Com Sophia derrotada, Pedro
vai para Moscou.
Nessa altura Ivan V, o “rei
mais velho”, já estava manifestando sinais de decrepitude, descrito pelos embaixadores
estrangeiros como senil, paralítico,
quase cego.
Porém, Pedro o honrou até o
fim de sua vida.
Em uma cerimônia na Catedral
de Assunção Ivan V transmiti a Pedro o “rei mais novo”, todo o Poder para
governar.
Ivan V se recolhe com sua fiel
e brava esposa, czarina Praskovya Fyodorovna, para uma vida de oração e jejum,
vindo a morrer em 29 de janeiro (08 de fevereiro) de 1696, data na qual Pedro
passa ser incontestavelmente o único Soberano, Czar e Grande Príncipe de toda a
Rússia.
Praskovia Fyodorovna, a
czarina- viúva de Ivan V, tinha boa convivência com seu cunhado Pedro e ela era
que estava presente nas recepções oficiais.
Pedro não constava da
burocracia do dia a dia e delegou a sua mãe, Natalia Kirillovna, a
administração governamental.
Ela nomeou seu irmão Lev
Kirillovich Naryshkin e o Príncipe Boris Alekseevich Golitsyn, amigo e
professor de Pedro, como os principais executivos
Pedro continuava a morar em
Pereyaslavl e não foi consultado em alguns casos de extrema importância
(inclusiva não renovação do Estado de Guerra com o Império Otomano), o que
revoltou ao jovem Czar, mas apesar disso quando da morte da mãe ele continuou
com os dois auxiliares.
Assim que pode Pedro continuou
a Guerra com o Império Otomano, e resolveu atacar a Fortaleza turca de Azov,
localizado na confluência do rio Don ao Mar de Azov.
A primeira campanha, 1695, foi
um fracasso, “devido à falta de frota marítima e a relutância do exército russo
para operar longe de suas bases de abastecimento”.
Pedro deu ordens para a
construção de barcos de guerra no Estaleiro/ Almirantado de Voronezh, e de onde
saiu o primeiro vaso de guerra da Marinha Russa, Гото Предестинация, que ficou
conhecido como em inglês como God's Predestination, e em português a
Providencia de Deus.
Segundo consta do Estaleiro/
Almirantado de Voronezh entre “1696 - 1711 anos foram construídos em torno de
215 navios”.
Mais, Pedro teve problemas com
antigos mestres construtores estrangeiros e os mandou embora, esse
“aborrecimento” deu mais força as ideias do Czar de que tinham que ir ao
estrangeiro buscar mão de obra qualificada para tal iniciativa, ou seja, a
construção de uma forte Marinha de Guerra Russa.
O posto e generalíssimo era
desconhecido na Rússia, mas para a Guerra contra os otomanos o Czar Pedro
nomeou um, que foi Алексей Семёнович Шеин, ou Alexey Shein, um boiardo, antigo
voivode em Tobolsk e em Kursk, que tinha como comando as forças terrestres.
Em pouco tempo construiu uma
frota de navios e em maio de 1696, o exército russo, com 40.000 homens, sob o
comando do Generalíssimo Aleksei Shein sitia a Fortaleza de Azov.
A bordo do “A Providencia de Deus,” com 58 canhões, três mastros, estava o czar Pedro vestindo um uniforme de
Capitão.
No dia 19 de julho de 1696,
sem esperar a tempestade que se aproximava, e que seria uma situação péssima
para os russos, a Fortaleza turca de Azov se rendeu.
O resultado das campanhas de
Azov foi além da captura da Fortaleza, a fundação da cidade e construção do
porto de Taganrog, em Taganrog - uma cidade na região de Rostov, importante
porto na costa do Mar de Azov- que possibilitaria um ataque na península da
Criméia a partir do mar, e o aumento da proteção das fronteiras meridionais da
Rússia.
E repito:
Pedro compreendeu o que já
sabia, ou seja, que a Rússia necessitava muito do know, da expertise, do
conhecimento, da mão de obra, dos estrangeiros, e resolveu enviar nobres para
estudar na Europa Ocidental, tomando a decisão dele, também viajar.
Para garantir sua viajem
tranquila para Europa, e para tratar de assuntos pendentes no norte da Rússia
com a Suécia, Pedro despachou para Istambul uma embaixada “para negociar a paz”
a bordo do navio de guerra «Кре́пость»,
Fortaleza, com 46 canhões,
três mastros, 110 pessoas a
bordo.
O Fortaleza chegou a capital
do Império Otomano em 7 de setembro de 1699.
Vendo tal vaso de guerra, o
Sultão de Constantinopla ficou convencido de que era melhor assinar a paz com
Soberano, Czar e Grande Príncipe de toda a Rússia.
11 meses depois da chegada do
Fortaleza, em 3 de julho (14) de 1700, foi assinado o Tratado de Constantinopla
de 1700, que por seus termos garantia uma paz por 30 nos.
Pelo tratado Pedro podia abrir
a embaixada russa junto ao Sultão.
Pelo tratado prisioneiros
russos seriam libertados.
Pelo tratado o Sultão ficaria
neutro em caso de guerra de Pedro contra a Suécia e seus aliados.
Pelo tratado a fortaleza de
Azov, com o território adjacente, Taganrog, Pavlovsk, Mius, passariam a
soberania russa.
Pelo tratado o Sultão voltava
a ter soberania sobre parte da área do Dnieper ocupada por tropas russas com
pequenas fortalezas turcas, que estavam sujeitas à destruição imediata.
Pelo tratado o Czar e o Sultão
se comprometiam a não construir novas fortificações na zona fronteiriça, para
não permitir invasões armadas.
A paz de 30 anos não durou nem 10 anos, pois o
Sultão declarou a guerra à Rússia em novembro de
1710.
A causa foi a hegemonia sobre
o Mar Báltico e busca do aumento da influência geopolítica na região.
Os beligerantes foram:
De um lado:
Império sueco, Ducado de
Schleswig-Holstein-Gottorp Holstein, Comunidade Polaco-Lituana, República
Autónoma da Crimeia, Canato da Crimeia, Moldávia, Valáquia, Hetmanato cossaco
(Os Cossacos de Zaporizhia, adentram no território ucraniano e após a
assinatura de um tratado com Comunidade Polaco-Lituana foram reconhecidos como
Estado), República Holandesa República Holandesa, Reino da Grã-Bretanha, e por
fim Império otomano.
Do outro lado:
A Rússia czarista, a união
dinamarquesa-norueguesa, os eleitores da Saxônia, ducado da Curlândia e
Semigália, principado da Moldávia, o reino da Prússia, o eleitores de Hanover,
o senhor de Montenegro, o canato de Kalhank, o exército de Zaporozhye.
Resultado:
A vitória da coalizão
anti-sueca:
De um lado o Império Sueco que
com a derrota findou, acabou.
Do mesmo lado a Comunidade
Polaco-Lituana que com a derrota fincou enfraquecida em veio acabar em 1768 sendo
um Protetorado do Império Russo.
Significado de Protetorado:
Situação de um Estado estrangeiro que é colocado sob autoridade de outro
Estado, principalmente no que concerne às relações exteriores e à segurança. Os
protetorados possuem geralmente alguma autonomia, mas a nação
"protetora" tem a palavra final nos assuntos importantes. As
potências protetoras conduzem todas as relações externas do protetorado, além
de manipularem sua defesa e suas finanças.
Do outro e o mais importante:
A Rússia retorna ao Mar
Báltico e é declarada um Império.
Foram assinados os seguintes
Tratados:
Tratado de Nystad assinado em
10 de setembro de 1721: Rússia ganha os domínios da Estônia, Livônia e Íngria,
além de partes de Kexholm e Viborg;
Tratados de Estocolmo são dois
tratados assinados em 1719 e 1720: Prússia ganha parte da Pomerânia sueca.
Hanôver ganha os Ducados de Bremen e Verden;
Tratado de Frederiksborg de 14
de julho de 1720: Holstein-Gottorp perde sua parte do Ducado de Schleswig para
a Dinamarca
O trágico destino do
Fortaleza:
Nada mais triste do que a
visão de um navio abandonado, de um barco abandonado, de um escaler abandonado,
chega a ser melancólica.
O "Fortaleza" , um dos " navios bárbaros ",
foi o primeiro navio russo que fez o cruzamento do Mar Negro a Istambul .
O lema do navio era Они избили
меня, но они также помогают мне, T.L.: "Eles me bateram, mas eles também
me ajudam"
De três mastros da 3ª posição . O comprimento do
navio era de 37,8 metros, largura - 7,3 metros e o rascunho de 4 metros. O
armamento do navio em vários momentos era de 46 a 52 armas, e a tripulação
consistia em 110 pessoas.
O navio foi construído no estaleiro Panshinsky em 1699 e, após
o seu lançamento, entrou na frota Azov da Rússia.
Transportou o embaixador russo Yemelyan
Ignatievich Ukraintsev , um diplomata, de Azov para Istambul .
Em junho de 1700, o navio voltou para Azov trazendo 170 soldados russos
capturados pelos turcos durante as campanha de Azov.
Em 1704, o "Fortaleza" foi colocado em dique para
reparos.
Em maio de 1709, o navio, por decreto de Pedro I, foi
puxado em terra e preservado "para a glória da Marinha Russa" .
Em abril de 1710, ele estava
podre e em 1711, depois o foi abandonado
em Azov quando a cidade foi entregue aos turcos .
Que tristeza.
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