Dom João II
Jorge Eduardo Garcia
Filosofo e
historiador.
27 de setembro de
2016
João II, apelidado de "o Príncipe
Perfeito", foi o Rei de Portugal e Algarves em dois períodos diferentes:
sucedendo seu pai, Dom Afonso V, após a sua abdicação, em 1477, mas, no
entanto, D. Afonso V retornou e logo João lhe devolveu o poder, e só se tornou
de novo Rei após a morte de seu genitor em 1481”.
Períodos dos reinados:
Primeiro: 11 de novembro de
1477 até a 15 de novembro de 1477, com Coroação em 11 de novembro de 1477;
Segundo: 28 de agosto de 1481 até
25 de outubro de 1495, com Aclamação em 31 de agosto de 1481.
Dom João nasceu no Paço Real
das Alcáçovas, no Castelo de São Jorge, no dia 3 de maio de 1455, terceiro filho
de Dom Afonso V, Rei de Portugal, e de Dona Isabel, Rainha de Portugal, também
chamada modernamente, no estrangeiro, Dona Isabel de Coimbra, filha de Dom
Pedro, Infante de Portugal, 1º Duque de Coimbra , portanto uma neta de Dom João
I e de Filipa de Lencastre.
Dom João era irmão de João,
Príncipe de Portugal (1451), jurado Príncipe Herdeiro da Coroa mas falecido
pouco depois da nascença, e de Santa Joana (embora oficialmente apenas seja
reconhecida pela Igreja Católica como Beata), Princesa de Portugal, beatificada
em 1693 pelo Papa Inocêncio XII, tendo festa a 12 de maio, e o Papa Paulo VI, a
5 de janeiro de 1965, declarou-a especial protetora da cidade de Aveiro. (1452-1490),
viveu a maior parte da sua vida no Convento de Jesus de Aveiro, desde 1475 até
à sua morte, seguindo em tudo a regra de vida e estilo das monjas”.
Dom João II casou com Dona Leonor
de Viseu, Princesa de Portugal e sua prima irmã, filha do Infante Fernando.
Fruto desta união, nasce o Infante Afonso, em Lisboa no dia 18 de maio de 1475,
mas que aos 16 anos morre em Santarém em 13 de julho de 1491.
Sem herdeiros, é sucedido
quando de sua morte em 25 de outubro de 1495, com 40 anos, em Alvor, no
Algarve, por Sua Excelência Dom Manuel, Duque de Viseu, seu primo irmão e
cunhado, pois era irmão da Rainha Dona Leonor.
“ Os descobrimentos
portugueses serão a prioridade governamental de Dom João II, bem como a busca
do caminho marítimo para a Índia iniciada pelo seu tio-avô o Infante D.
Henrique, e durante o seu reinado conseguiram-se os seguintes feitos:
“Em 1482, João II centralizou
na coroa a exploração e comércio na costa da Mina e Golfo da Guiné,
determinando a construção de uma feitoria para apoiar o florescente comércio do
ouro de aluvião na região”.
“Sob o comando de Diogo de
Azambuja foi rapidamente construído o Castelo de São Jorge da Mina, com pedra
previamente talhada e numerada em Portugal, enviada como lastro nos navios,
sistema de construção depois adoptado para numerosas fortificações”.
“ 1484 – Diogo Cão descobre a
foz do rio Congo e explora a costa da Namíbia”;
“1488 – Bartolomeu Dias cruza
o cabo da Boa Esperança, tornando-se no primeiro europeu a navegar no oceano
Índico vindo de oeste”;
“1493 – Álvaro de Caminha a
colonização das ilhas de São Tomé e Príncipe, sendo a ilha do Príncipe batizada
em homenagem ao único filho e herdeiro do rei, Afonso, Príncipe de Portugal ”.
“São enviadas expedições por
terra lideradas por Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva ao Cairo, Adém, Ormuz,
Sofala e Abissínia, a terra do lendário Preste João, donde enviam relatórios
sobre essas paragens, ficando D. João II com a certeza de poder atingir a Índia
por mar”.
“ Quando Cristóvão Colombo (Génova,
entre 22 de agosto e 31 de outubro de 1451 — Valladolid, 20 de maio de 1506)
pediu apoio para a sua viagem, João II recusou. Colombo, capitão sem
experiência atlântica, partia de uma suposição que o rei sabia estar errada.
Decidido a chegar à Índia pelo ocidente, contornando África, não havia razão
para subsidiar a expedição. Em 1492, ao serviço dos reis de Castela e Aragão,
Colombo descobriu oficialmente a América. Até à sua morte, esteve convencido
que havia chegado à Índia, e ao Japão”.
“1493- 1494 – João II contesta
a Bula Inter Coetera (Tradução: “entre outros (trabalhos)", foi a primeira
Bula do Papa Alexandre VI, editada em 4 de maio de 1493. Pelos seus termos, o
chamado "novo mundo" seria dividido entre Portugal e Espanha, através
de um meridiano situado a 100 léguas a oeste do arquipélago do Cabo Verde: o
que estivesse a oeste do meridiano seria espanhol, e o que estivesse a leste,
português) e negoceia um tratado diretamente com os Reis Católicos: o Tratado de
Tordesilhas” - assinado na povoação
castelhana de Tordesilhas em 7 de junho de 1494, entre o Reino de Portugal e a
Coroa de Castela para dividir as terras "descobertas e por descobrir"
por ambas as Coroas fora da Europa. Este tratado surgiu na sequência da
contestação portuguesa às pretensões da Coroa de Castela, resultantes da viagem
de Cristóvão Colombo, que um ano e meio antes chegara ao chamado Novo Mundo,
reclamando-o oficialmente para Isabel, a Católica. O tratado definia como linha
de demarcação o meridiano 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão no
arquipélago de Cabo Verde. Esta linha estava situada a meio caminho entre estas
ilhas (então portuguesas) e as ilhas das Caraíbas descobertas por Colombo, no
tratado referidas como "Cipango" [ Colombo acreditava que tinha
chegado ao Japão] e Antília [ Cuba e Ilha de São Domingos]. Os territórios a
leste deste meridiano pertenceriam a Portugal e os territórios a oeste, a
Castela. O tratado foi ratificado por Castela a 2 de julho e por Portugal a 5
de setembro de 1494”.
“1495 – Delineou a primeira
viagem no caminho marítimo para a Índia. O comando foi inicialmente atribuído a
Estêvão da Gama. Contudo, dada a morte de ambos, foi delegado em 1497 pelo novo
rei Manuel I de Portugal ao filho, Vasco da Gama”.
Morreu o Sua Alteza Real Dom
João II, com o estilo oficial de "Pela Graça de Deus, João II, Rei de
Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, e Senhor da Guiné,
Mestre da Ordem dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo, e Mestre da Antiga,
Nobilíssima e Esclarecida Ordem de Sant'Iago da Espada”, e foi um grande Rei.
Continua...
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