segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

75- CONVERSA- Imperator- Imperador - Cæsar- Czar - Kaiser - Parte I.


Imperator- Imperador - Cæsar - Czar- Kaiser- Parte I


Triunfo em Roma.
Diadema imperial
Imperator- Imperador.

Triunfo de Tito e Vespasiano
Giulio Romano, c. 1537-1540
Museu do Louvre

Imperator significava "detentor do poder militar", "detentor do poder coercitivo".
No início Imperator era um general vencedor, que obteve significativas vitorias militares à frente do das Legiões Romanas, e com isso deu prova não só de defender como, também, de estender o " imperium” de Roma.
O reconhecimento de Roma ao General Vencedor era manifestado através de uma solenidade publica nas ruas da Cidade Eterna denominada de “ triumphus ou Triunfo” que era estabelecido pelo Senado.
Muitas vezes depois dos soldados terem aclamado seu comandante como “Imperator” é que o Senado decidia sobre o Triunfo e marcava uma data, de acordo com o homenageado, para que ele acontece pelas ruas da Capital, Roma.
Todavia, essa era a maior honra que um general vencedor podia ser agraciado, porque nele não só a Classe Dirigente participava, como também a plebe, o povo de Roma.
Era mais ou menos assim o Cortejo do triumphus ou Triunfo:
Era organizado um Cortejo que saia do campo de Marte (Campus Martius era uma área de Roma antiga fora dos limites da cidade, depois acampamento militar sob Augustus) e entrava em Roma pela Porta Triumphalis.
O Cortejo era composto, pela ordem, do General-comandante-vencedor, suas tropas, seus prisioneiros, seus despojos de guerra.
O Triumphator, o general vencedor, vinha a frente de uma procissão, em um Triumphalis currus’ ou a “ quadriga” (símbolo tradicional de triunfo ou vitória e fama), ou seja, uma carruagem dourada, com esculturas de marfim, com a grau coroa (guirlanda de louro), de 4 cavalos.
Portava os chamados triumphalia ornamenta ou triumphalia, que eram:
1-    A coroa de ouro;
2-    A toga picta com bordados a ouro;
3-    A palmata túnica (túnica decorada com folhas de palmeira, atributo de Júpiter Capitolino);
4-    O eburneus scipio (uma vara de marfim);
5-    Mais, emblemas e insígnias de seu comando.
Com ele na carruagem vinha um escravo que segurava sobre a cabeça do Triumphator uma Coroa de Louros, a ‘corona grau’, que sussurrava ao seu ouvido:
Respice post te!
Hominem te memento!
Tradução Livre:
Olha atrás de você.
Lembre-se de ser um homem.
Alguns historiadores traduzem a frase do escravo como:
Hominem te esse memento
Tradução Livre:
Lembre-se que você é apenas um homem.
Mais, ambas, tinham o mesmo sentido, ou seja, que era lembrar o Triunfador que aquela cerimonia era uma glória do momento e que a aclamação da multidão era passageira, que tudo isso não subisse a sua cabeça e ele se ensoberbecesse com aquele Triunfo.
Segundo alguns historiadores eram envolvidos por uma cortina de fumaça tênue produzida por incensários (Censers), e com isso se dava, ou se criava, uma forma ou impressão de divinização do Cortejo.
Esses Triunfos traziam importância não só ao General Vencedor mas, também, a sua família, a sua gens, a sua gente.

Apesar de que Augustus, o filho do Divino Cesar, ter ganhado ao longo dos anos de seu governo vários Triunfos - após as guerras de Filipos e da Sicília, pelas vitorias na Dalmácia, em Actium e Alexandria - nunca ele, nem outro Imperator, chegou aos pés de Júlio Cesar, basta ver que o nome César é sinônimo de Imperador. 


Parata su via dei Fori Imperiali
(allora "via dell'Impero")

Fim da Parte I

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