MARIE JOSÈPHE ROSE,
UNE BELLE CRÉOLE DE MARTINIQUE.
D'argent, à trois fasces d'azur, chacune chargée de
trois flanchis du champ, surmontées de deux soleils de gueules
Honori fidelis
(Fidèle à l’honneur)
La famille des
Tascher est une famille de la noblesse française.
Elle apparaît au
Moyen Âge, sous le règne de Louis VII le Jeune,
Roi des Francs de
1137 à 1180.
T.L.:
A família de
Tascher é uma família de nobreza francesa.
Ela apareceu na
Idade Média, durante o reinado de Luís VII, o Jovem,
Rei dos Francos
1137-1180.
Charles de Tascher, écuyer,
seigneur de Malassise, um pequeno domínio em Auteuil, no departamento de Oise,
Região Picardia, casou com Isabeau des Loges, falecida em 1571, e são
considerados os fundadores do Ramo denominado de « La Pagerie ».
E são esses “les Tascher de La
Pagerie, já com certo prestigio na França continental (na antiga província do
Perche, em Thymerais, em Blaisois, na província de Orleans) vão migrar para a
Martinica, no início do século XVIII, para se dedicarem as ricas plantações”.
Deles nasce Marie Josèphe
Rose.
Marie Josèphe Rose
Marie Josèphe Rose de Tascher
de la Pagerie, nobre de quatro costados, nasceu em Les Trois-Îlets, com vista para
a baía de Fort-de-France, a sudoeste da ilha de Martinica, na península de
Diamant, hoje uma comuna francesa, localizada no departamento de Martinica, Região
da Martinica, na França insular, em 23 de junho de 1763.
Filha de Joseph-Gaspard de
Tascher de La Pagerie, Senhor de La Pagerie, Capitão dos Dragões, Tenente de Les
troupes de marine, em sua artilharia, cavaleiro da Ordem de São Luís, um nobre
de verdade no Reino de França.
A mãe, Rose Claire des Vergers
de Sannois, de uma família antiga e nobre de Brie, que migraram para as
colônias no final do reinado de Luís XIV, nasceu em « Petite Guinée », uma
vastíssima propriedade com trezentos escravos para a produção de cacau, algodão
e cana-de-açúcar, portanto de uma rica e nobre família de plantadores de cacau,
de algodão, de cana, senhores de engenho e de escravos.
Dominique des Vergers de
Sannois, foi governador de Saint-Christophe em 1644.
A « Petite Guinée » foi
destruída por furacões, e a família ficou em dificuldades financeiras.
François de Beauharnais de
Beaumont, Chefe do esquadrão das Forças Navais e Governador e Tenente-general do
Rei para a Martinica, era amante de Marie Désirée Euphemia (Edmée), a irmã de
Joseph-Gaspard Taschers La Pagerie.
Marie Désirée Euphemia (Edmée)
se apercebeu que a saúde do amante estava por um fio e resolveu aplicar um golpe,
ou seja, propôs o casamento de sua sobrinha, Catherine-Désirée, com o terceiro e
mais novo filho do amante moribundo de nome Alexandre François Marie, DITO Visconde de Beauharnais, mas a
moçoila morreu antes de sair de Martinica para a França, sendo, então,
substituída por sua irmã mais velha, Marie Josèphe Rose.
Saíram da ensolarada e
tropical Martinica em outubro de 1779, e o enlace ocorreu em 13 de dezembro de
1779, em Noisy-le-Grand, hoje no departamento de Seine-Saint-Denis, na região
Île-de-France.
Alexandre François Marie, DITO Visconde de Beauharnais, era
um biltre de marca maior, um marau, um estroina que rapidamente delapidou toda
a sua fortuna.
Voltemos um pouquinho no tempo:
Em uma França ainda descentralizada, o Rei, a encarnação
do Poder, não possuía um arquivo que funcionasse como um Quem é Quem, o famoso
Who is Who (uma
publicação onde consta uma biografia sintetizada de uma pessoa, formando um
grupo de pessoas notáveis), e com isso falsos nobres pululavam pelo
Reino de Luís XIV, o enigmático Rei Sol.
Eu já li sobre o assunto em outros trabalhos, mas como
está tão bem escrito no artigo de Monique de Saint Martin - A NOBREZA EM
FRANÇA: A tradição como crença – resolvi lança mão de um trecho dele para
melhor esclarecer ao meu leitor:
Desde o fim do século XVI, foram
instituídos peritos especializados em genealogia e encarregados de estabelecer
as provas da nobreza. Luís XIV, assistido por Colbert, mandou que se procedesse
às primeiras "grandes pesquisas da nobreza". Ordenou que fosse feito
"um catálogo contendo nomes, apelidos, armas, e mansões dos verdadeiros
fidalgos" (portaria de 22 de março de 1666). Esse catálogo nunca apareceu
sob uma forma centralizada, mas durante mais de três anos foi realizado um
imenso trabalho investigativo em diversas regiões pelos intendentes, que
passaram por um crivo os títulos de nobreza daqueles que gozavam de privilégios
à época reservados aos nobres.
Assim, em Versalhes, foi criado um Gabinete que analisava
as provas de nobreza de todos aqueles que além de se dizerem nobres, queriam
participar das atividades múltiplas da Corte dos Luíses.
Ora, o primeiro Beauharnais de
quem se tem notícias é Guilherme (Guillaume Ier Beauharnais) um comerciante de
Orleans, chamado de Senhor de Miramion e de Causeway, que vive como “quase
nobre” (C'est un marchand d’Orléans, qualifié de seigneur de Miramion et de la
Chaussée, qui vit « presque noblement »).
Bem quem vive “quase nobre”
não é nobre.
Segundo consta eram ricos
pequenos burgueses, cujo nome mudou de nomenclatura no decorrer dos séculos.
Eles eram originários do
Ducado da Bretanha, o Beauharnais (ou Beauharnois) que se estabeleceram no
final do século XIV em Orleans.
E por aí vai até chegar em Claude
de Beauharnais, Senhor Beaumont e de Villechauve, senhor de Roches-Baritaud,
nascido em 1680 e falecido em 1738, é um oficial naval, que terminou sua
carreira com o posto de capitão.
Lembro que a grande maioria
desses senhorios não passam de uma pequena fazenda com uma Solar de proporções
modestas, mas são senhores de terra, afinal, o que lhe dá estofo (ou mesmo só
aparência) de pequena nobreza rural.
Em 11 de maio de 1713, Claude
de Beauharnais casa com Renée Hardouineau, filha de Pierre Hardouineau , um administrador beneficiário dos campos e
bosques do distrito de La Rochelle, e Renée , natural de Le Pays de Beauvillee,
com ela têm duas crianças, ambos no futuro, também, vão servir na Marinha Real:
1- François
de Beauharnais;
2- Claude-Joseph
de Beauharnais.
François de Beauharnais é o
citado acima, que em 20 de abril de 1752, adquiriu o castelo medieval de La
Ferté-Avrain, e o remodelou.
Em 7 de julho de 1764, Luís XV
eleva o domínio do Castelo à Marquesado, e autoriza a mudar o nome da
localidade para La Ferté-Beauharnais, com isso François de Beauharnais passa a
ser o Marques de La Ferté-Beauharnais, além de ostentar o Título de Barão de
Beauville.
Em 13 de setembro de 1751,
François de Beauharnais casa com Henriette Pyvart de Chastullé, e são pais de 3
filhos, porem o que nos interessa é François Marie Alexandre, mais conhecido
como Alexandre de Beauharnais, que, também havia nascido na Martinica, Fort
Royal, 28 de maio de 1760, portanto, também, “ un créole martiniquais”, e morreu
guilhotinado em Paris em23 de julho de 1794, o marido de Marie Josèphe Rose de
Tascher de la Pagerie.
Juntarei mais predicados a
Alexandre, ele era invejoso, rancoroso, logo medíocre e incompetente no que
fazia.
Não tinha como provar a sua
Velha Linhagem de Nobreza – seu pai foi Marques em 1764 – os senhorios
apresentados eram insuficientes “ para lhe garantir acesso a Corte de
Versalhes, a outra cerimonia que o Rei estava presente, como a caça ao veado,
nem tão pouco usar as carruagens reais para ir de Paris a Versalhes, ou
vice-versa, um grande privilegio a época”.
Mais, Marie Josèphe Rose de
Tascher de la Pagerie, sua esposa, podia, graças a sua Linhagem antiga e
provada.
Lembremos que de 1779, ano do
casamento, à 1764, ano da Titularidade, só tinham passados 15 anos.
Ele se mordia de ódio por
isso.
Alexandre e Marie Josèphe Rose
tiveram dois filhos:
1- Eugène
de Beauharnais;
2- Hortense
de Beauharnais.
As brigas e baixarias eram
frequentes, as amantes, também, e é claro a falta de dinheiro para o sustento
da família, bem com as dívidas volumosas que fazia com que sempre a porta
estivesse cheia de credores, pois como sabemos Alexandre era um estroina.
A Abbey Pentemont, da rue de
Grenelle, Paris, recebe Marie Josèphe Rose de Beauharnais, enquanto ela
implorava a separação de Alexandre de Beauharnais.
Nessa elegante casa de
recolhimento Madame de Beauharnais completara sua educação, e entra “em contato
com muitas mulheres jovens de alta nobreza, colocadas nessa Abadia por suas
famílias”.
Seu sogro, o Marques de La
Ferté-Beauharnais em Fontainebleau, onde ela, por direto de nascença, seguirá
as caçadas do Rei Luís XVI, e conhece outros membros da Nobreza de Corte que
cercavam o Soberano.
Diante de sua premente crise
financeira ela retorna a Martinica, com Hortênsia, para ver se tirava leite de
pedra.
Em 1789 a Revolução estoura, e
ela volta da Martinica para se juntar a Alexandre, que de Deputado da Nobreza
pelo Bailiado de Blois, passou a ser Deputado Revolucionário, tanto que “era o
Presidente da Assembleia Constituinte durante o Voo do Rei, Le Fuite de
Varennes, a fuga de Luís XVI, em 18 de junho de 1791”.
Sem ser reeleito Alexandre
voltou ao Exército, ele era militar sem vocação,
Mais, ele que queria tanto ser
um nobre, mas não conseguiu provar sua velha linhagem, agora era olhado pelos
revolucionários, com quem havia se aliado claramente por despeito e
oportunismo, com muita desconfiança por ser um « ci-devant », um termo para um
ex-aristocrata, já que a nobreza havia sido abolida por decreto, como se isso
fosse possível.
Em 23 de maio de 1793, ele se
tornou comandante do Exército do Reno.
Em 23 de julho de 1793, por
sua total incompetência a Cidade de Mayence, ou Mainz, depois de ter sido
sitiada de 10 de abril até 23 de julho 1793, foi perdida para os exércitos
aliados da Primeira Coalizão, composto de prussianos e austríacos.
Le citoyen Beauharnais volta
para casa e se torna Prefeito de La Ferté-Beauharnais por seis meses.
Durante o Reinado do Terror, o do Comité de salut public,
de Maximiliano de Robespierre, o Incorruptível, e do lunático Saint-Just, foi finalmente
preso em janeiro de 1794, e em 2 de março de 1794 foi levado as barras do Tribunal
révolutionnaire, o terrível e temível Tribunal Revolucionário de quem ninguém
escapava, acusado por ser um « ci-devant » de alta traição, conspiração e
cumplicidade com os inimigos do Povo.
“Tava frito”.
Preso na famosa Prison des
Carmes, a Prisão dos Carmelitas, instalada durante a Revolução no antigo
mosteiro carmelita em Paris, vivia nos braços da última de suas amantes, Delphine
de Custine, aquém ele conheceu na prisão, entre arrochos e cenas tórridas, isso
bem diante de sua ex-esposa, Marie Josèphe Rose, que havia sido presa, junto
com sua amiga Thérésa Cabarrus ( nascida Juana María Teresa de Ignazia Cabarrús y
Galabert, em Madrid), na Grande Historia Madame Tallien,
“consideradas muito próximas dos círculos financeiros contrarrevolucionário”.
“Em 22 de julho, ele foi
condenado à morte, guilhotinado em Paris em 5 de Thermidor Ano II , isso é 23
de julho de 1794, na Place de la Révolution (de hoje Place de la Concorde ) em
Paris, apenas cinco dias antes da deposição e execução de Robespierre.
A justiça divina tarda, mas
não falha.
Marie Josèphe Rose foi
libertada em 6 de agosto de 1794 (19 Thermidor Ano II), através da intervenção
de Theresa Cabarrus, apelidada de “ Nossa Senhora de Thermidor “, por sua
participação na queda de Robespierre.
Thérésa Cabarrus, nascida Juana María Teresa de Ignazia Cabarrús y Galabert, em
31 de julho de 1773 em San Pedro Palace em Carabanchel Alto, Madrid, na
vibrante Espanha.
Faleceu no dia 15 de janeiro
de 1835, aos 62 anos de idade, no Château de Chimay, edifício medieval cuja
origem não pôde ser determinada com precisão, localizado no Hainaut, Bélgica,
em um promontório rochoso com vista para o vale do rio Eau Blanche.
Filha de François Cabarrus, Conde
de Cabarrus e Visconde de Rambouillet, conselheiro do Rei Charles III de
Espanha, um financista francês fundador de El Banco Nacional de San Carlos,
hoje Banco de España.
Joseph Bonaparte é criado Rei
de Espanha por seu irmão, Napoleão, no dia 6 de junho de 1808, e convida
François Cabarrus para seu Ministro das Finanças, mas o financista “está
sofrendo terrivelmente com frequentes ataques de gota, e acabou morrendo em
Sevilha, no dia 27 de abril 1810. José Bonaparte deixou de ser Rei de Espanha
em 11 de dezembro de 1813, portanto mais ou menos 3 anos após a morte de
Cabarrus.
A mãe de Theresa foi María
Antonia Galabert, a filha de negociante francês radicado na Espanha.
Theresa, em 21 de fevereiro de
1788, casou com Jean Jacques Devin de Fontenay, Conde e Marquês de Fontenay, e
se divorciaram em 5 de abril de 1793.
Mais, a vida continuou....
Jean-Lambert Tallien, filho de
um mordomo do Marquês de Bercy, obteve através da proteção deste último uma
educação completa, e se tornou jornalista, depois revolucionário, deputado do
Seine-et-Oise à Convenção Nacional, seu Presidente, Membro Comité de salut
public, que morreu de lepra, em meio ao desprezo geral, no dia 16 de novembro
de 1820, sendo sepultado no Père-Lachaise (divisão 14 e divisão 10).
Estando ele em Bordeaux em
missão foi acusado de ser antirrevolucionário, ou o termo que valha, por Jullien
de Paris, o que significaria sua “guilhotinação” por ordem do Comité de salut
public, de Robespierre.
Nota-se que esse ardoroso “chargeur
de la sainte guillotine- alimentador da santa guilhotina” estava em Bordeaux
com Thereza Cabarrus.
Volta correndo e se defende
com sucesso, mas Robespierre o espreita, e o repreende com mais o menos essas
palavras “ Tallien é um daqueles que falam constantemente com horror e
publicamente contra a guilhotina, que na ótica deles degrada e prejudica a
Convenção Nacional”.
Tallien chama Thereza para o
pé de sí, e ela é presa.
Ele sabe que sua cabeça está
em risco.
Thereza da prisão o insufla a
tomar posição contra Robespierre e seus apoiantes, mandando o seguinte recado «
Je meurs d'appartenir à un lâche”, ele endoida.
“A 8 Thermidor na Convenção onde,
depois de ter brandido uma adaga em um gesto teatral, ele interrompeu o discurso
de Saint-Just e impede a Robespierre de falar. É, portanto, o sinal para o
ataque contra os aliados do o Incorruptível”.
8 de Thermidor Ano II (26 de julho
de 1794), as vezes 9 Thermidor, corresponde as ações tomadas pelos inimigos do
Terror, La Terreur, um período nefasto da Révolution française), implantado por
Robespierre, que durou de agosto de 1792 (queda dos girondinos) e 27 de julho
de 1794, o dia da prisão de Robespierre e Saint-Just, o mais fanático de seus apoiadores,
e mais de uma centena de jacobinos, e que depois foram executados na
guilhotina.
Thereza casou com o Tallien em
26 de dezembro de 1794 e teve grande influência durante a Convenção
Thermidorian, período da história da Convenção Nacional que vai de27 de julho
de 1794 até 26 de outubro de 1795, mas logo o abandonou, se divorciando em 8 de
abril de 1802.
Tallien e Teresa têm uma filha,
Rose Thermidor Tallien, nascida em Paris, no dia 17 de maio de 1795, e falecida
em Nice, Alpes-Maritimes, no dia 25 de abril de 1862, com 66 anos de idade,
casada em 8 de abril de 1815 com Claude-Michel-Gaspard-Félix-Jean-Raymond de
Narbonne-Pelete, Conde de Narbonne, e que deixou descendência.
Marie Josèphe Rose, viúva de Beauharnais,
foi convidada e aceitou para ser madrinha de Rose Thermidor Tallien, e aceitou.
Thereza Cabarrus e Marie
Josèphe Rose, livres, leves e soltas, vivem o dia a dia de Paris tão
freneticamente como se fosse o ultimo de suas vidas.
Thereza Cabarrus torna-se
amante de Paul Barras - Paul François Jean Nicolas, Visconde de Barras, um dos
Diretores derrubados por Napoleão em seu golpe de 18 Brumário- de Gabriel-Julien
Ouvrard, riquíssimo financista, de quem tem filhos, casou com François Joseph de
Riquet de Caraman, conde de Caramam, o decimo sexto Príncipe de Chimay e do Sacro
Império sob o nome de Philippe VIII, em 22 de agosto de 1805.
Os Príncipes de Chimay tiveram
4 filhos. Essa Linhagem é representada em nossos dias por Philippe Joseph Marie
Jean, vigésimo primeiro e Príncipe de Chimay e do Sacro Império, nascido em
1948.
Os Príncipes de Chimay estão
sepultados na cripta da família na Igreja Colegiada de Chimay.
Mais, nem tudo foram flores na
vida de Thereza Cabarrus:
Thereza ajuda Napoleão
Bonaparte em sua má fase, inclusive lhe fornecendo um uniforme novo, dizendo:
« Eh bien, mon ami, vous les
avez eu vos culottes !”, T.L.: “"Bem, meu amigo, você tem sua calcinha!”,
um chiste de dublo sentido, se aproveitando da baixa estatura do raquítico general.
Ela e os que riram, esqueceram que Napoleone era corso, de uma família de
origem italiana, e que jamais esquecia uma ofensa, ou o que ele achava ser uma
ofensa. Todos se tornaram seus inimigos, como veremos no caso dela.
A viúva Beauharnais, estava
pobre de Jó, mas “no verão de 1795 ela aluga uma pequena casa na Rue
Chantereine, em Paris, que lhe permitirá viver melhor ‘de acordo com sua
posição’, e assim ela se torna uma das « reines » du Directoire, período político
esse que se caracterizou por sua extravagância e dissipação, em resposta a
melancolia generalizada teve o Terror. ”.
A bem da verdade era o Império
das “Merveilleuses ("mulheres maravilhosas", equivalente a
"divas fabulosas") e dos Incroyables
("Incríveis"), os homens que, também, seguiam estritamente a moda de
ocasião, e “eram " novos ricos ", agora membros das novas classes
dominantes, mas que influenciavam a política, as roupas, as artes, enfim todos
os setores da sociedade naquele período”.
“Eles começaram a usar roupas de
um superexagero cômico, mas tão luxuosas como as que tinham sido usada pela Nobreza
antes da Revolução de 1789”.
Incroyables ("Incríveis")
As Merveilleuses, exagerando o
estilo grego, se vestiam com batas soltas – uma espécie de chiton-, diáfanas,
feitas de gaze, ou de outro tecido finíssimo, flottant, ou « air tissu », transparentes,
e o mais possível colado ao corpo pelado, "naked" totalmente sem disfarce.
A vezes usava, um "himation",
colocado por cima dos ombros como um xale.
Nos pés, les cothurnes, que
nada mais são do que botas formadas de tiras de couro ou de outro material entrelaçadas,
que podiam ser enfeitas por perolas ou outros bijus.
Muitas andavam descalças, como
Theresa Tallien, mas essa adornava seus dedos dos pés com anéis de pedras de
grande valor, e aros de ouro nas pernas.
A belíssima Madame Récamier,
retratada por Jacques-Louis David, em 1800, um quadro que hoje está no Musée du
Louvre, está vestida com uma túnica branca como era usada pelas mulheres na Antiguidade,
cabelo curto, encaracolado está cingido com uma fita larga, é com os pés
descalços. Ela está reclinada em um banco, sem encosto, que tem duas extremidades
da mesma altura, e que passou para a História do Mobiliário como Récamier ou
Récamière.
Na cabeça adornos com fitas e plumas
de penas de avestruz, mas “as vezes, grandes perucas loiras, chapéus enormes,
ou simplesmente cabelos encrespados e curtos”.
L’ Incroyables usavam “calças
colantes, coletes extremamente curtos, feitos de tecido floridos, um fraque
cujas abas traseiras atingiam as panturrilhas, ou paravam nas dobras dos
joelhos, mangas longas que escondiam as mãos, lapelas grandes, um enorme lenço
ao redor do pescoço que cobria o queixo e boca. Dois relógios. Os cabelos eram
cortados para ficarem sempre desgrenhados.
Um horror, pois não???
"Senhoras parisienses em seu vestido completo
para o inverno 1800",
Caricatura exagerada satírica de Isaac Cruikshank,
Pintor escocês e cartunista
Ela revela os excessos do final dos anos 1790, o
famoso olhar grego em Paris, e os estilos demasiadamente diáfanos, não usado nada
por baixo.
Marie Josèphe Rose se torna adepta
dessa moda como podemos ver na cópia da gravura abaixo, onde estão ela, Napoleão
( na moda) e Thereza Tallien:
As forças do destino
interferem e Marie Josèphe Rose vê naquele semblante atormentado a Chama da
Gloria.
Napoleone é um tosco.
Destituído de qualquer tipo de
educação social, truculento, ciumento, mas se mostra carinhoso com ela e com os
filhos.
Muda seu nome para Joséphine,
e é com ele que essa notável mulher vai entrar para Grande História da
Humanidade.
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