Tshá b'Av - Dia da
Queda do Templo.
Nessa pintura se vê pessoas jogando pessoas, não soldados romanos, na Muralha e isso é muito provável porque o Templo funcionava como um Cartório, de nossos dias, e a maior parte das negociações entre o judeus eram ali registradas, com isso pessoas de má-fé aproveitaram-se da situação para queimar tais documentos
A CIVILIZAÇÃO JUDAICO CRISTÃ
Para nos cristãos estamos na d. C., ‘depois
de Cristo’, para os nossos queridos Judeus na e.C., o que quer dizer ‘era
comum.’
Vespasiano e Tito, a Dinastia Flaviana (de 69
a 96 d.C.)
Em 29 de agosto de 70 d.C. ou e.C. ocorreu a destruição do Templo do
Deus Eterno em Jerusalém pelo Exército Imperial Romano.
Esse ato foi um dos maiores atentados contra a Civilização já realizado
em todos os tempos.
As Legiões estavam sob o comando de Tito - Titus Flavius Vespasianus
Augustus - filho mais velho do Imperador Vespasiano com Flavia Domitilla Major,
uma mulher de passado duvidoso e de baixo estrato social no mundo romano
Vespasiano Augusto era o Imperador desde 1 de julho de 69 e governou até
23 de junho de 79 d.C..
R.N. Champlan, Ph.D., em sua Enciclopédia de Bíblia Teologia e
Filosofia, Editora Candeia, Edição 1995, assim descreve:
“Vespasiano...não demorou a ser convocado à cidade de Roma, a fim de
assumir o trono do império. Por isso, Vespasiano comissionou seu filho, Tito,
para que reduzisse os judeus `a obediência pela força das armas…na primavera do
ano 70 d.C., Tito comandou o assédio final.”
Tito cercou a Cidade com um muro para ninguém sair ou ninguém entrar e
o bravo povo judeu resistiu.
Tito começa seu ataque pela Torre Antonia.
Voltemos a Champlan:
“Os claustros externos são incendiados, e finalmente a átrio interno do
Templo foi cercado, a 29 de agosto do ano 70 d.C.”.
Contra o desejo expresso de Tito, no ataque ao átrio interior, no dia
seguinte, um soldado romano lançou uma tocha acesa, para dentro de uma das
câmaras laterais, através de uma janela.
Embora Tito tivesse corrido, dando ordens para extinguir as chamas, foi
impossível obedecer as suas ordens.
Em vez disso, um outro soldado romano lançou uma tocha acesa no
interior do Lugar Santo, que incendiou o próprio santuário (A Guerra dos Judeus,
Flavio Josefo, Guerras 6.4,5)
A última porção a incendiar-se foi o Pórtico Real.
Cerca de seis mil pessoas, que tinham procurado refúgio na área do
Templo pereceram.
Aqui existe uma grande controvérsia.
Primeira:
É certo que morto não desobedece e para a dupla Vespasiano/Tito ‘judeu
bom era judeu morto’.
Segunda:
Além do que o ouro do Templo se fazia necessário para custear a
caríssima obra do Coliseu, o Anfiteatro Flaviano ou Flávio ou Amphitheatrum
Flavium.
O famoso e visitadíssimo Coliseu de Roma foi construindo sobre um
pântano no fundo de um vale entre as colinas de Célio, Esquilino e Palatino.
Terceira:
Uma corrente afirma que pelo Templo ser o tabelionato e o banco dos
judeus, onde estavam reunidas todas as documentações pertinentes a
propriedades, divididas, vontades testamentarias, etc., muitos dos judeus
queriam vê-lo incendiado, para assim dar fim a essa vasta documentação, e
aproveitaram da invasão de Tito para dar cabo dela – a documentação - através
do fogo que tudo destrói.
Mais pelo sim ou pelo não, as consequências desse ato de vandalismo dos
romanos imperiais foram a destruição do Templo do Deus Eterno em Jerusalém, a
Diáspora judaica que durou até a fundação do novo Estado de Israel em 1947, a
consolidação material das disputas bíblicas entre os Filhos de Israel e os
Filhos de Ismael pela Terra Santa, o que me envergonha como ser humano.
Vespasiano, foi um general competente que Roma enviou a Terra Santa
para acabar com a permanente ebulição em Jerusalém.
Nero morreu e Imperadores subiram ao Trono, isso num prazo de um ano,
período esse denominado historicamente de “O ano dos quatro Imperadores, a
saber:
1- Servio Sulpicio Galba, Imperador de 9 de junho
de 68 d. C. a 15 de janeiro de 69 d. C., sete meses, quando foi deposto e
assassinado pela Guarda Pretoriana que levantou Otone.
2- Marco Salvio Otone, que
assumiu o cargo em 15 janeiro e ficou nele até 16 abril de 69 d.C., tendo sido
seus exércitos derrotados, “perfurou seu coração com uma espada que ele tinha
escondido debaixo de seu travesseiro, e morreu.
Seu funeral foi celebrado imediatamente, de acordo com o seu desejo, e
não poucos de seus soldados seguiram seu exemplo, matando a si mesmo em sua
pira”;
3- Aulo Vitellio Germanico
ou simplesmente Vitélio, Imperador de 6 de abril a 22 de dezembro de 69 d.C.,
derrotado na Segunda Batalha de Bedriacum, atual cidade de Calvatone, perto de
Cremona.
Abdicou em favor de Vespasiano.
Foi morto em Roma por soldados do novo imperador em 22 de dezembro de
69 d.C..
Nada de rivais para seus líderes era o senso comum dos soldados romanos.
4- O já citado Vespasiano
Caesar Augustus ou Caesar Augustus Vespasianus, fundador da Dinastia Flávia,
foi o quarto a subir ao trono em 69 d.C., ano que entrou para a História como
“O ano dos quatro imperadores “, pondo fim a um período de instabilidade após a
morte de Nero.
IMPERATOR VESPASIANVSCAESAR AVGVSTVS
Vespasiano implementou a política do “Pão e Circo”, contudo Tácito,
Suetônio, Flávio Josefo e Plínio o Velho, falam suspeitosamente bem do Imperador,
enquanto criticam os seus predecessores no trono.
Tendo encontrado as finanças em estado lamentável pelo desgoverno de
Nero as concertou, assim sendo pode pôr em ordem os negócios do Império na
Capital.
Nos conta Suetônio, Vida de Vespasiano, 16: “Apenas tomou o principado
tinha dito: "Para a Res publica poder sobreviver são necessários quarenta
milhões em ouro ".
Tinha que colocar ou não as mãos no ouro dos judeus acumulado por anos
e anos no Templo?
Para ele era uma das soluções.
Em Roma, começou a sua reconstrução já que a cidade estava parcialmente
destruída pelo incêndio provocado por Nero, o Louco.
Incluiu o Capitólio no programa de reconstrução, construiu Templo da
Paz e começou a construção do Coliseu.
Projetou um estádio com capacidade para 50 000 espectadores, em três
andares.
Sobre essa reconstrução de Roma temos em Suetônio, Vida de Vespasiano,
8, que explica o aumento do perímetro sagrado da Cidade Eterna:
“Sendo a cidade de Roma e ruínas antigas desfigurado pelo fogo,
concordou em construir em áreas vazias, se os proprietários não tivessem feito
antes.”
Protegeu as artes.
Não aumentou o Império só conservou as fronteiras, todavia enviou Cneu
Júlio Agrícola, nomeado chefe do XX Valeria Victrix, e governador (Legatus
Augusti pro praetore), para consolidar a tomada da Britânia, conforme nos
revela o historiador Tácito, genro desse general, em seu “Sobre a vida e o
caráter de Júlio Agrícola”.
Foi um autocrata amado por seu povo, aquém desde o início de seu
governo ofereceu presentes, pão e circo.
Respeitado pelo Exército Imperial graças as regalias oferecidas “desde
o início de seu governo”, ou seja, comprou respeito.
Caesar Augustus Vespasianus, fundador da dinastia Flávia, em 3 de junho
de 79 d. C., com 69 anos, morreu em consequência de frequentes diarreias.
Segundo Suetônio, as suas últimas palavras foram: “Vae, puto deus
fio!”
Essa expressão e algo como “Infelizmente, acho que Deus fez! “, penso
que se refere a morte.
Seu filho Tito o elevou a deus.
IMPERATOR TITVS CAESAR VESPASIANVS AVGVSTVS
Tito Flávio Vespasiano Augusto, nascido em Roma 30 de dezembro de 39 d.
C., e falecido em Aquae Cutiliae, na hoje comuna de Castel Sant 'Angelo, na
província de Rieti, Região do Lazio, no dia 13 de setembro de 81 d. C..
Governou de 24 de junho de 79 a 13 de setembro de 81 d. C..
Acompanhou seu pai na Terra Santa.
Em 71D.C., voltou para Roma onde juntamente com seu pai celebrou um
apoteótico Triunfo digno de um Júlio César.
Em Roma dividiu com Vespasiano o poder Tribunício ou a co- regência do
Império.
O pai era econômico e Tito perdulário o que fazia dele simpático aos
senadores e ao povo em geral.
Acabou o Coliseu e construiu os banhos (as termas) que levaram seu
nome.
Durante o seu governo aconteceu a erupção do Vesúvio.
A destruição de Pompeia e Herculano.
Um incêndio em Roma e a seguir uma praga se abateu sobre a cidade.
Os romanos choraram a morte
prematura de seu Imperador, porque consideravam o seu governo “um tempo de
felicidade ideal”, tanto que Suetônio, na Vida de Tito, escreveu sobre ele em
latim
« Amor ac deliciae generis humani », em italiano « Amore e delizia del
genere umano » e em português “Amor e delícia do gênero humano”, para assim
celebrar os méritos de seu reinado.
Estranho, pois não?
IMPERATOR CAESAR DOMITIANVS AVGVSTVS,
PONTIFEX MAXIMVS PATER PATRIAE
Tito Flavio Domiciano o filho mais novo do Imperador Vespasiano,
simplesmente Domiciano, nasceu em Roma em 24 de outubro de 51 e faleceu na
mesma cidade em 18 de setembro de 96 d. C..
Governou de 14 de setembro 81 até a sua morte em 18 de setembro de 96
d. C., sob o nome de Domiciano Caesar Augustus Germanicus.
É o último da dinastia Flaviana ou dos Flávios.
Foi mal Imperador.
Era dissoluto, desconfiado de eternas conspirações contra ele, isolado
do seu ambiente, buscando sempre a solidão, teve relações homossexuais e seu
amor por Flavio Earino, seu escravo liberto, foi contado em prosa e verso por
Estácio, o que não estava de acordo com seu cargo de censor, ele tinha o dever
de zelar pela moralidade dos cidadãos, e portanto “aplicado rigorosamente Lex
Scantinia contra a homossexualidade e a
Lex Julia contra adultério e concubinato”
Em uma Roma aristocrática Domiciano
era complexado por causa da mãe.
E em sendo revoltado teve confrontos furiosos com o Senado, com os Patrícios,
a aristocracia orgulhosa de Roma.
Restaurado o Templo de Júpiter mostrou-se um seguidor da antiga
religião romana, perseguiu os filósofos, enfim vez tantas que acabou sendo
esfaqueado oito vezes.
Morreu e sobre ele o Senado decretou a celebre Damnatio memoriae, ou
seja, “condenação a sua memória”.
“Damnatio memoriae no direito romano indicou uma pena que consiste no
cancelamento da memória de uma pessoa e na destruição de qualquer vestígio
poderia entregá-lo para a posteridade. Seu oposto é a " apoteose”, o que
implica a assunção de honras divinas depois da morte”.
Fim de uma Dinastia.
Eu considero que os governos dos Flávios, pela destruição do Templo em
Jerusalém e a Diáspora Judaica como o Marco inicial da Civilização
Judaico-cristã e seu domínio no Ocidente.
Os atos de Constantino, o
Grande, é o resultado da evolução do Cristianismo pelo Império Romano, como
veremos em outra de nossas conversas
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