Carlos Magno
CARLOS
ADMINISTRADOR:
O
Rei abolira o cargo de Mordomo do Paço.
Comes
queria dizer companheiro do Rei palavra essa que deu origem a palavra Condes
como veremos mais adiante.
Os
Condes eram responsáveis por um Condado.
Ao
Conde era dado o direito de nomear seu substituto os Viscondes.
Outras
peças importantes na administração eram os Bispos que recebiam do Imperador e
Rei suas Dioceses nas terras pertencentes ao Império e as administravam da
mesma maneira que os Condes.
Nas
fronteiras Carlos criou as Marcas que eram chefiadas por um Conde, que foi
elevado a condição de Margrave e dessa palavra é que saiu o Marquês, título tão
ao gosto dos futuros Reis de França.
Os
Duques, nobres que tinham obrigações de rotina, mas nas Guerras chefiavam
vários Condes e seus batalhões.
Para
controle desses o Imperador e Rei tinha um corpo de funcionários especiais que
viajam por todo o Império, os missi dominici.
A
aparição da comitiva ao longe desses enviados do Imperador e Rei conta a lenda
que causava uma verdadeira revolução.
Carlos
legislou através de Capitulares, ou seja, decretos que não precisavam de
aprovação de nenhuma Assembleia, principalmente do Reichstag.
Eram
chamados de Capitulares porque eram organizados como capítulos de um “Compendio
de Ordenanças Regias”.
De
todos os seus súditos, civis, militares ou eclesiásticos, o Imperador e Rei exigia
juramento de fidelidade denominado’ Sacramentum fidelis’.
A
desobediência era punida com a morte.
Como
podemos perceber esse juramento transcende o Poder Temporal, pois a Igreja
sustentava que desobedecer ao Imperador e Rei e aos Reais era sacrilégio.
Carlos
distribuiu terras entre os seus amigos que assim se tornaram seus vassalos.
E
o que é um vassalo?
Vassalo
é um indivíduo ligado a um Senhor, o Suserano, por um juramento de Fé e de
homenagem.
Que
pagava um tributo a esse mesmo Senhor e que em caso de guerra fornecia homens
armados para o combate.
O
primeiro vassalo recebia as terras de seu senhor e essas posses poderiam ser
vitalícias ou não.
Na
segunda metade do século IX essas terras passaram a ser hereditárias.
Assim
o que era um problema para alguns Condes que subdividiam suas terras com seus
melhores guerreiros para baratear o custo de suas tropas melhorou bastante.
A
lealdade deles não era sagrada como deles para Carlos.
Esse
novo sistema ou ciclo histórico, é conhecido como Feudalismo e as terras desses
Senhores passaram a ser conhecidas como Feudos.
Um
Imperador podia ser Suserano, assim como um Rei, assim como um Príncipe, assim
como um Príncipe – Soberano, assim como um Grão-Duque, Assim como um Duque
Soberano, assim como um Duque, assim como um Marques, assim como um Conde,
assim como um Visconde, assim como um Barão, assim como um Cavaleiro, mas
vavassalado jamais.
Um
vavassalado pode ser um vassalo, um Cavaleiro pode ser um vassalo, um Barão
pode ser um vassalo, um Visconde pode ser um vassalo, um Conde pode ser um
vassalo, um Marques pode ser um vassalo, um Duque pode ser um vassalo, um Duque
Soberano pode ser um vassalo, um Grão-Duque pode ser um vassalo, um
Príncipe-Soberano pode ser um vassalo, um Príncipe pode ser um vassalo, um Rei
pode ser um vassalo, mas um Imperador jamais seria ou é um vassalo.
O
Sumo Pontífice, o Papa, o Bispo de Roma, vassalo jamais.
Suserano sim de todos os Bispos espalhados
pelo mundo.
Carlos,
agora cognominado Magno, que para quem não sabe é sinônimo de Grande, era
analfabeto até a idade adulta, aprendeu sua língua, latim e grego já grandinho
Queria
legar ao mundo um Império letrado, para isso tomou uma série de iniciativas que
se convencionou chamar de “Renascimento Carolíngio”.
Renascimento
de que?
Aumentou
as atividades artísticas e intelectuais.
Deste
movimento surgiu o estilo arquitetônico chamado “românico”.
Os
membros do Clero, mesmo com baixo nível de escolaridade, os semianalfabetos tão
comuns no Brasil, foram mobilizados para alfabetizar seus paroquianos.
Os
membros do Clero para receber promoções tinham que prestar exames.
Convocou
um lombardo de nome Paulo Diácono e o inglês Alcuíno para elaborar um plano
escolar.
Contratou
Eginardo, nascido em Maingau, Vale do Meno , no ano de 770 e faleceu em
Seligenstadt no ano de 840 , primeiro
como secretário depois o incumbiu de
escrever sua vida, título “ A Vida de Carlos”.
Essa
obra é preciosíssima, pois descreve a época de Carlos. Alguns historiadores
afirmam que ela é responsável por muitas das Lendas que circulam sobre o
Soberano.
Eginardo
foi membro da “Escola Palatina “que funcionava junto a Corte de Aqüísgrana ou
Aachen, noroeste da atual Alemanha, e a qual Carlos frequentava quando podia.
Carlos
nunca teve barba, bigodes sim.
Gostava
de “gente” por isso sua comitiva era sempre enorme.
Era
glutão.
Bebia
pouco, pois detestava os bêbados.
Gostava
de agua tanto que mandou construir uma enorme piscina no Palácio, onde podiam
nadar os reais os amigos e os membros da guarda pessoal.
Era
mulherengo.
Casou
com Imiltrude, Ermengarda, Ildegarda, Falstrada e Lutgarda. Teve ao menos 20
filhos reconhecidos, portanto membros da nobreza de sangue. Das filhas tinha
ciúme. Teve netos e sobrinhos e era carinhoso com eles.
Conta
a lenda que consciente do proveito que tirou da Igreja para aumentar o Reino que
Pepino lhe deixou e que tomou dos sobrinhos em 779 decretou que todos os
Senhores e Vassalos tinham que restituir 10% de suas rendas a Santa Madre
Igreja, ou seja, cobrou o dizimo.
As
penalidades para que não cumprisse tal decreto eram mais do que severa, para
começar perdiam as terras e daí por diante.
Devemos
nos lembrar de que Carlos era cruel, muito cruel.
Carlos,
filho de Pepino e de Berta, após o Natal de 813 a. D. foi atacado por uma
virose.
Em
janeiro de 814 uma febre alta obrigou o a ficar de cama.
Teimoso
declara que através de jejuns e orações e alguns goles de agua dominaria a
doença.
A
febre o queima.
28
de janeiro de 814, às 9 horas d´amanhã entrega a vida ao Senhor aquém serviu
pela Fé e pela espada.
Os
Reais e os cortesãos batiam cabeças porque ele não havia dado ordem de como
queria ser enterrado.
Finalmente
resolvem sepulta-lo na Catedral de Aqüisgrana, por ele mandada ser construída.
Em
sua tumba está escrito:
“Nesta tumba repousa o corpo de Carlos, grande e
ortodoxo
Imperador, que aumentou nobremente o reino dos
Francos e o governou com felicidade durante 47 anos.
Morreu com 71 anos, em 814, Ano do Senhor,
sétima indicção, o quinto das calendas de fevereiro.”
Sucede-lhe
seu filho Luiz, o Piedoso, Também conhecido como o Bonachão, Rei da Aquitânia,
mas isso é outra história.
Coroa Imperial de Carlos Magno
Fim da Parte VI
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