Richelieu e os gatos amados, figurativo do inicio dos seculo XX
No Blog JORGE EDUARDO FONTES GARCIA - IN FOCUS - NOTICIAS E COMENTÁRIO
DO BRASIL E DO MUNDO, eu publique em 9 de setembro de 2014, o texto abaixo:
EFEMÉRIDES – 9 DE SETEMBRO –
AUTOR: JORGE EDUARDO FONTES GARCIA
Hoje é o dia de um grande homem, de um vero
estadista, e seu nome é Armand Jean du Plessis, Cardeal de Richelieu, Duque de
Richelieu e de Fronsac, Cardeal da Santa Igreja Romana e
Primeiro-ministro da França, na realidade “A função
desempenhada por Richelieu para Louis XIII é muitas vezes referida como a de um
“primeiro-ministro” moderno, embora o título usado era o de Ministro-chefe do
Rei, mas não era nada igual aos tempos hodiernos, pois seu trabalho era
realizado em todas as diversas ações de governo, bem como as ações no campo da
cultura e das artes, portanto as delegações de poder eram pouquíssimas”.
Exerceu, em diversas épocas, os cargos de:
Bispo Luzon 18 de dezembro de 1606, Bispo Emérito
de Luzon, em 1622 eleito Diretor da Sorbonne, Abade de Cluny e geral (coadjutor
de 1627), Abade de Cister (coadjutor de 1627), Par de França, Grão-Mestre da
França (francês: Grande Maître de France) ou seja, Chefe da Casa do Rei, Chefe
e superintendente geral da navegação e do comércio da França, ministro dos
Negócios Estrangeiros, Secretário de Estado da Guerra, Governador da
Grã-Bretanha.
Elevado a Cardeal da Santa Igreja Romana pelo Papa Gregório
XV em 5 de setembro de 1622.
AQUI COMEÇA SUA CARREIRA POLITICA E ADMINISTARTIVA
PARA O BEM DA FRANÇA, DA BELA FRANÇA EM FORMAÇÃO.
A França tinha uma estrutura política feudal,
com os nobres poderosos e uma variedade de leis, dependendo do território ou
domínio.
Facções de Nobres e burgueses conspirando contra o
Rei;
Eles tinham seus próprios exércitos, e muitas vezes
se aliaram com potências estrangeiras contra o Rei.
Para acabar com isso, fortalecer a França com uma
Monarquia Absoluta centralizada no Soberano, o Cardeal dedicou toda a sua vida política,
subordinando os diversos interesses da Nobreza e do Clero, sempre forte, avido
e predador, aos ‘interesses nacionais’, da França, personificados na
pessoa do Rei de França,
Isto deu lugar a um Estado centralizado que vemos até
os nossos dias, com pouquíssimas diferenças territoriais.
Os êxitos do Cardeal foram muito importantes para o
sucessor de Luís XIII, seu filho Luís XIV, que “continuou o trabalho de
Richelieu, com a criação de uma monarquia absoluta fortíssima, aprovando leis
contra a poderosa e antiga aristocracia e eliminando todos os vestígios de
poder de qualquer outro grupo político em França”.
“Richelieu lançou as bases para o futuro Império
Colonial Francês e garantiu a posição como uma potência na Europa”.
“Por estes argumentos, Richelieu é uma
personalidade Histórica na França, sendo um dos criadores do espírito
nacional”.
O historiador e filósofo
canadense John Ralston Saul, considera Richelieu " o pai do estado
moderno, o poder centralizado e o serviço secreto moderno”.
Richelieu era um famoso protetor da arte.
Autor de vários escritos religiosos e políticos (a
mais famosa, a sua política Testamento Financiador de numerosos escritores,
como Pierre Corneille.
Amante do teatro, que na época não era considerado
respeitável.
Em 1622, Richelieu foi eleito ‘proviseur’ ou
diretor da Sorbonne e durante seu mandato, os prédios da universidade foram
renovados.
Richelieu construiu um palácio em Paris, o Palais-Cardinal,
renomeado Palais Royal, hoje sede do Conselho de Estado, do Conselho
Constitucional e do Ministério da Cultura. Na parte de trás dos jardins são os
edifícios mais antigos da Biblioteca Nacional da França, e do depósito da
biblioteca com um acervo de mais de 6 milhões de livros, documentos, mapas e
gravuras, contudo a maioria das coleções mudaram-se para um edifício mais
moderno.
Com permissão de Luís XIII, o Cardeal mandou o
arquiteto Jacques Lemercier construiu um castelo e uma cidade na
antiga Touraine, uma ex- província da França, que hoje é a cidade de Richelieu,
comuna francesa, no departamento de Indre-et-Loire, na Região Centro.
O castelo foi ornado com uma das maiores coleções
de arte na Europa, inclusive com as duas esculturas de escravos (o italiano
Michelangelo Buonarroti ) e pinturas de Peter Paul Rubens , Nicolas Poussin e
Ticiano .
Contudo culturalmente a maior obra legada para a
Humanidade por, Armand Jean du Plessis, Cardeal de Richelieu, Duque de
Richelieu e de Fronsac, Cardeal da Santa Igreja Romana e
Primeiro-ministro da França, foi a Académie
Française.
L' Académie française foi fundada em 29 de
janeiro de 1635 pelo Cardeal com a missão de
"Garantir a língua francesa e realizar atos de
patrocínio", isso é “definir o idioma francês, dando-lhe regras, para
tornar claro e compreensível para todos”.
No mesmo dia foi criado l’Institut de France e com isso Academia
Francesa a ele foi anexada.
A primeira edição do Dicionário da Academia Francesa
foi publicada em 1694.
A Academia Francesa reúne as principais figuras da
vida cultural: poetas, romancistas, teatrólogos, artistas, críticos, filósofos,
historiadores e cientistas que têm mostrado a língua francesa.
E
É GRAÇAS A ELA QUE A FRANÇA PODE SER CONSIDERA ATUALMENTE UMA GRANDE POTENCIA.
A
ELA E A SEUS MUSEUS.
Senão:
Babau
tia chica...
Richelieu, com 57 anos, era
doente, sofria de uma estranha febre (para alguma malária, para mim febre
nervosa), reumatismo, gota (ele não se movia com as próprias pernas, mas apenas
em uma cadeira de palha forrada de seda), tinha hemorroidas (que era muito
comum em sua época) o que provocou uma outra doença, a Tenesmus, ou seja, uma
sensação constante de que precisa evacuar, apesar de um cólon vazio, o que
levou a ter diverticulite, tratada com sangrias que só o debilitavam mais.
Durante o serviço militar
pegou gonorreia, que foi mal curada, não havia penicilina naquela época, e o
tratamento era terrível, algumas vezes com uma martelada na cabeça do pênis, o
que fazia a ‘turma’ fugir dele, o tratamento.
As enxaquecas eram
frequentes.
Padecia de Osteíte, uma
inflamação por bactérias do osso, que acabou provocando problemas no braço e
fistulas pelo corpo.
Os diversos tratamentos,
muito primitivo todos eles, o enfraqueceram sobre maneira e cuspindo sangue,
acabou morrendo em 4 de dezembro de 1642.
Sua autópsia revelou que a
necrose nos pulmões, ou seja, morreu de tuberculose.
Foi sepultado na Capela da
Sorbonne, mas seu tumulo foi saqueado durante os Movimentos da Revolução
Francesa de 1789 - Alexandre Lenoir, historiador, revolucionário, que tentou em
vão que os bens da monarquia não fossem destruídos, tentou fisicamente deter os
saqueadores, mas, seu esforço, mais uma vez, foi em vão- e a cabeça mumificada
do Cardeal-Duque passou a ser comercializada por um ‘cidadão’ de merda, que
desconhecia a história de França e o que ele vez por ela, apelidado de Cheval, Cavalo, dono de uma mercearia na rue
de la Harpe, que acabou a oferendo ao Abbé Boshamp ( abade) que deixou como
herança a outro padre, l'Abbé Nicolas Armez, cura em Plourivo, hoje no
departamento de Côtes d'Armor , antiga Côtes-du- Nord, na região da Bretanha, que era tio-avô de Louis Armez, deputado pela região,
que trouxe a cabeça mumificada a Paris para mostrar aos seus colegas na
Assembleia Nacional.
Em 1846, é encomendado um
retrato de corpo inteiro do Cardeal para o Conselho de Estado, baseado na
cabeça mumificada, que é exposta a cada ano para os alunos na cerimônia de
premiação de um colégio em Saint-Brieuc, hoje no departamento de Côtes d'Armor
, antiga Côtes-du- Nord, na região da Bretanha.
Contudo Richelieu
encomendou 11 retratos de si mesmo ao pintor Philippe de Champaigne, nascido em
Bruxelas, sob o domínio de Espanha, em 26 de maio de 1602, que com isso se
tornou seu pintor oficial, que em 1629 recebeu "cartas de
naturalização." Decorou o Palais Cardinal (que tornou-se o Palais Royal e
hoje abriga o Conselho de Estado, o Conselho Constitucional e do Ministério da
Cultura), a abóbada da capela da Sorbonne e outros edifícios pela França, a
partir de 1654, ele participou da decoração de Le palais des Tuileries, desta
vez sob a direção de Charles Le Brun, e é membro fundador da Academia Real de
Pintura e Escultura, faleceu no dia 12 de agosto de 1674, em Paris.
Gian Lorenzo Bernini, ou
simplesmente Bernini,o mais famoso escultor de seu tempo, nascido em Nápoles ,
07 dezembro 1598 e falecido em Roma , 28
de novembro de 1680, fez um busto do cardeal agora preservado no museu do
Louvre, em galeria de escultura italiana.
François Girardon, nascido
em Troyes, hoje e département de l'Aube, région Champagne-Ardenne, em 17de março
de 1628, e falecido no dia 1 de setembro de 1715, em Paris, é obviamente um
escultor francês, que realizou as obras
: Inverno (1675-1679), mármore, Palácio de Versalhes, Apollo servido pelo Nymphs (1666-1675), com a
colaboração de Thomas Regnaudin , grupo de mármore, o Palácio de Versalhes ,
bosque dos banhos de Apollo, O Rapto de Proserpina por Plutão (1699), mármore,
Palácio de Versalhes , o bosque Colonnade, Bacia Saturn (1672-1677), chumbo
dourado, Palácio de Versalhes, Louis XIV a cavalo (1692), Paris , Louvre,
também, fez a estátua do Cardeal de Richelieu em sua Tumba na Sorbonne.
Continuemos com a odisseia
da cabeça do Grande Homem.
Retorna a Sorbonne, em 15
de dezembro de 1866, numa excepcional cerimônia fúnebre, que conta com presença
de Victor Duruy, ministre de l'Instruction publique, e de uma Delegação
composta de membros da Academia Francesa, em grande gala.
4 de dezembro de 1971, a
cabeça é enterrada na Capela, ao seu lugar original no centro do coro, durante
uma cerimônia oficial com a presença de Jacques Duhamel, o ministro da Cultura,
organismos oficiais e uma delegação da Academia Francesa.
O Mausoléu de Armand Jean du Plessis,
Cardeal de Richelieu, Duque de Richelieu e de Fronsac, Cardeal da Santa Igreja
Romana, Ministro-chefe do Rei Luís XIII, e em mármore de Carrara, encomendado por uma de suas herdeiras,
Marie-Madeleine de Vignerot, dame de Combalet, duchesse d’Aiguillon (Duquesa
d'Aiguillon), filha de sua irmã Françoise du Plessis, esposa de René de
Vignerot, esculpido por François Girardon a partir de desenhos de Le Brun e
completado apenas 1694, portanto 52 anos depois da morte do grande homem.
Aliás em La Sorbonne, em 29
agosto de 1622 eleito diretor, Richelieu empreendeu um programa de renovação da
faculdade e de sua Capela, destinando 500 000 £ (livres) para tal.
O gato como animal de
estimação, o que faz com que eu o considere, mais ainda, uma grande figura.
“Curiosamente, o Cardeal
Richelieu contribuiu para gatos como animais de estimação são. Ele montou um
gatil no Palais-Cardinal e cronistas que ele sempre tinha um gato no colo,
enquanto trabalhava”.
“Em sua morte, ele tinha
quatorze gatos, a maioria da raça angorá, cujos nomes chegaram até nós:
Félimare, Lúcifer, Ludovic, le Cruel, Ludoviska, Mimi-Piaillon, Mounard-Le-
spirituel, Perruque, Ruby-on, Le sauvage Píramo, Tisbe, Racan, Submissive e La
Gazeta”.
ERA OU NÃO ERA UMA GRANDE
FIGURA?
ERA, É CLARO.
Mausoléu na Capela da Sorbonne,
FIM.
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