoléon
Bonaparte Louis Charles
Insuflado por Charles-Maurice
de Talleyrand-Périgor, o famoso Príncipe de Talleyrand, que articulava uma
ambiciosa política de reconciliação europeia, Napoleão começa a pesquisar com
qual Princesa das Velhas Dinastia Reinantes ele poderia casar.
O Czar da Rússia negou uma
irmã, e o Imperador da Áustria teve que ‘doar’ sua filha mais velha, mas isso é
outra História.
Napoleão tem um filho com Eleanor
Denuelle La Plaigne, de nome Charles Léon, o Conde Léon, nascido em 15 de dezembro
de 1806 e falecido em Paris, no dia 14 de abril de 1881, portanto o seu primeiro
filho natural. Não foi reconhecido, porem foi dotado de uma boa fortuna.
Alexandre
Florian Joseph Colonna, Conde Walewski.
Ao contrário do outro filho, o
que teve com sua amante polonesa, Marie Walewska, esposa jovem do velho Conde Anastazy
Walewski, de nome Alexandre Florian Joseph Colonna, Conde Walewski, o Conde
Léon, não fazia a mínima questão de ser reconhecido como filho do Imperador,
muito pelo contrário, apesar de serem parecidíssimos fisicamente.
Com essa filharada toda,
Napoleão resolveu se divorciar de Joséphine.
Vou abrir um parêntese:
Esse foi o segundo maior erro da vida de Napoleão Bonaparte.
Ele jamais deveria ter se divorciado de Joséphine.
Time que está ganhado não se mexe, diz o jargão do futebol.
E na minha visão, certos casamentos são realizados realmente com a
aprovação Divina, por Deus conhecer as necessidades dos envolvidos.
Conheci casais que se uniram em meio a aprovação total das famílias, em
meio a pompas e circunstancias, que não ficaram juntos nem 1 ano.
Outros, como TC e eu, que diziam que o casamento não ia durar três
meses, e já dura 35 anos.
Dizer que o casamento é loteria é a maior bobagem, pois casamento é
coisa séria instituído por Deus ainda no Paraiso, antes da queda do Primeiro
Casal.
Napoleão e Joséphine se uniram num período de tempo em que a Forças do
Divino e as Forças Ocultas do senhor desse Mundo Tenebroso, estavam em grande
disputa, em grande luta, pelos destinos da Humanidade.
Deus salvaguardando o seu Grande Plano para Humanidade, e o senhor do
mundo querendo boicotá-lo, aliás como sempre faz.
Napoleão tomado pelo pecado do Orgulho se considerou um deus, ou um
semideus, o mesmo pecado que perdeu a Lúcifer, e colocou os pés pelas mãos
dando um chute em Josephine, sua esposa na Lei de Deus e na dos homens.
Deu no que deu.
Acabou morrendo em Santa Helena, uma ilhota fedida em meio ao Atlântico
Sul, nas costas da África.
E se não fosse pelo marqueteiro de Luís Felipe I, Rei dos Franceses,
seus restos mortais ainda estaria lá.
Mais, ele quis casar com Maria Luiza para ter um filho que não viu
crescer, nem tão pouco o sucedeu no Trono Imperial de França, nem na Coroa da
Itália.
Fim do parêntese.
Le divorce de
l'Impératrice Joséphine, 15 décembre 1809,
De Henri – Frédéric Schopin
pintor francês
de origem alemã
nascido em
Lübeck ( Sacro Império Romano ), em 1804
morreu em Montigny-sur-Loing , no departamento
de Seine-et-Marne na região Ile-de-France em 1880.
Depois de muito grito, choro e
ranger de dentes o divórcio veio, em meio a uma cerimônia oficial, segundo
certas fontes “grandiosa “, com a presença dos Altos Dignitários da Corte
Imperial e do Corpo Diplomático.
“ Assinado em 15 de dezembro,
com Decreto do Senado do dia seguinte, 16 de dezembro de 1809”.
“ O casamento religioso é cancelado início em
1810, pelo Officialité de Paris - tribunal eclesiástico que administrar a
justiça em nome da Igreja Católica Romana – para assim dar uma satisfação a
Corte de Viena, a família Habsburgo, que era e é muito católica, da prometida
do Imperador, a Arquiduesa Maria Luiza”.
Não é retirado de Joséphine o
Título de Imperatriz, passou a ter honras protocolares prestadas a uma
Imperatriz-viúva, e Napoleão afirmou:
«Il est ma volonté, elle
garder le rang et le titre de l'impératrice, et surtout qu'elle ne doute jamais
de mes sentiments, et elle ne manque jamais de me embrasser comme son meilleur
et le plus cher ami."
T.L.:
"É minha vontade que ela mantenha o posto
e título de Imperatriz, e, especialmente, que ela nunca duvide de meus
sentimentos, e que ela nunca deixe de me abraçar como seu melhor e mais caro
amigo."
O doidão a visitou várias
vezes no exilio do Castelo de Navarra.
Recebe o Palácio do Elizeu, atual sede da
Presidência da República Francesa, o Château de Malmaison e sua área de 800
hectares, e o Château de Navarre - Castelo de Navarra, a 2 km de Evreux, onde viveu
por dois anos, por isso foi titulada como Duquesa de Navarra, por Carta Patente
Imperial assinada no dia 9 de abril de 1810.
A Impératrice Joséphine,
duchesse de Navarre, continuou gastando, e Napoleão pagando, aliás era o mínimo
que ele podia fazer, pois não???
Château de Malmaison
Com a Queda de Bonaparte, no Château
de Malmaison, a Impératrice- duchesse recebia várias cabeças Coroadas dos
aliados, dos vencedores daquele que considerava que para ela só o dinheiro
importava, e que cego não viu a bobagem de ter dando um chute no seu bumbum,
mais ou menos “coup sur les fesses”.
Em 14 de maio de 1814, Joséphine
estava muito fraca, sujeita a gripes ou resfriados, mas concordou em ir ver o
Czar Alexandre de Todas as Rússias que estava hospedado com sua filha
Hortênsia, no Château de Saint-Leu (demolido em 1837 e o parque loteado).
Passearam nos jardins, com a
Impératrice- duchesse usando um vestido de verão, e com isso ela apanhou uma
pneumonia.
Joséphine em seu passeio diário pelos jardins de Malmaison.
Anônimo
Ela havia convidado o
Imperador da Rússia para conhecer Malmaison, e ele foi.
Ela conhecedora da “étiquette
royale” passeou com ele.
A pneumonia piorou.
Em no meio-dia de 29 de maio
de 1814, na sala principal do Château de Malmaison, morre essa extraordinária
mulher.
“O funeral solene foi
realizado no dia 2 de junho, com grande pompa, na modesta Igreja de Rueil (Église Saint-Pierre-Saint-Paul de
Rueil-Malmaison, em Rueil-Malmaison, no hoje departamento de Hauts-de-Seine na
região Île-de-France, conhecida exatamente por ser o local dos túmulos de
Joséphine e Hortense de Beauharnais).
No tumulo consta o nome de Eugène - Eugène de
Beauharnais, mas ele está sepultado na cripta dos Wittelsbach, na Igreja de São
Miguel, Munique, Baviera, Alemanha.
Felix Markham, membro
proeminente Hertford College, Oxford, escritor inglês, que escreveu a biografia
do Imperador dos Franceses, intitulado “ Napoleon”, “ a obra mais aclamada e
considerada a mais importante em volume único na literatura napoleônica,
redigido sobre os “diários descodificados do general Bertrand, que acompanhou
Napoleão para o seu exílio final em Santa Helena”, revela:
1- “Napoleão
tomou conhecimento da morte de Joséphine por uma publicação francesa quando
estava em Elba e se trancou por dois dias no seu quarto não querendo ver
ninguém”.
2- Em
Santa Helena revelou em uma conversa a mesa:
"Eu realmente amei a minha
Joséphine, mas eu não soube respeitá-la."
3- Que
suas últimas palavras, no leito de morte, foram:
“ La France, l'armée, tête
d'armée, Joséphine"
T.L.: “ A França, o Exército, o
cabeça do exército, Joséphine”.
Continua....
Muito bem comentado e elucidativo! A História como ela é!
ResponderExcluirSenhor Flavio: Muito obrigado. Disponha quando quiser. Jorge Eduardo.
ExcluirMuito bem comentado e elucidativo! A História como ela é!
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