Importante centro administrativo e religioso
e
os Arvernos deram seu nome a Região Auvergne.
Les Arvernes, em latim
Arverni, em português Arvernos, é uma das 54 tribos na Gália do século VII a.C.
ao século I d. C..
No século II a. C. já se
sabia bem quem eram os Arvernos, pois “dominaram os povos do centro e sul da
Gália e de acordo com Estrabão ( historiador, geógrafo e filósofo grego e autor da monumental Geografia, um tratado de
17 livros contendo a história e descrições de povos e locais de todo o mundo
que lhe era conhecido à época), a sua hegemonia se estendia do Languedoc ao
território de Marselha, ou seja, a região Provence-Alpes-Côte d'Azur, para o Oceano
Atlântico ao Rio Reno, refletida na cunhagem de moedas, como demostrou, tão
bem, Jean-Baptiste Colbert de Beaulieu, numismata estudioso e especialista no
estudo das moedas celtas, cujas datas são: Paris 1905, Joinville-le-Pont, departamento
de Val-de-Marne na região Ile-de-France, 1995.
Essas moedas eram
distribuídas pelos poderosos Reis Arvernos ao povo em santuários, um vasto
espaço quadrilátero de cerca de cinquenta metros quadrados, cercado por uma varanda
coberta e uma cerca alta, em cerimônias cuidadosamente organizadas, para dar
magnificência ao Poder do Rei, que o conseguiu “na guerra e a redistribuição da
riqueza para a comunidade”.
Assim, os Arvernos, um povo
numeroso, graças ao ouro, prata, bronze, argila para cerâmica de origem
vulcânica, consequentemente a ourivesaria, a metalurgia, a cerâmica de Lezoux (Lutosus
para os romanos), em seu território eram riquíssimos.
Pelo exposto se deduz a sua
grande influência política e comercial, por isso, eles se tornaram “aliados ou
dominadores”, como queiram, de outras tribos vizinhas, tendo elas ou como
clientes ou tributários, já que por causa de sua cavalaria, cavalos para lá de
velozes, davam proteção a esses povos mais fracos frente a qualquer inimigo, principalmente
os romanos.
Júlio Cesar em De Bello Gallico fala com
admiração dessa cavalaria.
Os Arvernos legaram o seu
nome para a região de Auvergne.
Os Arvernos fundaram
sucessivamente várias capitais, vilas ou simples aldeias, todas na planície de La
Limagne (em occitan Limanha), ao redor do vale do Allier, leste de
Clermont-Ferrand, pois ao derredor delas suas terras eram férteis, terras de
origem vulcânica, o que proporciona, também, uma grande riqueza agrícola.
Um oppidum, do Latin oppidum, era uma cidade muralha – natural ou
não - centro de desenvolvimento econômico /político e religioso, nas vésperas
das Guerras da Gália.
L’oppidum de Corent foi
fundada pelos Arvernos a meio caminho entre as cidades de Corent e Veyre-Monton
, no departamento de Puy-de-Dôme, e é considerado hoje como sua capital pré conquista romana e poderia, como tal, ser
Nemossos mencionado por Estrabão em sua “Geografia”.
Nemossos ou Némossus,
capital e santuário dos Arvernos antes do reinado de Augustus, e Nemos queria
dizer “céu”, portanto, Nemossos queria dizer “a cidade celestial”.
Mais a capital dos Arvernos
foi rebatizada de Augustonemetum, "o santuário de Augustus”, localizado na
colina que foi construída a atual catedral de Clermont-Ferrand.
Perto está Le plateau de
Gergovie (antigo « plaine de Merdogne ») ao sul de e Clermont-Ferrand, no le
Puy-de-Dôme, local de nascimento de Vercingétorix, Príncipe dos Arvernos, líder
da grande revolta gaulesa contra os romanos em 53 a.C. - 52 a.C., e o local da
Batalha de Gergovia , na qual esse Grande Líder gaulês se opôs as Legiões
romanas de Júlio César em 52 a.C., onde o futuro Divino perdeu o confronto, mas
que lhe deu forças e experiência para vencer algumas semanas mais tarde em
Alésia.
Júlio Cesar venceu a
Vercingétorix na Batalha de Alésia ou cerco do oppidum de Alésia, que ocorreu
em setembro de 52 a.C., um oppidum que era santuário da Tribo dos Mandubii oi Les
Mandubiens, aliados dos Arvernos, tendo como comandante da cavalaria o
famigerado Marco Antônio.
Sobre eles não necessito
falar, mas preciso sobre o Líder derrotado, Vercingétorix, e para isso uso do
historiador romano Plutarco que nos forneceu o melhor relato, em sua
"História dos Gauleses":
Vercingétorix não esperou que os centuriões romanos o
arrastassem de pés e punhos atados até os joelhos de César.
Montando um cavalo ajaezado como para um dia de
batalha, vestindo ele próprio sua mais rica armadura, saiu da cidade e
atravessou a galope a distância entre os dois acampamentos, até o lugar onde
estava o pro-cônsul.
Fosse, pois que a rapidez da corrida o levasse muito
longe, fosse porque estivesse cumprindo apenas um cerimonial antiquado, ele
girou em círculo em volta do tribunal, saltou do cavalo e tomando a espada, o
dardo e o capacete, lançou-os aos pés do romano, sem pronunciar uma palavra.
Esse gesto de Vercingétorix, seu brusco aparecimento,
seu porte elevado, seu rosto orgulhoso e marcial causou entre os espectadores
uma comoção involuntária.
César ficou surpreso e quase assustado.
Guardou o silêncio por alguns instantes.
Mais em seguida, explodindo em acusações e invectivas,
censurou o gaulês por "sua antiga amizade, por seus benefícios que ele
havia retribuído tão mal".
Depois, fez um sinal a seus lictores para que o atassem
e o arrastassem pelo acampamento. Vercingétorix sofreu em silêncio.
Os lugares-tenentes, os tribunos, os centuriões que
cercavam o pro-cônsul, mesmo os soldados, pareciam vivamente comovidos.
O espetáculo de um tão grande e nobre infortúnio falava
a todas as almas.
Somente César permaneceu frio e cruel.
Vercingétorix foi conduzido a Roma e lançado num
cárcere infecto, onde esperou durante seis anos que o vencedor viesse exibi-lo,
o orgulho de seu triunfo, no Campidoglio.
A partir desse dia o patriota gaulês só haveria de
encontrar, sob o machado do carrasco, o fim de sua humilhação e de seus
sofrimentos.
Após
sua rendição, Vercingétorix foi levado prisioneiro a Roma e jogado em uma cela.
Sobreviveu até o Triunfo de César, no qual participou amarado como um escravo
fujão.
Em 46 a.C.,
morreu estrangulado no Carcere Mamertino, prisão localizada no Fórum Romano na
Roma antiga, no o lado nordeste do Monte Campidoglio ou Capitolino, de frente
para a Cúria Hostília e os fóruns de Nerva, Vespasiano e de Augusto. A igreja
de San Giuseppe dei Falegnami hoje está acima do Carcere Mamertino.
Depois
que li sobre o drama de Vercingétorix passei a considera Gaius Iulius Caesar ou
IMP•C•IVLIVS•CÆSAR•DIVVS, perpetuus dictatore,pater patria, pontifex maximus, Giulio
divo, tão decantado em prosa e verso, um grande pulha, um grande de um safardana.
O
Grande Líder Vercingétorix foi substituído a frente dos destinos dos Arvernos
por Epasnactos, um amigo de César, que depois do Cerco de Uxellodunum, “o
último grande confronto militar das Guerras da Gália e marcou a pacificação da
Gália sob o domínio romano”, entregou a Lucterios ou Lucterius, Príncipe dos Cadurques
, ou Cadurci, ou Cadurcos, povo que habitava na região de Cahors e Quercy,
depois que esse pediu asilo político junto a ele, o que faz desse ‘chefe dos
Arvernos’, um pulha igual a César, pois o direito de asilo e os diretos do
asilado eram consagrado desde os primórdios da Humanidade.
Uxellodunum
era um oppidum gálico localizado acima do rio Dordogne, perto da moderna aldeia
francesa de Vayrac, no atual Quercy, em occitan Carcin, no departamento de Lot,
sudoeste da França, Região de Midi-Pyrénées.
Os
domínios dos Arvernos foram integrados a Província Romana da Aquitânia, com a
já citada Nemossos ou Némossus, renomeada de o Augustonemetum , cidade que é agora Clermont-Ferrand.
Durante
o século I de nossa era, essa paragem, foi centro de culto a Mercúrio, na
mitologia grega Hermes, mensageiro e deus da venda, lucro e comércio, filho de
Júpiter (Zeus) e de Bona Dea, a boa deusa entronizada com uma cornucópia no
braço, tanto que o templo a ele dedicado foi descoberto por arqueólogos na
parte superior do Puy de Dome, um vulcão adormecido.
Plínio,
o Velho, Gaius Plinius Secundus, escritor e naturalista romano do século I,
autor de uma monumental enciclopédia intitulada História Natural, afirmou ser
colossal a estátua de Mercúrio, como, também, afirmou que ela era uma obra
executado por Zenodorus, um escultor grego que já havia feito outras estatuas
do mesmo deus espalhadas pela Gália, “ao preço de 400.000 sestércios pelo
trabalho”.
Resumindo:
Os
Arvernos, um povo que organizou uma confederação antiromana com os Gabales, os Vellaves
o Cadurcos, que estabeleceram “uma grande aliança com todas as tribos celtas em
torno dele, ficando com os filhos ou filhas de seus reis/chefes como "reféns”,
para assim garantir a sua lealdade, o seu compromisso com a aliança”, cuja área
de influência incluía o Languedoc e Aquitânia, era, sem dúvida nenhuma, a tribo
mais poderosa e rica da Gália, e porque:
1-
Seu território era
montanhoso, o que lhes proporcionava várias fortalezas naturais, fora do
alcance de qualquer invasor, como foi descrito por Júlio Cesar;
2-
Moedas forte que lhe garantia manter e mandar
no comércio com tribos vizinhas, numa espécie de hegemonia como ainda tem hoje o
dólar americano;
3-
Numerosas minas de ouro, prata e metais
preciosos, explorada desde 400 a.C., que lhes garantia a independência e recursos
para terem a força de dominação;
4-
Vastos pastos onde eram criados grandes
rebanhos, uma outra fonte de riqueza e independência, numa época eminentemente agrícola;
5-
Domínio da
metalurgia- da arte da armadura, espadas e lanças- da ourivesaria;
6-
Domínio no “industrialização”
da cerâmica (oficinas Lezoux etc.).
No Medievo, isso é, no século VII, Auvergne é
disputada pelos Francos e Aquitânios, mas foi conquistada pelos carolíngios, e
integrada no reino da Aquitânia, com 5 divisões, que são Clermont, Turluron ,
Brioude , Tallende , Carlat ( comitatus Cartladensis).
Conversa
vai, conversa vem, o tempo passa, o tempo voa, e Francisco I, Rei de França, da
Casa Capetiana de Valois do ramo Orléans-Angoulême, dita Valois Angoulême, se
apropria de todas as terras que foram outrora dos Arvernos em 1527.
Repetindo:
Os Arvernos deram seu nome a Região Auvergne.
A Região Auvergne, no
medievo Auvernha ou Auvernhe, é hoje uma das 22 regiões francesas na França
europeia.
Localizada no centro da França, é composto dos
quatro departamentos de L’Allier, Le Cantal, La Haute-Loire e Puy-de-Dôme .
a- Département de L’ Allier: organizado politicamente em 4
de março de 1790 pela Lei de 22 de Dezembro de 1789, do governo revolucionário
de 1789, sua prefeitura está instalada na cidade de Moulins, as vezes denominada
Moulins-sur-Allier, foi a capital histórica do Bourbonnais, leia-se Ducado de Bourbon.
Em occitan, Alèir e em latim Elaver. Em 1940, o governo colaboracionista, pró
nazista, do Marechal Petain se instalou na cidade de Vichy, que fica nesse
departamento;
b- Département de Le Cantal: organizado politicamente em 4
de março de 1790 pela Lei de 22 de Dezembro de 1789, do governo revolucionário
de 1789, cujo nome vem do vulcão Cantal, que ocupa o centro do seu território,
sua prefeitura está instalada na cidade de Aurillac (Orlhac em occitan), localidade da Abadia de Aurillac ou L'abbaye
Saint-Géraud d'Aurillac, fundada por volta de 885 pelo rico Conde Gerald de
Aurillac, Guiral no antigo dialeto Em occitan, São Gerald ou Saint Geraud, não foi canonizado por Roma,
mas “ declarado santo pelo voto popular, e sua abadia foi um importante centro
intelectual na Idade Média , por exemplo, tendo formado Gerbert de Aurillac ,
enquanto a cidade é uma das primeiras sauvetés, em Occitan , sauvetat ou
salvetat, uma zona extraterritorial protegida pela Igreja Católica, em torno de
um mosteiro, abadia, igreja, lugar de refúgio para os perseguidos em nome da
Paz de Deus.
Nessa
Abadia estudou Gerbert d'Aurillac ou Gerbertus, monge beneditino, o primeiro
Papa francês sob o nome Silvestre II, que pontificou de 2 de abril 999 a 12 de
maio de 1003, partidário de Hugo Capeto, que foi o introdutor “sistema numérico
decimal usando os algarismos arábicos, após seus estudos na Universidade de
al-Karaouine em Marrocos”, e está sepultado em São João de Latrão.
c-
Département de La
Haute-Loire: Léger-Naut em occitan, organizado politicamente em 4 de março de
1790 pela Lei de 22 de Dezembro de 1789, do governo revolucionário de 1789,” dois
terços do departamento, fez parte da antiga província do Languedoc , mas a
distância geográfica com Toulouse lhe permitiu desfrutar de grande autonomia”,
sua prefeitura está instalada na cidade de Le Puy-en-Velay ,ex-Le Puy, pelos
romanos de Anicium, lugar de pregação de Evode (Evodius) ou Saint Vosy entre 365
e 385 d.C., centro de fé religiosa por seus milagres, tanto que Carlos Magno veio em peregrinação duas vezes, em 772 e 800, a seguir Carlos, o Calvo, em 877, Eudes da
França em 892, Robert I da França em 1029, Filipe Augusto em 1183, Felipe, o Corajoso,
em 1282, Filipe, o Belo , em 1285, Carlos VI da França em 1394, Carlos VII de França em 1420, a mãe de Joana d'Arc em
1429, Luís XI em 1436 e 1475, para cultuarem a Maria, mãe de Jesus Cristo,
local de nascimento de Adhemar de Le Puy, Bispo de Le Puy de 1077 a 1098 , e o
Legado Papal da Primeira Cruzada, o que fez da Dioecesis Aniciensis um local
importantíssimo para o cristianismo na França de antanho ( hoje La Belle France
é islamita);
d- Département de Le Puy-de-Dôme: organizado politicamente
em 4 ou 5 de março de 1790 pela Lei de 22 de Dezembro de 1789, do governo
revolucionário de 1789”, sua prefeitura está instalada na cidade de
Clermont-Ferrand ou simplesmente Clermont.
“O território regional
corresponde, grosso modo, as antigas províncias de Auvergne, o Bourbonnais e
Velay “, e o que devemos saber delas:
I-
Bourbonnais, ou o
senhorio de Bourbon, ou Ducado de Bourbon, era uma localidade que servia de
entroncamento para várias estradas romanas com destinos variados, como ligação
Bourges em Autun, Lyon e Clermont-Ferrand, e por ser movimentada tinha até um
templo dedicado a Apolo, sobre o qual está erguida a Igreja de São Jorge em Bourbon
l'Archambault, o ‘Coração Histórico’ dessa parte da Belle France.
Bourbon
l'Archambault Coeur Histoire de la Belle France. Bourbon l'Archambault era a antiga capital do
senhorio, antes de Moulins, cujo nome deriva dos seus “nobles seigneurs”, que
por lá viveram desde o medievo numa fortaleza que com o tempo se tornou uma
construção de defesa excepcional, chegando, até, a ser usada no século XV, mas
dela só restam três torres. No século XVII, foram redescobertas as nascentes de
água quente, que ainda são utilizadas em modernos SPAS de nossos dias. Durante
a Revolução Francesa, a cidade tomou o nome de Burges-les-Bains, lembrando o
pequeno rio que atravessa a cidade.
As
ruinas do château des ducs de Bourbon podem ser vistas ainda hoje. Françoise
Athenais Rochechouart Mortemart, ou Athenais de Montespan, Marquise de
Montespan , Madame de Montespan, Maîtresse-en-titre
de Luís XIV, com quem teve sete filhos, faleceu no dia 27 de maio 1707 em
Bourbon l'Archambault, bem como o Príncipe Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord veio
buscar cura nas fontes termais da localidade.
Essa
é a lista das Dinastias de Bourbon:
1- Primeira Casa de Bourbon:
Senhores de Bourbon
l'Archambault: Aymar ou Adhemar, Chevalier, Senhor do Souvigny, nasceu em 894 e
faleceu em 953, com 59 anos, senhor de Bourbon de 913 a 953, aquém Carlos III,
dito " Simples”, da Dinastia Carolíngias, o recompensou por “sua lealdade
terras em Berry, em Auvergne, nas margens do Allier”, foi sucedido por seu
filho Aymon
2- Segunda Casa de Bourbon, denominada de Maison de Bourbon-Dampierre:
Archambaud VIII de Bourbon,
dito le Grand, filho de Matilde I e Guy de Dampierre, nascido por volta de 1197
e falecido em 1242, recebeu Auvergne em custódia do Rei Filipe Augusto, então domínio
real, que tinha sido confiscada a Conde Guy II de Auvergne em 1213, incluindo o
Castelo de e Tournoël, hoje ruinas, “que tinha uma maravilhosa vista para a
planície de Limagne”, e que além de senhor de Bourbon de 1218 a 1242, também,
foi Condestável de França.
3- Terceira Casa de Bourbon denominada de Maison de
Bourbon, ramo da Dinastia Real dos Capetos:
É o início do grande poder
e riquezas da Casa de Bourbon.
Roberto de Clermont ou
Robert de France, Príncipe Francês, sexto e último filho de São Luís, Rei da
França, ou Saint Louis, e Marguerite de Provence, casando com Beatrice de
Borgonha, também chamada Beatrice de Bourbon, filha de João
de Borgonha , Conde de
Charolês, e Agnes , Senhora de Bourbon, fundaram a "Maison capétienne de Bourbon",
ramo da Dinastia dos Capetos, e seu descendente Henrique IV elevou esse ramo a realeza,
pois subiu ao Trono de França e de Navarra.
Roberto e Beatrice foram sucedidos
por Luís I, o Grande, nascido em 1279 e morto em 1342, Príncipe de Sangue,
Conde de Clermont e de la Marche, senhor de Bourbon de 1317 a 1342.
Em 27 de dezembro 1327, o
Bourbonnais foi erguido ou elevado a Ducado, e Luís passa a ser o Duque de
Bourbon e o grand chambrier de France por e de Filipe, o Belo, Rei de França.
Recapitulando:
O
Bourbonnais é o berço da Casa de Bourbon, da La Maison Capétienne de Bourbon,
portanto, um ramo da Dinastia dos Capetos.
II-
Velay em occitano
Velai, un pays traditionnel de France ou um Centro Histórico de França, “É uma
região moderadamente elevada, com o ponto mais alto do Monte Mesenc, em 1754 m”.
Os primeiros habitantes eram oriundos da Ligúria, Itália. Os habitantes de
Velay são chamados de "Vellaves", mas também "Velauniens"
(Velauniennes) ou "Velaisiens" (Velaisiennes), ou como eram
denominados na época de Cesar “Arverno-vellaunes”, pois faziam parte da "Confederação Arverne". Sua capital era Vellavum.
Clotário II reconstrói o
reino franco de Clovis e dá a seu filho mais novo, Charibert II ou Cariberto II,
depois do casamento desse com uma tal Fulberte, segundos alguns genealogistas,
muitos domínios entre eles a Aquitânia (Aquitânia que servia como escudo aos
Francos contra os Visigodos da Septimania), o Auvergne e Velay, tendo Toulouse
como sua capital. Os domínios de Charibert vivam sobre ataque principalmente
dos bascos, “vascon - gens vasconum “, e dos sempre impossíveis e sarracenos. Em
8 de abril de 632, Caribert morreu depois de um curto reinado de três anos e seu
corpo foi sepultado na Basílica de Saint-Romain, em Blaye.
Sob a Dinastia Merovíngia
os do Velay não reconhecem Dagoberto I e seus sucessores como Rei, mas sim aos Duques
da Aquitânia e da Vasconie (duché de Gascogne), que são:
Eudes, nascido por volta de
660 e morreu em 735, seu filho Hunald ou Hunold, a quem Charles Martel teve de
resignar-se a deixar Aquitânia, o filho desse Waifre, assassinado por ordem de
Pepino, o Breve, em 2 de junho de 768.
Velay é um dos conselhos
criados por Carlos Magno, quando elevou seu filho, Luís, o Piedoso, como Rei da
Aquitânia. Para controlar o Velay, “sob os reis carolíngios, duques, condes,
viscondes e reitores são inicialmente nomeados funcionários reais como nas demais
localidades do vastíssimo Império Carolíngio”.
Carlos Magno nomeou a Buhl,
Bulus ou Bullio em 771 Conde de Velay.
Em 792, com a morte de
Bulus, Rorice, filho do Conde Rorice de Maine, é nomeado Conde de Velay e ele
acumula as funções de Bispo de Puy.
O novo Conde de Velay era um amigo de Luís, o
Piedoso, e chefiou os seus exércitos no cerco da Moura Barcelona Moura, de nome
Guillaume de Gellone ou Guilherme, o Grande, da Família Guilhelmides ou
Wilhelmides, de uma linhagem de nobreza franca, originalmente estabelecida na
região de Autun, mas que migraram para a Septimanie.
Guillaume foi Conde de Toulouse, Marquês de
Septimanie, Conde de la marche d'Espagne (Margrave de Espanha).
Guillaume renunciou as
pompas do mundo e fundou a Abadia de Gellone, hoje abadia de
Saint-Guilhem-le-Desert, com a “Regra de São Bento”, portanto, um mosteiro
beneditino, no vale do Gellone, que era naquela época parte da diocese de
Lodève.
Guillaume praticava o
exorcismo e segundo alguns fez milagres, o que lhe valeu ser canonizado em 1066
sob o nome de St. Guilhem, em occitan, e por aquelas plagas é comemorado em 28
de maio.
Substituído por Bérenger,
que foi Duque de Septimania, Conde de Toulouse, e Conde de Velay e de Brivadois,
que reconstruiu fortalezas destruídas pelos sarracenos e fundou os Capitulos
Religiosos em Brioude e Victoriac.
Depois
da morte de Berenger entre 835 e 837, o Condado foi disputadíssimo, até que
Guillaume,
Le Jeune ou o Jovem, filho de Robert III, que havia morrido na Terra Santa, disputou
os condados com seu tio William ou Guilherme, o Velho, que reteve e passou a
usar o Título de Conde de du Puy ou du Velay.
Henrique
Plantageneta, Rei da Inglaterra, Conde de Anjou, Conde de Maine, Duque da
Normandia, Conde de Nates e Lorde da Irlanda, era Duque consorte da Aquitânia, por
seu casamento com Leonor da Aquitânia, Duquesa de Aquitânia e da Gasconha, Condessa
de Poitiers, por seu próprio direito, se meteu na querela e vindo a Auvergne, colocou
Guillaume Le Jeune sob sua proteção para recuperar os domínios de seu falecido
pai.
Ato
continuo, William ou Guilherme, o Velho, pediu e conseguiu proteção de Luís VII,
Rei dos Francos de 1 de agosto de 1137 a 18 de setembro de 1180, que tinha,
sido, também Duque Consorte da Aquitânia de 8 de agosto de 1137 a 21 de março
de 1152, por seu casamento com a mesma Leonor, casamento esse que foi anulado graças
a uma manobra que provou que os dois eram parentes, em 21 de março de 1152.
Um
enfurecido Luís VII, ele odiava o casal real inglês, invade o domínio, confisca
o Condado de Velay, e o entrega ao Bispo de Puy.
Aí,
mes amis, o Velay passa a ser Condado- Episcopal, um ‘domaine royal’, no contexto
dos Domínios Reais, e o Bispo começa a usar o Título de Conde- Bispo de Velay, sendo
Puy a nova capital do Velay.
“Comme l'Auvergne, le Velay
est un pays d'État” e o que quer dizer isso?
Durante o Antigo Regime,
Ancien Regime, “un pays d’État” era uma localidade que tinha sua própria Assembleia
composta dos três Estados, das Três Classes Sociais, ou seja, Clero, Nobreza e
comuns, para resolveram os seus problemas, e no caso, um local onde se digladiaram
sempre o Bispo e a Nobreza.
Apesar desse fato, o Velay,
após sua integração a Coroa de França, aos domínios reais, un domaine royal, é
anexada a província do Languedoc, sob a jurisdição do sénéchal de Beaucaire - à
la sénéchaussée de Beaucaire com sede em Nîmes – o que não evitou a violência
extrema em tempos das Guerras da Religião.
Os homens da Convenção ou Convention
nationale de la Première République, que durou de 20 de setembro 1792 até 26 de outubro 1795,
portanto um dos movimentos da Revolução Francesa de 1789, foram cruéis com a
população extremamente católica do Velay, que jamais virou, se posso usar o
termo, republicana.
“L'actuel département de
Haute-Loire correspond à un assemblage entre le Velay historique, lui-même
rattaché à la province du Languedoc, des terres de la province d'Auvergne, dans
l'arrondissement actuel de Brioude, à l'exception du canton de Saugues, lui
aussi Languedocien (Gévaudan), une frange de l'ancien Vivarais (actuel canton
de Pradelles), et quelques portions de territoires de la province du Lyonnais,
via le Forez, dans le nord est du Département”.
E assim se conta essa História.
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