quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

85- CONVERSA- Controvérsia da Investidura – Parte I

Controvérsia da Investidura – Parte I
Falei de Imperadores que lutaram contra os Soberanos Pontífices, os Bispos de Roma, citando a Controvérsia das Investiduras e agora vou explicar do que se trata.

Significado de Investidura: s.f. Ação de investir, de dar ou tomar posse de um cargo.
Posse. Cerimônia que acompanha o ato de posse.
Sinônimo de investidura: posse
dicionário online de português

“Investidura (preposição in e verbo vestire, "vestir", de vestis, "manto") significa a instalação formal de alguém (herdeiro, candidato eleito) em um cargo público formalmente dando-lhe uma "insígnia"”.
“O termo é normalmente reservado para ofícios formais de Estado, da aristocracia e da igreja”.
“Na Idade Média foi a cerimónia quando o Senhor investia o vassalo com um feudo, dando um símbolo da terra ou do cargo transmitido em troca de um juramento de fidelidade”.
“No direito eclesiástico se refere a cerimonia quando sacerdote recebe os símbolos do mandato espiritual, como o anel pastoral e a mitra”.
“A investidura leiga era a nomeação de bispos, abades e outros oficiais da Igreja por senhores feudais e vassalos, com a insígnia de seu cargo eclesiástico”.
“A questão de quem deveria investir (nomear) foi um dos pontos do confronto do Papado com o Imperadores do Sacro Império Romano Germânico”, e o outro ponto era
Sobre a independência do Papado e a supremacia do Papa sobre todos os Soberanos, Príncipes, Nobrezas, Povos da Terra”,  como veremos ao detalhar a Controvérsia da Investidura.

Origem:
Desde o século VII era comum que a Realeza e a Nobreza fundassem a seu bel-prazer, segundo seus interesses pessoais, até mesmo por demonstração de fé ou agradecimento por algum milagre, Igrejas, Abadias, Mosteiros, e, consequentemente, Bispados eram organizados, com isso os fundadores controlavam toda as ações dessas novas Instituições Eclesiásticas.
Leigos, na maioria irmãos, primos, parentes, apaniguados da Nobreza, enfim, aqueles que não haviam tomado as Ordens, eram nomeados para os cargos de Abade, Prior, etc. e tal.
Portanto, eles eram Feudos Eclesiásticos organizados, mas fora da Autoridade dos Bispos de Roma, dos Papas, do Soberanos Pontífices, ficando os seus responsáveis vassalos do fundador.
Exemplifico:
1-      “Bertrada de Prüm ou a Velha, mãe de Berta-do-Pé-Grande, Rainha consorte de Pepino, o Breve, fez doações significativas de terras para a fundação do Mosteiro de Prüm, uma cidade do hoje Estado federal da Renânia-Palatinado, Alemanha, e para a para a Abadia de Echternach, hoje no Grão-Ducado do Luxemburgo”;
2-      “O Mosteiro de Santa Maria da Vitória (mais conhecido como Mosteiro da Batalha) situa-se na Batalha, Portugal, e foi mandado edificar em 1386 por Dom João I, Rei de Portugal, como agradecimento à Virgem Maria pela vitória na Batalha de Aljubarrota”.
3-      No próprio Mosteiro de Cluny, que falaremos mais abaixo, o doador das terras, o fundador, nomeou o primeiro Abade que foi Berno de Baume ou São Berno de Cluny.
Quantos Nobres, pela História a fora, não se retiraram da vida mundana e passaram a viver num Mosteiro uma vida contemplativa?
Muitos.
Exemplifico com Carlomano filho mais velho de Carlos Martel e irmão de Pepino, o Breve, que abdicou do Poder, desistiu da vida pública para assumir a vida monástica na Abadia de Monte Cassino, no topo do Monte Cassino, perto de Nápoles, na Itália, mosteiro esse fundado por São Bento de Núrsia, ele mesmo um filho de um nobre romano, o nosso querido São Bento, fundador da Ordem dos Beneditinos e criador da Regra de São Bento.
É obvio que nesses “Feudos” havia corrupção, pois onde há homens, há corrupção, há o pecado da carne.
Quem não viu o filme O Nome da Rosa, de 1986, baseado no romance homónimo do crítico literário italiano Umberto Eco, deveria ver para compreender a corrupção instalada no seio da chamada "Sancta Mater Ecclesia".
Sinopse do filme:
 “Em 1327, num mosteiro na Itália medieval, a morte, em circunstâncias insólitas, de sete monges em sete dias e noites é o motor responsável pelo desenvolvimento da ação. Um monge franciscano é chamado para solucionar o mistério e cai nas malhas de uma trama diabólica”.
“Na forma de uma crítica, as violências sexuais, os conflitos no seio dos movimentos heréticos do século XIV, a luta contra a mistificação, o poder, o esvaziamento dos valores pela demagogia, constroem uma reconstituição livre dos fatos históricos da época aos olhos do espectador”.
Havia, também, um grande problema relativo a pratica da Simonia.
Simonia deriva do nome de Simão, o Mago, descrita nos Atos dos Apóstolos 8: 9-24, aquele que pediu o Poder do Espirito Santo em troca de um pagamento a Pedro e a João, lembram-se?
Significado de Simonia: s.f. Tráfico de coisas sagradas; venda de bens espirituais, segundo o dicionário online de português - http://www.dicio.com.br/simonia/ , isso é “o ato de pagar por perdões, sacramentos e consequentemente por cargos eclesiásticos ou posições na Hierarquia da Igreja, prosperidade material, objetos ungidos, etc. e tal”.
Era o que mais se fazia.
Isso gerava um outro problema que era o recolhimento dos “dízimos’, já que os fundadores queriam para si, ou para a obra por eles fundadas, e o Papa, a Hierarquia da Igreja, queria, porque queria, para a Roma, o que gerava um tremendo conflito, aliás um conflito que a meu ver se eternizou.
Era tão grande a corrupção que a primeira reação surgiu quando Guilherme, o Piedoso, Duque da Aquitânia, Marquês de Gothia (Languedoc atual), Conde de Auvergne, de Berry, de Limousin, de Lyon e de Macon, em 02 de setembro 909 ou 910, fundou a Abadia de Cluny e abdicou de mandar nela, a entregando para jurisdição Papal (sob Sergio III, um nobre filho de Benedetto, magnus tusculanus dux et comes), apesar de ter nomeado Berno de Cluny como Abade.
A “Regra de São Bento” foi imposta sob a proteção de São Pedro e São Paulo, “independente tanto dos Bispos, quanto dos Senhores Feudais, obedecendo apenas ao Papa e foi por isso que ela – a Congregação de Cluny- desempenhou um grande papel no desenvolvimento e consolidação do Cristianismo não só europeu, como de todo o mundo, já que seus reflexos são sentidos até os nossos dias”.
Onde se sabia de corrupção do Clero para lá ia um monge, ou monges, de Cluny para sana-la.
Outro Local de reação, esse no âmbito do Sacro Império Romano Germânico, foi a Abadia de Görze, um mosteiro fundado em 749 pelo Bispo Chrodegang de Metz, cuja comunidade adotou a “Regra de São Bento”, tornando-se um centro importante da reforma que se fazia necessária a época, gerando consequência positivas sobre as comunidades religiosas de como Fulda (Hesse, Alemanha), Niederaltaich (Baviera, Alemanha), Einsiedeln (Cantão de Schwyz, Suíça) e na Abadia Imperial de St. Emmeram (Regensburg em Baviera, Alemanha).
Contudo, Roma era longe dos Feudos Eclesiásticos, as comunicações eram difíceis, os Senhores Feudais tinham os seus exércitos, e a coisa pegava para o lado da Hierarquia Romana da Igreja.
Morreu Papa Damaso II - Poppo von Brixen , filho do Conde Poppo II de Rott – e o Imperador Henrique III, da Dinastia Saliana, também, conhecida como a Dinastia Franca, escolheu seu parente Bruno von Egisheim-Dagsburg, com datas Eguisheim, Alsácia, em 21 de junho de 1002 e falecido em Roma no dia 19 de abril de 1054,  que com a idade de 24, havia sido consagrado Bispo de Toul, um bispado em Lorraine ou Lorena, para concorrer ao Papado.
Aclamado em Roma pelo povo assumiu o nome de Leão IX e começou a trabalhar.
Roma não sabia que o alemão era muito enérgico e o povo espantado viu ele reorganizar as estruturas administrativas da Igreja, reduzindo a influência do Clero Italiano e da Nobreza Romana, sempre avessos a qualquer tipo de modificação do status quo.
Nomeou Hildebrando (mais tarde Gregório VII, um Papa nefasto), subdiácono e o responsável pela administração da Santa Sé que estava, mais uma vez, à beira da falência.
Colocou ordem no Colégio Cardinalício e o transformou em um importante pilar da política papal, nomeando seus membros para posições-chave no governo, antes reservados para os representantes das famílias romanas. Cargos entregues aos “estrangeiros", aos não italianos, sublinha a natureza universal da Igreja.
 Isso tudo sem fazer, pelo menos aparentemente, nenhum favor ao clientelismo estabelecido na chamada Santa Sé.
Em abril de 1049, Leo IX convocou um concílio em Roma condenando Simonia e parte da Nicolaísmo, mas prelados alemães e franceses não atenderam à convocação, pois queriam que tudo ficasse como estava.
Assim, Leão IX, viajava para assistir os Sínodos, os Concílios, e aonde fazia sermões, participando assim de forma concreta da vida da Igreja Cristã.
No segundo Concilio Disciplinar de Rheims de 3 de outubro de 1049, convocado por Leão IX, com vinte bispos, abades e cinquenta muitos clérigos, entre eles: o Arcebispo de Trier, o de Lyon e de Besançon; Bispo do Porto, foi atribuído ao Pontífice Romano o direito exclusivo de ser “universalis ecclesiae primata et apostolicus”, resumindo, a “cabeça da Igreja universal e Apostólica”.
E mais:
Foram considerados culpados de simonia e extorsão, depostos e excomungados:
a-      Gelduin Arcebispo de Sens, França;
b-       Cresconio , Arcebispo de Santiago de Compostela, Espanha;
c-      Hugo de Langres, Bispo de Langres, Dioceses de Reims, França, que fugiu do local com medo das sanções;
d-       Drogon ou Druon, Bispo de Beauvais, França;
e-      Foulques d'Amiens, Bispo de Amiens< França;
f-       Abade da Abadia de Saint-Médard, um mosteiro beneditino de Soissons, França;
Foi deposto o Budic Bispo de Nantes.
Contudo, o fato relevante foi a excomunhão de Guilherme, o Bastardo, Duque da Normandia, que ainda não era o Conquistador da Inglaterra, e a de sua esposa Matilde de Flandres, filha de Baudouin de Lille, Conde de Flandres, e Adélia da França, essa uma neta de Roberto II, Rei de França, por alegações desconhecidas segundo alguns historiadores, para outros por endogamia (Condição de endógamo é o estado da pessoa que só se casa com outra porque ambas pertencem a mesma classe e/ou tribo, visando preservar suas nobrezas, raças etc.), outros tantos para “a Igreja impor seus pontos de vista sobre a proibição de parentesco para melhor estabelecer o seu poder sobre os leigos e futuros cônjuges, ...”, e vários outros “ pelo medo que a Igreja tinha de não poder defender pela armas o Patrimônio de São Pedro frente a união de duas grandes potências a época, Flandres e da Normandia, pois os normandos já estavam instalados em Aversa, hoje na província de Caserta, Campânia, sul da Itália,  e na Região da Puglia, e  já ameaçavam o Papado.
Mais, enfim, “em 1059, o Papa Nicolau II declarou o casamento válido, e levantou a excomunhão, desde que ambos os cônjuges fundassem um mosteiro.  Matilde fundou a Abbaye aux Dames Caen, dedicada à Santíssima Trindade, na cidade de Caen, na Normandia, França, e Guilherme fundou a Abbaye aux Hommes dedicada a Saint Etienne, também, na cidade de Caen, na Normandia, França.
Bancou o bobo o Papa Leão...
Entretanto, vários decretos moralizadores foram lançados, entre eles o que regulava o acesso a cargos eclesiásticos sem eleição prévia, bem como a proibição do Clero usar armas, e a opção pelos pobres.
Diante desses fatos o Papa Leão IX - o 153º Bispo de Roma e Pontifex Maximus e Cabeça da Igreja Católica Apostólica Romana, endureceu na sua política contra:
a-      A Simonia;
b-      O Nicolaísmo, ou seja, o casamento bem como a concubinagem do Clero;
c-      Os Bispos serem membros da Nobreza, pois na realidade deveriam ser teólogos;
E exigiu o retorno dos valores do cristianismo primitivo
Desgostou gregos e troianos.
Hidelbrando, um oriundo de Cluny, defensor mais ferrenho não só da independência do Papado, mas, também, da supremacia do Papa sobre todos os Soberanos, Príncipes, Nobrezas, Povos da Terra, que redigia textos e mais textos sobre esses assuntos, influenciava muitíssimo  Leão IX nesse sentido, contado com o apoio de “Humberto de Silva Candida ou de Moyenmoutier , francês, um cardeal e um oblato beneditino, doado por seus pais ao mosteiro de Moyenmoutier, na Lorena,  Arcebispo da Sicília (mesmo sendo impedido pelos ítalo-normandos de desembarcar na ilha) e, posteriormente, Cardeal-bispo de Silva Candida “.
Foi Humberto de Silva Candida que como secretario papal traduziu a correspondência de Leão de Ácrida, da Igreja Ortodoxa, criticando os costumes e as práticas litúrgicas ocidentais, a qual Leão IX mandou que ele respondesse.
Para levar a resposta foi nomeada uma embaixada composta por Silva Candida, com Legado e com poderes de excomungar os adversários da Santa Sé, auxiliado por Frederico de Lorena, primo do Papa em função e o futuro Papa Estêvão IX, e por Pedro, Arcebispo de Amalfi, para ir a Constantinopla.
Imperador bizantino Constantino IX Monômaco, os recebeu, mas Miguel I Cerulário, Patriarca de Constantinopla, os ignorou completamente.
Em 16 de julho de 1054, apesar de Leão ter morrido, Silva Candida, peitudo, deixou a Bulla de excomunhão de Miguel I Cerulário, Patriarca de Constantinopla, no Grande Altar Central da Hagia Sophia- Igreja de Santa Sofia - durante a celebração da Missa.
“Incrédulos bizantino leram a Bulla e como ato continuo Miguel I Cerulário, Patriarca de Constantinopla, imediatamente excomungou o Legado papal e os membros de sua comitiva”.
“Este incidente devido a uma evidente falta de diplomacia do Legado Papal e sua incapacidade de compreender a situação foi de certa forma o detonador do Grande Cisma e cristalizou oficialmente o gradual cisma que vinha se formando entre o cristianismo oriental e o ocidental e sua data, 16 de julho de 1054, marca o início do Grande Cisma do Oriente”.
Enquanto isso em Roma, Hildebrando trabalhava contra as Monarquias seculares.
Papa Vítor II, nascido Gebhard de Hischberg, que foi Bispo de Eichstädt, apoiado pelo Imperador Henrique III, foi eleito Papa e manteve Hildebrando como seu Conselheiro de Guerra, principalmente na luta conta a simonia, o casamento e o concubinato clerical. Morreu em Arezzo, vítima de malária. Foi o último Papa alemão até a eleição de Bento XVI em 2005.
Papa Estêvão IX, nascido Frédéric de Lorraine ou Frédéric d'Ardenne, filho de filho de Gozelon I de Verdun, Marquês de Antuérpia, Duque da Baixa e da Alta Lorraine ou Lorena, portanto um membro de La Maison d'Ardenne, uma Dinastia pós-carolíngia Condal e Ducal.
“Quanto a Hildebrando (futuro Papa Gregório VII), enviou-o primeiro a Milão, para moralizar o clero local e depois à Alemanha, para induzir a regente, a imperatriz-mãe Agnes, a aceitar a sua eleição, da qual não tinha participado. Tinha combinado com Hildebrando a ida deste a França, começado negociações com a Igreja grega e tentava deter a invasão dos normandos, quando adoeceu gravemente. Antes de morrer, pediu aos cardeais que não elegessem o seu sucessor antes do retorno de Hildebrando. Foi sepultado na igreja de Santa Reparata em Florença”.
Em Roma, Giovanni dei Conti di Tuscolo, conhecido como Giovanni Mincio, que quer dizer tolo, feito Cardeal Bispo de Velletri por Leão IX, foi eleito Papa sob o nome de Leão X por seus irmãos, os poderosos Condes de Tusculum, e por parte da Nobreza Romna.
Os Cardeais reformadores, nomeados por Leão IX e Estêvão IX, sob o auspicio de Hildebrando, pularam e não aceitaram.
Hidelbrando convoca para Siena um Conclave dos Cardeais para juntos elegerem um novo Papa, e os Condes de Tusculum nada podia fazer, pois eles estavam sob a proteção de Godfrey, o Barbudo, Marquês da Toscana e irmão do falecido Papa Estêvão IX.
Elegeram a Gérard Allobroge ou Geraldo de Borgonha, da Família Chevron Villette, família de nobreza Sabóia (barões e condes) com linhagem nobre comprovada antes mesmo do século XV, nascido em Chevron, hoje Mercury,no departamento de Savoie , na região de Rhone-Alpes, França, que era Bispo de Florença e Siena.
Agnes de Poitou, viúva de Henrique III, Imperador do Sacro império Romano germânico, e Regente em nome do filho, Henrique IV, concordou com a escolha do Conclave de Hildebrando, que aconteceu em Siena no dia 28 de dezembro de 1058.
Em Roma sob o nome de Nicolau II foi sagrado em 24 de janeiro de 1059, com a proteção armada de Godfrey, o Barbudo, Marquês da Toscana, e Leão X, considerado antipapa e excomungado.
Hildebrando era o homem forte do Papado, o Homem da Hora.
Juntos começaram a trabalhar contra o Império Sacro, sob o pretexto de “libertar o Papado”.
Proibiu ao povo assistir à Missa celebrada por padres casados, os obrigou a abandonar a mulher, os filhos, a família, sob a ameaça de excomunhão.
Proibiu a Simonia, sob a ameaça de excomunhão.
Proibiu aos Soberanos de nomear Bispos sem a autorização papal.
Uniu-se aos nobres Normandos que estavam no sul da Itália contra o Império Sacro.
Sob a influência direta de Hildebrando assinou um Decreto que estabelecia que só os Cardeais, em Conclave, ninguém mais, podia eleger um Papa, que foi confirmando o Sínodo de Melfi, na hoje região da Basilicata, província de Potenza, Itália, contudo, com medo da reação do Império, mantiveram o direito do Imperador escolher o local do evento e de confirmar o candidato para a sede papal.  
Impôs mais rigor a vida do Clero, e tomou outras providencias.
Trabalhou duro durante o seu pontificado que foi de 24 de janeiro de 1059 até 27 de julho de 1061, portanto um governo de apenas 2 anos.
Faleceu em Florença, sua cidade do coração, em 27 de Julho de 1061 e foi sepultado na Igreja de Santa Reparata, a antiga catedral da cidade italiana dos Médici.
Quando Anselmo de Baggio era Bispo de de Lucca além de ter reconstruído a Catedral, pugnou para acabar com a Simonia, e liderou um movimento popular contra o casamento dos padres e a imoralidade do Clero.
Caiu no goto de Hildebrando que liderou a escolha de Anselmo de Baggio num Conclave, reunido de acordo com o Decreto de Nicolau II, para Sumo Pontífice.
Em 28 de outubro de 1061, Baggio sob o nome de Alexandre II sobe ao Trono de São Pedro, é o 156º Papa da Igreja Católica Apostólica Romana, e nele ficará até 21 de Abril de 1073.
“Sua eleição não foi sancionada pelo regente do Império Romano-Germânico, Agnes de Poitou, viúva do Imperador Henrique III, e mãe do futuro Imperador Henrique IV, e Pietro Cadalo, Bispo de Parma, foi proclamado Papa, num concílio em Basel, e tomou o nome de Honório II”.
Nesse meio tempo, Agnes de Poitou entrou em conflito com a Nobreza do Império e foi substituída por uma Regência compartilhada por Santo Anno II, Arcebispo de Colônia, Adalberto, Arcebispo de Bremen, e Sigefredo I, Arcebispo de Mainz, retendo o primeiro a supervisão da educação de Henrique.
“O Regente, também, era Chanceler do Reino da Itália, o Imperador era, também, Rei da Itália, e se transformou num apanágio concedido ao Arcebispado de Colônia, e esta foi essa a razão pela qual São Anno, que de santo não tinha nada, declarou que Alexandre II era o Papa legítimo em um sínodo realizado em Mântua em maio de 1064, e tomou outras medidas para garantir o seu reconhecimento”.
E Alexandre II sentou-se tranquilo no Trono de São Pedro.
O Imperador Henrique IV queria se divorciar de sua esposa, Bertha de Savóia, ou Berta de Turim, filha de Oddone de Savóia, Conde de Savóia e do Conde d'Aosta e Moriana, um homem poderoso na península italiana, Adelaide de Susa, Marquesa de Turim, da nobre família italiana dos Manfredi, e Alexandre II não concordou.
Além disso brigaram na escolha do novo Arcebispo de Milão.
Mais, de repente, Alexandre morre em Roma no dia 21 de Abril de 1073 e é sepultado na Basilica di San Giovanni in Laterano, São João de Latrão.
É a hora e vez de Hildebrando.


Fim da Parte I

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