Desembarque da
arquiduquesa Leopoldina no Rio de Janeiro em 5 de novembro de 1817 por Debret.
O Conceito de Dinástico se aplica “a sequência de indivíduos de uma
mesma família que ocupam determinada função, cargo ou posto de poder,
hereditários”.
Comumente é aplicado as famílias
imperiais, reais, ducais, principescas, condais, baronias, ou fidalgas, sempre dependendo
do título de seus governantes ou condição de nobreza, cujos membros se sucedem no poder, criando
assim uma Dinastia.
Casa de Habsburgo, Haus
Habsburg em alemão, também conhecida por Casa da Áustria ou Casa d'Áustria (em
alemão: Haus Österreich), é uma Dinastia das mais importantes e influentes da
história da Europa do século XIII ao século XX, cujos membros governaram vários
estados e territórios.
E foi nessa Dinastia elevada a
realeza em 1273, sendo denominada a
"família imperial" do Sacro Império Romano-Germânico, que nasceu a
arquiduquesa Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda, em alemão: Caroline
Josepha Leopoldine Fernanda Francisca, a nossa Imperatriz Leopoldina.
Francisco II & I, da Dinastia
de Habsburgo, pai de Dona Leopoldina para salvar sua Casa
Imperial cedeu ao ultimato de Napoleão Bonaparte e abdicou ao Título milenar de
Imperador do Sacro Império Romano-Germanico assumido o de Imperador da Austria
em 10 de agosto de 1806, e mais, se viu obrigado a concordar com o casamento de
sua filha mais velha arquiduquesa Maria Ludovica Leopoldina Franziska Therese
Josepha Lucia, Maria Luísa de Áustria, com o general-imperador Napoleão, a
tornando assim “ a segunda esposa de Napoleão e,
como tal, Imperatriz dos Franceses e Rainha da Itália desde seu casamento
em 1º de abril de 1810 até sua abdicação em 6 de abril de 1814”.
O sogro de Dona Leopoldina, o
senhor Dom João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos
Rafael, futuro Dom João VI, ainda Principe-Regente em nome de sua mãe, a rainha
Dona Maria I, com seu extraordinário Senso Dinástico , para salvaguardar sua Casa
Real, resolveu “passar com a rainha minha senhora e mãe, e com toda a
real família, para os estados da América, e estabelecer-me na Cidade do Rio de
Janeiro até à paz geral”.
Dona Leopoldina com seu senso dinástico
natural , de nascença, e com o exemplo de seu sogro, tomou o sagrado
compromisso de fidelidade ao Brasil.
Foi para o Brasil que ela veio.
Foi no Brasil que ela casou.
Foi no Brasil que ela teve
filhos.
Foi ao “ som do mar e da luz
do céu profundo, de nossos bosques[ que] têm mais vida, sob o Sol do Novo Mundo” ,
que a senhora Dona Leopoldina, uma arquiduquesa da Áustria, se apaixonou pelo
Brasil.
O escritor Paulo Marcelo
Rezzutti, nascido em 1972, na cidade de São Paulo, escreveu um livro cujo título
é notável “ D. Leopoldina, a história
não contada. A mulher que arquitetou a Independência do Brasil “, de 2017, pois
é isso mesmo, a austro -brasileira Leopoldina é que por amor ao Brasil decretou
como Princesa Real do Reino Unido e Regente a Independência do nosso Brasil, Decreto
de 13 de agosto de 1822.
Dona Leopoldina sobre o Dia do
Fico- um evento que Dom Pedro se tornou protagonista - no dia 8 de janeiro de
1822, escreveu uma carta a seu compatriota dizendo que: “O príncipe está
decidido, mas não tanto quanto eu desejaria. […] Muito me tem custado alcançar
isto tudo – só desejaria insuflar uma decisão mais firme”.
Dom Pedro era português, Dom Pedro
era herdeiro da Coroa Portuguesa e do Império Transcontinental Português, e
como seu pai queria manter a sua Dinastia no Poder desse Estado Europeu e em
suas colônias espalhadas pelo mundo, e isso é incontestável, tanto que acabou
se tornando Dom Pedro IV de 10 de março
de 1826 a 2 de maio de 1826, e quando pode, com a desculpa de defender os direitos
de sua filha, Dona Maria II, ao Trono embarcou para a Europa de ‘mala e cuia’.
Dona Leopoldina não morreu
aqui e está sepultada no Brasil.
SE fosse Dom Pedro que
estivesse no Governo certamente não haveria o rechaço total aos Decretos das
Cortes em Lisboa, certamente ele ia ‘comer o mingua pelas beiradas” apesar do
clima belicoso instalado na cidade do Rio de Janeiro entre o partido brasileiro
e o partido português.
Todavia com Dona Leopoldina a ‘coisa’
era diferente.
E “ em 2 de setembro de 1822 Dona
Leopoldina presidindo o Conselho de Estado e por unanimidade de seus membros optaram
pela separação do Brasil e que essa decisão fosse levada imediatamente a Dom Pedro
em viagem para a cidade de São Paulo”.
Nada de volta da família do Principe
para Portugal.
Nada de restabelecimento do
malfado “ Pacto Colonial” no Brasil.
Nada de humilhação para o seu
marido, para ela e sues filhos, pois Dom João Vi sofria humilhação sobre
humilhação das Cortes e acabou
assassinado.
Era o Brasil para os brasileiros
e Dom Pedro como seu Monarca.
Escreveu essa notável mulher
para seu marido:
“O Brasil será em vossas mãos
um grande país. O Brasil vos quer para seu monarca”.
“ Com o vosso apoio ou sem o
vosso apoio ele fará a sua separação.”
“O pomo está maduro, colhei-o
já, senão apodrece.”
Mas, o que era esse Conselho?
O Conselho dos Procuradores
das Províncias, também denominado Conselho de Estado, foi criado por D. Pedro I
por decreto de 16 de fevereiro de 1822 tendo como objetivo "criar um
centro de união e força que impedisse o desmembramento do país, mantendo a sua
unidade política, na iminência de fracionar-se em virtude do estabelecimento de
juntas governativas provisórias, independentes entre si e subordinadas ao
governo de Lisboa."
Portanto sua “função era de aconselhar o Principe Real Regente
nos negócios mais importantes e difíceis
examinar os projetos de reforma administrativa que lhe
fossem enviados, propor medidas e planos que parecessem mais urgentes e
vantajosos para o bem-estar do Reino Unido do Brasil advogar e zelar cada um de
seus membros pelas utilidades de suas respectivas províncias”.
Seus membros foram por localidades que para mim são os “Patriarcas
da Independência” junto com José Bonifacio de Andrade e Silva :
1. Minas
Gerais: José de Oliveira Pinto Botelho Mosqueira, Estêvão Ribeiro de Resende( primeiro barão com grandeza, conde e marquês
de Valença), Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá ( senador do
Império do Brasil de 1827 a 1835);
2. Espírito
Santo: José Vieira de Matos;
3. Santa
Catarina: Joaquim Xavier Curado( Conde de São João Das Duas Barras);
4. São
Paulo: Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira, Manuel Martins do Couto Reis;
5. Rio
Grande do Sul: Antônio Vieira da Soledade
( sacerdote católico e Senador
do Império do Brasil, cargo vitalício);
6. Paraíba:
Manuel Clemente Cavalcanti de Albuquerque;
7. Goiás:
Manuel Rodrigues Jardim.
O Conselho foi “extinto por
lei de 20 de outubro de 1823, sendo sua representatividade nacional das
províncias com a Constituição de 1824 pelos deputados”.
E assim se faz justiça a
senhora Dona Leopoldina cujos Títulos e
estilos foram:
1. De
2 de janeiro de 1797 – 6 de novembro de 1817: Sua Alteza Imperial e Real, a
Arquiduquesa Leopoldina da Áustria, Princesa da Hungria, Croácia e Boêmia
2. De
6 de novembro de 1817 – 12 de outubro de 1822: Sua Alteza Real, a Princesa Real
do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
3. De
12 de outubro de 1822 – 11 de dezembro de 1826: Sua Majestade Imperial, a
Imperatriz do Brasil
4. De10
de março de 1826 – 28 de maio de 1826: Sua Majestade Fidelíssima, a Rainha de
Portugal e Algarves
E tenho dito.
Jorge Eduardo Garcia
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