sexta-feira, 28 de novembro de 2014

4 capitulo Constantino versus Magêncio


A Batalha da Ponte Mílvia,
Schlacht bei der Milvischen Brücke
Obra de 1613
de
Pieter Lastman
Pintor holandês
Amsterdam, 1583 - Amsterdam, em 4 de abril 1633.
 
Não nos interessa aqui as marchas e contramarchas que Constantino realizou para assumir o Poder na maior parte do Império Romano.
Vamos nos ater com a “encrenca” com Magêncio.
Marcus Aurelius Valerius Magêncio - Marcus Aurelius Valerius Maxentius Augustus -  Imperador Romano do Ocidente de 306 a 312, era o filho do Imperador Maximiano e de sua esposa Eutrópia.
Quando seu pai tornou-se Imperador em 285, ele foi mantido como herdeiro, mas não parecia servir para qualquer posto militar ou administrativo de importância, foi uma nulidade durante o Reinado de Diocleciano e de seu pai.
Casou-se com Valeria Maximilla (embora a data exata não seja conhecida), filha do Imperador Galério, e teve dois filhos, um chamado Valerius Romulus (c. 295 - 309) e o outro desconhecido.
Durante o período da Tetrarquia, dois Imperadores eram chamados de Augustos (os mais poderosos) e dois a estes subordinados chamados de Césares.
Em 305, Diocleciano e Maximiano renunciaram e com isso Constâncio Cloro e Galério, tornaram-se Augustus Imperadores e nomearam Césares a Severo II e a Maximino Daya.
Lactânciom- Lucio Cecílio Firmiano Lactancio - Lucius Caelius Firmianus Lactantius- escritor, afirma que Galério odiava Magêncio e que usou toda sua influência com Diocleciano para exclui-lo de qualquer tipo de sucessão imperial.
Já Diocleciano pensava que Magêncio não estava preparado para os negócios imperiais ou para as obrigações militares.
Um Magêncio rebelado por não ter recebido o título de César e os domínios para governar   retirou-se para sua casa de campo nos arredores de Roma. 
Entretanto Magêncio foi proclamado Augusto por um grupo de oficiais encabeçados por Marceliano, Marcelo e Luciano, mas este ato foi considerado Usurpação.
Magêncio conseguiu ser reconhecido como Imperador no centro e no sul da Itália, nas ilhas de Córsega, Sardenha e Sicília, e as províncias africanas (o que lhe garantia trigo e óleo já que Roma sempre viveu um grande problema de abastecimento), mas o Norte da Itália permaneceu sob o controle de Severo II, dito o indicado, que residia em Milão
Magêncio absteve-se de usar os títulos Augusto e César na primeira hora e denominou-se princeps invictus (Invicto Príncipe) e fez de seus filhos, também, Princeps, clarissimus puer , nobilissimus vir.
A pedido do filho, como sabemos um incompetente, Maximiano deixou seu retiro e voltou a Roma para assumir o cargo imperial mais uma vez e apoiar Magêncio.
Galério ficou furioso com esta situação e ordenou a Severo II que marchasse sobre Roma com um grande exército, só que ambos não se deram conta do risco que corriam, pois a maior parte deste exército consistia de soldados que lutaram sob as ordens de Maximiano, pai de Magêncio.
Quando Severo chegou a Roma, a maioria do seu exército foi até Magêncio, filho de seu ex-comandante, que a bem da verdade lhes doou muito ouro, e com isso se entregaram, bandearam-se.
Não restou mais nada a Severo, com o resto do seu exército, retirar-se para Ravenna, uma cidade muito bem fortificada.
Para evitar um longo e duro cerco, Maximiano ofereceu as condições para a rendição que Severo e concordou desde que sua vida fosse poupada.
Não foi.
Maximiano trouxe Severo e o prendeu em  Tres tabernae, na antiga Via Ápia , a cerca de 18 km do Roma , concebido para a recepção de viajantes, como o nome indica, perto da hoje Cisterna di Latina, Província de  Latina, Região do Lazio,  onde ele foi mantido como refém, contudo as coisas mudaram, pois Magêncio tomou posse do norte da Itália até os Alpes e a Península da  Ístria , assumindo sob aplausos das tropas o Título de Augusto que em seu ponto de vista havia se tornado vago com a rendição de Severo.
Para piorar as coisas para o lado de Severo, Galério a frente de seu exército se moveu em direção as posições do Usurpador para depô-lo e com isso Magêncio ordenou a morte de Severo, não se sabe direito se ele cometeu suicídio ou foi assassinado, em 16 de setembro de 307 d. C..
Maximiano corrompeu as tropas de Galério e esse não viu alternativa a não ser a retirada.
Em sua retirada Galério incentivou o saque nas terras da Itália por onde passavam, ou seja, a famosa política de terra arrasada dos que se retiram dos campos de batalha.
Magêncio tentou ter contatos amistosos com Constantino, a ponto de Maximiano viajar para a Gália onde casou sua filha Fausta com Constantino, mas esse não apoiou os dois abertamente contra Galério.
Maximiano tentou depor Magêncio, mas seus antigos soldados ficaram ao lado do filho e ele teve que fugir.
Maximiano regressa à Gália e aí se proclama Augusto.
 Constantino marchou contra Maximiano, seu sogro, que estava em Marselha, e impôs-lhe uma derrota militar.
Constantino conhecedor das Honras Militares deu a Maximiano a opção de como ele queria acabar com a própria vida e o velho militar e romano de boa cepa, optou por se enforcar.
Magêncio passou a culpar Constantino pela morte do pai e jurou vingança.
Na Conferência de Carnuntum no outono de 308, a Magêncio foi negado o reconhecimento como legitimo Imperador Augusto, e Licínio foi nomeado Augusto com a tarefa de recuperar o domínio de Magêncio, o Usurpador.
Após a morte de Maximiano as relações com Constantino se deteriorou.
Magêncio estabeleceu uma aliança com Maximino Daya para junto combaterem Constantino e Licínio.
Combinaram marchar sobre a Província de Raetia, sua extensão era de Lago de Constança ao Rio Eno , e foi dividida em duas partes no quarto século : Raetia raw (parte sul) e Raetia Secunda (parte norte) e sua capital era Augusta Vindelicorum , atual Augsburg .
O plano era acabar com a comunicação entre os domínios de Constantino e de Licínio (relatado por Zósimo), mas o plano não chegou a ser realizado, pois Constantino foi informado dele e assumindo a dianteira fortaleceu o local.
Galério morreu em 30 de abril de 311 e a desestabilização do Império Romano começou de forma galopante. 
Maximino adentrou a Ásia Menor pegando Licínio de surpresa.
Magêncio vendo isso partiu para fortificar o norte da Península Italiana com medo de alguma surpresa e buscou apoio entre os cristãos de Roma permitindo até que eles elegessem seu Bispo, que foi Eusébio.
Mais, logo, logo, o descontentamento grassou entre o Povo de Roma e a Guarda Pretoriana.
E os orgulhosos romanos viram, sentiram, constataram, o declínio de sua amada Roma e o crescimento do poder das outras cidades do Império, como Tréveris, capital da Gallia Bélgica, Milão, Nicomédia, Antioquia, etc. e tal.
O Império estava politicamente dividido por duas alianças, Maximino e Magêncio, Constantino e Licínio, e assim os Imperadores estavam preparado para a guerra.
Nesta luta fratricida o que nos interessa é a Batalha da Ponte Mílvia em 28 de outubro de 312 d.C., entre Constantino e Magêncio.
Constantino, vitorioso no norte da Itália, estava a menos de 15 quilômetros de Roma quando Magêncio decidiu defrontá-lo frente à Ponte Mílvio, uma ponte de pedra sobre o Rio Tibre, na Via Flamínia, (quartieri Flaminio, Parioli, Della Vittoria e Tor di Quinto) que ainda existe.
O exército de Magêncio era superior ao de Constantino em número de componentes tanto na infantaria, quanto na cavalaria.
Ao anoitecer de 27 de outubro, quando os exércitos se preparavam para a batalha, Constantino teve uma visão quando olhava para o sol que se punha.
As letras gregas XP (Chi-Rho, as primeiras duas letras de Χριστός, "Cristo") entrelaçadas com uma cruz apareceram-lhe enfeitando o sol, juntamente com a inscrição em grego, "Εν Τουτω Νικα", ou, em latim "In Hoc Signo Vinces”, que quer dizer "Sob este signo vencerás".
Constantino, que era pagão na altura (apesar de sua mãe ser cristã), colocou o símbolo nos escudos dos seus soldados.
Este símbolo é o Cristograma. Os símbolos S, O, G, I, PX sobrepostos formam um cristograma, pois as letras gregas XP (“Chi-Rho, são as primeiras duas letras de Χριστός, "Cristo").
Constantino no dia seguinte ganhou a batalha e Magêncio foi morto.
Constantino vitoriosos entrou em Roma e foi reconhecido como único Augusto pelo Senado e o povo.
O Senado, ao erguer em honra a Constantino o seu Arco do Triunfo, o Arco de Constantino, e escreveu que a Vitoria da Ponte Milvio devia-se à "inspiração da divindade"(instinctu divinitatis mentis), e não ao Deus dos cristãos.
Constantino não abandonou claramente sua adoração com relação ao deus imperial Sol, que manteve como símbolo principal em suas moedas até 317 d. C., e foi só depois desse ano é que ele passou a usar os símbolos cristãos.


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