Gaston de France
Parte
III
Como
eu já escrevi, em outro capitulo, Richelieu manda executar a Henri de
Talleyrand-Périgord, Conde de Chalais, maître de la garde-robe du roi sous
Louis XIII, que se envolveu na conspiração que leva o seu nome, La conspiration
de Chalais ou a Conspiração de Chalais, cujo motivo aparente era bobo, mas o
oculto não era, pois confrontava com a vontade do Rei e de Richelieu e punha em
risco as vidas desses dois personagens tão importantes para a História de
França.
Chalais era inocente útil,
tinha caído nas Duquesa de Chevreuse, afinal um homem apaixonado faz qualquer
coisa a pedido da mulher amada.
Pimpão poltrão deixou se
enredar, como veremos.
Contudo,
todavia, no entretanto, devemos destacar o conspirador de maior ‘rango’, Gaston
de France, Monsieur, le frère du roi, fils de France, de la branche des
Bourbons (dynastie capétienne ), filho de Henrique IV e de Maria de Médici, Le
Grand Monsieur, a partir de 1643 , para não ser confundido com Felipe, Le Petit
Monsieur, irmão Louis XIV.
Gaston
d'Orléans era um caso para Freud, Jung, ou Lacan, explicar, pois foi um homem
consumido pela inveja, pelo rancor, que amaldiçoou sua vida toda ter nascido o
terceiro filho dos Reis de França, bêbado, jogador, libertino, bissexual, mas que
teve a sorte em ter um irmão complacente que nunca o enviou para o cadafalso
pelos vários crimes de lesa-majestade que cometeu.
Um
exemplo nefasto que influenciou sua única filha do primeiro casamento, o com a
riquíssima Marie de Montpensier, a famosa Anne-Marie Louise de Orléans, duquesa
de Montpensier, chamado de Grande Mademoiselle, uma frondeuse terrível.
Gaston
d'Orléans, Duque de Orléans, Chartres, de Valois, Anjou e Alençon, Conde de
Blois, de Montlehery e Limours, Baron d'Amboise e Senhor de Montargis, terá um
capitulo a parte.
Assim,
o então simplesmente Monsieur, o famigerado Gaston d’Orleans, tinha 17 anos e
tinha aversão por casamento e achava a noiva escolhida feiosa.
Contudo, como era
bissexual se matou para tirar seu tutor, Jean-Baptiste d'Ornano, da prisão, se
rompendo todo, batendo os pés, puxando os cabelos, chorando até passar mal,
diante do irmão, o Rei.
Estranho, mas verdadeiro.
Gaston d'Orleans ou de France
Entretanto, Gaston era o
herdeiro do Trono de França e precisava casar.
A escolhida foi Marie de Bourbon-Montpensier,
a riquíssima Duquesa de Montpensier, princesse du sang, filha de Henri de
Bourbon-Montpensier, duc de Montpensier et dauphin d’Auvergne, e de
Henriette-Catherine de Joyeuse, duchesse de Joyeuse et princesse de Joinville,
um casal pra lá de biliardários, no sentido hodierno do termo, que depois da
morte da mãe passou a ser considerada “a mulher mais rica da Europa”.
Mais, isso era só outro
pretexto, a causa publica, pois a secreta era terrível, como já salientei.
Os conspiradores comunicaram
a Gaston d'Orléans que além da morte de Richelieu, eles forçariam o Rei a
abdicar o Trono em seu favor, caso contrário poderiam até executar o Soberano,
um caso inédito que só veio acontecer com o cunhado de Luís, o Rei Carlos I da
Inglaterra, pois La Chevreuse que tudo queria, que como já disse, já havia enfeitiçado com suas manhas sexuais o
jovem Henri de Talleyrand-Périgord, Conde de Chalais, maître de la garde-robe
du roi sous Louis XII, um espadachim que poderia ser útil a causa matando o
Cardeal-Duque,
Mais, não foi só a Duquesa
de Chevreuse que lançou suas garras em cima do Conde de Chalais.
O
temperamental rapaz se meteu em um duelo, o que era expressamente proibido por
Éditos Reais, e matou Roger Daillon, Baron Pongibault, um conquistador famoso à
época, mas fanfarão, que dizia ser amante de sua mulher, Charlotte de Castille,
e o matou.
Apesar
de ser gentil-homem da Casa do Rei, Chalais tem que enfrentar a Justiça, mas
Gaston d’Orleans, o rebelde das causas perdidas, seus amigos, o marechal d'Ornano,
Conde de Soissons, Alexandre de Vendôme, dito le « Chevalier de Vendôme »,
Prior da Langue de France, ou seja, Prior da província da Ordem de São João de
Jerusalém, province de l'ordre de Saint-Jean de Jerusalém, o segundo filho de
Henri IV e sua Maîtresse-en-titre, Gabrielle d’Estrées, o apoiam, o declaram “
O Campeão da Nobreza” , uma espécie de El Cid, Campeador, de Espanha do
medievo, e Monsieur o leva para servir em sua Casa, com isso o
ingrato passa para as fileiras do partido do irmão de Luís XIII.
Era
uma forma de guerrilha contra o Rei e seu Ministro-chefe.
E, como por causa de uma
denúncia Le maréchal d'Ornano na cadeia, os ânimos se inflamam mais ainda.
Casamento de
Maria de
Médici e Henrique IV
por Peter Paul Rubens
Fim da Parte III
Fim da Parte III
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