sábado, 13 de dezembro de 2014

63- CONVERSA- La conspiration de Chalais A Conspiração de Chalais. Parte III


Gaston de France

                                                          
Parte III
Como eu já escrevi, em outro capitulo, Richelieu manda executar a Henri de Talleyrand-Périgord, Conde de Chalais, maître de la garde-robe du roi sous Louis XIII, que se envolveu na conspiração que leva o seu nome, La conspiration de Chalais ou a Conspiração de Chalais, cujo motivo aparente era bobo, mas o oculto não era, pois confrontava com a vontade do Rei e de Richelieu e punha em risco as vidas desses dois personagens tão importantes para a História de França.
Chalais era inocente útil, tinha caído nas Duquesa de Chevreuse, afinal um homem apaixonado faz qualquer coisa a pedido da mulher amada.
Pimpão poltrão deixou se enredar, como veremos.
Contudo, todavia, no entretanto, devemos destacar o conspirador de maior ‘rango’, Gaston de France, Monsieur, le frère du roi, fils de France, de la branche des Bourbons (dynastie capétienne ), filho de Henrique IV e de Maria de Médici, Le Grand Monsieur, a partir de 1643 , para não ser confundido com Felipe, Le Petit Monsieur, irmão Louis XIV.
Gaston d'Orléans era um caso para Freud, Jung, ou Lacan, explicar, pois foi um homem consumido pela inveja, pelo rancor, que amaldiçoou sua vida toda ter nascido o terceiro filho dos Reis de França, bêbado, jogador, libertino, bissexual, mas que teve a sorte em ter um irmão complacente que nunca o enviou para o cadafalso pelos vários crimes de lesa-majestade que cometeu.
Um exemplo nefasto que influenciou sua única filha do primeiro casamento, o com a riquíssima Marie de Montpensier, a famosa Anne-Marie Louise de Orléans, duquesa de Montpensier, chamado de Grande Mademoiselle, uma frondeuse terrível.
Gaston d'Orléans, Duque de Orléans, Chartres, de Valois, Anjou e Alençon, Conde de Blois, de Montlehery e Limours, Baron d'Amboise e Senhor de Montargis, terá um capitulo a parte.
Assim, o então simplesmente Monsieur, o famigerado Gaston d’Orleans, tinha 17 anos e tinha aversão por casamento e achava a noiva escolhida feiosa.
Contudo, como era bissexual se matou para tirar seu tutor, Jean-Baptiste d'Ornano, da prisão, se rompendo todo, batendo os pés, puxando os cabelos, chorando até passar mal, diante do irmão, o Rei.
Estranho, mas verdadeiro.
Gaston d'Orleans ou de France
em criança por  Frans II Pourbus





Entretanto, Gaston era o herdeiro do Trono de França e precisava casar.
A escolhida foi Marie de Bourbon-Montpensier, a riquíssima Duquesa de Montpensier, princesse du sang, filha de Henri de Bourbon-Montpensier, duc de Montpensier et dauphin d’Auvergne, e de Henriette-Catherine de Joyeuse, duchesse de Joyeuse et princesse de Joinville, um casal pra lá de biliardários, no sentido hodierno do termo, que depois da morte da mãe passou a ser considerada “a mulher mais rica da Europa”.
Mais, isso era só outro pretexto, a causa publica, pois a secreta era terrível, como já salientei.
Os conspiradores comunicaram a Gaston d'Orléans que além da morte de Richelieu, eles forçariam o Rei a abdicar o Trono em seu favor, caso contrário poderiam até executar o Soberano, um caso inédito que só veio acontecer com o cunhado de Luís, o Rei Carlos I da Inglaterra, pois La Chevreuse que tudo queria, que como já disse,  já havia enfeitiçado com suas manhas sexuais o jovem Henri de Talleyrand-Périgord, Conde de Chalais, maître de la garde-robe du roi sous Louis XII, um espadachim que poderia ser útil a causa matando o Cardeal-Duque,
Mais, não foi só a Duquesa de Chevreuse que lançou suas garras em cima do Conde de Chalais.
O temperamental rapaz se meteu em um duelo, o que era expressamente proibido por Éditos Reais, e matou Roger Daillon, Baron Pongibault, um conquistador famoso à época, mas fanfarão, que dizia ser amante de sua mulher, Charlotte de Castille, e o matou.
Apesar de ser gentil-homem da Casa do Rei, Chalais tem que enfrentar a Justiça, mas Gaston d’Orleans, o rebelde das causas perdidas, seus amigos, o marechal d'Ornano, Conde de Soissons, Alexandre de Vendôme, dito le « Chevalier de Vendôme », Prior da Langue de France, ou seja, Prior da província da Ordem de São João de Jerusalém, province de l'ordre de Saint-Jean de Jerusalém, o segundo filho de Henri IV e sua Maîtresse-en-titre, Gabrielle d’Estrées, o apoiam, o declaram “ O Campeão da Nobreza” , uma espécie de El Cid, Campeador, de Espanha do medievo,  e Monsieur o  leva para servir em sua Casa, com isso o ingrato passa para as fileiras do partido do irmão de Luís XIII.
Era uma forma de guerrilha contra o Rei e seu Ministro-chefe.

E, como por causa de uma denúncia Le maréchal d'Ornano na cadeia, os ânimos se inflamam mais ainda.
Casamento de 
Maria de Médici e Henrique IV 
por Peter Paul Rubens
Fim da Parte III

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