A Batalha da Ponte Mílvia,
Schlacht bei der Milvischen Brücke
Obra de 1613
de
Pieter Lastman
Pintor holandês
Amsterdam, 1583 - Amsterdam, em 4 de abril 1633.
Não nos interessa aqui as
marchas e contramarchas que Constantino realizou para assumir o Poder na maior
parte do Império Romano.
Vamos nos ater com a
“encrenca” com Magêncio.
Marcus Aurelius Valerius
Magêncio - Marcus Aurelius Valerius Maxentius Augustus - Imperador Romano do Ocidente de 306 a 312,
era o filho do Imperador Maximiano e de sua esposa Eutrópia.
Quando seu pai tornou-se
Imperador em 285, ele foi mantido como herdeiro, mas não parecia servir para
qualquer posto militar ou administrativo de importância, foi uma nulidade
durante o Reinado de Diocleciano e de seu pai.
Casou-se com Valeria
Maximilla (embora a data exata não seja conhecida), filha do Imperador Galério,
e teve dois filhos, um chamado Valerius Romulus (c. 295 - 309) e o outro desconhecido.
Durante o período da
Tetrarquia, dois Imperadores eram chamados de Augustos (os mais poderosos) e
dois a estes subordinados chamados de Césares.
Em 305, Diocleciano e
Maximiano renunciaram e com isso Constâncio Cloro e Galério, tornaram-se Augustus
Imperadores e nomearam Césares a Severo II e a Maximino Daya.
Lactânciom- Lucio Cecílio
Firmiano Lactancio - Lucius Caelius Firmianus Lactantius- escritor, afirma que
Galério odiava Magêncio e que usou toda sua influência com Diocleciano para exclui-lo
de qualquer tipo de sucessão imperial.
Já Diocleciano pensava que
Magêncio não estava preparado para os negócios imperiais ou para as obrigações
militares.
Um Magêncio rebelado por
não ter recebido o título de César e os domínios para governar retirou-se para sua casa de campo nos
arredores de Roma.
Entretanto Magêncio foi
proclamado Augusto por um grupo de oficiais encabeçados por Marceliano, Marcelo
e Luciano, mas este ato foi considerado Usurpação.
Magêncio conseguiu ser
reconhecido como Imperador no centro e no sul da Itália, nas ilhas de Córsega,
Sardenha e Sicília, e as províncias africanas (o que lhe garantia trigo e óleo
já que Roma sempre viveu um grande problema de abastecimento), mas o Norte da
Itália permaneceu sob o controle de Severo II, dito o indicado, que residia em
Milão
Magêncio absteve-se de usar
os títulos Augusto e César na primeira hora e denominou-se princeps invictus
(Invicto Príncipe) e fez de seus filhos, também, Princeps, clarissimus puer ,
nobilissimus vir.
A pedido do filho, como
sabemos um incompetente, Maximiano deixou seu retiro e voltou a Roma para
assumir o cargo imperial mais uma vez e apoiar Magêncio.
Galério ficou furioso com
esta situação e ordenou a Severo II que marchasse sobre Roma com um grande exército,
só que ambos não se deram conta do risco que corriam, pois a maior parte deste
exército consistia de soldados que lutaram sob as ordens de Maximiano, pai de
Magêncio.
Quando Severo chegou a
Roma, a maioria do seu exército foi até Magêncio, filho de seu ex-comandante,
que a bem da verdade lhes doou muito ouro, e com isso se entregaram,
bandearam-se.
Não restou mais nada a
Severo, com o resto do seu exército, retirar-se para Ravenna, uma cidade muito
bem fortificada.
Para evitar um longo e duro
cerco, Maximiano ofereceu as condições para a rendição que Severo e concordou
desde que sua vida fosse poupada.
Não foi.
Maximiano trouxe Severo e o
prendeu em Tres tabernae, na antiga Via
Ápia , a cerca de 18 km do Roma , concebido para a recepção de viajantes, como
o nome indica, perto da hoje Cisterna di Latina, Província de Latina, Região do Lazio, onde ele foi mantido como refém, contudo as
coisas mudaram, pois Magêncio tomou posse do norte da Itália até os Alpes e a
Península da Ístria , assumindo sob
aplausos das tropas o Título de Augusto que em seu ponto de vista havia se
tornado vago com a rendição de Severo.
Para piorar as coisas para
o lado de Severo, Galério a frente de seu exército se moveu em direção as
posições do Usurpador para depô-lo e com isso Magêncio ordenou a morte de Severo,
não se sabe direito se ele cometeu suicídio ou foi assassinado, em 16 de
setembro de 307 d. C..
Maximiano corrompeu as
tropas de Galério e esse não viu alternativa a não ser a retirada.
Em sua retirada Galério
incentivou o saque nas terras da Itália por onde passavam, ou seja, a famosa política
de terra arrasada dos que se retiram dos campos de batalha.
Magêncio tentou ter
contatos amistosos com Constantino, a ponto de Maximiano viajar para a Gália
onde casou sua filha Fausta com Constantino, mas esse não apoiou os dois
abertamente contra Galério.
Maximiano tentou depor
Magêncio, mas seus antigos soldados ficaram ao lado do filho e ele teve que fugir.
Maximiano regressa à Gália
e aí se proclama Augusto.
Constantino marchou contra Maximiano, seu
sogro, que estava em Marselha, e impôs-lhe uma derrota militar.
Constantino conhecedor das
Honras Militares deu a Maximiano a opção de como ele queria acabar com a
própria vida e o velho militar e romano de boa cepa, optou por se enforcar.
Magêncio passou a culpar
Constantino pela morte do pai e jurou vingança.
Na Conferência de Carnuntum
no outono de 308, a Magêncio foi negado o reconhecimento como legitimo
Imperador Augusto, e Licínio foi nomeado Augusto com a tarefa de recuperar o
domínio de Magêncio, o Usurpador.
Após a morte de Maximiano
as relações com Constantino se deteriorou.
Magêncio estabeleceu uma aliança
com Maximino Daya para junto combaterem Constantino e Licínio.
Combinaram marchar sobre a
Província de Raetia, sua extensão era de Lago de Constança ao Rio Eno , e foi
dividida em duas partes no quarto século : Raetia raw (parte sul) e Raetia
Secunda (parte norte) e sua capital era Augusta Vindelicorum , atual Augsburg .
O plano era acabar com a
comunicação entre os domínios de Constantino e de Licínio (relatado por
Zósimo), mas o plano não chegou a ser realizado, pois Constantino foi informado
dele e assumindo a dianteira fortaleceu o local.
Galério morreu em 30 de
abril de 311 e a desestabilização do Império Romano começou de forma
galopante.
Maximino adentrou a Ásia
Menor pegando Licínio de surpresa.
Magêncio vendo isso partiu
para fortificar o norte da Península Italiana com medo de alguma surpresa e
buscou apoio entre os cristãos de Roma permitindo até que eles elegessem seu
Bispo, que foi Eusébio.
Mais, logo, logo, o
descontentamento grassou entre o Povo de Roma e a Guarda Pretoriana.
E os orgulhosos romanos
viram, sentiram, constataram, o declínio de sua amada Roma e o crescimento do
poder das outras cidades do Império, como Tréveris, capital da Gallia Bélgica,
Milão, Nicomédia, Antioquia, etc. e tal.
O Império estava
politicamente dividido por duas alianças, Maximino e Magêncio, Constantino e
Licínio, e assim os Imperadores estavam preparado para a guerra.
Nesta luta fratricida o que
nos interessa é a Batalha da Ponte Mílvia em 28 de outubro de 312 d.C., entre Constantino
e Magêncio.
Constantino, vitorioso no
norte da Itália, estava a menos de 15 quilômetros de Roma quando Magêncio
decidiu defrontá-lo frente à Ponte Mílvio, uma ponte de pedra sobre o Rio
Tibre, na Via Flamínia, (quartieri Flaminio, Parioli, Della Vittoria e Tor di
Quinto) que ainda existe.
O exército de Magêncio era
superior ao de Constantino em número de componentes tanto na infantaria, quanto
na cavalaria.
Ao anoitecer de 27 de
outubro, quando os exércitos se preparavam para a batalha, Constantino teve uma
visão quando olhava para o sol que se punha.
As letras gregas XP
(Chi-Rho, as primeiras duas letras de Χριστός, "Cristo") entrelaçadas
com uma cruz apareceram-lhe enfeitando o sol, juntamente com a inscrição em
grego, "Εν Τουτω Νικα", ou, em latim "In Hoc Signo Vinces”, que
quer dizer "Sob este signo vencerás".
Constantino, que era pagão
na altura (apesar de sua mãe ser cristã), colocou o símbolo nos escudos dos
seus soldados.
Este símbolo é o
Cristograma. Os símbolos S, O, G, I, PX sobrepostos formam um cristograma, pois
as letras gregas XP (“Chi-Rho, são as primeiras duas letras de Χριστός,
"Cristo").
Constantino no dia seguinte
ganhou a batalha e Magêncio foi morto.
Constantino vitoriosos
entrou em Roma e foi reconhecido como único Augusto pelo Senado e o povo.
O Senado, ao erguer em
honra a Constantino o seu Arco do Triunfo, o Arco de Constantino, e escreveu
que a Vitoria da Ponte Milvio devia-se à "inspiração da
divindade"(instinctu divinitatis mentis), e não ao Deus dos cristãos.
Constantino não abandonou
claramente sua adoração com relação ao deus imperial Sol, que manteve como
símbolo principal em suas moedas até 317 d. C., e foi só depois desse ano é que
ele passou a usar os símbolos cristãos.
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