7 ° capitulo
E Constantino
construiu Constantinopla, a Nova Roma
Licínio depois da Batalha de Adrianópolis, 3 de Julho de 324, fugiu
para Bizâncio, pois nesta cidade ficaria seguro dentro das muralhas.
Quando se viu em grande perigo em Bizâncio, pois nela já possuía um
grande núcleo de romanos graças a sua reconstrução no padrão urbanístico de
Roma, fugiu para a Bitínia onde se entregou a Constantino.
No século III, Septímio Severo e Caracalla, já haviam reconhecido a
importância estratégica de Bizâncio.
Constantino viveu no Império Romano do Oriente nas campanhas de Galério
e de Diocleciano.
Constantino viveu no Império Romano do Ocidente com seu pai Constâncio
Cloro e como governante da Britânia, Gália, Germânia e Hispânica, com sua
capital em Trier, cidade que fez embelezar e fortificar, atravessou os Alpes,
tomou Roma, portanto sabia da vulnerabilidade da Cidade Eterna, a capital de
seu vasto Império.
Constantino sabia que os chamados “bárbaros” estavam agitados nas fronteiras
dos domínios do Império, principalmente os agitados germânicos e dos da Gália.
Constantino sabia, também, dos problemas dos cristãos que sempre
estavam agitando Roma, não só com os seus problemas locais, como os problemas
de outras partes do seu Império.
Tinha consciência de que boa parte do populacho e das Elites Romanas
ainda tinham saudade dos velhos deuses.
A Aristocracia Romana não via Constantino com bons olhos, considerava
que ele era um arrivista, uma pessoa ambiciosa e que queria ter êxito a
qualquer custo.
Bom estrategista havia numa de suas campanhas percebido a importância
da pequena Bizâncio, plantada as margens do Estreito de Bósforo, ligação
marítima ideal entre a Europa e Ásia, que por sua largura era de fácil
travessia.
Passagem obrigatória dos navios de carga que ligavam o Mar Negro ao Mar
Mediterrâneo.
Logo Constantino soube e viu a importância estratégica de Bizâncio.
Depois de demagogicamente afirmar que " Serdica é a minha Roma”,
Ulpia Serdica é a atual Sofia, Bulgária, de considerar Sirmium e Tessalônica
como possíveis capiatasi, optou por Bizâncio, mas sem antes fazer uma chocada
de marketing:
Constantino sabia explorar o misticismo dos pagãos e comunicou a Corte
que havia tido um sonho, um aviso divino, ir para Bizâncio.
Mandou organizar uma pomposa cerimonia onde além das autoridades
cristãs estavam também sacerdotes pagãos.
Numa imitação da lenda de Rômulo e Remo quando da fundação da velha
Roma pegou uma lança de ouro e saiu caminhando da porta da muralha existente em
direção ao campo vazio.
Com passo marcial andou, andou e andou... e ao ser perguntado quando ia
parar, respondeu:
“-Quando se detiver o que marcha a minha frente.”
Todos os sacerdotes de todas as religiões ficaram satisfeitos.
Constantino andou mais um pouco e riscou no chão onde deveria ser
começada a construção da nova muralha.
Isso ocorreu em 324 d.C., foram usados mais de quarenta mil
trabalhadores, a maioria dos escravos godos, para a construção, contudo mesmo
com muitas da obras inacabadas e que só foram concluídas em 336 d.C.,
Constantino a inaugurou em 11 de Maio de 330 d.C..
“Constantino inaugurou a cidade através dos ritos tradicionais, que
durou 40 dias. A cidade tinha cerca de 30.000 habitantes. Um século mais tarde
chegou a meio milhão, sendo a maior cidade do mundo”.
Na “Nea Roma” construiu o Fórum e criou o Senado, as Instituições de
Estado, um Prefeito, dividiu-a em quatorze regiões, e mandou distribuir trigo
de graça e seu território seria considerado solo italiano livre impostos.
“Nova Roma foi embelezada à custa de outras cidades do Império, cujas
obras foram saqueadas e transferida para a nova capital”.
De uma estátua de Apolo do Fórum, Constantino fez remover a cabeça para
colocar uma réplica da dele.
Mosaicos, esculturas, colunas, obeliscos vieram de Alexandria, Éfeso e,
especialmente, de Atenas.
Constantino não poupou nenhuma despesa, querendo construir um capital
universal.
Constantino sempre chamava atenção de que como Roma a sua nova capital
tinha sete colinas.
Moedas comemorativas especiais foram emitidas para prestigiar a
fundação.
Segundo consta Bizâncio era uma cidade cristã, mas onde haviam templos
pagãos.
Constantino não destruiu os locais de adoração dos pagãos e construiu
novas Igrejas.
O Hipódromo construído por ordem de Septímio Severo (203 d.C.), com
capacidade para 50.000 pessoas, foi conservado e serviu de palco para as
festividades e homenagens aos generais vitoriosos do Império.
Suas arquibancadas, também, serviram para que o povo assistir os
julgamentos mais importantes, portanto o Hipódromo virou uma espécie de grande
Tribunal público.
Hoje, o Hipódromo é uma praça no centro de Istambul, onde os dois
obeliscos que estavam na pista, um deles pertencente ao faraó egípcio Tutmés
III, são preservadas.
Ao morrer Constantino, a fragmentação do Império Romano era um fato.
No entanto, isso não ocorreria de
facto antes da morte de Teodósio I, dito o Grande, um de seus sucessores,
que governou de agosto de 378 até 17 de janeiro de 395 d. C., dia de sua morte.
O Império dividido
Teodósio I, dito o Grande, dividiu o Império Romano de Constantino em:
1- Parte Ocidental, com sede
em Milão, seu filho Honório;
2- Parte Oriental, com sede
em Constantinopla, seu outro filho, Arcádio, dando assim origem ao Império
Bizantino, que ao contrário do Ocidental cujo declínio foi aumentando,
manteve-se até 1453.
Segundo alguns historiadores
afirmam que Constantino, no final da vida entre 15 de maio e 17 de junho 326 d.
C., teve que enfrentar uma conspiração promovida por seu filho primogênito
Crispo, com Minervina, o condenando à morte por " veneno frio " em
Pola (Pula, Croácia), e pela Imperatriz Fausta, sua segunda esposa, que foi
condenada à morte a mando de sua mãe, Helena, que ordenou que ela fosse deixada
para morrer em uma banheira com agua superaquecida.
Outros são mais afoitos e dizem que Crispo tinha um caso amoroso com
Fausta e que Constantino os matou por suas imoralidades.
Mas pelo sim ou pelo não, tanto Fausta quanto Crispo foram condenados a
Damnatio memoriae, frase em latim significa literalmente “condenação de memória
“uma sanção que consta do Direito Romano empregada em relação aos traidores
para assim ficar cancelada a memória deles e destruir qualquer vestígio que
poderia servir de admiração para a posteridade”.
Eusébio, por exemplo, editou todos os louvores que tinha feito a Crispo
em cópias posteriores da sua História Eclesiástica, e a Vita Constantini não
contém nenhuma menção de Fausta.
Constantino elevou seus herdeiros a condição de "Caesars",
seguindo um padrão estabelecido por Diocleciano, mas deu um caráter
hereditário, alheio ao sistema anterior, tanto que seus filhos com Fausta,
Constantino II, Constâncio II, Constante I, cada um a seu tempo, se tornaram
Imperadores.
Ele também tinha duas filhas, Constantina e Helena, esposa do Imperador
Juliano - Flavius Claudius Iulianus - reinou desde o ano 361 até a sua morte,
dois anos depois.
Imperador Juliano foi o último imperador pagão do mundo romano, e por
isso ficou conhecido na história como "o Apóstata", por não professar
a fé cristã num período em que o cristianismo já era aceito e até incentivado
por seus antecessores desde Constantino I.
Constantino prescindiu sua morte e dentro da Igreja dos Santos
Apóstolos, secretamente preparou um lugar de descanso final.
Logo após a Festa da Páscoa de 337, Constantino ficou gravemente
doente.
Ele deixou Constantinopla para os banhos quentes em Termal, na margem
sul do golfo de Izmit.
Tetmal é uma localidade perto da cidade onde nasceu Helena de
Constantinopla, a antiga cidade de Drepanum (Δρέπανα), que foi rebatizada como
Helenópolis (grego: Ἑλενόπολις)
e é hoje Altınova, cidade e distrito de Província Yalova, na costa oriental do
Mar de Marmara, Turquia.
No local onde Helena havia mantado construir uma Igreja em honra a são
Luciano, o mártir, Constantino orou e se deu conta de que ele estava morrendo,
por isso buscando a purificação, ele se tornou um catecúmeno, e tentou um
retorno a Constantinopla, mas não conseguiu.
Constantino parou em uma casa de subúrbio chamado Achyron, local bem
próximo de Nicomédia (Νικομήδεια), hoje Izmit, centro administrativo da
província de Kocaeli, Turquia, onde ele convocou os Bispos e revelou o seu
desejo de ser batizado no rio Jordão, onde Cristo o foi, e alertado de sua
situação, pediu logo o Batismo.
Segundo consta ele solicitou ao Bispo Eusébio de Nicomédia, Bispo da
cidade, que o realizasse.
Eusébio de Nicomédia realizou as cerimônias sagradas segundo o costume,
conforme os registros históricos.
Esses “segundo o costume” queria dizer o seguinte “o batismo podia ser
adiado até a idade adulta”, ao meu ver no caso uma cavilação histórica, pois
assim ele podia chefiar as outras religiosos no Império.
Constantino, dito o Grande ou Magno, morreu absolvido de seus pecados,
pois se arrependeu deles na hora da morte.
Faleceu depois do Dia de Pentecostes em 22 de maio 337 d. C. e seu corpo foi transferido para
Constantinopla e enterrado na Igreja dos Santos Apóstolos.
“Em seus últimos anos, os fatos históricos são misturados com lendas”,
vou transcrever algumas:
1- Que o Papa Silvestre I
(314-335) teria lhe curado de lepra;
2- Constantino teria sido
Batizado após ter doado a Igreja alguns edifícios;
3- Que Constantino havia
sido batizado somente em seu leito de morte e por um bispo da ortodoxia
questionável (Eusébio de Nicomédia era um ariano) ...
E por aí vai.
Constantino foi o responsável pela paz entre os s cristão e os pagãos, isso
é certo.
Entretanto foi Flavius Theodosius, nascido na Hispânia em 11 de janeiro
de 347 e falecido em Milão, 17 de janeiro de 395, Imperador Romano de 19 de
janeiro de 379 d. C. até sua morte, entronizado como Teodósio I, o Grande, que
promulgou o Édito de Tessalônica que institui o Cristianismo como religião
oficial do Império.
Logo afirmar que Constantino, o Grande, foi o responsável pelo
cristianismo no governo é um erro
histórico tremendo.
Constantino aparelhou o Estado com cristãos, mas não aboliu as
religiões pagãs e nem fez o que Teodósio I fez.
Para este livro nos
interessa bem é que foi ele que transformou a antiga Byzantium numa Nova Roma,
a cidade que passou a ter o nome em sua homenagem, ou seja, Constantino
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