quinta-feira, 30 de julho de 2015
quarta-feira, 29 de julho de 2015
Dona Leopoldina & Dom Pedro I&IV
Dona
Leopoldina & Dom Pedro I&IV
Minha intenção é mostrar que
nossa Independência se deve muito mais a senhora Dona Leopoldina, do que
propriamente ao senhor Dom Pedro I.
Nunca foi intenção desse “ Filho
da Casa de Bragança” desmembrar o Império transcontinental Luso-Afro-Brasileiro
do qual era Príncipe Herdeiro.
Segundo o Acadêmico e
Magnífico Reitor da Universidade do Brasil, Pedro Calmon Muniz Bittencourt, em
seu livro, O Rei do Brasil, vida de D. João VI, Livraria / Editora José
Olympio, 1935, pg. 277, o então Príncipe-Regente escreveu a seu pai e soberano Senhor
Dom João VI, o maior monarca que nos governou, o que segue:
“Eu
ainda me lembro e me lembrarei sempre do que V.M. me disse, antes de partir
dous dias, no seu quarto: se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me
hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros”,
escrever-lhe-ia
o príncipe em 1822.
O sábio monarca português
tinha a certeza de que o Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves,
d'Aquém e d'Além-Mar em África, o Senhorio da Guiné e da Conquista, Navegação e
Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc..., sem o Brasil ficaria
enfraquecido nessa Nova Ordem Política Europeia pós a Ordem Napoleônica que
surgiu, que tomou forma, nas antessalas do Palácio de seu co-sogro, Francisco
I, o Imperador da Áustria, quando do Congresso de Viena.
Dom Pedro de Alcântara
Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José
Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, era um chucro, já que
foi criado “ao Deus dará”, sem nenhum tipo serio de tutor que lhe preparasse
para as obrigações de um Soberano.
Herdara de sua mãe, a
Infanta Espanhola, a Rainha Dona Carlota Joaquina, a sexualidade dos Bourbons,
conhecidos por sua volúpia, que o fazia passar horas ou na senzala ou em uma
Casa de Prazeres, casas essas que ficavam em uma travessa da atual Praça XV, no
Rio de Janeiro, na Corte, isso sem contar as aventuras com atrizes e outras
damas dadivosas.
Dedicava-se o Príncipe aos
cavalos, as touradas, a viola, a música, a dança, especialmente ao “lundum” - criada a partir dos batuques dos escravos
bantos trazidos de Angola e dos ritmos portugueses, e que era dançado “uma
certa malemolência e seu aspecto lascivo, evidenciado pela umbigada, pelos
rebolados e por outros gestos que imitam o ato sexual- ou seja, a galhofa, a
deboche, a boa vida, era um filhinho de papai, um playboy, no início do século XIX.
O lundu praticado no século XVIII, em
gravura de Rugendas.
Johann Moritz Rugendas (Augsburgo, 29 de
março de 1802 — Weilheim an der Teck, 29 de maio de 1858) foi um pintor alemão
que viajou por todo o Brasil durante o período de 1822 a 1825, pintando os
povos e costumes que encontrou. Rugendas era o nome que usava para assinar suas
obras. Cursou a Academia de Belas-Artes de Munique, especializando-se na arte
do desenho.
Conta a lenda que o personagem masculino
que dança é o próprio senhor Dom Pedro.
Nunca teve nenhum interesse aos
Negócios de Estado, só começou na Hora H de um Golpe de Estado, pois foi aconselhado
por políticos, como Dom Marcos de Noronha e Brito, oitavo Conde dos Arcos, e pelos
próceres do O Grande Oriente do Brasil, a Maçonaria, tendo à frente o Grão-Mestre
José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, para que o
encabeçasse.
Vaidoso, intempestivo, sem
noção, certo que o alertar de que os Braganças poderiam perder os Reinos na
Europa, se Dom João VI não tomasse uma atitude para agradar, para demostrar boa
vontade, com as Cortes, que estão salientes, em Portugal, Dom Pedro, toma a
frente de uma “revolução constitucionalista”.
As Cortes, além de
promulgarem uma Constituição para o Reino queriam a volta do monarca, agora
como Rei Constitucional, para Lisboa.
Sua participação objetiva
ocorreu em 26 de fevereiro de 1821, ao obrigar a seu pai, o Senhor Dom João VI,
a entrar numa Carruagem de Estado, uma verdadeira caranguejola, ainda dos
tempos da monarquia em Lisboa, e ir para o Paço da Cidade (hoje Museu na Praça
XV) e da sacada jurar não só as Leis que vieram de Portugal, mas também que em
breve voltaria para Lisboa.
Na verdade, o Grande
Soberano tinha mesmo é que jurar uma Constituição, a Constituição Liberal Espanhola
de 1812, chamada de La Pepa, apelido
carinhoso de Josefa, já que ela foi
promulgada em Cádiz no dia 19 de março, dia de São Jose.
Por esse juramento o senhor
Dom João fazia que ela vigorasse no Brasil e se obrigava a Jurar a Constituição
que estava sendo confeccionada em Portugal pela Cortes reunidas em Lisboa,
assim que lá chegasse.
Jogado no fundo da caranguejola o
pobre Soberano, que não desejava partir do Brasil para Lisboa, suava, choramingava,
sofria, a gota o matava, mais passado o susto inicial, depois de muitas
delongas, o Rei do Brasil cede as “ forças terríveis”, que
estão em plena ação tanto nas Cortes de Lisboa, quanto no Rio de Janeiro, e acabou
anunciando sua partida para Portugal no dia 7 de março de 1821.
Trono do senhor Dom João VI, ainda no Museu de
São Cristóvão.
Senhor Dom João VI era
pragmático o que deveria confundir sobre maneira a ‘cabeça’ de seu Herdeiro,
que não puxou o jeito político “manhoso”, mas profundamente produtivo do pai, mas
sim o jeito atabalhoado e ambicioso da mãe, Doña Carlota Joaquina Teresa
Cayetana de Borbón y Borbón-Parma, Infanta de España, filha mais velha do Don Carlos
IV, Rei de Espanha e sua esposa, a Rainha Doña Maria Luisa, nascida di
Borbone-Parma, batizada como Luisa Maria Teresa Anna, filha de filha de Filipe
I, Infante de Espanha e Duque de Parma, Paciência e Guastalla, e de Luísa
Isabel de Bourbon, Fille de France, filha
mais velha do Rei Luís XV de França e da sua esposa, Maria Leszczyńska, e a
irmã gémea de Henriqueta Ana, essa solteira até morrer.
Retrato Equestre de D. Carlota Joaquina
Pintura de Domingos Sequeira
1817
Museu Imperial
O antigo Palácio Imperial de Verão
na cidade
de Petrópolis , Rio de Janeiro, Brasil.
A Rainha & Imperatriz
Dona Carlota Joaquina sofria de Hipersexualidade, isso é, o aumento repentino da
libido com a extrema necessidade de atividade sexual, ou como explicam alguns
cientistas, um “vício, um impulso ou compulsão sexual. Tanto faz o termo
utilizado, já que o significado é o mesmo: obsessão incontrolável por sexo”.
Essa “obsessão incontrolável
por sexo” foi herdada pelo seu filho Pedro de Alcântara, apesar da Rainha &
Imperatriz apreciar e confiar mais em seu outro filho, o senhor Dom Miguel
Maria do Patrocínio João Carlos Francisco de Assis Xavier de Paula Pedro de
Alcântara António Rafael Gabriel Joaquim José Gonzaga Evaristo de Bragança e
Bourbon, o futuro Rei de Portugal sob o nome de Dom Miguel I, entre 1828 e
1834, período no qual se deu a Guerra Civil Portuguesa de 1831-1834.
Dona Carlota teve vários amantes
(Fontes não comprovadas afirmam
que Carlota Joaquina teve relações com cerca de trezentos e oitenta homens
durante sua permanência no Brasil. Mas entre todos esses garanhões, apenas se
apaixonou duas vezes. Os dois adorados de Carlota foram Fernando Carneiro Leão,
o importante mulato presidente do Banco do Brasil, e o comendador Francisco de
Aragão Damásio, a quem Carlota se entregou de corpo e alma) em
Portugal como D. Pedro José Joaquim Vito de Meneses Coutinho, sexto Marquês de
Marialva e oitavo de Conde de Cantanhede, “acusado ser o pai de sangue do Rei
D. Miguel I de Portugal”, João dos Santos, um rapaz que trabalhava como
jardineiro no palácio da Quinta do Ramalho, que “seria o pai de D. Maria da
Assunção e de D. Ana de Jesus Maria”.
Alberto Augusto de Almeida
Pimentel, conhecido como Alberto Pimentel, nascido em Cedofeita, Porto,
Portugal 14 de abril de 1849 e falecido em Queluz, no ano de 1925, com 76 anos,
jornalista, escritor, romancista, político, folhetinista e tradutor, afirma em “A
Última Corte do Absolutismo”, Lisboa: Livraria Férin, 1893, que "...passa
como certo que dos nove filhos que D. Carlota Joaquina dera à luz, apenas os
primeiros quatro tiveram por pai D. João VI".
Ora, se levarmos em conta a afirmação
categórica de Alberto Pimentel são filhos de Dom João:
1- Dona Maria Teresa
de Bragança (1793-1874), casada em primeiras núpcias com D. Pedro Carlos de
Bourbon e Bragança, Infante de Portugal e de Espanha, e pela segunda vez com
Carlos de Bourbon, Conde de Molina, também Infante de Espanha e seu cunhado;
com descendência.
2- Dom Francisco
António Pio de Bragança (1795-1801), Príncipe da Beira; sem descendência.
3- Dona Maria Isabel
de Bragança (1797-1818), casou-se com Fernando VII de Espanha; uma filha
natimorta.
4- Dom Pedro I do
Brasil e IV de Portugal, Imperador do Brasil e Rei de Portugal (1798-1834),
casado em primeiras núpcias com Maria Leopoldina de Áustria e em segundas com
Amélia de Leuchtenberg; com descendência.
"Chácara Imperial Quinta do
Caju".
Ufff, Dom Pedro tá
nessa....mas temos
que ter em mente que “ o próprio
Dom João VI teria confirmado não ter tido relações sexuais com a sua esposa
durante mais de dois anos e meio antes do nascimento
de D. Miguel, tempo durante o qual ele e Dona Carlota terão
vivido em guerrilha conjugal, com
ela em permanente conspiração, e só se encontravam em raras ocasiões oficiais”,
situação que perdurou até o assassinato do Soberano em 10 de março de 1826, por
ter comido laranjas envenenados, com 58 anos.
É verdade que dizem que Dona Carlota, a
verdadeira cabeça do partido absolutista em Portugal, estava
envolvida no envenenamento do marido, pois sempre o detestou, e queria que Dom Miguel,
seu queridinho, reinasse e não o filho Pedro de Alcântara.
Mais, o sábio Dom João VI no caso do seu amado
Brasil, do seu querido Rio de Janeiro, de sua aprazível Quinta da Boa Vista, de
sua Casa de Banhos - "Chácara Imperial
Quinta do Caju"- no Bairro
do Caju, já tinha “tratado do seu futuro”, pois em 22 de abril de 1821, havia nomeado
seu querido filho Pedro como Príncipe Regente do Reino do Brasil.
Dom João, um sábio, Pela
Graça de Deus, Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d'Aquém e
d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da
Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc..., era a única pessoa da família Real com quem
Dona Leopoldina tinha dialogo, e eu desconfio que o Velho Monarca confiava mais
na sua nora, uma Princesa da Casa de Habsburgo, uma Arquiduquesa da Áustria,
criada para ser útil à sua Monarquia – a monarquia paterna, a monarquia por
casamento, a monarquia de seus filhos – não podemos esquecer que sua irmã casou com o Imperador dos
Franceses, e ela viajou para os trópicos para casar com um Príncipe português no
Brasil por ordem do pai, Francisco I, e de seu ministro todo poderoso Klemens Wenzel, Príncipe de Metternich – para
solucionar os problemas políticos do que no próprio filho que ele sabia ser um intempestivo
mal educado.
E dito e feito.
Dona Maria Leopoldina ante um
problema imenso que era a recolonização do Brasil por Portugal, do retorno
humilhante dos Príncipes Herdeiros, tomou a decisão certa, e decretou em 2 de
setembro de 1922 a Independência do Brasil.
A Filha da Águia de
Habsburgo (Tochter des Adlers habsburgischen) depois comunicou ao Filho dos Braganças.
Alegoria das Virtudes do senhor Dom João
VI,
Pintura de Domingos Sequeira.
Domingos António de Sequeira
*Lisboa, 10 de março de 1768 — + Roma, 8 de março de 1837
Pintor português.
Embarcada a Família Real e os demais membros da Comitiva, no
dia 26 de abril, pela manhã, Sua Majestade o senhor Dom João VI, El-Rey de
Portugal, Brasil e Algarves, sobe na Nau – Capitania, batizada com o seu nome,
para ser transportado para Lisboa aos prantos.
Não consegue o Soberano parar de chorar em uma sentida
comoção.
Sabia Sua Majestade que ao subir a Nau-Capitania estava
encerrando o mais frutífero e belo Ciclo Histórico de seu Reinado que durou 13
anos, pois sabia que em Lisboa seria um “rei-fantoche” a mercê dos humores dos
novos donos do Poder.
Dom João e a Baia da Guanabara ao fundo.
Como Pedro Calmon escreveu:
“Não esperava da vida muito mais. As notícias da Europa eram
cada vez mais alarmantes. O liberalismo alastrava-se, havia rumores de
conspiração bonapartista em França, a Inglaterra hostilizava a Santa Aliança, a
Espanha incendiava-se”. Em “O Rei do Brasil”.
Os Príncipes Regentes, sua
Família, embarcam na famosa “Galeota”, que ainda pode ser usada e que está
guardada no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, para acompanhar a nau ‘Dom
João VI “até a barra da Baia da Guanabara”.
O coração da Princesa do
Reino Unido De Portugal, Brasil e Algarves, agora esposa do Príncipe Regente
estava em frangalhos partia seu único amigo e aliado na Família Real, seu
sogro, o Sua Majestade o Rei.
Em outras embarcações
acotovelavam-se nobres e plebeus, para acompanhar a Família Real que está de
volta a Portugal “até a barra da Baia da Guanabara”.
Debruçado na murada do
tombadilho estava El-Rey, em lagrimas, aos prantos, não querendo ir, mas o
senso de reponsabilidade Dinástica o obrigava a ir.
Vou citar mais uma vez a
Pedro Calmon:
“Da amurada, passeando
o olhar pelo perfil das montanhas, D. João se despedia - como da porção melhor
da sua existência – da cidade que o abrigará carinhosamente, dos seus festivos
panoramas que encontrará, há treze anos, tão vazios, e deixava tão marcados da
nova civilização, da riqueza que aí distribuirá”.
E continua: “Havia de suspirar ainda por cinco anos
pelas suas arvores idílicas do Rio e pela consoladora sensação de força que lhe
deram, debaixo daquele céo incomparável...”. Em O Rei do Brasil.
Ficava, pois os destinos do Brasil nas mãos do Príncipe Dom
Pedro de Alcântara, um jovem de 23 anos, mimado, indisciplinado, inculto, rude,
arrogante mulherengo, mas casado com uma grande mulher, e era nisso que o
Soberano retirante confiava, pois sabia que ela ia lutar pela Dinastia de
Bragança, pela herança de seus filhos, pelo Reino, pelo Brasil.
Pela Graça de Deus, Imperador do Brasil, e Rei do Reino Unido
de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e
da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.
8º Príncipe da Beira e do Brasil, o 21º Duque de Bragança,
18º Duque de Guimarães, 16º Duque de Barcelos, 20º Marquês de Vila Viçosa, 24º
Conde de Arraiolos; 22º Conde de Ourém, de Barcelos, de Faria e de Neiva; Grão‑prior do Crato e Senhor da Casa do
Infantado; Grão-mestre das ordens de Cristo, de Avis, de São Tiago da Espada,
da Torre e Espada, de São João de Jerusalém, e Grão‑prior em Portugal; Grã-cruz das ordens
de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, de Carlos III, de São Fernando,
de Isabel a Católica, do Espírito Santo, de São Luís, de São Miguel, da Legião
de Honra, de Leopoldo, de Santo Estêvão, da Coroa de Ferro, de Santo André, de
Santo Alexandre Nevsky, de Sant'Ana, do Elefante, do Leão Neerlandês, da Águia
Negra; Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro e da Ordem da Jarreteira.
Nós, brasileiros, deveríamos
dar a Dom João o título de “O Pai da Nacionalidade”, por tudo que ele fez por
nosso País.
De nossos três Imperadores
ele foi o que mais serviço prestou a causa brasileira.
7 de setembro? Não, não. 2 de setembro é que foi proclamada a Independência do Brasil.
7 de setembro?
Não, não. 2 de
setembro é que foi proclamada a Independência do Brasil.
Arquiduquesa,
Princesa-Regente, Imperatriz-consorte, e durante oito dias, em 1826, Rainha
consorte de Portugal.
A Erzherzogin Maria
Leopoldine Josepha Caroline von Österreich é “a mais pura, a mais excelente das
mulheres”
Ferdnand Dénis,
seu conterrâneo e contemporâneo.
Citação em “A Imperatriz Leopoldina sua
vida e sua época”.
De Carlos H Oberacker Jr
Conselho Federal de Cultura, 1973.
Com a iminência de
uma guerra civil que pretendia separar a Província de São Paulo do resto do
Brasil, D. Pedro passou o poder a Dona
Leopoldina no dia 13 de agosto de 1822, nomeando-a chefe do Conselho de Estado
e Princesa Regente Interina do Brasil, com todos os poderes legais para
governar o país durante a sua ausência e partiu para apaziguar São
Paulo.
No dia 14, foi
contornar a crise na província
Neste ínterim, a Princesa Regente recebeu notícias que Portugal estava
preparando uma ação contra o Brasil e, sem tempo para aguardar a chegada de D.
Pedro, D. Leopoldina, aconselhada pelo
Ministro das Relações Exteriores José Bonifácio e usando de seus atributos de
chefe interina do governo, reuniu-se na manhã de 2 de setembro de 1822 com o
Conselho de Estado, assinando o decreto da Independência, declarando o Brasil
separado de Portugal.
Bonifácio convocou o oficial de sua confiança, Paulo Bregaro, para
levar a sua carta e a de Leopoldina para D. Pedro em São Paulo.
A história, a partir do momento em que Dom Pedro recebe as cartas, é
bastante conhecida.
Não teve a gargalhada do quadro de Pedro Américo, pintado em 1888, uma
das imagens da Independência mais divulgadas nos livros escolares.
Nem aconteceu literalmente às margens do riacho Ipiranga, como está no
Hino Nacional.
O príncipe bradou o seu
célebre grito de “Independência ou Morte! ”, no alto da colina próxima ao
riacho, onde sua tropa esperava que
ele se aliviasse de um súbito mal-estar intestinal.
Cláudio Fragata Lopes - “Leopoldina nos bastidores do
grito”.
Galileu, 1998
Eu duvido que tenha bradado
alguma coisa, até porque Dom Pedro, como o pai, o senhor Dom João VI, queria a
união das duas coroas, dois reinos independentes, mas um só Monarca, ambos não
concebiam Portugal sem o Brasil, e o Brasil sem Portugal, e a Historia prova
essa minha afirmação.
Dom Pedro era um aventureiro, criado
solto como um burrinho no pasto, tanto que:
Não houve uma
preocupação por parte de seus pais a respeito de sua educação. Criado solto na
Quinta da Boa Vista ou na fazenda Santa Cruz, Pedro andava sozinho na mata,
brigava a pau e soco com outras crianças, bolinava as escravas. Ali se tornou
um exímio, mas imprudente cavaleiro. Quanto à sua cultura intelectual, a de D.
Pedro não era superior à dos mais instruídos dos seus súditos.
Andava o príncipe
com roupas de algodão e chapéu de palha, tomava banho nu na praia do Flamengo,
ria, debochava e zombava de quem quer que fosse. Comia com as mãos...
“Pedro não se incomoda com a sujeira, com o mau cheiro,
com a estreiteza de pensamento. Ele nem se percebe de que vive num estábulo”,
escreveu à irmã Maria Luísa. (Imperatriz dos Franceses, segunda esposa de Napoleão
Bonaparte)
Gloria Kaiser - “Dona Leopoldina – Uma
Habsburgo no Trono do Brasil”.
São Paulo:
Editora Nova Fronteira,
1998.
A atitude de D. Leopoldina, defendendo
os interesses brasileiros, acha-se eloquentemente estampada na carta que
escreveu a D. Pedro, por ocasião da independência do Brasil. “É preciso
que volte com a maior brevidade. Esteja persuadido de que não é só o amor que
me faz desejar mais que nunca sua pronta presença, mas sim as circunstâncias em
que se acha o amado Brasil. Só a
sua presença, muita energia e rigor podem salvá-lo da ruína.
Leopoldo BibianoXavier- “ Revivendo o
Brasil-Império”.
São Paulo
Artpress
1991.
Esse estudo está apresentado sob
o título ” Uma dama nos trópicos” no site:
De autoria de Gilmar Moreira
Gonçalves
Professor e pesquisador da
FAFIC, Cataguases-MG
Dona Leopoldina,
então Princesa Real-Regente do Reino do Brasil, preside a reunião do Conselho
de Ministros em 2 de setembro de 1822.
Georgina de
Albuquerque (1885-1962)
Senado Federal- Brasília
- DF
Para provar:
1- Que
foi Dona Leopoldina quem fez de facto e de direito a Independência do Brasil “usando
de seus atributos de chefe interina do governo, [pois] reuniu-se na manhã de 2
de setembro de 1822 com o Conselho de Estado, assinando o decreto da
Independência, declarando o Brasil separado de Portugal”;
2- Que
o dia de nossa independência política foi na realidade o dia do decreto
assinado por Dona Leopoldina, ou seja, de 2 de setembro de 1822, e não o dia do
recebimento das cartas vindas do Rio
de Janeiro através de Paulo Bregaro, que eu nem sei se foi realmente 7 de
setembro. Dizem que foi, pois, o Príncipe Real estava com “mal-estar intestinal”,
leia-se ‘ dor de barriga’, vulgarmente conhecida como “ caganeira”, e ia toda
hora no mato para se aliviar, um fato inesquecível para sua comitiva.
Isso posto, nós os brasileiros,
temos que muito que agradecer a essa Filha de Reis, Mulher de Rei, Mãe de Reis,
por ter se transformado na Mãe do Brasil, na Mãe da Nacionalidade Brasileira.
Obrigado Caroline Josepha
Leopoldine von Habsburg-Lothringen, por casamento de Bragança.
Jorge Eduardo Fontes
Garcia
São Paulo 29/07/15
Juramento
solene da Imperatriz Dona Maria Leopoldina à Constituição do Brasil, 1824.
Brasão
de Dona Leopoldina
Imperatriz
do Brasil.
Retrato
de Sua Majestade Imperial, a Imperatriz do Brasil
A Mãe
da Nacionalidade Brasileira
por Luís Schlappriz.
terça-feira, 28 de julho de 2015
Mais da Quinta da Boa Vista - Parte III
A Quinta da Boa
Vista, era o Palácio Imperial que nunca deixou de ser Quinta.
Parte III
O Paço de São Cristovão na Quinta da Boa Vista era o
Palácio Imperial do Brasil, a morada de Sua Majestade Imperial Dom Pedro II,
Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, mas um palácio que não
demostrava a riqueza e a pujança de nosso País.
A casa apalacetada que la
existia era velha, canhestra, capenga, sem condições para que a Pompa e
Circunstância tão necessária a uma Corte de um Soberano por lá desse o ar de
sua graça, como nos casos de Queluz, Versalhes, Hermitage, Saint-James,
Buckingham, Schönbrunn, ou mesmo a republicana Casa Branca em Washington, D.C.,
como podemos constatar ate os dias de hoje.
Iam os íntimos, os serviçais
diretos, o Gabinete Governamental quando era necessário e alguns outros poucos,
além dos escravos, é claro.
Festas, recepções, isso nem
pensar.
Triste Monarquia que seu
Soberano não se expõe entre Pompas e Circunstâncias.
No Primeiro Império um
palacete mais digno do que a morada imperial foi o reformado para Dona Domitila de Castro canto e Mello, a Marquesa de Santos, amante de Dom Pedro I, o Imperador que lhe elevou a tal rango em 12 de outubro de 1826, e que aspear de conhecido 'mão de vaca' pagou pela obras.
Era o “Palacete do Caminho Novo, a antiga residência da Marquesa de Santos, por esse motivo, é também conhecido como Solar da Marquesa de Santos”.
Era o “Palacete do Caminho Novo, a antiga residência da Marquesa de Santos, por esse motivo, é também conhecido como Solar da Marquesa de Santos”.
“ Um edifício de dois
pavimentos em estilo neoclássico com traços do barroco colonial, uma vez que
foi uma ampliação de uma construção anterior”.
“Foi erguido próximo do
Palácio da Quinta da Boa Vista, com um projeto de Pierre-Joseph Pézerat, tendo
as obras supervisionadas por Pedro Alexandre Cravoé”.
“Tem um pórtico coroado por
frontão clássico centralizado, ladeado por dois volumes laterais idênticos. A
decoração interna é requintada e foi entregue a artistas de renome na época,
como Francisco Pedro do Amaral. Na parte traseira possui um jardim com espelho
d'água e estatuária decorativa, criado por Auguste François Marie Glaziou”.
“O palacete foi habitado pela
Marquesa a partir de 1826, mas apenas por poucos anos, até o rompimento de sua
ligação com o Imperador, o que aconteceu em 1829”.
Só no
Brasil a casa de uma amante foi transformada em um museu tão importante quanto
o do Primeiro Império, no Museu do Primeiro Reinado.
Basta visitarmos o hoje Museu
do Primeiro Reinado ali instalado e mais adiante o Museu Nacional do Brasil,
que veremos a diferença entre um e outro, pois no primeiro habitava o luxo, a pompa e a circunstância no segundo uma precoce decadência .
A Republica fez
obras na antiga Quinta para ali instalar o Museu e a Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), mas
por falta total de recursos sobre o Palácio/Museu só podemos dizer que "é uma tristeza".
Destaco que Pierre-Joseph
Pézerat foi substituiu Manuel da Costa nas obras de remodelação do então Paço Imperial de São Cristóvão na Quinta da Boa Vista encomendadas por
Dom Pedro I.
O Paço tinha apenas um torreão
no lado Norte da fachada principal, ganhou outro simétrico, no lado Sul, e um
terceiro pavimento começou a ser erguido sobre os dois já existentes”.
“As obras foram continuadas a
partir de 1847 pelo primeiro e único barão de Santo Ângelo, nascido Manuel Araújo de Porto-Alegre, * Rio Pardo, RGS, 29 de novembro de 1806 e + Lisboa, 30 de dezembro de 1879, que harmonizou as
fachadas do edifício, seguido pelo alemão Theodore Marx (1857 e 1868)”. “Entre 1857 e 1861 o pintor
italiano Mario Bragaldi decorou vários dos aposentos interiores”
" O Paço Imperial de São Cristóvão da Quinta da Boa Vista foi violentado e saqueado pela primeira vez “sendo suas características internas originais, destruídas ou vendidas, após a Proclamação da República, já que os bens da Família Imperial foram nacionalizados por iniciativa de Rui Barbosa, primeiro Ministro da Fazenda do Regime Republicano de 15 de novembro de 1889 até 21 de janeiro de 1891”.
Outra fonte:
Mais, mesmo com essa fachada neoclássica mixuruca do barão de Santo Ângelo e de Theodore Marx que hoje vemos a Quinta da Boa Vista, era o Palácio Imperial que nunca deixou de ser uma Quinta.
" O Paço Imperial de São Cristóvão da Quinta da Boa Vista foi violentado e saqueado pela primeira vez “sendo suas características internas originais, destruídas ou vendidas, após a Proclamação da República, já que os bens da Família Imperial foram nacionalizados por iniciativa de Rui Barbosa, primeiro Ministro da Fazenda do Regime Republicano de 15 de novembro de 1889 até 21 de janeiro de 1891”.
Outra fonte:
Marcos O. Costa, arquiteto urbanista
formado pela FAU Mackenzie com mestrado em estruturas ambientais urbanas pela
FAUUSP. Associado à Borelli & Merigo, onde desenvolve projetos nas áreas de
edificações e urbanismo, professor da FAAP e da Escola São Paulo, escreveu:
“ Foram três os paisagistas que
trabalharam na Quinta: em 1831 Pedro José Pézéart, em 1862 Theodore Marx e em
1866 Auguste Glaziou. Este último responsável pelo desenho curvilíneo que dos
jardins e lagos. Glaziou é a principal referência do paisagismo no Brasil no
século XIX, e influenciou o modernismo brasileiro em especial Roberto Burle
Marx. Glaziou se aproveita dos desníveis do terreno para criar um espaço unde a
curva se transforma no personagem principal. Este efeito é dramatizado através
do contraste com o eixo do acesso principal cujos focos são o portão de
entrada e a fachada do Museu Nacional, o antigo Paço de São Cristóvão. Este
prédio sofreu quatro grandes reformas. A primeira conduzida por John Johnston
em 1821, a segunda, em 1831, esteve a cargo de Pedro José Pézéart, em 1847
Manoel de Araújo Porto-Alegre e, finalmente, Theodore Marx de 1857 até 1868. É
Marx quem imprime ao edifício suas vigorosas linhas neoclássicas, que são
reforçadas pela implantação do edifício no alto da colina e se alinhando ao
eixo do acesso principal.”
Mais, mesmo com essa fachada neoclássica mixuruca do barão de Santo Ângelo e de Theodore Marx que hoje vemos a Quinta da Boa Vista, era o Palácio Imperial que nunca deixou de ser uma Quinta.
Palácio
de Schönbrunn (em alemão, Schloss Schönbrunn)
Palácio
Real de Queluz
Sala dos Embaixadores com os Tronos.
Podíamos imaginar que a
exemplo da Corte de seu primo, o Imperador da Áustria, em Schönbrunn, Dom Pedro
II aproveitasse os espaçosos jardins para proporcionar ao povo em geral
belos espetáculos pirotécnicos, mas não, ledo engano, fogos de artifícios só no
Campo de da Aclamação, hoje Praça da República, assim mesmo não custeado pelo
bolso imperial, sim pelos comerciantes estabelecidos na Praça do Rio de Janeiro,
ou pela Câmara.
Pedro de Alcântara João Carlos
Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel
Rafael Gonzaga, cognominado O Magnânimo, era um tremendo de um pão-duro, um conhecido
sovina que gostava mesmo é de se pavonear nas festas alheias e de filar a boia
na casa dos outros, mas isso no Brasil, pois para fazer bela figura em suas viagens pela Europa e Oriente Médio gastava do seu bolso pra valer.
Voltemos ao aprazível Rio de Janeiro de antanho.
A
Casa de Dona Carlota Joaquina
Rainha
consorte de Portugal
Imperatriz
consorte do Brasil (de jure)
Infanta
de Espanha
Carlota
Joaquina em 1824 por,
João
Baptista Ribeiro
Pintor,
desenhador, gravador, lente de Desenho
Diretor
da Academia Politécnica do Porto.
Os particulares como Manuel Lopes Pereira Baía, agraciado
por D. Pedro II pelo decreto de 23 de outubro de 1853 com o Título de Barão de Meriti, e elevado a Visconde com grandeza em
2 de dezembro de 1858, fidalgo da Casa Imperial, comendador da Ordem de Cristo,
oficial da Ordem da Rosa, vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, diretor
do Novo Cassino Fluminense onde Suas Majestades Imperiais dançavam, subdelegado
suplente do bairro da Glória, local onde possuía uma casa apalacetada , o Palacete
Meriti, e onde hoje está instalado o Palácio São Joaquim ou Palácio da Mitra
Arquiepiscopal, construído de 1912 a 1918 para ser a residência do primeiro
cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti,
dava festas memoráveis frequentadas pelo Imperador e pela Imperatriz, bem como
por Dona Isabel e o Conde d’Eu.
Morto o Visconde de Meriti, os
Marqueses de Abrantes, esses a princípio no Palácio Meriti na Gloria, depois na antiga casa reformada de
Dona Carlota Joaquina na enseada de Botafogo, continuaram com a tradição das magnificas festas frequentadas por Suas Majestades e pelos Grandes do Império.
Em 1835, em um de seus bailes do Palacete Meriti que pela
primeira vez foi servido sorvete para Suas Majestades Dom Pedro II e Dona
Teresa Cristina.
Manuel Lopes Pereira Baía
casou com Dona Mariana Carolina do Espírito Santo e foram pais de Dona Maria
Carolina da Piedade Pereira Baía que casou com o Marquês de Abrantes, nascido Miguel
Calmon du Pin e Almeida, O Estadista de dois Impérios, Grande do Império, Veador
de Sua Majestade, a Imperatriz, Dignitário da Imperial Ordem da Rosa, Grã-cruz
da Imperial Ordem do Cruzeiro, comendador da Ordem de Nossa Senhora da
Conceição de Vila Viçosa (de Portugal), da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro
(Itália), da Ordem de Leopoldo I (Bélgica) e da Real Ordem Constantina das Duas
Sicílias.
Já o Senador do Império José
Tomás Nabuco de Araújo Filho e sua mulher, Dona Ana Benigna de Sá Barreto, pais
de Joaquim Nabuco, davam esplendidas festas em sua residência apalacetada na praia do Flamengo, também, com a presença do Imperador, da Imperatriz e
membros da Família Real.
Dom Pedro II não proporcionava para seus súditos nenhuma festa, nenhum baile, nenhum convescote nos magnifico Jardim da Quinta, com isso não estreitou laços com a aristocracia, com a Grande Burguesia, com o Clero, com políticos, com militares, e assim quando do Golpe Republicano não teve ninguém, mais ninguém, que o defendesse, ou a sua filha a Princesa Imperial, partindo para Europa de Petrópolis via Praça XV, então Terreiro do paço, numa solidão total e em meio a um silencio abacial.
Tentar aproximação com a Corte nem em São Cristóvão, muito menos em Petrópolis, a verdadeira casa da família.
Tentar aproximação com a Corte nem em São Cristóvão, muito menos em Petrópolis, a verdadeira casa da família.
Miguel Calmon du Pin e Almeida, Visconde com
grandeza por decreto de 18 de julho de 1841, e Marquês de Abrantes por decreto
de 3 de dezembro de 1854, (Santo Amaro da Purificação, Bahia, 23 de outubro de
1796 — Rio de Janeiro, 13 de setembro de 1865) foi político e diplomata
brasileiro- Ministro Plenipotenciário junto a Corte de Viena, em 1836, e em
Missão especial em Berlin, em 1844.
Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil,
Grande do Império, Veador de S. M. a
Imperatriz, Dignitário da I. Ordem da Rosa, Grã-Cruz da Ordem do Cruzeiro, da
de Conceição de Villa Viçosa, de Portugal, da Real Ordem Constantina das Duas
Sicilias, da de S. Mauricio e S. Lazaro, e da de Leopoldo, da Bélgica.
Era sócio do Instituto Histórico e
Geographico Brasileiro, comissário do Governo no Instituto dos Surdos-Mudos,
Provedor da Santa Casa de Misericórdia, Presidente da Imperial Academia de Música,
organizador da Caixa de Amortização.
Em 1866, por Victor Meirelles.
Casou com Dona Maria Carolina da Piedade
Pereira Baía, filha do Barão de Meriti, que se tornou a melhor anfitriã do Segundo
Império.
Viúva casou novamente com Joaquim Antônio de
Araújo e Silva, primeiro e único Barão com grandeza de Catete e Joaquim
Antônio de Araújo e Silva, primeiro e único barão com grandeza de Catete e visconde da Silva, Visconde
da Silva, comendador das ordens de Cristo e de Nossa Senhora de Vila Viçosa e
de oficial da Imperial Ordem da Rosa.
José Tomás Nabuco de Araújo Filho
Magistrado e político brasileiro
Deputado geral, presidente de província,
ministro da Justiça e senador do Império do Brasil
Dona Ana Benigna de Sá Barreto
Filha de:
Francisco António de Sá Barreto
Maria José Felicidade Barreto
Casamentos em Recife, Pernambuco, 07.03.1840
Filhos:
Sizenando Barreto Nabuco de Araújo * 1841
Maria
Januária de Barros
Maria Barreto Nabuco de Araújo * 1843
Nestor Barreto Nabuco de Araújo * 1844
Rita de Cássia Barreto Nabuco de Araújo *
23.05.1846
Hilário Soares de Gouvêa
Victor Barreto Nabuco de Araújo * 1848
Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo *
19.08.1849
Evelina Torres Soares Ribeiro
Maria Carolina Barreto Nabuco de Araújo *
1854
Com isso a Quinta
da Boa Vista, era o Palácio Imperial que nunca deixou de ser Quinta.
FIM
A Quinta da Boa Vista, era o Palácio Imperial que nunca deixou de ser Quinta. Parte II
A Quinta da Boa
Vista, era o Palácio Imperial que nunca deixou de ser Quinta.
Parte II
“Salões
e Damas do Segundo Reinado”
de Wanderley Pinho
Vamos usar a obra “Salões e
Damas do Segundo Reinado”, de Wanderley Pinho, com ilustrações de J. Wasth Rodrigues,
Livraria Martins Editora –São Paulo, 2ª Edição, e “ História das ruas do Rio de
Janeiro”, de Brasil Gerson, Editora Souza, Rio de Janeiro, 3 ª Edição / Revista
e Aumentada, bem como outras fontes.
“
História das ruas do Rio de Janeiro”
de
Brasil Gerson
Dom Pedro I e Dona Leopoldina
de Habsburgo tiveram sete filhos, a quarta foi Dona Francisca Carolina Joana
Leopoldina Romana Xavier de Paula Micaela Rafaela Gabriela Gonzaga de Bragança,
nascida na Quinta da Boa Vista em 2 de agosto de 1824 e que veio a falecer em
Paris no dia 27 de março de 1898.
Em 1° de maio de 1843 casou com
Francisco Fernando de Orléans, Príncipe de Joinville, filho de Luís Filipe I, Rei
dos Franceses, e de Maria Amélia de Bourbon-Sicília, nascida Princesa de
Nápoles, embarcando logo a seguir para França a bordo da fragata La Belle
Poule, a mesma que transportou sob seu Comando os restos mortais de Napoleão
Bonaparte da Ilha de Santa Helena para serem sepultados no Hôtel National des
Invalides, Paris.
Dona
Francisca
Princesa
do Brasil
Princesa
de Joinville
Infanta
de Portugal
“ Chicá” para os íntimos e
"La Belle Françoise", para outros, tornou-se uma das Princesas mais
populares de seu tempo não só na França, bem como na Europa, era queridíssima.
Dom Pedro II a chamava de “
Mana Chica” e a “ Mana Chica” estava preocupada com a falta de vontade de seu
irmão de exercer plenamente a Liturgia que o cargo exigia, e eu não estou
falando aqui do seu Direito Constitucional que era o Poder Moderador, de “fiel da balança
entre os poderes legislativo e executivo", mas sim das Pompas e Circunstâncias que são a essência da
Monarquia, do Regime Monárquico.
Escreve a Princesa dos
Franceses a Paulo Barbosa, Mordomo da Casa Imperial, portanto próximo da Casa
Imperial:
“ Pobre mano Pedro, ele tem
bem precisão de hum amigo ao pé dele como o Senhor. Tudo vai bem mal na Casa. As
dividas comessão e dizem já serem grandes, isso por falta de ordem. O mano não
dá mais bailes, nem Saraus, não viaja mais. Tudo isso he de mau feito, e, temo
q. lhes faça mal ao prestigio que os nossos compatriotas ainda garantão pela
monarchia. Se ele nos foge estamos perdidos sem duvida nenhum. Vá para o Rio
meu querido Barbosa. Sempre foi e he homem cheio de coração e honra”.
Francisco
Fernando Filipe Luís Maria d'Orleans, Príncipe de Joinville.
François-Ferdinand-Philippe-Louis-Marie
d'Orléans
Escreveu Dona Francisca:
“As dividas comessão e dizem já serem grandes”
o que talvez justifique, e muito, a sovines de Dom Pedro II, mas que não lhe
dava o direito de se deixar levar por ela no que tange as Pompa e Circunstância
de que o Regime monárquico se nutre.
No final do livro há a
seguinte nota:
“ Essa carta da Princesa de Joinville a Paulo Barbosa
existe em poder de Américo Jacobina Lacombe e foi, como outros documentos, por
ele gentilmente comunicada ao autor. Traz a data : - Claremont, 24 de junho de
1875. André Victor que passou pelo Rio de janeiro em 1844 escreveu que o
Príncipe de Joinville era muito estimado de Pedro II que “ se lembrava com
saudades da alegria do jovem Orléans cuja exuberância e comunicatividade
francesa havia enchido o tristonho palácio de São Cristóvão de alegria.
Perdera-se o segredo de tal animação com sua partida”. “Salões e Damas do Segundo
Reinado”, capitulo “Os paços Imperiais- São Cristóvão e Petrópolis”.
E mais:
“Para o publico a família
imperial recolhera-se desde então numa espécie de retiro. A côrte parecia, e o
era por certo em grande parte, estranha à vida elegante da capital do país”.
Dom Pedro II só dava um jantar
de gala por ano e assim mesmo em comemoração ao aniversario do Rei de Portugal
quando o Embaixador de S.M. Fidelíssima era convidado a mesa imperial em São
Cristóvão.
Prinz
Albert Wilhelm Heinrich von Preußen
Príncipe
da Prússia em uniforme da Marinha
Irmão
mais novo do Kaiser Guilherme II da Alemanha.
Com
uma longa carreira como oficial da marinha, Henrique comandou várias missões na
Marinha Imperial Alemã e, posteriormente, subiu na carreira até ao ranking de
Grande Almirante.
Quando o Príncipe Henrique da
Prússia (Alberto Guilherme Henrique) em 1883 passou pelo Rio de Janeiro, Dom
Pedro II lhe ofereceu um jantar no qual serviu uma clássica canja e alguns
pratos de sua cozinha diária.
Os chargistas deitaram e
rolaram e assim foi um espanto generalizado na Corte o tal cardápio, para
deleite da oposição a Monarquia.
André Rebouças, o engenheiro
militar, baiano, filho de uma escrava alforriada com um alfaiate português, amigo
do Conde D’Eu, insuspeito, pois conviveu com o Imperador na visita que esse fez
aos campos de batalha da Guerra do Paraguai, foi convidado a verificar as
condições do Paço Imperial ( na hoje Praça 15, centro do Rio de Janeiro) e como nos conta Wanderley Pinho conforme anotação desse leal servidor da Casa
Imperial, “ examinei com o engenheiro Jardim o Paço Imperial, cujo estado de
ruina e imundice fica abaixo de toda critica”.
Vejam que isso é um comentário
feito por um homem que acompanhou a Família Imperial na sua viagem para o
exilio, que com a morte do Imperador entrou em profunda depressão e que acabou,
como todo deprimido irremediável, se suicidando no mar de frente a sua casa no
Funchal, Ilha da Madeira, onde havia se abrigado depois da Proclamação da
Republica.
O Visconde de Taunay (Alfredo
Maria Adriano d'Escragnolle Taunay) dá seu testemunho:
“São Cristóvão foi sempre um
paço triste e severo: e a morada, não da alegria, mas do dever sereno e
vigilante”. (1)
O Conde Eugenio de Robiano,
viajante belga, que nos visitou em 1874, citado por Luís Carlos Soares em “ “O
"povo de cam" na capital do Brasil: a escravidão urbana no Rio de
Janeiro”, que ficou chocado com tantos negros
no Rio de Janeiro, também, se chocou com os hábitos da Família imperial
afirmado “le train de maison de la famille imperiale ne répond certes pas à sa
haute position”, numa tradução livre “ O trem da casa da família imperial certamente
não esta de acordo com sua alta”
O ‘trem ‘ aqui é segundo o Aurélio:
Trem [Do francês/inglês.
train.] Substantivo masculino
1 Conjunto de objetos que
formam a bagagem de um viajante. 2. Comitiva, séquito. 3. Mobiliário duma casa.
4. Conjunto de objetos apropriados para certos serviços... 5. Carruagem, sege.
6. Vestuário, traje, trajo.
Disse sobre a carruagem de
gala de Sua Majestade Imperial:
“Carrosses du siècle dernier”,
tradução livre, ‘ carroças do século passado’ isso é o Século XVIII.
“ Não havia variantes nessa
apreciação dos hábitos da dinastia”. ( 1)
Enquanto isso verdadeiros
palácios eram construídos na Cidade do Rio de Janeiro onde festas deslumbrantes
aconteciam.
E o que vamos ver mais
adiante.
E A Quinta da Boa Vista, era o
Palácio Imperial que nunca deixou de ser Quinta.
Fim da Parte II
Nota: Na corte
francesa, D. Francisca logo se tornou uma das princesas mais populares da corte
e ers chamada de "La Belle Françoise".
Em 1848 a monarquia
foi extinta na França, e os Orléans seguiram para o exílio,e
D. Francisca
negociou com vigor com os republicanos a fuga de sua família.
Com dificuldades
financeiras, os príncipes de Joinville negociaram as terras catarinenses com a
Companhia Colonizadora Alemã, do senador Christian Mathias Schroeder, rico
comerciante e dono de alguns navios. Assim nasceu a Colônia Dona Francisca,
mais tarde Joinville, atualmente a maior cidade do estado de Santa Catarina.
(Morreu em dificuldades financeiras)
D. Francisca
defendia medidas enérgicas contra o crescimento do republicanismo no Brasil.
Em 1864, ela enviou
os príncipes Gastão d'Orléans, o conde d'Eu, e Luís Augusto de
Saxe-Coburgo-Gota para o Brasil, onde se casariam com suas sobrinhas, D.
Leopoldina e D. Isabel, respectivamente.
Assinar:
Postagens (Atom)