quinta-feira, 10 de novembro de 2016

“François Hollande semble un épicier failli”, Bernadette Chirac



Jacques Chirac, ex-Presidente da República Francesa, “ sofre de anosognosia, uma doença que provoca “sérios lapsos de memória” e impede o doente até “de se lembrar, que se esqueceu” de algo. O relatório médico refere ainda que a doença é irreversível e que está cientificamente ligada à doença de Alzheimer. Desde que abandonou o Eliseu, Chirac foi hospitalizado em várias ocasiões. Em dezembro de 2015 passou duas semanas internado. Em 2005, Chirac foi vítima de um acidente vascular cerebral que o enfraqueceu”.
“ Anosognosia é um estado neurológico caracterizado pela incapacidade de uma pessoa estar consciente da sua própria doença. A anosognosia foi descrita pela primeira vez por Joseph Babinski, em 1914”.

Jacques René Chirac, nasceu em 29 de novembro de 1932, está com 83 anos, no 5e arrondissement de Paris, a área mais antiga da cidade, onde as “ "escolas" diferentes da Universidade de Paris foram instaladas e dão assim origem ao nome "Quartier Latin", portanto, um bairro acadêmico e intelectual (muitos editores e livrarias), mas, também, é uma área turística graças a concentração de restaurantes entre o Sena e o Boulevard Saint-Germain, entre o Boulevard Saint-Michel e a rue Saint-Jacques. É também um distrito de vida noturna ativa (bares na rue Mouffetard e na rue Descartes). ”
Mademoiselle Bernadette Thérèse Marie Chodron de Courcel, hoje Madame Bernadette Thérèse Marie Chirac, é descendente de famílias da aristocracia francesa (a paterna é rica e enobrecida por Napoleão III e seu avô materno é Louis de Brondeau d’Urtières, Conde de Brondeau), nascida no 16e arrondissement de Paris, com “ seus inúmeros museus e lugares notáveis como o Trocadero ou o Bois de Boulogne, além de embaixadas e consulados, bem como das instalações desportivas famosos em todo o mundo, como o Parc des Princes ou o estádio de Roland Garros”, em 18 de maio de 1933, estando com 83 anos.
Jacques Chirac e Madame Bernadette eram estudantes no L'Institut d'études politiques de Paris (IEP de Paris), « Sciences Po », se conheceram na Escola, e enfrentando a resistência da família da noiva se casaram em16 de março de 1956.
“ Os Chodron de Courcel se recusam a realizar um casamento solene na Basílica de Sainte-Clotilde, onde as famílias da alta sociedade do Faubourg Saint-Germain tradicionalmente se casavam, e a cerimônia foi realizada na capela do Menino Jesus, 29 rue Las Cases, o anexo da igreja, então reservado para catequese e cerimônias mais íntimas”.
“ Juntos, eles têm duas filhas, Laurence, nascida em 4 de março de 1958 e falecida no dia 14 de abril de 2016, e Claude, nascida em 6 de dezembro de 1962, que se tornará assessora de comunicações a seu pai”.
Como o casamento foi realizado por ambição e não por amor -  « pas qu'un mariage d'amour mais un mariage d'ambition » - Chirac teve amantes, sendo a mais famosa Jacqueline Chabridon, uma jornalista do Le Figaro, chegando a pensar em se divorciar de Madame Bernadette, porem foi desaconselhado por amigos que o alertaram que o Povo Frances não elegeria um divorciado para Presidente da República, e com isso ele rompeu o relacionamento com a jornalista.
Madame Bernadette Chirac entrou, morou, dignificou sua estadia no Palais de l'Élysée, ou Palácio do Eliseu, “no 55, rue du Faubourg-Saint-Honoré à Paris, 8e arrondissement, a residência oficial do Presidente da República Francesa a partir da II e República.
Em 16 de maio de 2007, depois de 11 anos 11 meses e 29 dias, o Casal Chirac abandonou o Palais de l'Élysée, deixando o belo palácio nas mãos de Nicolas Sarkozy, presidente eleito da República Francesa, que ainda não havia se casado com a belíssima Carla Gilberta Bruni Tedeschi, ou simplesmente Carla Bruni, hoje Carla Bruni-Sarkozy, nome que passou a usar após a cerimônia realizada em “2 de fevereiro de 2008, no Salão Verde do Palácio do Eliseu, sem proclamas, mas com a permissão do Ministério Público, para não perturbar a ordem pública".
O Casal Chirac mudou-se para um “grande e luxuoso apartamento no no 3 Quai Voltaire,  7e arrondissement, Paris, emprestado por Ayman Hariri, filho de Rafik Hariri, ex-presidente do Conselho de Ministros do Líbano, assassinado em 14 de fevereiro de 2005, em Beirute, Líbano”.
Madame Bernadette Chirac apoiou abertamente a Nicolas Sarkozy e nunca escondeu sua aversão visceral a François Hollande (François Gérard Georges Nicolas Hollande, nascido em Ruão, no departamento do Sena Marítimo, na região da Alta Normandia, numa família de classe média, em 12 de agosto de 1954, filho do doutor Georges Gustave Hollande, um otorrinolaringologista, Nicole Frédérique Marguerite Tribert, assistente social militante de esquerda)  a ponto de  se referir ao candidato do PS – Partido Socialista, sempre de maneira critica dizendo: “François Hollande semble un épicier failli”, ou seja, “ François Hollande parece um merceeiro falido”.
Eu não sabia disso até ontem, mas sempre disse que Hollande parecia fisicamente um “ boucher”, ou seja, um açougueiro.
E é esse épicier ou boucher, péssimo governante de uma França em grave crise moral, ética, cultural, social, financeira, vivendo ao sabor dos humores dos terroristas islâmico, o homem errado na hora errada, que reconhece a vitória inconteste de Donald J Trump de maneira critica.
Quem é ele?
Ser o vingt-quatrième Président de la République Française, le septième président de la République française dans la Cinquième République, ou seja, o vigésimo quarto Presidente da República Francesa, o sétimo Presidente da República Francesa na Quinta República, não lhe dá respaldo para criticar nenhuma autoridade eleita livremente por um povo de outra Nação, especialmente uma Nação amiga como EUA que salvou a França nas duas Guerras Mundiais.
Hollande com sua aparência de um merceeiro falido, sem nenhuma vocação para Estadista, que vive a reboque de Frau Angela Merkel, colocando a França aos pés da Alemanha, é uma calamidade para o POVO FRANCÊS.

E tenho dito.

Jorge Eduardo Garcia


10/11/16

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Histórias dos cemitérios do eixo Rio-São Paulo – FINAL

Meus amigos judeus tiveram seu primeiro cemitério em 1919.
“ Com a colaboração fundamental do empresário Maurício F. Klabin, que doou à prefeitura um terreno de 5 mil metros quadrados, situado ao lado do cemitério municipal da Vila Mariana – que data de 1904 – foi erguido o cemitério israelita, na Avenida Lacerda Franco, 2.080 - Cambuci. O primeiro sepultamento foi realizado em 1920 e, três anos depois, surgia a Associação Cemitério Israelita de São Paulo – Chevra Kadisha (LINK), com a função de administrar o local e cuidar do serviço funerário da comunidade judaica”.
A seguir, em 1953, foi organizado o “ Cemitério Israelita do Butantã, a Avenida Eng. Heitor Antônio Eiras García, 5530 - Jardim Educandário- que é, também, mantido pela Chevra Kadisha - Associação Cemitério Israelita de São Paulo, fundada em 1923, e que mantém uma gestão profissional e um ótimo padrão em seus serviços, sempre mantendo os rituais funerários judaicos, e preocupada em não deixar de atender nenhum integrante da comunidade Judaica”. Site:

No Cemitério da Vila Alpina (oficialmente Cemitério São Pedro) está o “ Crematório da Vila Alpina (oficialmente Crematório Dr. Jaime Augusto Lopes) é o primeiro crematório do Brasil e da América Latina e ainda é um dos maiores do mundo, cujas atividades foram iniciadas em 1974 e localiza-se na cidade de São Paulo, no bairro do Jardim Avelino na região da subprefeitura da Vila Prudente (Zona Sudeste de São Paulo), próximo à Vila Alpina e à avenida Professor Luís Inácio de Anhaia Melo”. 

“ Cemitério do Morumbi é um cemitério localizado no nobre bairro do Morumbi, na cidade de São Paulo, Brasil. Fundado pelo Deputado Laércio Corte, cujo nome batizou a rua de acesso ao cemitério. Cemitério jardim, com inspiração na arquitetura americana, inovação para à época uma vez que só existiam cemitérios com construção de lápides. Personalidades sepultadas
Elis Regina – cantora.
Altemar Dutra - cantor
Ayrton Senna - piloto de Fórmula 1, vitimado em acidente durante corrida em San Marino.
Consuelo Leandro - atriz e humorista.
Ronald Golias - humorista, célebre pelo personagem Bronco na Família Trapo.
Clodovil Hernandes - estilista, apresentador de TV e deputado federal.
Orestes Quércia -28° governador do Estado de São Paulo, Senador – Período de 15 de março de 1975 até 15 de março de 1983, 19º Vice-governador de São Paulo, 44º Prefeito de Campinas.
Plínio Salgado -  político, escritor, jornalista e teólogo brasileiro que fundou e liderou a Ação Integralista Brasileira (AIB), partido de extrema-direita inspirado nos princípios do movimento fascista italiano.
Marly Marley - Atriz, diretora de teatro, crítica musical, jurada musical e ex-vedete.
Antônio Ermírio de Moraes - Empresário, engenheiro e industrial.
Juvenal Juvêncio - ex-presidente do São Paulo Futebol Clube.

O Cemitério da Paz situado a Rua Doutor Luiz Migliano, 644 - Jardim Vazani- Bairro Parque Morumbi, “ inaugurado em 1965 e trata-se do o primeiro cemitério jardim do Brasil e é conhecido como "Cemitério dos Protestantes", mas mantém um caráter ecumênico e um tratamento igualitário aos seus associados”. Personalidades sepultadas:
Adoniran Barbosa, compositor, cantor, humorista e ator
Jânio Quadros, 22º presidente do Brasil, 18º Governador de São Paulo, 28º Prefeito de São Paulo e 44º Prefeito de São Paulo, Deputado federal pelo Paraná no período  1 de fevereiro de 1959 até a 31 de janeiro de 1961.
Marcelo Fromer, músico e guitarrista (Titãs)
Leônidas da Silva, o Diamante Negro, futebolista
Arrelia, ator, humorista e palhaço
Wilson Fittipaldi, conhecido como Barão, piloto, empresário e radialista, pai dos irmãos Emerson e Wilson e avô de Christian Fittipaldi.
Mãe Dinah, Benedicta Finazza, uma vidente.

Antes de terminar eu gostaria de citar o “Cemitério municipal de Santo Amaro inaugurado em 9 de maio de 1856, após decreto imperial, a Lei Régia de 1 de outubro de 1828, de Dom Pedro I, alterando uma lei que proibia sepultamentos no interior das igrejas, devido o fato de em certo ponto ficar insuportável adentrar o ambiente devido o cheiro dos corpos em decomposição”.
“ O primeiro enterro do Cemitério de Santo Amaro, conforme registros historiográficos, ocorreu em 5 de janeiro de 1857”.




“ Obelisco de Santo Amaro é uma homenagem ao rei italiano Humberto I. Conhecido também como “Rei Bom” foi assassinado com três tiros, pelo anarquista Gaetano Bresci durante uma visita à cidade italiana de Monza”.
“ Um dos mais notórios sepultados do local trata-se de Bento do Portão (Antônio Bento do Portão (Bahia, 29 de janeiro de 1875 - São Paulo 29 de junho de 1917) um mendigo de Santo Amaro, que se tornou santo popular não canonizado, pois a ele são atribuídos diversos milagres, sendo o primeiro no dia 2 de fevereiro de 1922, quando uma senhora que necessitando amputar as pernas, pediu-lhe ajuda, alcançando a graça solicitada”.
O Cemitério de Santo Amaro está localizado na Rua Min. Roberto Cardoso Alves, 186 - Santo Amaro.



FIM 

Histórias dos cemitérios do eixo Rio-São Paulo – II Parte

Em 25 de janeiro de 1554, a Missão Jesuíta funda a Cidade de São Paulo e dois anos depois, os padres ergueram uma igreja – a primeira edificação duradoura do povoado - no alto de uma colina entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, sendo o local escolhido para iniciar a catequização dos indígenas e para sepultamento dos que faleciam na localidade. Hoje é o Pátio do Colégio “ composto pelo Museu Padre Anchieta, Auditório Manoel da Nóbrega, Galeria Tenerife, praça Ilhas Canárias (Café do Pátio), Capela Beato José de Anchieta (abriga o fêmur de José de Anchieta), a Cripta Tibiriçá e a Biblioteca Padre Antônio Vieira. Bairro da Sé. Ruas Afluentes: Rua Boa Vista, Rua Anchieta, Rua Roberto Simonsen, Rua Dr. Bittencourt Rodrigues, Rua General Carneiro”.
Entre 1774 e 1775 a Igreja Católica, com autorização governamental, organizou o Cemitério dos Aflitos, denominado também de Cemitério dos Enforcados, no atual Bairro da Liberdade, sendo então o primeiro cemitério da cidade de São Paulo.   Foi aberto em 1779 e demolido em 1883
                                                 http://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=277233
O Recolhimento da  Luz fundado em 02 de fevereiro de 1774 – depois Mosteiro da Luz, oficialmente Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz - “ tem suas origens na igreja em homenagem a Nossa Senhora da Luz, erguida pelo colonizador Domingos Luís, o “Carvoeiro”, sendo que a primeira vez que se registra a existência da igreja é numa carta, em 1579, do Padre Anchieta ao capitão Jeronimo Leitão Coco, Lugartenente da família Martim Afonso de Souza. Nessa época a igreja localizava-se na região Piranga (hoje bairro do Ipiranga), mas por volta de 1600, Domingos Luís transfere a sede da igreja e a imagem de Nossa Senhora da Luz para a região norte do Anhangabaú, conhecida como Guaré”.
“ A igreja passou por um longo período de abandono, e no período de 1765 a 1774 o Brigadeiro Dom Luís António de Sousa Botelho Mourão, 4.º Morgado de Mateus, Capitão-General e governador da capitania de São Paulo, Conselheiro de Sua Majestade, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, Tenente-Coronel dos Dragões de Chaves, Alcaide-mor da cidade de Bragança; Senhor dos Morgados de Cumieira, de Arroios, de Sabrosa, de Moreleiros e de Fontelas, Comendador de Santa Maria de Vermiosa na Ordem de Cristo e Senhor da Honra da Ovelha, no Marão, executou pequenos reparos onde se realizava a festa de sua padroeira , Nossa Senhora dos Prazeres”.
“ Por volta de 1772, uma religiosa chamada Helena Maria do Sacramento teria tido visões de Jesus Cristo para a construção de um convento. Após ter conhecimento de suas visões e confirmando com o clérigo a veracidade das visões, o franciscano Antônio de Sant’ana Galvão - Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, OFM, mais conhecido como Frei Galvão, ou São Frei Galvão (Guaratinguetá, 1739 — São Paulo, 23 de dezembro de 1822), cuja Canonização foi realizada em11 de maio de 2007, pelo Papa Bento XVI - levou a ideia adiante, e mesmo com restrições do Marques de Pombal, que na época proibiu a abertura de novos conventos, conseguiu, em 1774, licença do governo para inaugurar o Recolhimento, nos arredores da capela sendo que as Recolhidas deveriam seguir a Regra da Ordem da Imaculada Conceição, fundada por Sta. Beatriz. O próprio Frei Galvão projetou e trabalhou na construção do Recolhimento, incluindo a capela”.
São Frei Galvão “ veio a falecer naquele local em 23 de dezembro de 1822 e sepultado na igreja do Recolhimento, sendo o seu túmulo até hoje um destino de peregrinação de fiéis que teriam obtido favores devido a sua intercessão”.
Contudo em 1845 foi fundado o Cemitério do Recolhimento da Luz onde em 29 de abril de 1848, foi sepultado Frei Lucas José da Purificação que sucedeu a São Frei Galvão como pai espiritual das Irmãs concepcionistas do Recolhimento da Luz.
“ Em 1929, o recolhimento foi incorporado canonicamente à Ordem da Imaculada Conceição, sendo assim elevado à categoria de mosteiro. Foi tombado em 1943 e, desde 1970, abriga o Museu de Arte Sacra de São Paulo na ala esquerda da edificação. As internas, ditas irmãs concepcionistas, vivem até hoje em regime de clausura, na parte reservada do mosteiro, sem acesso ao público. Completam o conjunto arquitetônico a igreja da Luz, a antiga capela e o cemitério das religiosas, envoltos pelo último remanescente das chácaras conventuais urbanas do país”.
O Mosteiro da Luz foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
“ Em 1841 ocorreu um fato marcante que comprova a exclusão de pessoas não católicas dos cemitérios. O jovem alemão jurista e professor da faculdade de direito do largo São Francisco, Julios Frank, faleceu. Sua acolhida nos campos santos da cidade foi negada pelo fato de ele ser luterano. A mobilização dos estudantes culminou com o seu sepultamento em pátios internos das arcadas”.
Em 1844 o alemão Henrich Henrichsen fez um pedido à câmara da cidade de São Paulo para que fosse permitida construção de um Cemitério para os não católicos, para os protestantes.
Assim foi dividido o terreno do Cemitério do Recolhimento da Luz, o Campo da Luz foi dividido em dois terrenos, um destinado a estrangeiros católicos e outro a estrangeiros não católicos, dando origem ao "Cemitério dos Estrangeiros", ou "Cemitério dos Alemães", ou "Cemitério dos Protestantes", ou "Cemitério da Luz", sendo criada a Acempro (Associação Cemitério dos Protestantes), cuja função era cuidar dos interesses administrativos do cemitério por René Vanorden e Gustavo Knochblauch. Em 1855, o terreno foi desapropriado para a construção da Av. Tiradentes. O restante do terreno foi utilizado para a construção de um novo cemitério”.
“ Em 1856, a Assembléia Legislativa Providencial de São Paulo, aprovou o Primeiro Regulamento para os Cemitérios para a cidade paulista. Com esse ato, houve muitas revoltas por parte das pessoas praticantes do cristianismo, pois já haviam incorporada a ideia dos enterros nas igrejas”.
“ Por força do Ato Institucional do Imperador Dom Pedro II, foi determinada a construção de um cemitério público de uso geral pela população, e o escolhido para tal tarefa, a construção do cemitério, foi o engenheiro alemão Carlos Rath - Carl Friedrich Joseph Rath- nascido em Stuttgart, capital e a maior cidade do estado de Baden-Württemberg, no dia 31 de março de 1802 e falecido em São Paulo no dia 12 de junho de 1876 – considerado o primeiro grande engenheiro da cidade de São Paulo”.





“ Em 1855, o engenheiro Carlos Frederico Rath, que era o administrador do Cemitério dos Protestantes da Luz, sugeriu o Alto da Consolação como o local mais apropriado para o cemitério municipal”.
“ Em 13 de setembro de 1855, os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo, decidem sobre o melhor local para a edificação do novo cemitério a partir de uma memória apresentada por Carlos Frederico Rath, e para fortalecer sua decisão, a Câmara aprovou uma postura proibindo os “enterros dentro das Igrejas, Capelas, Sacristias, Corredores e quaisquer outros lugares no recinto das mesmas, e como ato continuo o Governo da Província de São Paulo ordenou que fosse executado o Regulamento para o cemitério público”.
“ Quando da epidemia de varíola na cidade em 1858, os cadáveres ainda estavam sendo enterrados nas igrejas. O presidente da província ordena então à Câmara Municipal de São Paulo, em 07 de julho de 1858, que novamente proibisse as práticas de enterramento nos templos”, foi um auê geral.
“ Quando da epidemia de varíola na cidade em 1858, os cadáveres ainda estavam sendo enterrados nas igrejas. O presidente da província ordena então à Câmara Municipal de São Paulo, em 07 de julho de 1858, que proibisse as práticas de enterramento nos templos. O Cemitério da Consolação passaria a receber os primeiros cadáveres das vítimas desta epidemia, antes mesmo que as obras do mesmo estivessem concluídas. Assim, no dia 15 de agosto de 1858, quando aconteceu o primeiro sepultamento no cemitério, deu-se por aberto o primeiro cemitério público de São Paulo, o Cemitério da Consolação”.
O Cemitério da Consolação está localizado no distrito da Consolação, entre as Ruas da Consolação, Sergipe, Mato Grosso e Cel. José Eusébio.
Sua entrada principal fica situada na Rua da Consolação, número 1660.



No Cemitério da Consolação estão sepultados o Barão da Bocaina - nascido Francisco de Paula Vicente de Azevedo- fazendeiro, banqueiro, comerciante, e sua esposa a Baronesa da Bocaina- nascida Rosa Bueno Lopes de Oliveira – bisavós da Doutora Thereza Christina Vicente de Azevedo Fontes Garcia, mulher desse autor.
O Dr. Francisco de Paula Vicente de Azevedo, Patrono da Cafeicultura Brasileira, advogado e banqueiro, e sua esposa Dona Cecilia Galvão Vicente de Azevedo (da família Galvão de São Frei Galvão), avós da Doutora Thereza Christina Vicente de Azevedo Fontes Garcia, mulher desse autor.
Advogado Carlos Galvão Vicente de Azevedo pai da Doutora Thereza Christina Vicente de Azevedo Fontes Garcia, mulher desse autor.
Carlos Galvão Vicente de Azevedo Filho irmão da Doutora Thereza Christina Vicente de Azevedo Fontes Garcia, mulher desse autor.

Em 11 de fevereiro de 1864 o novo Cemitério dos Protestantes é inaugurado na Rua Sergipe, número 177, no bairro da Consolação, com fundos para o Cemitério da Consolação e vizinho do Cemitério da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte Carmo. “ Há muitas personalidades ilustres sepultadas nesse cemitério, como Charles Miller, “pai” do futebol no Brasil, o engenheiro alemão Carlos Rath - Carl Friedrich Joseph Rath - considerado o primeiro grande engenheiro da cidade de São Paulo, a celebre Anita Malfatti, pintora, desenhista, gravadora e professora brasileira, entre outros”.
Com fundos para o terreno do Cemitério da Consolação, e vizinho ao Cemitério Protestantes, está o “ Cemitério da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte Carmo, inaugurado em 12 de novembro de 1868 em terreno cedido pela Câmara Municipal a esta irmandade para construção de seu cemitério particular”
O Cemitério da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte Carmo tem sua entrada pela Rua Sergipe 83, no bairro da Consolação.
                                                                  Site http://www.cultura.sp.gov.br/


Com a lotação do Cemitério da Consolação e para “agradar” a Burguesia Emergente da época foi organizado o Cemitério do Araçá, na Estrada do Araçá, hoje Av. Dr. Arnaldo, 666 - Cerqueira César, São Paulo, em 1887, sua área atual é de 222.000 m². Neles estão sepultadas personalidades como o embaixador Assis Chateaubriand (Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, o Chatô) político, jornalista e empresário, membro da Academia Brasileira de Letras, Adib Jatene - médico, Ministro da Saúde, professor, inventor e cientista, Cacilda Becker, atriz e um dos maiores mitos dos palcos nacionais, Nair Bello, atriz e grande humorista brasileira, entre outros.
“ O cemitério abriga o mausoléu da Polícia Militar do Estado de São Paulo, onde estão enterrados somente policiais que morreram em ação”.
Com uma epidemia de varíola que se abateu sobre a cidade foi organizado em
Santana, distrito de São Paulo, na Zona Norte, ao norte do rio Tietê e compõe com os distritos de Tucuruvi e Mandaqui, o Cemitério de Santana, também, conhecido como Chora Menino, em 1897 com uma área de 38.485 m².
Em 1920, a Prefeitura do Município de São Paulo “ autorizou a aquisição do terreno de propriedade dos Padres Passionistas, no bairro de Pinheiros, para a construção de um cemitério que foi denominado Cemitério São Paulo, ou Necrópole São Paulo.
“ A construção do cemitério ficou a cargo do mestre-de-obras Caetano Antônio Bastianetto e de operários espanhóis, italianos e portugueses, que se converteram nos primeiros moradores do nascente bairro de Vila Madalena”.
Sua inauguração se deu em 1926 e sua localização é a Rua Cardeal Arcoverde, 1250, bairro de Pinheiros.
Neles estão sepultadas personalidades como Victor Brecheret, escultor ítalo-brasileiro, considerado um dos mais importantes do país e autor do Monumento às Bandeiras, sua obra mais célebre, o cineasta Walter Hugo Khouri, o mega empresário José Ermírio de Moraes, Valentim dos Santos Diniz, fundador do Grupo Pão de Açúcar, Salim Farah Maluf, pai de Paulo Maluf, João Dória (João Agripino da Costa Doria Neto pai do prefeito eleito João Doria Junior), o jurista Miguel Reale, o jazigo do general Miguel Costa, comandante da Coluna Prestes, túmulos de combatentes mortos na Revolução Constitucionalista de 1932 e do estudante Dráusio Marcondes de Sousa, um dos símbolos do M.M.D.C. (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo), que tornou-se o símbolo da Revolução Constitucionalista iniciada no dia 9 de julho de 1932, entre outros.
Nele estão os restos mortais do jovem Carlos Galvão Vicente de Azevedo Fontes Garcia, carioca, meu filho com a Doutora Thereza Christina Vicente de Azevedo Fontes Garcia.
  
Foi fundado em 20 de maio de 1949, o Cemitério da Vila Formosa, ocupando uma área de 763.175 m².
“Desde a sua inauguração, já foram realizados mais de 1,5 milhão de sepultamentos. É uma necrópole usada, sobretudo, para enterros de pessoas das classes C, D e E”.
Está localizado a Avenida Flôr de Vila Formosa, s/n - Vila Formosa- entre os distritos de Carrão e Vila Formosa, e é considerado o maior da cidade de São Paulo.

Continua...


Histórias dos cemitérios do eixo Rio-São Paulo.



O primeiro cemitério como conhecemos hoje- ao ar livre da cidade, particular e restrito - instalado no Brasil foi o Cemitério dos Ingleses, na Gamboa, Rio de Janeiro, então capital do Reino Transcontinental da Casa de Bragança, e o primeiro sepultamento se deu em 15 de janeiro de 1811 (205 anos).
O terreno foi adquirido por Lord Percy Clinton Sydney Smythe GCB GCH, sexto Visconde de Strangford, também conhecido como Lorde Strangford, (1780 - 1855) foi um diplomata irlandês, Embaixador do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, a Gertrudes, a Romana, a Ana, a Isabel e a Leandro, filhos herdeiros de Simão Martins de Castro e Páscoa da Ressurreição.
O terreno na realidade era uma chácara distante do centro da cidade do Rio de Janeiro denominada a "Forno do Cal", situada na Rua da Gamboa, número 181, ou seja, localizada ao pé do Morro da Gamboa, um local privilegiado já que havia “um atracadouro próprio, situado no então "Saco da Gamboa", para o desembarque dos oficiais e marinheiros ingleses que morriam nas longas travessias do Atlântico”.
Foi Sua Majestade Fidelíssima El-Rey para Portugal.
Levou consigo os restos mortais da senhora Dona Maria I, Majestade Fidelíssima Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhora da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc, que havia sido sepultada no Convento de Nossa Senhora da Conceição da Ajuda, ou simplesmente Convento da Ajuda, já demolido no centro do Rio de Janeiro que ficava no local onde hoje é a Cinelândia, o de seu sobrinho e genro o senhor Dom Pedro Carlos António Rafael José Xavier Francisco João Nepomuceno Tomás de Vilanova Marcos Marcelino Vicente Ferrer Raimundo de Bourbon e Bragança, Infante de Espanha e Portugal, que estava sepultado no Convento de Santo Antônio, localizado no alto do Morro de Santo Antônio e voltado para o Largo da Carioca.
“ A partir de 1828, começaram a surgir leis proibindo os sepultamentos em igrejas e determinando a criação de cemitérios municipais, em áreas afastadas do núcleo urbano, com muros altos a fim de se evitar a transposição de animais domésticos, longe de cursos fluviais e de áreas inundáveis”.
A padrecada ficou furiosa porque diminuía assim a sua renda mensal, e partiram para resistência, pois desde “ a lei municipal de 04/10/1830, haviam sido proibidos os sepultamentos nas igrejas, sacristias e conventos”.
Contudo “ os discursos médicos dominantes, balizados na teoria miasmática, difundiam a crença de que o ambiente era o responsável pela formação e alastramento de doenças, pois afirmavam que que o processo de decomposição da matéria orgânica era um elemento fundamental para a formação e desenvolvimento de focos de enfermidades”.
Morreu Dona Leopoldina, a primeira Imperatriz do Brasil, em 1826, “foi sepultada no Convento da Ajuda,  e quando o convento foi demolido, em 1911, os restos da Imperatriz foram trazidos ao Convento de Santo Antônio, no qual foi construído um mausoléu para ela e alguns membros da Família Imperial”.
Em abril de 1831 o senhor Dom Pedro I alegremente partiu para conquistar Portugal. 
E veio a Epidemia da Cólera que “ eclodiu no Norte da África em 1839, mas que atingiu a América do Sul, e que pela primeira vez afetou o Brasil, pois foi trazida por marinheiro que faziam os transportes intercontinentais”.
Com isso foi organizado na Ponta do Caju, em uma gleba adquirida de José Goularte por Jose Clemente Pereira, então Provedor da Santa Casa de Misericórdia, o Campo Santo da Misericórdia para serem sepultadas as vítimas de cólera. O primeiro sepultamento foi de "Vitória, creola, filha de Thereza, escrava de Manoel Rodrigues dos Santos" (grafia arcaica da época) no dia 2 de julho de 1839.
O Campo Santo da Misericórdia foi usado para sepultamentos de escravos e indigentes até 1851, pois antes de 1839 eles eram sepultados “ no cemitério velho da Rua Santa Luzia, onde agora estava sendo erguido o novo hospital da Santa Casa (existente até os dias atuais) ”.
“O Cemitério da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula, mais conhecido como Cemitério do Catumbi, situado entre as ruas Itapiru e Catumbi, no aprazível bairro do Catumbi, pertencente e  administrado pela Venerável Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula desde a sua criação (atualmente possui, também, um crematório), teve seu primeiro sepultamento em “ 20 de maio de 1850 e já no seu primeiro ano de funcionamento foram enterrados cerca de três mil corpos, a imensa maioria de vítimas da epidemia da febre amarela que então grassava na Corte, mais 323 irmãos da Congregação, além de ter sido transladados para lá cerca de 450 restos mortais, na sua maior parte da nobreza brasileira, que estavam sepultados na Igreja de São Francisco de Paula, situada no Largo de São Francisco de Paula, no centro histórico da cidade do Rio de Janeiro, como atestam os documentos da Ordem”.
Decreto de criação dos cemitérios.
O Governo Imperial “ pelo decreto nº 842, de 16 de outubro de 1851, funda os Cemiterios publicos de S. Francisco Xavier e S. João Baptista nos suburbios do Rio de Janeiro. Convindo determinar o numero e localidade dos Cemiterios publicos, que, em virtude do Decreto Nº 583 de 5 de Setembro de 1850 se devem estabelecer nos suburbios da Cidade do Rio de Janeiro: Hei por bem que desde já se fundem dous, hum com a denominação de S. Francisco Xavier, no lugar da Ponta do Cajú, em que se acha estabelecido o Campo Santo da Misericordia, e no terreno das duas chacaras a este contiguas; e outro com a denominação de S. João Baptista, no lugar do Brequó em terrenos pertencentes á de Hutton, ao Doutor Francisco Lopes da Cunha e a Manoel Carlos Monteiro.
[ assinado pelo ] Visconde de Mont'alegre, do Conselho d'Estado, Presidente do Conselho de Ministros, Ministro e Secretario d'Estado dos Negocios do Imperio, assim o tenha entendido, e faça executar. Palacio do Rio de Janeiro em dezeseis de outubro de mil oitocentos cincoenta e hum, trigesimo da Independencia e do Imperio. Com a Rubrica de Sua Magestade o Imperador”.

José Clemente Pereira, também conhecido como José Pequeno, dignitário da Imperial Ordem do Cruzeiro e da Imperial Ordem da Rosa,  português nascido em Ade, hoje “ agregada às freguesias de Castelo Mendo, Monteperobolso e Mesquitela, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Castelo Mendo, Ade, Monteperobolso e Mesquitela com sede em Monteperobolso”, em 17 de fevereiro de 1787 e falecido na Corte do Rio de Janeiro em 10 de março de 1854, com 67 anos, foi o “ líder das manifestações populares do Dia do Fico, Deputado Geral, Administrador do Rio de Janeiro, Ministro dos Estrangeiros, Ministro da Justiça, Ministro da Guerra, Conselheiro de Estado, Ministro da Fazenda, Senador do Império do Brasil, além de Provedor da Santa Casa de Misericórdia de 25 de julho de 1838 e permaneceu na Provedoria até 10 de março de 1854, quando faleceu”.
Por suas benemerências - provedor da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro durante vários anos e criador do Hospício Pedro I-  sua viúva, Dona Engrácia Maria da Costa Ribeiro Pereira, filha do tenente-coronel Manuel José da Costa, dos Açores, e de Rita Maria do Carmo, ricos fazendeiros com várias propriedades urbanas no Rio de Janeiro e uma fortuna em títulos de créditos, em 13 de março de 1854, apenas 3 dias depois da morte de José Clemente Pereira, foi agraciada com o título de Condessa da Piedade, por SMI Dom Pedro II.
José Clemente Pereira era um homem de grande influência política em 1851 “ obteve a concessão dos serviços funerários pelo Governo Imperial.
“O Governo Imperial pelo Decreto nº 843 de 18 de outubro de 1851 - Commette a fundação e administração dos Cemiterios Publicos dos suburbios do Rio de Janeiro, e o fornecimento dos objectos relativos ao serviço dos enterros á Irmandade da Santa Casa da Misericordia da mesma Cidade, por tempo de cincoenta anos -  assinado pelo Visconde de Mont'alegre, Conselheiro d'Estado, Presidente do Conselho de Ministros, Ministro e Secretario d'Estado dos Negocios do Imperio, com a Rubrica de Sua Magestade o Imperador – entregou pelo prazo de 50 anos para Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro o serviço funerário da Cidade

Nota: José da Costa Carvalho, o Visconde de Mont'Alegre que depois de 2 de dezembro de 1854, por Ordem de Sua majestade Imperial, passou a ser chamado de o Marquês de Mont' Alegre, (Salvador, 7 de fevereiro de 1796 — São Paulo, 18 de setembro de 1860) foi um político e magistrado brasileiro, membro da Regência Trina Permanente e Primeiro-ministro do Império do Brasil, de 8 de outubro de 1849 a 11 de maio de 1852. Está sepultado no Cemitério da Consolação em São Paulo.

Assim o “ Cemitério de São Francisco Xavier, popularmente conhecido como Cemitério do Caju, localizado no bairro do Caju, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o maior cemitério do Estado do Rio de Janeiro, com 441 mil m², e um dos maiores do Brasil, passou para as mãos da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, e em março de 2015 para a Concessionaria Reviver, formada pelas empresas União Norte, do Rio de Janeiro, e pela RMG Empreendimentos, de Minas Gerais, que são referências nos setores em que atuam”.
 Assim “ o Cemitério São João Batista, de frente para Rua General Polidoro, 333 ( antiga Rua do Brequó por causa do Rio Brequó) , estendendo-se desde daquela frente, até as vertentes do Morro de São João, ladeando a Rua Real Grandeza ,  tendo na parte plana a superfície de 183.123 metros quadrados, com cerca de 25 mil túmulos, com hoje aproximadamente 65 mil corpos sepultados, a maioria de católicos, foi entregue pelo Governo Imperial para sua administração a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, mas que desde agosto de 2014 é gerido pela empresa privada Rio Pax, formada  pela Agência funerária Rio Pax, pela Solucard Administradora de Cartões e Convênios e pela funerária Cintra”.
“ A Venerável e Arquiepiscopal Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo foi fundada no Rio de Janeiro em 19 de julho de 1648, pelos senhores Dr. Balthazar de Castilho de Andrade (eleito Prior), André da Rosa, Francisco Nunes, Frei Antônio dos Anjos e Frei Ignácio da Purificação, e em 1857 abriu uma subscrição entre os irmãos que atingiu a quantia de 26:100$000 (vinte e seis contos e cem mil réis) para a construção de um cemitério para seus irmãos e familiares”.
“Com esses recursos foi adquirido um terreno de 110 metros de frente por 191,40 metros de fundos, que pertencia à Santa Casa de Misericórdia, no bairro do Caju, hoje Rua Monsenhor Manuel Gomes, 287 ”.
“Em 11 de março de 1859 procedeu-se a bênção do terreno para as obras”.
“Outras subscrições foram feitas para a construção da capela e os sepultamentos dos cadáveres começaram em 27 de junho de 1869 ”.
No Cemitério da Venerável e Arquiepiscopal Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo estão sepultados as bisavós paternos desse autor, o comerciante português Manoel Martins da Fonseca e sua esposa, Dona Hermínia Pereira da Fonseca, os avós paternos, o comerciante português Albino Dias Fontes Garcia e sua esposa, Dona Carlinda Fonseca Garcia, outros parentes e amigos.
“ A Irmandade da Ordem Terceira da Penitência surgiu em 1619, no morro de Santo Antônio, funcionando inicialmente numa capela transversal à Igreja do Convento Franciscano de Santo Antônio. Em meados do século XVII, iniciaram a construção de um templo próprio, cujas obras levaram mais de um século para serem concluídas. Inicialmente, os Irmãos da Penitência eram todos enterrados na Igreja Conventual até que ficou pronta sua própria, onde passaram a ser sepultados a partir de então. Em princípios do século XIX, foram construídas catacumbas nos fundos do templo, mas que logo ficaram lotadas. Com a proibição de enterramentos nas igrejas os irmãos tiveram a ideia de construir um campo santo próprio. No dia 10 de junho de 1857, a Irmandade da Ordem Terceira da Penitência solicitou à Santa Casa de Misericórdia a cessão de um terreno de 65 braças de frente para a Praia de São Cristóvão. O pedido foi deferido pelo Provedor, e assim o novo cemitério começou a funcionar em 1º de março de 1858. Dessa forma, os sepultamentos nas catacumbas do morro de Santo Antônio foram encerrados e as sepulturas que estavam lá, transferidas para o novo espaço” – site: http://cemiteriodapenitencia.com.br/historia/
O endereço atual do cemitério é a Rua Monsenhor Manuel Gomes, 307 - CAJU - Rio de Janeiro – RJ.
Os Judeus, também, tiveram e têm seus cemitérios na Cidade do Rio de Janeiro.
O Cemitério Israelita de Inhaúma, no Bairro de Inhaúma, também conhecido como Cemitério das Polacas, fundado pela Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita (ABFRI), em 10 de outubro de 1906 e ficou ativo até o início da década de setenta do século XX, quando a Associação que o dirigia se extinguiu. O local foi tombado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, através do Decreto N. º 28.463, de 21 de setembro de 2007.  “ No cemitério se encontram os túmulos de Ela Pick, mãe do instrumentista Jacob do Bandolim, e de Estera Gladkowicer, que inspirou Moreira da Silva a compor em parceria com Jorge Faraj o samba "Judia Rara" (1964)”.
O Cemitério Comunal Israelita do Rio de Janeiro, também chamado de Cemitério Israelita do Caju, inaugurado em 1955 e possui mais de 6.500 sepulturas, está localizado à Rua Mons. Manoel Gomes, 311 – Caju- formado assim “ o conjunto de necrópoles com o Cemitério da Ordem Terceira do Carmo, com Cemitério da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência e com Cemitério do Caju (Cemitério de São Francisco Xavier). Em 1975 foi inaugurado junto à entrada do cemitério um Monumento Memorial às vítimas do Holocausto. O Cemitério Comunal Israelita do Rio de Janeiro é administrado pela Sociedade Cemitério Comunal Israelita do Rio de Janeiro.


Continua... 

terça-feira, 27 de setembro de 2016

História de Portugal que, também, é do Brasil – Final.

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Casamento de Dom Manuel com Dona Leonor de Áustria
Jorge Eduardo Garcia
Filosofo e historiador.
27 de setembro de 2016

Costados de D. Manuel I, o Venturoso, "Pela Graça de Deus, Manuel I, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc., Grão-Mestre das Ordens de Cristo e da Antiga e Muito Nobre Ordem da Torre e Espada":
Pai:
Dom Fernando, Infante de Portugal, Infante de Portugal, 2.º Duque de Viseu, 2.º Senhor da Covilhã, 1.º Duque de Beja, 1.º Senhor de Moura, 6.º Condestável de Portugal, Mestre da Ordem de Cristo.
Avós paternos:
Dom Duarte I, pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve, e Senhor de Ceuta, e Dona Leonor de Aragão, nascida Infanta de Aragão, Rainha de Portugal.
Bisavós paternos:
1-     Dom João I, "o de Boa Memória", pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve, e Senhor de Ceuta, e de Filipa de Lencastre (em inglês: Philippa of Lancaster), nascida Princesa inglesa da Casa de Lencastre, filha de João de Gante, 1.º Duque de Lencastre, com sua mulher Branca de Lencastre.
2-     Dom Fernando I, Rei de Aragão, de Valencia, de Maiorca , da Sicília , da Sardenha e Córsega, Duque de Neopatria e Atenas, Conde de Barcelona, de Rosilhão e Cerdaña, Regente de Castela, também, chamado de Fernando de Trastámara por ser o primeiro rei de Aragão da dinastia castelhana de Trastámara, e de Doña Leonor Urraca Sánchez de Castilla, la Rica Hembra , III Condessa de Albuquerque, filha do infante Dom Sancho de Castela e da Princesa Dona Beatriz de Portugal , filha de Pedro I, Rei de Portugal,  e Inês de Castro, “ que depois de ser morta foi Rainha” -Luís de Camões, Os Lusíadas (1572), Canto III.  
Mãe:
Dona Beatriz de Portugal, Duquesa consorte de Viseu, e outros Títulos do marido, o senhor Dom Fernando.
Avós maternos:
Dom João, Infante de Portugal, 3.º Condestável de Portugal, sucedendo a Nuno Álvares Pereira, 10.º Mestre da Ordem de Santiago, e ainda 1.º Senhor de Reguengos, Colares e Belas, e de Dona Isabel de Bragança, neta de Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável.
Bisavós maternos:
1-     Dom João I, "o de Boa Memória", pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve, e Senhor de Ceuta, e de Filipa de Lencastre (em inglês: Philippa of Lancaster), nascida Princesa inglesa da Casa de Lencastre, filha de João de Gante, 1.º Duque de Lencastre, com sua mulher Branca de Lencastre.
2-     Dom Afonso de Portugal, depois Afonso I de Bragança, 8º conde de Barcelos, 2º conde de Neiva e o 1º Duque de Bragança, e de Dona Beatriz Pereira de Alvim, filha de Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, Beato Nuno de Santa Maria, hoje São Nuno de Santa Maria, 2.º Condestável de Portugal, 38.º Mordomo-Mor do Reino, 7.º Conde de Barcelos, 3.º Conde de Ourém e 2.º Conde de Arraiolos, e de Dona Leonor de Alvim, rica herdeira de João Pires de Alvim e de sua mulher Branca Pires Coelho.
Dom Manuel casou com:
a-      Isabel de Aragão, Infanta de Espanha- filho:
I-                  Miguel da Paz (1498-1500), herdeiro aparente das Coroas de Portugal, Castela e Aragão.
b-     Maria de Aragão e Castela, Infanta de Espanha, e sua cunhada – filhos:
1-     João III, rei de Portugal (1502-1557)
2-     Isabel de Portugal (1503-1539), casada com Carlos V, Imperador da Alemanha que se tornaria mãe de Filipe II de Espanha;
3-     Beatriz de Portugal, Duquesa de Sabóia (1504-1538), casada com Carlos III, Duque de Sabóia;
4-     Luís, Duque de Beja (1506-1555), condestável do Reino e Prior da Ordem de S. João de Jerusalém, pai do polémico António, prior do Crato;
5-     Fernando, Duque da Guarda (1507-1534), casado com Guiomar Coutinho, Condessa de Marialva
6-     Afonso de Portugal, cardeal (1509-1540), arcebispo de Évora e de Lisboa.
7-     Maria de Portugal (1511-1513)
8-     Cardeal Henrique, rei de Portugal (1512-1580), cardeal, arcebispo de Braga, de Évora e de Lisboa, Inquisidor Geral, regente do reino e rei;
9-     Duarte, Duque de Guimarães (1515-1540), casado com Isabel de Bragança, bisavô de João IV de Portugal;
10- António de Portugal (1516) que viveu poucos dias.
c-     Leonor de Áustria, Infanta de Espanha, irmã do imperador Carlos V:
1-     Carlos de Portugal (1520-1521)
2-     Maria de Portugal (1521-1577), famosa como a mais culta das Infantas.

Como vemos Dom Manuel não havia nascido para ser o Rei, mas veio o destino e o fez, em 13 de julho de 1491, “Sua Alteza, o Príncipe Herdeiro de Portugal”, e a partir de 25 de outubro de 1495 “Sua Alteza Real pela Graça de Deus Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, e Senhor da Guiné”, era a vida.
Aclamado em 27 de outubro de 1495 logo de início de seu reinado apoio “ a política avoenga dos descobrimentos portugueses e o desenvolvimento dos monopólios comerciais”.
“ Durante seu reinado, Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia (1498), Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil (1500), Francisco de Almeida tornou-se no primeiro vice-rei da Índia (1505) e o almirante Afonso de Albuquerque assegurou o controlo das rotas comerciais do oceano Índico e golfo Pérsico e conquistou para Portugal lugares importantes como Malaca, Goa e Ormuz. Também no seu reinado organizam-se viagens para ocidente, tendo-se chegado à Groenlândia e à Terra Nova”.
“ Tudo isto contribuiu para a constituição do Império Português, fazendo de Portugal um dos países mais ricos e poderosos da Europa. Manuel I utilizou a riqueza obtida pelo comércio para construir edifícios reais, no que se chamaria muito posteriormente estilo manuelino, dos que são exemplo o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém. Atraiu cientistas para a corte de Lisboa e estabeleceram-se tratados comerciais e relações diplomáticas com a China e a Pérsia, além de que, em Marrocos, realizaram-se conquistas como Safim, Azamor e Agadir”.
“A sua completa consagração europeia deu-se com a aparatosa embaixada em 1514, chefiada por Tristão da Cunha, enviando ao papa Leão X presentes magníficos como pedrarias, tecidos e joias. Dos animais raros, destacaram-se um cavalo persa e um elefante, chamado Hanno, doravante mascote do papa, que executava várias habilidades. Mas uma das inúmeras novidades que encantaram os espíritos curiosos das cortes europeias da época terá sido sem dúvida o rinoceronte trazido das Índias, que assumiu, então, um papel preponderante na arte italiana”.

E foi no governo absoluto de Dom Manuel de Viseu, Príncipe da Dinastia de Avis, nascido em Alcochete, em 31 de maio de 1469, e falecido em Lisboa com 52 anos no dia 13 de dezembro de 1521, que reinou de 25 de outubro de 1495 até 13 de dezembro de 1521-  26 anos 1 mês e 18 dias – que em 22 de abril de 1500, a frota comandada por Pedro Álvares Cabral chegou ao território onde hoje se localiza o Brasil.

Ponto Final. 

História de Portugal que, também, é do Brasil – Quarta Parte.


Dom João II

Jorge Eduardo Garcia
Filosofo e historiador.
27 de setembro de 2016

 João II, apelidado de "o Príncipe Perfeito", foi o Rei de Portugal e Algarves em dois períodos diferentes: sucedendo seu pai, Dom Afonso V, após a sua abdicação, em 1477, mas, no entanto, D. Afonso V retornou e logo João lhe devolveu o poder, e só se tornou de novo Rei após a morte de seu genitor em 1481”.
Períodos dos reinados:
Primeiro: 11 de novembro de 1477 até a 15 de novembro de 1477, com Coroação em 11 de novembro de 1477;
Segundo: 28 de agosto de 1481 até 25 de outubro de 1495, com Aclamação em 31 de agosto de 1481.
Dom João nasceu no Paço Real das Alcáçovas, no Castelo de São Jorge, no dia 3 de maio de 1455, terceiro filho de Dom Afonso V, Rei de Portugal, e de Dona Isabel, Rainha de Portugal, também chamada modernamente, no estrangeiro, Dona Isabel de Coimbra, filha de Dom Pedro, Infante de Portugal, 1º Duque de Coimbra , portanto uma neta de Dom João I e de Filipa de Lencastre.
Dom João era irmão de João, Príncipe de Portugal (1451), jurado Príncipe Herdeiro da Coroa mas falecido pouco depois da nascença, e de Santa Joana (embora oficialmente apenas seja reconhecida pela Igreja Católica como Beata), Princesa de Portugal, beatificada em 1693 pelo Papa Inocêncio XII, tendo festa a 12 de maio, e o Papa Paulo VI, a 5 de janeiro de 1965, declarou-a especial protetora da cidade de Aveiro. (1452-1490), viveu a maior parte da sua vida no Convento de Jesus de Aveiro, desde 1475 até à sua morte, seguindo em tudo a regra de vida e estilo das monjas”.
Dom João II casou com Dona Leonor de Viseu, Princesa de Portugal e sua prima irmã, filha do Infante Fernando. Fruto desta união, nasce o Infante Afonso, em Lisboa no dia 18 de maio de 1475, mas que aos 16 anos morre em Santarém em 13 de julho de 1491.
Sem herdeiros, é sucedido quando de sua morte em 25 de outubro de 1495, com 40 anos, em Alvor, no Algarve, por Sua Excelência Dom Manuel, Duque de Viseu, seu primo irmão e cunhado, pois era irmão da Rainha Dona Leonor.
“ Os descobrimentos portugueses serão a prioridade governamental de Dom João II, bem como a busca do caminho marítimo para a Índia iniciada pelo seu tio-avô o Infante D. Henrique, e durante o seu reinado conseguiram-se os seguintes feitos:
“Em 1482, João II centralizou na coroa a exploração e comércio na costa da Mina e Golfo da Guiné, determinando a construção de uma feitoria para apoiar o florescente comércio do ouro de aluvião na região”.
“Sob o comando de Diogo de Azambuja foi rapidamente construído o Castelo de São Jorge da Mina, com pedra previamente talhada e numerada em Portugal, enviada como lastro nos navios, sistema de construção depois adoptado para numerosas fortificações”.
“ 1484 – Diogo Cão descobre a foz do rio Congo e explora a costa da Namíbia”;
“1488 – Bartolomeu Dias cruza o cabo da Boa Esperança, tornando-se no primeiro europeu a navegar no oceano Índico vindo de oeste”;
“1493 – Álvaro de Caminha a colonização das ilhas de São Tomé e Príncipe, sendo a ilha do Príncipe batizada em homenagem ao único filho e herdeiro do rei, Afonso, Príncipe de Portugal ”.
“São enviadas expedições por terra lideradas por Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva ao Cairo, Adém, Ormuz, Sofala e Abissínia, a terra do lendário Preste João, donde enviam relatórios sobre essas paragens, ficando D. João II com a certeza de poder atingir a Índia por mar”.
“ Quando Cristóvão Colombo (Génova, entre 22 de agosto e 31 de outubro de 1451 — Valladolid, 20 de maio de 1506) pediu apoio para a sua viagem, João II recusou. Colombo, capitão sem experiência atlântica, partia de uma suposição que o rei sabia estar errada. Decidido a chegar à Índia pelo ocidente, contornando África, não havia razão para subsidiar a expedição. Em 1492, ao serviço dos reis de Castela e Aragão, Colombo descobriu oficialmente a América. Até à sua morte, esteve convencido que havia chegado à Índia, e ao Japão”.
“1493- 1494 – João II contesta a Bula Inter Coetera (Tradução: “entre outros (trabalhos)", foi a primeira Bula do Papa Alexandre VI, editada em 4 de maio de 1493. Pelos seus termos, o chamado "novo mundo" seria dividido entre Portugal e Espanha, através de um meridiano situado a 100 léguas a oeste do arquipélago do Cabo Verde: o que estivesse a oeste do meridiano seria espanhol, e o que estivesse a leste, português) e negoceia um tratado diretamente com os Reis Católicos: o Tratado de Tordesilhas” - assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de junho de 1494, entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora da Europa. Este tratado surgiu na sequência da contestação portuguesa às pretensões da Coroa de Castela, resultantes da viagem de Cristóvão Colombo, que um ano e meio antes chegara ao chamado Novo Mundo, reclamando-o oficialmente para Isabel, a Católica. O tratado definia como linha de demarcação o meridiano 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão no arquipélago de Cabo Verde. Esta linha estava situada a meio caminho entre estas ilhas (então portuguesas) e as ilhas das Caraíbas descobertas por Colombo, no tratado referidas como "Cipango" [ Colombo acreditava que tinha chegado ao Japão] e Antília [ Cuba e Ilha de São Domingos]. Os territórios a leste deste meridiano pertenceriam a Portugal e os territórios a oeste, a Castela. O tratado foi ratificado por Castela a 2 de julho e por Portugal a 5 de setembro de 1494”.
“1495 – Delineou a primeira viagem no caminho marítimo para a Índia. O comando foi inicialmente atribuído a Estêvão da Gama. Contudo, dada a morte de ambos, foi delegado em 1497 pelo novo rei Manuel I de Portugal ao filho, Vasco da Gama”.
Morreu o Sua Alteza Real Dom João II, com o estilo oficial de "Pela Graça de Deus, João II, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, e Senhor da Guiné, Mestre da Ordem dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo, e Mestre da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem de Sant'Iago da Espada”, e foi um grande Rei.

Continua...

História de Portugal que, também, é do Brasil – Terceira Parte.


Efígie de Afonso V de Portugal no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, Portugal.

Por
Jorge Eduardo Garcia
Filosofo e historiador.
27 de setembro de 2016





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HISTÓRIA DA ORDEM MILITAR DE CRISTO:
A Ordem Militar de Cristo foi instituída pelo Rei D. Dinis em 1318 e confirmada pela Bula Ad ea ex quibus dada pelo Papa João XXII em Avignon, em março de 1319. A Bula foi emitida a pedido do Rei D. Dinis para que a Ordem criada sucedesse à Ordem do Templo, extinta em 1311 pelo Papa Clemente V.
Os bens dos Templários ficaram assim atribuídos à nova Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, que teve a sua primeira sede na Igreja de Santa Maria do Castelo, em Castro Marim.
Em 1356, a sede transferiu-se para o Castelo de Tomar, antiga sede da Ordem do Templo em Portugal.
Tratava-se então de uma ordem religiosa no seu mais estrito sentido, tendo o Papa como soberano e sendo os Grão-Mestres da Ordem cavaleiros professos com voto de pobreza. O primeiro Grão-Mestre foi D. Gil Martins, então também Mestre de Avis. (A Ordem de São Bento de Avis ou simplesmente Ordem de Avis (inicialmente chamada de Milícia de Évora ou Freires de Évora) era originalmente uma ordem religiosa militar de cavaleiros portugueses. O superior espiritual da Ordem de Cristo era o abade de Alcobaça. Destaque meu)
O momento fundamental para o futuro da Ordem surge com a nomeação do Infante D. Henrique, Duque de Viseu, como “governador e administrador”.
O célebre Infante, senhor de grande parte das terras do Reino, não podia fazer voto de pobreza, tendo por isso sido criado o novo cargo.
Sendo função do Infante a administração dos bens da Ordem, não surpreende a utilização dos seus importantes recursos no grande desígnio nacional que eram então os Descobrimentos. A Cruz de Cristo, símbolo da Ordem, conquistou os mares desconhecidos, erguida nas velas das caravelas portuguesas, tornando-se um dos mais reconhecidos símbolos nacionais.
A Coroa Portuguesa exercia, por isso, um total controlo sobre a Ordem de Cristo, muito embora a Santa Sé a continuasse a tratar como ordem religiosa. Por este motivo, a Ordem passou a exercer não apenas a administração espiritual sobre os territórios descobertos, mas também a administração temporal, o que lhe deu um vigor singular.
A administração da Ordem permaneceu ligada à Coroa por razões circunstanciais. O Infante D. Manuel era governador da Ordem no momento da sua aclamação como D. Manuel I. Pela bula Constante fide, D. Manuel I foi o primeiro Rei Grão-Mestre da Ordem de Cristo.
No entanto, só no reinado de D. João III, os mestrados das Ordens Militares foram concedidos pelo Papa Júlio III, in perpetuum, à Coroa portuguesa. A bula Praeclara Clarissimi, de 30 de novembro de 1551, tornou hereditária a administração das Ordens, marcando uma separação entre a Ordem e a Santa Sé que se havia de confirmar com a sua evolução.
 ORDENS HONORÍFICAS PORTUGUESAS
Muito bem.
A Ordem dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo foi pelo Infante Dom Henrique “ encaminhada para o que parecia sua ‘missão’ inicial, a de conquista da África e da Ásia, através das viagens marítimas, que a própria ordem financiou”, com as bênçãos do Papado.
Não podemos esquecer que os Soberanos de então necessitavam da Santa Sé, do Papa, do Sumo Pontífice, do Bispo de Roma, para legalizar suas ações, apesar de muitos ignorarem a Igreja Católica, e os Reis de Portugal não eram diferentes, pois tinham que “ legitimar” suas conquistas pelo mundo afora, além do Mar Oceano.
O Infante Dom Henrique fez de seu sobrinho e herdeiro Dom Fernando seu sucessor no comando da Ordem de Cristo, como seu Mestre.
Por força de anteriores “ Bulas Papais” o senhor Infante Dom Fernando, Mestre da Ordem Religiosa e Militar, passou a ser de facto o responsável pelos Descobrimentos para o Reino de Portugal.
Contudo com a morte de Dom Fernando o seu filho Dom João, 2.º Duque de Beja, 2.º Senhor de Moura, 3.º Duque de Viseu, 3.º Senhor da Covilhã, foi feito o 10.º Mestre da Ordem de Cristo, e Mestre da Ordem de Santiago, tornando-se o 7.º Condestável de Portugal.
Com a morte de Dom João, em 1472, seu tio, Dom Afonso V, "Pela Graça de Deus, Afonso V, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África", passou a ser o Mestre da Ordem de Cristo que foi totalmente incorporada a Coroa Portuguesa.
Assim El Rey Dom Afonso, apelidado de "o Africano" por suas conquistas na África, bem como seus sucessores, passou a ser o único e de facto responsável pelos Descobrimentos para o Reino de Portugal.
“ Dom Afonso V concentrou-se na expansão no Norte de África, Alcácer Ceguer (1458), Anafé (1464) e Arzila (1471); com a tomada desta praça caíram também nas mãos dos Portugueses as praças de Tanger e Larache”.
“ O Rei Dom Afonso V subsidiou ainda as explorações do oceano Atlântico, concedendo o comércio no golfo da Guiné, contra uma renda anual de 200$000 reais, e mais o exclusivo do comércio de um popular substituto da pimenta a que então se chamava malagueta, a pimenta-da-guiné (Aframomum melegueta), concedido por mais 100$000 reais anuais,  a Fernão Gomes da Mina (Dados os proventos de vulto que arrecadou, designadamente com o comércio no seu entreposto na Mina, deu-lhe por Carta de 29 de Agosto de 1474 o apelido da Mina e Armas Novas, escudo de prata, com três cabeças de negros de sua cor, com colares e argolas de ouro nas orelhas e nas ventas; timbre: uma cabeça do escudo. Mais tarde, em 1478, cumulado de honras e com um papel de enorme influência na economia do reino, foi nomeado para o Conselho Real), mas que de origem era um comerciante de Lisboa, com a condição de descobrir todos os anos 100 léguas de costa, o que o levaria até à costa de São Jorge da Mina, onde descobriu um florescente comércio de resgate do ouro de aluvião”.
Pelo Tratado das Alcáçovas-Toledo, assinado com os Reis Católicos de Espanha, “ Portugal obtinha o reconhecimento do seu domínio sobre a ilha da Madeira, o arquipélago dos Açores, o de cabo Verde e a costa da Guiné, enquanto que Castela recebia as ilhas Canárias (exploradas por Diego Garcia de Herrera em 1476), renunciando a navegar ao Sul do Cabo Bojador”.   
“Com sintomas de depressão, Dom Afonso V retira-se para o convento de Varatojo, em Torres Vedras, abdicando em seu filho Dom João, futuro D. João II, Rei de Portugal”.
Depois de tomar um copo de agua, morre em 28 de agosto de 1481, aos 49 anos.
Dom Afonso foi o terceiro filho (D. João de Portugal, * 1429- +1433, D. Filipa de Portugal, * 1430- +1439), que nasceu de Dom Duarte I e de Dona Leonor e o primeiro que chegou a idade adulta.
Seu local de nascimento foi Sintra no dia 15 de janeiro de 1432.
Foi sucedido por seu filho João II ( * Lisboa, 3 de maio de 1455 – + Alvor, 25 de outubro de 1495), apelidado de "o Príncipe Perfeito".

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