Controvérsia da Investidura – Parte I
Falei de Imperadores que lutaram
contra os Soberanos Pontífices, os Bispos de Roma, citando a Controvérsia das
Investiduras e agora vou explicar do que se trata.
Significado
de Investidura: s.f. Ação de investir, de dar ou tomar posse de um cargo.
Posse. Cerimônia
que acompanha o ato de posse.
Sinônimo
de investidura: posse
dicionário online de português
“Investidura (preposição in e verbo vestire,
"vestir", de vestis, "manto") significa a instalação formal
de alguém (herdeiro, candidato eleito) em um cargo público formalmente dando-lhe
uma "insígnia"”.
“O termo é normalmente reservado para ofícios formais de
Estado, da aristocracia e da igreja”.
“Na Idade Média foi a cerimónia quando o Senhor investia o
vassalo com um feudo, dando um símbolo da terra ou do cargo transmitido em
troca de um juramento de fidelidade”.
“No direito eclesiástico se refere a cerimonia quando sacerdote
recebe os símbolos do mandato espiritual, como o anel pastoral e a mitra”.
“A investidura leiga
era a nomeação de bispos, abades e outros oficiais da Igreja por senhores
feudais e vassalos, com a insígnia de seu cargo eclesiástico”.
“A questão de quem
deveria investir (nomear) foi um dos pontos do confronto do Papado com o Imperadores
do Sacro Império Romano Germânico”, e o outro ponto era
Sobre a independência do Papado e a supremacia do Papa sobre
todos os Soberanos, Príncipes, Nobrezas, Povos da Terra”, como veremos ao detalhar a Controvérsia da
Investidura.
Origem:
Desde
o século VII era comum que a Realeza e a Nobreza fundassem a seu bel-prazer,
segundo seus interesses pessoais, até mesmo por demonstração de fé ou
agradecimento por algum milagre, Igrejas, Abadias, Mosteiros, e, consequentemente,
Bispados eram organizados, com isso os fundadores controlavam toda as ações
dessas novas Instituições Eclesiásticas.
Leigos,
na maioria irmãos, primos, parentes, apaniguados da Nobreza, enfim, aqueles que
não haviam tomado as Ordens, eram nomeados para os cargos de Abade, Prior, etc.
e tal.
Portanto,
eles eram Feudos Eclesiásticos organizados, mas fora da Autoridade dos Bispos
de Roma, dos Papas, do Soberanos Pontífices, ficando os seus responsáveis
vassalos do fundador.
Exemplifico:
1-
“Bertrada de Prüm
ou a Velha, mãe de Berta-do-Pé-Grande, Rainha consorte de Pepino, o Breve, fez
doações significativas de terras para a fundação do Mosteiro de Prüm, uma
cidade do hoje Estado federal da Renânia-Palatinado, Alemanha, e para a para a
Abadia de Echternach, hoje no Grão-Ducado do Luxemburgo”;
2-
“O Mosteiro de
Santa Maria da Vitória (mais conhecido como Mosteiro da Batalha) situa-se na
Batalha, Portugal, e foi mandado edificar em 1386 por Dom João I, Rei de
Portugal, como agradecimento à Virgem Maria pela vitória na Batalha de
Aljubarrota”.
3-
No próprio
Mosteiro de Cluny, que falaremos mais abaixo, o doador das terras, o fundador,
nomeou o primeiro Abade que foi Berno de Baume ou São Berno de Cluny.
Quantos
Nobres, pela História a fora, não se retiraram da vida mundana e passaram a
viver num Mosteiro uma vida contemplativa?
Muitos.
Exemplifico
com Carlomano filho mais velho de Carlos Martel e irmão de Pepino, o Breve, que
abdicou do Poder, desistiu da vida pública para assumir a vida monástica na
Abadia de Monte Cassino, no topo do Monte Cassino, perto de Nápoles, na Itália,
mosteiro esse fundado por São Bento de Núrsia, ele mesmo um filho de um nobre
romano, o nosso querido São Bento, fundador da Ordem dos Beneditinos e criador
da Regra de São Bento.
É
obvio que nesses “Feudos” havia corrupção, pois onde há homens, há corrupção,
há o pecado da carne.
Quem
não viu o filme O Nome da Rosa, de 1986, baseado no romance homónimo do crítico
literário italiano Umberto Eco, deveria ver para compreender a corrupção instalada
no seio da chamada "Sancta Mater Ecclesia".
Sinopse do filme:
“Em 1327, num
mosteiro na Itália medieval, a morte, em circunstâncias insólitas, de sete
monges em sete dias e noites é o motor responsável pelo desenvolvimento da
ação. Um monge franciscano é chamado para solucionar o mistério e cai nas
malhas de uma trama diabólica”.
“Na forma de uma crítica, as violências sexuais, os
conflitos no seio dos movimentos heréticos do século XIV, a luta contra a
mistificação, o poder, o esvaziamento dos valores pela demagogia, constroem uma
reconstituição livre dos fatos históricos da época aos olhos do espectador”.
Havia,
também, um grande problema relativo a pratica da Simonia.
Simonia
deriva do nome de Simão, o Mago, descrita nos Atos dos Apóstolos 8: 9-24,
aquele que pediu o Poder do Espirito Santo em troca de um pagamento a Pedro e a
João, lembram-se?
Significado
de Simonia: s.f. Tráfico de coisas sagradas; venda de bens espirituais, segundo
o dicionário online de português - http://www.dicio.com.br/simonia/
, isso é “o ato de pagar por perdões, sacramentos e consequentemente por cargos
eclesiásticos ou posições na Hierarquia da Igreja, prosperidade material, objetos
ungidos, etc. e tal”.
Era
o que mais se fazia.
Isso
gerava um outro problema que era o recolhimento dos “dízimos’, já que os
fundadores queriam para si, ou para a obra por eles fundadas, e o Papa, a
Hierarquia da Igreja, queria, porque queria, para a Roma, o que gerava um
tremendo conflito, aliás um conflito que a meu ver se eternizou.
Era
tão grande a corrupção que a primeira reação surgiu quando Guilherme, o Piedoso,
Duque da Aquitânia, Marquês de Gothia (Languedoc atual), Conde de Auvergne, de
Berry, de Limousin, de Lyon e de Macon, em 02 de setembro 909 ou 910, fundou a
Abadia de Cluny e abdicou de mandar nela, a entregando para jurisdição Papal (sob Sergio III, um nobre filho de Benedetto,
magnus tusculanus dux et comes), apesar de ter nomeado Berno de Cluny como
Abade.
A
“Regra de São Bento” foi imposta sob a proteção de São Pedro e São Paulo,
“independente tanto dos Bispos, quanto dos Senhores Feudais, obedecendo apenas
ao Papa e foi por isso que ela – a Congregação de Cluny- desempenhou um grande
papel no desenvolvimento e consolidação do Cristianismo não só europeu, como de
todo o mundo, já que seus reflexos são sentidos até os nossos dias”.
Onde
se sabia de corrupção do Clero para lá ia um monge, ou monges, de Cluny para
sana-la.
Outro
Local de reação, esse no âmbito do Sacro Império Romano Germânico, foi a Abadia
de Görze, um mosteiro fundado em 749 pelo Bispo Chrodegang de Metz, cuja
comunidade adotou a “Regra de São Bento”, tornando-se um centro importante da
reforma que se fazia necessária a época, gerando consequência positivas sobre
as comunidades religiosas de como Fulda (Hesse, Alemanha), Niederaltaich (Baviera,
Alemanha), Einsiedeln (Cantão de Schwyz, Suíça) e na Abadia Imperial de St.
Emmeram (Regensburg em Baviera, Alemanha).
Contudo,
Roma era longe dos Feudos Eclesiásticos, as comunicações eram difíceis, os
Senhores Feudais tinham os seus exércitos, e a coisa pegava para o lado da
Hierarquia Romana da Igreja.
Morreu
Papa Damaso II - Poppo von Brixen , filho do Conde Poppo II de Rott – e o
Imperador Henrique III, da Dinastia Saliana, também, conhecida como a Dinastia
Franca, escolheu seu parente Bruno von Egisheim-Dagsburg, com datas Eguisheim,
Alsácia, em 21 de junho de 1002 e falecido em Roma no dia 19 de abril de 1054, que com a idade de 24, havia sido consagrado
Bispo de Toul, um bispado em Lorraine ou Lorena, para concorrer ao Papado.
Aclamado
em Roma pelo povo assumiu o nome de Leão IX e começou a trabalhar.
Roma
não sabia que o alemão era muito enérgico e o povo espantado viu ele reorganizar
as estruturas administrativas da Igreja, reduzindo a influência do Clero Italiano
e da Nobreza Romana, sempre avessos a qualquer tipo de modificação do status
quo.
Nomeou
Hildebrando (mais tarde Gregório VII, um Papa nefasto), subdiácono e o
responsável pela administração da Santa Sé que estava, mais uma vez, à beira da
falência.
Colocou
ordem no Colégio Cardinalício e o transformou em um importante pilar da
política papal, nomeando seus membros para posições-chave no governo, antes
reservados para os representantes das famílias romanas. Cargos entregues aos “estrangeiros",
aos não italianos, sublinha a natureza universal da Igreja.
Isso tudo sem fazer, pelo menos aparentemente,
nenhum favor ao clientelismo estabelecido na chamada Santa Sé.
Em
abril de 1049, Leo IX convocou um concílio em Roma condenando Simonia e parte
da Nicolaísmo, mas prelados alemães e franceses não atenderam à convocação,
pois queriam que tudo ficasse como estava.
Assim,
Leão IX, viajava para assistir os Sínodos, os Concílios, e aonde fazia sermões,
participando assim de forma concreta da vida da Igreja Cristã.
No
segundo Concilio Disciplinar de Rheims de 3 de outubro de 1049, convocado por
Leão IX, com vinte bispos, abades e cinquenta muitos clérigos, entre eles: o Arcebispo
de Trier, o de Lyon e de Besançon; Bispo do Porto, foi atribuído ao Pontífice
Romano o direito exclusivo de ser “universalis ecclesiae primata et
apostolicus”, resumindo, a “cabeça da Igreja universal e Apostólica”.
E
mais:
Foram
considerados culpados de simonia e extorsão, depostos e excomungados:
a-
Gelduin Arcebispo
de Sens, França;
b-
Cresconio , Arcebispo de Santiago de
Compostela, Espanha;
c-
Hugo de Langres,
Bispo de Langres, Dioceses de Reims, França, que fugiu do local com medo das
sanções;
d-
Drogon ou Druon, Bispo de Beauvais, França;
e-
Foulques
d'Amiens, Bispo de Amiens< França;
f-
Abade da Abadia
de Saint-Médard, um mosteiro beneditino de Soissons, França;
Foi
deposto o Budic Bispo de Nantes.
Contudo,
o fato relevante foi a excomunhão de Guilherme, o Bastardo, Duque da Normandia,
que ainda não era o Conquistador da Inglaterra, e a de sua esposa Matilde de
Flandres, filha de Baudouin de Lille, Conde de Flandres, e Adélia da França,
essa uma neta de Roberto II, Rei de França, por alegações desconhecidas segundo
alguns historiadores, para outros por endogamia (Condição de endógamo é o estado
da pessoa que só se casa com outra porque ambas pertencem a mesma classe e/ou
tribo, visando preservar suas nobrezas, raças etc.), outros tantos para “a
Igreja impor seus pontos de vista sobre a proibição de parentesco para melhor
estabelecer o seu poder sobre os leigos e futuros cônjuges, ...”, e vários outros
“ pelo medo que a Igreja tinha de não poder defender pela armas o Patrimônio de
São Pedro frente a união de duas grandes potências a época, Flandres e da
Normandia, pois os normandos já estavam instalados em Aversa, hoje na província
de Caserta, Campânia, sul da Itália, e na
Região da Puglia, e já ameaçavam o Papado.
Mais,
enfim, “em 1059, o Papa Nicolau II declarou o casamento válido, e levantou a
excomunhão, desde que ambos os cônjuges fundassem um mosteiro. Matilde fundou a Abbaye aux Dames Caen, dedicada
à Santíssima Trindade, na cidade de Caen, na Normandia, França, e Guilherme fundou
a Abbaye aux Hommes dedicada a Saint Etienne, também, na cidade de Caen, na
Normandia, França.
Bancou
o bobo o Papa Leão...
Entretanto,
vários decretos moralizadores foram lançados, entre eles o que regulava o
acesso a cargos eclesiásticos sem eleição prévia, bem como a proibição do Clero
usar armas, e a opção pelos pobres.
Diante
desses fatos o Papa Leão IX - o 153º Bispo de Roma e Pontifex Maximus e Cabeça da
Igreja Católica Apostólica Romana, endureceu na sua política contra:
a-
A Simonia;
b-
O Nicolaísmo, ou
seja, o casamento bem como a concubinagem do Clero;
c-
Os Bispos serem
membros da Nobreza, pois na realidade deveriam ser teólogos;
E
exigiu o retorno dos valores do cristianismo primitivo
Desgostou
gregos e troianos.
Hidelbrando,
um oriundo de Cluny, defensor mais ferrenho não só da independência do Papado,
mas, também, da supremacia do Papa sobre todos os Soberanos, Príncipes,
Nobrezas, Povos da Terra, que redigia textos e mais textos sobre esses
assuntos, influenciava muitíssimo Leão
IX nesse sentido, contado com o apoio de “Humberto de Silva Candida ou de
Moyenmoutier , francês, um cardeal e um oblato beneditino, doado por seus pais
ao mosteiro de Moyenmoutier, na Lorena, Arcebispo
da Sicília (mesmo sendo impedido pelos ítalo-normandos de desembarcar na ilha)
e, posteriormente, Cardeal-bispo de Silva Candida “.
Foi
Humberto de Silva Candida que como secretario papal traduziu a correspondência de
Leão de Ácrida, da Igreja Ortodoxa, criticando os costumes e as práticas
litúrgicas ocidentais, a qual Leão IX mandou que ele respondesse.
Para
levar a resposta foi nomeada uma embaixada composta por Silva Candida, com Legado
e com poderes de excomungar os adversários da Santa Sé, auxiliado por Frederico
de Lorena, primo do Papa em função e o futuro Papa Estêvão IX, e por Pedro, Arcebispo
de Amalfi, para ir a Constantinopla.
Imperador
bizantino Constantino IX Monômaco, os recebeu, mas Miguel I Cerulário, Patriarca
de Constantinopla, os ignorou completamente.
Em
16 de julho de 1054, apesar de Leão ter morrido, Silva Candida, peitudo, deixou
a Bulla de excomunhão de Miguel I Cerulário, Patriarca de Constantinopla, no
Grande Altar Central da Hagia Sophia- Igreja de Santa Sofia - durante a
celebração da Missa.
“Incrédulos
bizantino leram a Bulla e como ato continuo Miguel I Cerulário, Patriarca de
Constantinopla, imediatamente excomungou o Legado papal e os membros de sua
comitiva”.
“Este
incidente devido a uma evidente falta de diplomacia do Legado Papal e sua
incapacidade de compreender a situação foi de certa forma o detonador do Grande
Cisma e cristalizou oficialmente o gradual cisma que vinha se formando entre o
cristianismo oriental e o ocidental e sua data, 16 de julho de 1054, marca o
início do Grande Cisma do Oriente”.
Enquanto
isso em Roma, Hildebrando trabalhava contra as Monarquias seculares.
Papa
Vítor II, nascido Gebhard de Hischberg, que foi Bispo de Eichstädt, apoiado
pelo Imperador Henrique III, foi eleito Papa e manteve Hildebrando como seu
Conselheiro de Guerra, principalmente na luta conta a simonia, o casamento e o
concubinato clerical. Morreu em Arezzo, vítima de malária. Foi o último Papa
alemão até a eleição de Bento XVI em 2005.
Papa
Estêvão IX, nascido Frédéric de Lorraine ou Frédéric d'Ardenne, filho de filho
de Gozelon I de Verdun, Marquês de Antuérpia, Duque da Baixa e da Alta Lorraine
ou Lorena, portanto um membro de La Maison d'Ardenne, uma Dinastia
pós-carolíngia Condal e Ducal.
“Quanto
a Hildebrando (futuro Papa Gregório VII), enviou-o primeiro a Milão, para
moralizar o clero local e depois à Alemanha, para induzir a regente, a
imperatriz-mãe Agnes, a aceitar a sua eleição, da qual não tinha participado.
Tinha combinado com Hildebrando a ida deste a França, começado negociações com
a Igreja grega e tentava deter a invasão dos normandos, quando adoeceu
gravemente. Antes de morrer, pediu aos cardeais que não elegessem o seu
sucessor antes do retorno de Hildebrando. Foi sepultado na igreja de Santa Reparata
em Florença”.
Em
Roma, Giovanni dei Conti di Tuscolo, conhecido como Giovanni Mincio, que quer dizer
tolo, feito Cardeal Bispo de Velletri por Leão IX, foi eleito Papa sob o nome
de Leão X por seus irmãos, os poderosos Condes de Tusculum, e por parte da
Nobreza Romna.
Os
Cardeais reformadores, nomeados por Leão IX e Estêvão IX, sob o auspicio de
Hildebrando, pularam e não aceitaram.
Hidelbrando
convoca para Siena um Conclave dos Cardeais para juntos elegerem um novo Papa,
e os Condes de Tusculum nada podia fazer, pois eles estavam sob a proteção de Godfrey,
o Barbudo, Marquês da Toscana e irmão do falecido Papa Estêvão IX.
Elegeram
a Gérard Allobroge ou Geraldo de Borgonha, da Família Chevron Villette, família
de nobreza Sabóia (barões e condes) com linhagem nobre comprovada antes mesmo do
século XV, nascido em Chevron, hoje Mercury,no departamento de Savoie , na
região de Rhone-Alpes, França, que era Bispo de Florença e Siena.
Agnes
de Poitou, viúva de Henrique III, Imperador do Sacro império Romano germânico,
e Regente em nome do filho, Henrique IV, concordou com a escolha do Conclave de
Hildebrando, que aconteceu em Siena no dia 28 de dezembro de 1058.
Em
Roma sob o nome de Nicolau II foi sagrado em 24 de janeiro de 1059, com a
proteção armada de Godfrey, o Barbudo, Marquês da Toscana, e Leão X, considerado
antipapa e excomungado.
Hildebrando
era o homem forte do Papado, o Homem da Hora.
Juntos
começaram a trabalhar contra o Império Sacro, sob o pretexto de “libertar o Papado”.
Proibiu
ao povo assistir à Missa celebrada por padres casados, os obrigou a abandonar a
mulher, os filhos, a família, sob a ameaça de excomunhão.
Proibiu
a Simonia, sob a ameaça de excomunhão.
Proibiu
aos Soberanos de nomear Bispos sem a autorização papal.
Uniu-se
aos nobres Normandos que estavam no sul da Itália contra o Império Sacro.
Sob
a influência direta de Hildebrando assinou um Decreto que estabelecia que só os
Cardeais, em Conclave, ninguém mais, podia eleger um Papa, que foi confirmando
o Sínodo de Melfi, na hoje região da Basilicata, província de Potenza, Itália,
contudo, com medo da reação do Império, mantiveram o direito do Imperador
escolher o local do evento e de confirmar o candidato para a sede papal.
Impôs
mais rigor a vida do Clero, e tomou outras providencias.
Trabalhou
duro durante o seu pontificado que foi de 24 de janeiro de 1059 até 27 de julho
de 1061, portanto um governo de apenas 2 anos.
Faleceu
em Florença, sua cidade do coração, em 27 de Julho de 1061 e foi sepultado na Igreja
de Santa Reparata, a antiga catedral da cidade italiana dos Médici.
Quando
Anselmo de Baggio era Bispo de de Lucca além de ter reconstruído a Catedral,
pugnou para acabar com a Simonia, e liderou um movimento popular contra o
casamento dos padres e a imoralidade do Clero.
Caiu
no goto de Hildebrando que liderou a escolha de Anselmo de Baggio num Conclave,
reunido de acordo com o Decreto de Nicolau II, para Sumo Pontífice.
Em
28 de outubro de 1061, Baggio sob o nome de Alexandre II sobe ao Trono de São Pedro,
é o 156º Papa da Igreja Católica Apostólica Romana, e nele ficará até 21 de
Abril de 1073.
“Sua
eleição não foi sancionada
pelo regente do Império Romano-Germânico, Agnes de Poitou, viúva do Imperador
Henrique III, e mãe do futuro Imperador Henrique IV, e Pietro Cadalo, Bispo de
Parma, foi proclamado Papa, num concílio em Basel, e tomou o nome de Honório II”.
Nesse
meio tempo, Agnes de Poitou entrou em conflito com a Nobreza do Império e foi substituída
por uma Regência compartilhada por Santo Anno II, Arcebispo de Colônia, Adalberto,
Arcebispo de Bremen, e Sigefredo I, Arcebispo de Mainz, retendo o primeiro a
supervisão da educação de Henrique.
“O
Regente, também, era Chanceler do Reino da Itália, o Imperador era, também, Rei
da Itália, e se transformou num apanágio concedido ao Arcebispado de Colônia, e
esta foi essa a razão pela qual São Anno, que de santo não tinha nada, declarou
que Alexandre II era o Papa legítimo em um sínodo realizado em Mântua em maio
de 1064, e tomou outras medidas para garantir o seu reconhecimento”.
E
Alexandre II sentou-se tranquilo no Trono de São Pedro.
O
Imperador Henrique IV queria se divorciar de sua esposa, Bertha de Savóia, ou
Berta de Turim, filha de Oddone de Savóia, Conde de Savóia e do Conde d'Aosta e
Moriana, um homem poderoso na península italiana, Adelaide de Susa, Marquesa de
Turim, da nobre família italiana dos Manfredi, e Alexandre II não concordou.
Além
disso brigaram na escolha do novo Arcebispo de Milão.
Mais,
de repente, Alexandre morre em Roma no dia 21 de Abril de 1073 e é sepultado na
Basilica di San Giovanni in Laterano, São João de Latrão.
É
a hora e vez de Hildebrando.
Fim da Parte I
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