terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

124 - Conversa – os Imperadores da Rússia – Parte IX - Pedro, o Grande, 1.

Imperatriz Eudóxia.

A Dinastia Romanov III.
História da Rússia monárquica.
Pedro I, o Grande (22 de outubro 1721 - 28 de janeiro de 1725)
Пётр I Великий (22 октября 1721 — 28 января 1725)


Mateus, capitulo 16, versículo 18:
“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.
Palavras de Jesus a Pedro, filho de Jonas
considerado o primeiro Papa da Igreja Católica
Bíblia Almeida Revista e Atualizada
http://www.sbb.org.br
Pois, é.
Deus escolheu um outro Pedro para modificar a Mãe Rússia, um País imenso que havia se convertido ao Cristianismo Ortodoxo, a Igreja Ortodoxa, mas continuava atrasadíssimo em relação aos outros Reinos da Civilização Ocidental.
Pedro, filho de Aleksey Mikhaylovich Romanov e de Natalia Kirillovna Naryshkina.
Em russo: Петр, сын Алексея Михайловича Романова и Наталья Кирилловны Нарышкиной.
Todavia, para assumir a sua missão aqui nesta terra, tanto Pedro, quanto sua mãe, comeram o pão que o Diabo amassou na mão de sua parentada.
Alexis I, ou Aleksey Mikhaylovich Romanov, casou duas vezes:
1-      A primeira com Maria Ilyinitchna Miloslavskaïa, Мария Ильинична Милославская), filha do Nobrehomem da pequena nobreza Ilya Danilovitch Miloslavski, Илья Данилович Милославский), Boiardo, Mordomo e Diplomata, e de Catherine Ivanovna Narbekova, que de 1656 a 1662 foi responsável pelo escritório Streltsy, стрелец (um corpo de mosquiteiros regulares), do Gabinete do Tesouro (Казначейство), e era considerado por seus contemporâneos como um personagem egoísta e de pouca inteligência.
       Aleksey Mikhaylovich, ou Alexis I, com Maria Ilyinitchna Miloslavskaïa:
A-     Evdokia (1669-1669), morreu na infância.
B-      Czarevich Dmitry Alexeevich (1648-1649), morreu Criança
C-      Czarevna Yevdokia Alexeevna (1650-1712), solteira.
D-     Czarevna Martha Alexeevna (1652-1707), solteira, aos 46 anos fez os votos monásticos.
E-      Czarevich Alexei Alexeevich (1654–1670), morreu aos 16 anos.
F-      Czarevna Anna Alexeevna (1655–1659), morreu na infância.
G-     Czarevna Sophia Alexeevna (1657-1704), Regente da Rússia em 1682-1689.
H-     Czarevna Ekaterina Alexeevna (1658–1718), solteira.
I-        Czarevna Maria Alexeevna (1660–1723), solteiro.
J-       Czarevich, depois Czar Fyodor III (1661–1682), governou de 1676-1682.
K-      Czarevna Feodosia Alexeevna (1662–1713), viveu em Moscou, de 1708 em São Petersburgo. Solteira, em 1698 tomou os votos monásticos com o nome de Susanna.
L-       Czarevich Simeon (1665–1669), morreu uma criança.
M-   Czarevich, depois Czar Ivan V (1666-1696), Czar juntamente com Pedro, o Grande, de 1682-1696.
N-     Czarevna Yevdokia Alexeevna (1669–1669)
Em russo:
Дмитрий (22 октября 1648 — 6 октября 1649)
Евдокия (17 февраля 1650— 10 мая 1712)
Марфа (26 августа 1652 — 19 июня 1707)
Алексей (15 февраля 1654—17 января 1670)
 Анна (23 января 1655, Вязьма — 8 мая 1659)
Софья (17 сентября 1657 — 3 июля 1704)
Екатерина (27 ноября 1658 — 1 мая 1718)
Мария (18 января 1660 — 9 марта 1723)
Корона Фёдор III (30 мая 1661 — 27 апреля 1682)
Феодосия (29 марта 1662 — 14 декабря 1713)
Симеон (3 апреля 1665— 18 июня 1669)
Корона Иван V (27 августа 1666 — 29 января 1696)
 Евдокия (младшая) (26 февраля — 28 февраля 1669)

2-      Alexei se casou pela segunda vez, em 1 de Fevereiro 1671, com Nataliya Kyrillovna Naryshkina, filha de um aristocracia rural Kirill Poluektovich Naryshkin, Кири́лл Полие́ктович Нары́шкин,  que até o casamento da filha era militar, que após foi elevado a Boiardo e membro da Duna, e outros cargos e honrarias, e sua esposa, Anna Leontyevna Naryshkina, Анна Леонтьевна Леонтьева , filha do Nobrehomem Leonti Dmitrievich Leontiev e Praskovya Ivanovna, nee Raevskaya, mais importante família nobre de origem polonesa-lituana, e tiveram esses filhos:
O-     Czarevich Pedro I (1672-1725), futuro Pedro, o Grande.
P-      Czarevna Natalya Alexeevna (1673-1716).
Q-     Czarevna Fyodora Alexeevna (1674-1677).
Em russo:
Корона Пётр I (30 мая 1672 — 28 января 1725)
Наталья (22 августа 1673—18 июня 1716)
Caravaca3.png Феодора (4 сентября 1674 — 28 ноября 1678)
Chamo atenção que Czarevich e Czarevna, Царевич и Царевичa, eram os Títulos dos filhos e filhas do Czar, mas com a reforma passou a ser só do primogênito, já que os demais eram titulados como Grão-duques e  Grã-duquesas.
Como em milhões de famílias por esse mundo de meu Deus, em todos os tempos, os filhos da primeira esposa não se deram com a madrasta, muito menos com os filhos dessa.
Depois de desmamado, Pedro foi entregue a babas, e sua educação não foi nenhuma maravilha, até morrer escrevia muito mal, por isso, na vida adulta, se tornou um autodidata, já que tinha uma notável memória e aprendia as cosas facilmente. 
Com a morte do pai, Aleixo I da Rússia, em 29 de janeiro de 1676, juntamente com sua mãe, foi expulso do Kremlin, indo morar na lamacenta Aldeia da Transfiguração, село Преображенское, a leste de Moscou, na margem do rio Yauza, numa antiga casa senhorial do falecido Czar Alexei Mikhailovich.
27 de abril 1682, passados 6 anos de sua entronização, o Czar Fyodor III Alexeevich, irmão de Pedro morreu, com a idade de 20 anos sem definir a sucessão ao trono de toda a Rússia.
Pelas regras Pedro era o sucessor, mas...foi uma confusão danada entre os Clãs das esposas do finado Aleixo I da Rússia, uma sangrenta rebelião dos mosqueteiros (os Streltsy, стрелец (um corpo de mosquiteiros regulares) e a coisa terminou com dois (2) Czares e uma Regente:
1-      Ivan V, filho de Alexis I com Maria Ilyinitchna Miloslavskaïa;
2-      Pedro I, filho de Alexis I com Nataliya Kyrillovna Naryshkina.
A Regente nomeada foi Czarevna Sophia Alexeevna (1657-1704), filha de Alexis I com Maria Ilyinitchna Miloslavskaïa, que exerceu as funções de Regente da Rússia de 1682 até 1689.
25 de Junho de 1682 Ivan V Alekseevich e Pedro I Alekseevich foram coroados Czares na Catedral da Assunção do Kremlin, em Moscou.
Um trono duplo foi colocado os jovens Czares, com uma pequena janela na parte de trás, através do qual a Regente Sophia orientava o comportamento, as palavras, etc., dos dois durante as cerimônias da corte.
Mais, um dos Czares, Ivan, era seu irmão uterino, e ela ignorou a Pedro, fazendo com que ele e a mãe voltassem para a lamacenta Aldeia da Transfiguração, село Преображенское, a leste de Moscou, na margem do rio Yauza, para residirem novamente naquela antiga casa senhorial do falecido Czar Alexei Mikhailovich.
Durante esse “exilio”, Pedro se educou em assuntos militares, chegando a construir uma pequena fortaleza que teve o nome de Preshburgom, ou Preobrajenski, pois sob a orientação do holandês Franz F. Timmerman estudou fortificações, aritmética, geometria, ciência militar.
Devemos ter em conta que ‘pequeno ou pequena’ em termos russos é sempre muito relativo, pois lá tudo é enorme, avantajado, grandioso.
Franz F. Timmerman, era mercador holandês, comandante de navio, astrônomo, versado em fortificações, em construções de navios, etc., enfim tudo relativo a marinha e a guerra.
Tempos depois, foi Timmerman que acompanhou Pedro aos estaleiros de Amsterdã (onde o Czar recebeu seu título de carpinteiro de navio), e que, também, supervisionou a construção de pelo menos 150 navios da nova Frota Russa, mantendo-se assim o mais próximo e fiel amigo de Pedro I.
Por influência de Timmerman, Pedro passou a frequentar o bairro dos negociantes alemães, em Moscou, onde tomou conhecimento com a cultura dos povos europeus, e se apaixonou por uma nativa, Anna Mons, А́нна Ива́новна Монс, Anne-Margrethe, filha de um rico ourives natural de da cidade de Minden (Weser), Johann Georg Mons, que havia se estabelecido na Rússia metade do século XVII. 
Em 15 agosto 1714 Anna Mons morreu de tuberculose galopante.
Ele só tinha 17 anos e sua mãe, com medo da paixonite, o casou com Eudóxia, ou Evdokia Fëdorovna, nascida Lopuchi, filha de Hilarion Avraamovich Lopuhin, advogado na corte do Czar Alexei Mikhailovich, elevado a Boiardo, a Cortesão, e que teve outros cargos, mas morreu no exilio.
A nova Czarina além de não ser o grande amor de Pedro – esse fazia o que a mãe queria, pois a adorava- era pouco inteligente, sem nenhuma cultura, sem nenhuma conversa, de temperamento mesquinho, dada a intriga, a fofoca, “e apenas preocupados com coisas pequenas”, enfim, uma esposa que não conseguia alcançar os ideiais de seu esposo, não conseguia compartilhar da Grandeza de seu marido. .
Entretanto, Eudóxia, ou Evdokia Fëdorovna, deu a Pedro três filhos:
Príncipe Alexei Petrovich, царевич Алексей Петрович
Príncipe Alexander Petrovich, царевич Александр Петрович, morreu de morte natural, seis meses depois de nascido, em 1691;
Príncipe Pavel Petrovich, царевич Павел Петрович, natimorto em 1693.
Mesmo tendo sido elevada a Czarina, veio de uma pequena nobreza, não foi grata a seu marido e conspirou contra ele.
Em 1699 Eudóxia, se envolveu numa revolta da Streltsy, e foi presa no Mosteiro de Suzdal, onde se tornou amante de um oficial da guarda, Stepan Glebov.  
Para o bem do Estado, Alexei Petrovich foi entregue aos cuidados de sua tia Nathalie Alexeievna, irmã uterina de Pedro.
Com o tempo, Eudóxia e Alexei Petrovich se tornaram os líderes do partido oposicionista, grupo esse que se opunha as reformas desejadas por Pedro para a atrasadíssima Mãe Rússia.
Alexei Petrovich Romanov, Алексей Петрович, nasceu em 28 de fevereiro de 1690 e faleceu em 7 de julho de 1718.
Como vivia longe do pai modernizador, o Czarevich Alexei Petrovich foi cercado por pessoas que ele mesmo classificou de “Fanáticos religiosos”, pessoas avessas a tudo que era moderno na época, e que viviam segundo as mais antigas e odientas tradições.
Em sua política de abertura para a Europa, Pedro não permitiu que Alexei cassasse com uma russa, como era tradição, e contratou casamento com o Príncipe alemão, Luís Rudolfo de Brunsvique-Luneburgo, Ludwig Rudolf von Braunschweig-Wolfenbüttel, Soberano do pequeno Principado de Wolfenbüttel, Baixa Saxônia, às margens do rio Oker.
A escolhida foi a Princesa Carlota Cristina de Brunswick-Wolfenbüttel, Charlotte Christine von Braunschweig-Wolfenbüttel, e em 11 de abril de 17111, foi assinado um contrato de casamento. O casamento foi magnificamente comemorado 14 de outubro de 1711 em Torgau, uma cidade na Alemanha, as margens do rio Elba, no hoje distrito de Leipzig, na Corte de Christiane Eberhardine de Brandenburg-Bayreuth, ou Christiane Eberhardine von Brandenburg-Bayreuth, Princesa-Eleitora da Saxônia, Rainha Consorte da Comunidade Polaco-Lituana, como a esposa de Augusto II, o Forte, onde a noiva havia sido criada.
A noiva era irmã de:
1-      Isabel Cristina de Brunswick-Wolfenbüttel (28 de Agosto de 1691 - 21 de Dezembro de 1750), casada com Carlos VI, Sacro Imperador Romano Germânico; pais da famosa governante a Arquiduquesa Maria Teresa da Áustria, Imperatriz Sacra e Rainha Apostólica da Hungria;
2-      Carlota Augusta de Brunswick-Wolfenbüttel (23 de Julho de 1692 - 8 de Agosto de 1692), morreu com poucos dias;
3-      Antónia Amália de Brunswick-Wolfenbüttel (22 de Abril de 1696 - 6 de Março de 1762), casada com o Duque Fernando Alberto II de Brunswick-Wolfenbüttel; com descendência.

O Czar Pedro demostrou sempre muito afeto pela noiva, em contra partida a dupla Eudóxia e Alexei Petrovich a desprezavam por ser luterana e muito feia, aliás eles detestavam tudo que era estrangeiro.  
Embriagado na noite das núpcias Alexei Petrovich estuprou violentamente Carlota Cristina, e agiu sempre assim no decorrer de sua vida matrimonial, fazendo sexo bêbado e violento, humilhando a pobre da esposa.
Contudo, ela em 1714, ela deu à luz a sua filha Natalia, que morreu em 1728.
Morrendo no início de novembro de 1715, poucos dias após o nascimento o futuro Czar Pedro II, de infeção puerperal (as complicações incluem inflamação do revestimento abdominal (peritonite) e coágulos de sangue nas veias da pélvis (tromboflebite pélvica), com o risco de um coágulo sanguíneo chegar ao pulmão, embolia pulmonar), ou seja, por complicações pós parto.
Considero que para ela a morte foi uma benção, viver com um tarado maluco deveria ser difícil, isso em meio a uma Corte hostil a ela por ser estrangeira, conforme em “2 de junho de 1714, ela reclamou com a mãe:
«             Deus sabe o quão profundamente me entristecer aqui. ... Eu não faço nada, sou uma vítima pobre de minha família..., e eu estou morrendo uma morte lenta sob o peso da dor “.
Em outra carta a mãe:
“Minha sogra para mim é como eu sempre imaginei isso, e ainda pior”.
Coitada.
“No dia 27 de outubro, o cortejo fúnebre em direção a inacabada Catedral de São Pedro e São Paulo, em São Petersburgo, contou com a presença do Czar, do Viúvo, da Czarina, da Princesa Natalia, dos membros da Corte e da comunidade estrangeira na cidade.
Como tudo que diz respeito a Família Imperial Russa é envolto em uma áurea de romantismo como a estória abaixo:
Em Paris, no ano de 1771, surgiram rumores de que Princesa Carlota Cristina de Brunswick-Wolfenbüttel havia se fingido de morta, escondendo-se de seu marido, que queria envenená-la. Com a ajuda da Condessa Konigsmark ela fugiu para a Suécia, alcançou a França, e com dinheiro fornecido por sua sobrinha, Maria Teresa da Áustria, foi para os Estados Unidos. Na Louisiana, casou com o capitão d'Obana e deu à luz uma filha. No final da vida retornou a Paris, onde morreu em idade avançada. Voltaire chamou esses rumores fábula”.
Voltemos ao Czarevich Alexei Petrovich.
Ele passeava a sua pança ao lado de sua amante antiga, Afrosinya, Ефросинья Фёдорова, uma ex-serva dada a ele pelo Príncipe Nikifor Vyazemsky em 1714 ou 1715.
E para variar se meteu em confusão.
Em 1716, Alexie e Afrosinya fugiram para Viena afim de conquistar o apoio do Sacro Imperador para sua causa, a deposição de seu pai do Trono Russo, e sua entronização. Se deu mal e foi encontrado no Castelo de Sant'Elmo, Cidade de Nápoles, Itália, pelos agentes de Pedro - 6 de maio de 1717- que o tentaram recambiaram de volta, mas o Imperador anfitrião não permitiu, queria usá-lo como joguete contra o Grande Império do leste.
Um dos agentes enviados, o Conde Pedro, ou Pyotr, Andreyevich Tolstoy, Пётр Андре́евич Толсто́й, estadista e diplomata, um colaborador próximo do Czar, um dos líderes do serviço secreto, Preobrazhenski, conselheiro de Pedro, de quem Leão Tolstoy descende, conseguiu convencer ao Czarevich fujão que o Imperador Sacro não era confiável e ele voltou para a Rússia.   
Alexie já tinha pedido asilo ao Rei da Suécia, e sua volta foi realizada antes dele obter alguma resposta dos suecos.
Até sua chegada o Czarevich estava convencido de que o pai o perdoaria, mas não foi bem assim.
Preso na Fortaleza de Pedro e Paulo, julgado por alta traição, inclusive com um depoimento de Afrosinya confirmando suas démarches para derrubar o pai do Trono com o Imperador Sacro, depois de ter reconhecido sua culpa, renunciado a seus direitos no filho, futuro Pedro III, foi chicotado até a morte em 26 de junho de 1718.
Segundo alguns historiadores ele não morreu chicoteado, mas sim durante a seção de tortura.
Segundo outros, ao ouvir a sua sentença de morte, “o príncipe ficou horrorizado e pediu a seu pai perdão e como não obteve, morreu como um cristão, em pleno arrependimento do delito”.
Foi sepultado na Catedral de Pedro e Paulo , na presença do pai.
Os partidários de Alexei, a Imperatriz Eudóxia, o Bispo de Kiev, o capitão Glebov (ex-amante de Eudóxia), cinquenta freiras, dezenas de Boiardos, foram todos executados, exceto Eudóxia, que foi transferido para um convento em Ladoga .
Enfim, Pedro, o Grande, deu exemplo com essa execução de que não estava brincando em relação a modernização da Rússia.
 Fim de Pedro, o Grande, 1




 Peter I interroga Alexei em Peterhof. Ghe 1871

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