Isabel a burguesa esposa, mãe, sogra e avó.
Significado de
Estofo - s.m. [Figurado] Disposições favoráveis, valor pessoal, caráter:
pode-se confiar, é gente de bom estofo.
Eu costumo afirmar que a
Princesa Imperial Dona Isabel não tinha estofo para ser Imperatriz do Brasil,
um pais de dimensões continentais e sempre complexo economicamente- socialmente-
politicamente.
Não possuía ela, como seu pai ,
o Imperador Dom Pedro II, também não o
tinha, o Senso de Dinastia que norteou a seu bisavô, Dom João VI, que migrou
para o Brasil para salva-la, nem de seu avô, Dom Pedro I&IV, que deixou no Império
recém independente um filho aqui nascido, e voltou para Portugal para recuperar
o Trono de uma filha que por ele foi elevada, graças a sua abdicação, à
condição de Rainha de Portugal e Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África,
Senhora da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia,
Pérsia e Índia, etc....
Dona Isabel Cristina
Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon
nasceu para ter a condição na qual morreu, ou seja, mulher de um Conde, mãe e
avó no mais pleno estilo burguês do século XIX.
Nada mais, nada menos.
Além do que é carola, muito
assídua à igreja. (Sin.: papa-hóstias, papa-missas, papa-santos, misseiro.).
Lendo sobre Gaspar da Silveira
Martins, nascido no Departamento de Cerro Largo, 5 de agosto de 1835 e falecido
em Montevidéu, 23 de julho de 1901, que foi deputado provincial, deputado
geral, Presidente da província de São Pedro do Rio Grande do Sul, ministro da
Fazenda e senador do Império do Brasil de 1880 a 1889, descobri essa perola
sobre Sua Alteza Imperial, a Princesa Imperial e Condessa d’Eu.
“ Com a deposição de D. Pedro
II Silveira Martins parte para um exílio na Europa. Por ser declaradamente
monarquista, participou de reuniões com outros brasileiros que tinham por
objetivo restaurar a monarquia parlamentarista no Brasil. Numa delas, insistiu
em vão para que D. Pedro II retornasse ao país, após o marechal Deodoro ter
fechado o Congresso Nacional. Em seguida, propôs à princesa Isabel que
permitisse aos militares ligados à Revolta da Armada levarem seu filho mais
velho, D. Pedro, príncipe do Grão-Pará, para ser aclamado D. Pedro III. Ouviu
da princesa que "antes de tudo era católica, e, como tal, não poderia
deixar aos brasileiros a educação do filho, cuja alma tinha de salvar"
(CARVALHO, José Murilo de. D. Pedro II. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Pg. 236). Indignado, Silveira Martins respondeu: "então, senhora, seu
destino é o convento”. ”
Destaco: "então, senhora,
seu destino é o convento", não foi, mas foi quase isso.
Um “ indignado Silveira
Martins” foi quem respondeu aquela que jamais em tempo algum demostrou ter o Senso
de Dinastia que caracterizava as Dinastias as quais pertencia por nascimento,
JAMAIS.
Dona Isabel Cristina
Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon foi
sem sombra de dúvida uma vergonha para as Casas de Bourbon, de Bragança, de Habsburgo,
uma vergonha para seus avoengos Reais e Imperiais da Dinastia Capeto.
Sabendo que o Brasil estava em
polvorosa agiu como um simples burguesa francesa e ao contrário de seu avô
Pedro I negou seu filho mais velho a Nação Brasileira.
Inadmissível o que "antes
de tudo era católica, e, como tal, não poderia deixar aos brasileiros a
educação do filho, cuja alma tinha de salvar" e só por isso deveria ser
colocada a margem da História da Nação que sua avó, Dona Leopoldina de
Habsburgo, ajudou a fundar.
Dona Isabel morreu no Château
d'Eu, em Eu, uma comuna francesa situada no departamento do Sena Marítimo, na
região da Alta Normandia, e vila da qual o Título condal de seu marido
derivava, em 14 de novembro de 1921 sem nunca ter retornado ao Brasil natal.
Não fez falta.
Apesar dessa verdade histórica
o Presidente Getúlio Vargas repatriou seus restos mortais em 1953, restos
mortais esses que estão sepultados na Catedral de São Pedro de Alcântara em
Petrópolis ao lado do marido, Gaston, Conde d’Eu, do Imperador Dom Pedro II e
de Dona Teresa Cristina, essa sim uma napolitana que amou de verdade o Brasil.
E tenho dito.
Jorge Eduardo Garcia
São Paulo 05 de setembro de
2016
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