terça-feira, 26 de julho de 2016

Algarve ou Algarves um pedacinho do paraíso a beira mar plantado.


Algarve, Algarves, um pedacinho do paraíso a beira mar plantado.

 “ O topónimo Algarve (pronúncia [aɫˈɡaɾv(ɨ)) tem origem na expressão árabe الغرب (al gharb) que significa "o oeste", "o ocidente". De fato, a expressão completa era "al-Gharb al-Ândalus" nome atribuído ao atual Algarve e ao baixo Alentejo durante o domínio muçulmano, significando "Andaluz Ocidental", pois era a parte ocidental da Andaluzia muçulmana”.

“O Algarve é uma região no extremo sul de Portugal continental, com 5 412 km² e constitui uma das regiões turísticas mais importantes da Europa”.
“ O seu clima é temperado, caracterizado por invernos amenos e curtos e verões longos e quentes, com isso suas praias com águas tépidas são permanente fonte de prazer aos turistas que ali buscam seu lazer”.
“ Suas paisagens naturais são um descanso para os olhos daqueles que vivem agitadamente nas grandes e poluídas metrópoles mundiais”.
“ Seu património histórico, além da exposição consciente de sua etnografia, ou seja, de seus costumes, crenças, e tradições, enriquece a cultura do visitante que no Algarve busca refúgio, que busca no pedacinho do paraíso a beira mar plantado abstrair-se de seu atarefado dia a dia ”.
“ Sua deliciosa gastronomia faz do Algarve um dos centros gastronômicos mais importante do mundo”.
“O Algarve foi a última porção de território de Portugal a ser definitivamente conquistada aos mouros, conquista está realizada durante o reinado de D. Afonso III, apelidado de "o Bolonhês" por seu casamento com Matilde II, Condessa de Bolonha, Rei de Portugal de 4 de fevereiro de 1248, até sua morte em 16 de fevereiro de 1279. Foi o primeiro monarca português a utilizar o título de Rei de Algarve, isso a partir de 1249, o utilizando até sua morte”.
Os primórdios:
 “ Na época pré-romana era habitado pelos cónios, um povo tribal de filiação linguística e étnica celta, cujo território incluía toda a atual região e ainda o Sul do atual distrito de Beja”.
O Império Romano dominava a Europa, o Oriente Médio, alhures, o que fazia dele a maior potência mundial a época, e as terras dos cónios não ficou imune a cobiça desse povo conquistador.
“ No ano 141 a.C., os cónios revoltaram-se contra os romanos, mas foram derrotados, e com essa derrota foram integrados definitivamente no Império Romano”.
“ Os romanos eram liderados por Quinto Fábio Máximo Serviliano (em latim: Quintus Fabius Maximus Servilianus), membro da Gens Fábia – os Máximo- que na Guerra Lusitana comandava duas legiões, trezentos ginetes númidas e uma dezena de elefantes, um total de 16 000 soldados e 1 600 cavaleiros”.
Foi ele que derrotou o celebre Viriato, mas “ negociou um tratado com esse, pelo qual os lusitanos poderiam manter as terras que ainda possuíam e Viriato seria reconhecido como líder inconteste do povo, amigo e aliado de Roma”,
 “ O Algarve, então denominado Cyneticum (Cinético), fez parte do Império Romano, integrando primeiro a província da Hispânia Ulterior e, mais tarde, a província da Lusitânia, isso durante mais de 600 anos, e por isso teve um desenvolvimento cultural e económico significativo nos campos da agricultura, pesca e manufatura ”.
Depois do Edito de Milão de 313 d. C. – doado pelo Imperador Constantino ao Império Romano e ao Mundo - é que se tem registro de conversões ao nascente Cristianismo, todavia uma parte da população se manteve fiel as religiões pagãs durante mais alguns séculos.
O Algarve foi conquistado pelos chamados povos bárbaros (vândalos, alanos, suevos e depois visigodos), e no ano de 552, foi conquistado pelo Imperador Justiniano I, Basileu (Βασιλεύς) do Império Bizantino.
“O Algarve foi conquistado com a Invasão muçulmana da península Ibérica em 715 d.C., e durante mais de cinco séculos (c. 715–1249) esteve sob o domínio dos islamitas.
A maioria da população se converteu ao Islão, mas uma parte denominada de os moçárabes (do árabe مستعرب musta'rib, "arabizado") permaneceu cristã.
 “ As regiões espanholas e portuguesas outrora conhecidas por al-gharb al-Andalus (em árabe: الغرب الأندلس) eram o mais importante centro muçulmano da época da "Hispânia Islâmica", sendo assim o centro islâmico da cultura, ciência e tecnologia”.

O Reino de Portugal e Algarve, depois o Reino de Portugal e dos Algarves

“Nessa altura, a principal cidade da região era Silves, que, quando foi conquistada pelo Rei D. Sancho I, e era 10 vezes maior e mais fortificada que Lisboa”.
 “ Segundo alguns documentos históricos, a conquista definitiva do Algarve aos mouros foi feita de forma relativamente pacífica”.
No entanto, Afonso X, "o Sábio", Rei de Castela, tinha pretensões sobre o Algarve. Em 16 de Fevereiro de 1267, depois de muitas disputas, foi assinado o Tratado de Badajoz pelo qual foi reconhecido o domínio do Rei de Portugal sobre o Algarve, e foi dada em casamento a Dom Afonso III a Infanta Dona Beatriz de Castela, filha do Rei Castelhano, e futura mãe de Dom Dinis I, o "Rei Lavrador" e "Rei Poeta".
O Algarve era um domínio do Rei de Portugal, nunca constituiu um Reino independente – como a Escócia e a Irlanda no Reino Unido encabeçado pela Inglaterra - porem curiosamente a Titularidade dos Soberanos portugueses sempre se referiu a ele- o Algarve – como um reino, tanto que o Título de Dom Afonso III foi estabelecido como Sua Mercê, El-Rei de Portugal e do Algarve.
Titularidade dos Reis de Portugal:
Com a tomada de Silves, cidade importantíssima, em 1189, Dom Sancho I, segundo Rei de Portugal, apelidado de Sancho, o Povoador, quinto filho de Dom Afonso Henriques, assumiu os seguintes Títulos:
1-      Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e de Silves (Dei Gratiae, Rex Portugaliae & Silbis);
2-     Pela Graça de Deus, Rei de Portugal, de Silves e do Algarve (Dei Gratiae, Rex Portugaliae, Silbis & Algarbii)
Com a retomada pelos os do Islão voltou ao Pela Graça de Deus, Rei dos Portugueses (Dei Gratiae, Rex Portugalensium), uma Titularidade usada por D. Afonso II, D. Sancho II e D. Afonso III.
Em 1267, Dom Afonso III assume o Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve (Dei Gratiae, Rex Portugaliae & Algarbii).
A partir do reinado de Dom Afonso V, apelidado de "o Africano" por suas conquistas na África, decimo segundo Rei de Portugal, no ano de 1471, com a conquista de Arzila e Tânger e elevação do senhorio do Norte de África à condição de Reino d'Além-Mar, a titularidade passou a ser: "Pela Graça de Deus, Afonso V, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África".
Vemos aqui a mudança de Algarve para Algarves.
Um quadro:
Portugal continental debilitado, dominado pelos ingleses posicionados contra os Bragança, a sede da Monarquia no Rio de Janeiro, a Rainha louca, um Príncipe-Regente sábio querendo defender os interesses de sua Dinastia, os de Bragança, no Congresso de Viena ( conferência entre embaixadores das grandes potências europeias que aconteceu na capital austríaca, entre 1º de outubro de 1814 e 9 de junho de 1815, cuja intenção era a de redesenhar o mapa político do continente europeu após a derrota da França napoleônica na primavera anterior), sendo o embaixador extraordinário e plenipotenciário de Sua Majestade Fidelíssima o senhor Dom Pedro de Sousa Holstein, então Conde de Palmela, futuro primeiro Duque de Palmela.  
O Conde de Palmela fazia das tripas corações para que os interesses de sua Soberana fossem ouvidos, e recorreu a Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord, o celebre Príncipe de Talleyrand, que fora Chanceler de Napoleão Bonaparte, e que agora era Primeiro-Ministro da França sob Luís XVIII depois da restauração francesa.
O Príncipe de Talleyrand sugeriu a Palmela a elevação do Brasil à condição de reino unido a Portugal e Algarves, e assim foi feito, surgindo então o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves em 16 de dezembro de 1815, instituição jurídica rapidamente reconhecida por outras nações
Sua Majestade Fidelíssima a senhora Dona Maria I passa então a ostentar o magnifico Título Pela Graça de Deus, Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhora da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.
Essa Titularidade, também, foi usada pelo senhor Dom João VI até 1825, mas modificada em consequência da Independência do Brasil, por carta de lei de 15 de novembro de 1825.
Passou Dom João VI a envergar o Pela Graça de Deus, João, Imperador do Brasil, e Rei do Reino Unido de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc..
Seu filho e sucessor, Dom Pedro I & IV, foi Por Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc..
Sua filha e sucessora a senhora Dona Maria II foi Pela Graça de Deus, Rainha de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhora da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc..
A Titularidade de Dona Maria II, com seu marido Dom Fernando, foi usada pelos senhores Dom Pedro V, Dom Luís I, Dom Carlos I, Dom Manuel II, esse último soberano de Portugal e dos Algarves, já que a Republica foi proclamada em 5 de outubro de 1910.
Mais pouco me importa se Algarve ou Algarves, pois o que se sabe é que é um pedacinho do paraíso a beira mar plantado que é o nosso querido Portugal. 

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