quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

108 - CONVERSA- A INVERSÃO DA CRIAÇÃO de Maximilien Robespierre, dit "L'Incorruptible", ou O Incorruptível.

Fête de l’Être suprême au Champ de Mars,
le 20 prairial an II, 8 juin 1794
toile de Pierre-Antoine Demachy en 1794
Musée Carnavalet, Paris.

Festa ou festival do Ser Supremo no Champ de Mars, em 8 de junho de 1794.


A INVERSÃO DA CRIAÇÃO.

Gênesis
1.1      No princípio, criou Deus os céus e a terra.
1.23   Houve tarde e manhã, o quinto dia.
1.26   Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.
1.27   Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

E Deus criou o Homem, mas quando há uma Inversão da Criação, o Homem cria um deus, não dá certo, como veremos.
A Razão não é Deus.
Partindo dessa Verdade vamos a nossa conversa.

A Revolução Francesa, ou La Révolution Française, é o conjunto de Movimentos político-sociais e econômicos pelos quais passou a França no final do século XVIII e início do século XIX, ou seja, de 3 de maio de 1789 (data da abertura dos Estados Gerais) até 28 de maio de 1804, data na qual se celebra a Aclamação do General-primeiro cônsul Napoleão Bonaparte como Imperador dos Franceses.
Esses Movimentos Revolucionários tiveram grande repercussões na Europa de então e na História do Mundo Moderno, não só pela Queda da Monarquia Absoluta em França com reflexos em outros países, pela decapitação da figura Sagrada de um Rei de França, da Declaração de Direitos dos Homens e dos Cidadãos, ou Déclaration des Droits de l'Homme et du Citoyen, pelas Guerras Napoleônicas, pelo termino do milenar Sacro Império Romano Germânico, pelo surgimento de novas Nações, mas, também, sobretudo, pela edição do Código Civil Francês, originalmente chamado de Code Civil, posteriormente, chamado de Code Napoléon, ou Código Napoleônico, outorgado por Napoleão I e que entrou em vigor em 21 de março de 1804, Código esse que influência todos os outros Códigos Civis das Nações civilizadas do Planeta.
Um desses Movimento foi o TERROR, francês: La Terreur.
O Terror vigorou de 5 de Setembro 1793 até 28 julho de 1794
Durante esse período as garantias civis foram suspensas e o governo revolucionário perseguiu e assassinou seus adversários.
O número de mortes variou na casa das dezenas de milhares de pessoas, com 16.594 executado pela guilhotina (2639 em Paris), e outra 25.000 em execuções sumárias em toda a França.
A guilhotina tornou-se o símbolo da causa revolucionária, reforçada por uma série de execuções, tais como a do Rei Luís XVI, da Rainha Maria Antonieta, nascida Arquiduesa da Áustria, de Philippe Égalité (Louis Philippe II, Duque de Orléans, primo do Rei e pai de Luís Felipe I, Rei dos Franceses), de Alexandre de Beauharnais, então marido da futura Imperatriz Josefina, de Madame Roland, do químico Antoine Lavoisier, entre outros.

A repressão acelerou em junho e julho de 1794, um período chamado de la Grande Terreur (o Grande Terror), e terminou no golpe de 9 Termidor do ano II (27 de Julho de 1794), em que vários instigadores do Reino do Terror foram executados, incluindo Saint-Just, "arcanjo do Terror", (Seu discurso - « tout roi est un rebelle ou un usurpateur » , ou "Todo rei é um rebelde ou um usurpador"- em favor da execução de Luís XVI é considerado o mais importante do processo, e foi determinante para a condenação do Rei. Membro do Comitê de Salvação Pública, desenvolve teorias sobre o governo revolucionário, e se torna um dos defensores da política do Terror) e seu mentor, Robespierre.
Maximilien Robespierre, dit "L'Incorruptible", ou O Incorruptível.

A principal figura do Terror foi Maximilien François Marie Isidore de Robespierre, ou Maximilien Robespierre, dit "L'Incorruptible", ou O Incorruptível, filho de uma família da pequena burguesia, que se formou em direito, um advogado, e se tornou político na Cidade de Arras, considerado uma das personalidades mais importantes da Revolução Francesa.
Um dos que pediram a condenação de Luís XVI, guilhotinado em 21 de janeiro de 1793.
Em julho do mesmo ano, Robespierre criou um Comitê de Salvação Pública para perseguir os inimigos da revolução, e com essa ‘criação’ foi instaurado o regime do " Terror" - o auge de sua ditadura, a ditatura de Robespierre.
Robespierre nunca escondeu sua fé em um Ser Supremo.
Surgiu então o Culto a Razão, ou Culte de la Raison.
Igrejas católicas foram transformadas em locais de adoração a Razão, incluindo a Église Saint-Paul-Saint-Louis, ou église Saint-Louis-des-Jésuites, no Marais à Paris (4e arrondissement), erguida por ordem de SMC Luís XIII.
A Cathédrale Notre-Dame de Paris não escapou e um culto a Razão foi realizado em 10 de Novembro de 1793, organizado por Pierre Gaspard Chaumette, ou Anaxágoras Chaumette, um revolucionário que acabou guilhotinado.  
Muitas igrejas foram transformadas em templos da Razão e templos do Ser Supremo, tais como:
A catedral de Notre-Dame de Paris (10 de Novembro de 1793)
A igreja de Saint-Sulpice, em Paris,
A Basilica de Saint-Denis,
A Igreja dos Inválidos, ou Les Invalides,
A igreja de São Tomás de Aquino,
O Panteão de Paris,
A Igreja de São Pedro, no bairro de Montmartre,
A Catedral de Nossa Senhora de Charters,
A Catedral de Notre-Dame de Reims,
A Catedral de São Pedro e São Paulo de Troyes,
A Catedral de Notre Dame em Rouen,
Notre Dame de Versalhes,
A igreja de Saint-Pierre, em Caen,
Em Strasbourg, a Catedral de Nossa Senhora (30 de Brumário Ano II, 20 de novembro de 1793)
A Igreja do Salvador de Rennes, e muitas igrejas provinciais.
Le culte de la Raison, n'était rien moins que le culte de l'Être suprême, ou seja “O Culto da Razão, era nada menos que o culto do Ser Supremo”.
“Culte de l'Être suprême foi um sistema de crenças e baseado em ideias racionalistas e ateias, estabelecidos na França, e que pretendiam substituir o cristianismo durante a Revolução Francesa”.
O Culto ao Ser Supremo foi organizado, ou criado, por Maximilien Robespierre para tornar-se a religião oficial da nova República Francesa.
O Culto ao Ser Supremo definiu-se como mais do que uma mera rejeição dos deuses ou de Deus, pois promovia frequentes exibições de devoção a Razão.
Para inaugurar a nova religião do Estado, Robespierre declarou que 20 Prairial Ano II (8 de Junho de 1794) seria o dia de celebração nacional do Ser Supremo, e o evento em Paris foi projetado em uma escala maciça, organizado pelo artista Jacques-Louis David, o pintor de Napoleão, e teve lugar em torno de uma montanha artificial erguida no Champ de Mars.
 Robespierre assumiu total liderança do evento, a frente de uma procissão e “revêtu un habit bleu céleste serré d'une écharpe tricolore. Il tient un bouquet de fleurs et d'épis à la main, ou vestido com um habito azul-celeste apertado com um lenço tricolor. Ele segura um buquê de flores na mão”, sem medo do ridículo e acreditando estar sem macula, ostensivamente, sem medidas, a ponto de em um devaneio místico declarar que a Verdade era uma "utilidade social" de sua nova religião.
Seus colegas da Convenção Nacional se recusam a marchar e a cantar o Hino do Ser Supremo composto pelo poeta revolucionário Theodore Desorgues (morreu louco no Asilo de Charenton, ou « asile de Charenton », ou hoje ou hôpital Esquirol, em Saint-Maurice dans le Val-de-Marne,
Île-de-France), alguns vão pagar caro por essa postura no período do Grande Terror que se seguiu.
O Culto do Ser Supremo, e seu festival contribuiu e muito para a queda de Robespierre, e com a sua morte na guilhotina em 28 de julho 1794, o culto perdeu toda a sanção oficial e desapareceu da vista do público. Ele foi oficialmente banido por Napoleão Bonaparte, pela “Concordata de 1802”, que restaurou o Culto e as Igrejas Católicas.
Mais, o que nos interessa é que Maximilien Robespierre, dit "L'Incorruptible", ou O Incorruptível, tentou A INVERSÃO DA CRIAÇÃO, ou seja, criar um deus, e se deu muito mal.
Seu deus e seu culto logo, logo, foram pro beleléu, desapareceram, sumiram, da face da Terra, enquanto o culto ao Único e Verdadeiro Deus, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, permanece por mil’anos e anos.



Vue du jardin national et des décorations,
le jour de la fête célébrée en l’honneur de l’Être suprême
Musée Carnavalet, Paris

Vista do Jardim Nacional e das decorações
para o dia da festa celebrada em honra do Ser Supremo
Musée Carnavalet, Paris

Um comentário:

  1. Todos os deuses morrem, mais cedo ou mais tarde... O deus de Abrãao , Isaac e Jacó também é uma criação humana e também desaparecerá. Pode demorar , mas a hora dele também chegará. Os deuses morrem quando os humanos deixam de crer neles,

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