O Papa
Vigário de Cristo,
Príncipe dos Apóstolos, Sumo Pontífice, Servo dos Servos de Deus, Patriarca do
Ocidente, Senhor Apostólico, Santíssimo Senhor, Cabeça da Igreja, Santo Padre.
Primaz da Itália e
Arcebispo Metropolitano da Província Romana, Soberano do Estado da Cidade do
Vaticano.
Silvestre I, venerado como um santo pela Igreja Católica
e as Igrejas Ortodoxas, 33º Papa da Igreja de Roma de 31 de Janeiro de 314 até
31 de dezembro de 335, “durante o reinado do Imperador romano Constantino, o
Grande, aquele que em sonho viu o Lábaro e ouviu uma voz dizer que “In hoc
signo vinces” (TL: "Sob este símbolo
vencerás"), na noite antes de cruzar
a Ponte Mílvio, perto de Roma, para dar combate a Magêncio, batalha essa que se deu em 28 de outubro de
312, e que fixo no Trono determinou o fim da perseguição aos cristãos,
iniciando assim a Paz na Igreja”, já
lutava pela supremacia do Sumo Pontífice não só sobre a Cristandade, como,
também, sobre os Soberanos da Europa e do mundo.
Seu nome está envolvido na famosa fraude “Constitutum
Constantini” – a Doação de Constantino – datado de 30 de março de 315, no qual
estava escrito que Constantino, o Grande, tinha feito ao Papa Silvestre I e
seus sucessores as seguintes concessões:
1- A
supremacia do Bispado de Roma sobre as Igrejas Orientais, ou seja, sobre os
Patriarcas de Constantinopla, de Alexandria, de Antioquia e de Jerusalém;
2- A
autoridade soberana do Papa sobre todos os sacerdotes do Império, da Europa e
do mundo;
3- A
autoridade soberana da Basílica de Latrão, como "caput et vértice" de
todas as igrejas de Roma, do Império e do mundo;
4- A
superioridade do Poder papal à sobre o Poder Imperial.
5- A
jurisdição sobre Roma, sobre a Itália, sobre todos os domínios territoriais e
imobiliários do Império Romano do Ocidente, podendo cingir o Diadema Imperial,
símbolo de Poder Temporal.
Sem contar o presente de Constantino a Silvestre, o
Palácio de Latrão, antiga ‘Domus Faustae’, antiga residência de Fausta, mulher
de Constantino.
Essa Doação foi totalmente desmoralizada no decorrer da
História e colaboraram para tal o filólogo italiano Laurentius Vallensis (Lorenzo
Valla, Roma , 1405 ou 1407 - Roma , 01 de agosto, 1457 ) foi um humanista ,
filólogo e escritor italiano ) que demonstrou
de forma inequívoca que o documento era uma farsa e o historiador Federico
Chabod (( Aosta , 23 fev 1901 - Roma , 14 de julho 1960 ) foi um historiador e
político italiano , que dedicou várias páginas de seus ensinamentos método
histórico (Yale University Press, 2006).
Continuemos...
Deus influí na Historia através de sua Vontade
Permissiva, as Forças Ocultas que trafegam pelo subterrâneo do planeta
colaboram com Ele, o exemplo máximo contemporâneo dessas atuações foi a Noite
das Barricadas em Paris, 10 de Maio de 1968, dentro do contexto das
manifestações estudantis, que acabou derrubando o General Charles De Gaulle,
todo o Conceito Moral da Sociedade Judaico-cristã, e que teve reflexos em
outras manifestações pelo mundo, sendo o ponto máximo o Woodstock Music &
Art Fair (Woodstock ou Festival de Woodstock), realizado entre os dias 15 e 18
de agosto de 1969 na fazenda de 600 acres de Max Yasgur na cidade de Bethel, no
estado de Nova York, Estados Unidos.
Ninguém, mas ninguém mesmo, pode afirmar que depois
desses eventos o mundo realmente não mudou.
A Sociedade cristã que teve seu apogeu na Era Vitoriana
ficou em escombros e hoje vivemos em meio a escombros, ameaçados por todo tipo
de amoralidades, de imoralidades, de corrupção, de matanças indiscriminadas, de
desordem, sem Lei e sem Justiça.
Família?
Esse conceito cristão, para muito burguês, já acabou de
muito, o que é lamentável, pois a base de uma sociedade sadia é a família.
Mais, voltemos...
A Dinastia Merovíngia ou dos Merovíngios ( do latim medieval
Merovingi ou Merohingi ,"filhos de Meroveu"),foi elevada à categoria
de família governante com Mérovée (Meroveu)
, o lendário fundador, em 448 d. C. quando ele foi aclamado Rei dos Francos
Sálicos – “ um dos povos germânicos aglutinados em uma confederação de
tribos (la ligue des Francs) na época
das Grandes Invasões ( iniciadas no século IV), mas se tornou uma vera Dinastia
quando em 457, por sua morte, seu filho Childericus
( Childerico I ) foi aclamado Rei, e seu neto Chlodovechus (Clóvis I) se tornou
não só o Rei dos Francos Sálicos, mas, também, Rei de todos os Francos em 481
até 511.
Clóvis I buscou para si e sua família as bênçãos de Deus,
pois por influência de sua esposa Clotilde, princesa cristã, filha de Chilperic
II e de Caretenase, Reis da Borgonha, se
converteu ao cristianismo sendo batizado, juntamente com 3.000 homens em armas,
numa cerimônia coletiva oficializada por São Remi , Bispo de Reims, em 25 de
dezembro 499.
Por conta desse Batismo de Clovis todos os Reis de França
passaram a receber a Sagração e a Aclamação na Catedral de Reims, costume
iniciado com Henrique I, Rei em 14 de maio de 1027, que foi até Carlos X, Rei
em 29 de Maio de 1825, exceto com os soberanos Luís VI que foi sagrado na
Catedral de Orleans em 3 de agosto de 1108, Henrique IV que foi sagrado na
Catedral de Chartres em 27 de fevereiro 1594, e Luís XVIII, exilado pela Revolução Francesa
de 1789, reconhecido com Pretendente ao Trono (prétendant au trône le nom de
Louis XVIII) quando foi noticiada a morte de seu sobrinho, Luís XVII, na Cadeia
dos Templo em 8 de junho de 1795, para
ser reconhecido em 24 de Abril de 1814 , quando de seu desembarque em Calais concedeu
uma carta constitucional (la Charte de 1814), a monarquia restaurada, e ele Aclamado como Rei da
França.
Durante quase 300 anos os Merovíngios, com seus cabelos
longos (reges Criniti ) – símbolo de sua realeza, da Dinastia, configurando os
Direitos Reais (alguns dizem poderes mágicos) ao Trono dos Francos - portaram o Diadema de Rei dos Francos, contudo
nos derradeiros reinados seu Poder era dividido com os Mordomos dos Paços, ou
Prefeitos dos Palácios, como Pepino de Herstal, Duque e Príncipe dos Francos
((dux et princeps Francorum), de quem descende a Dinastia Carolíngia, tanto que
entraram para a História como os Reis Preguiçosos (les « rois fainéants », ou Roi
fainéant, literalmente o "rei faz-nada"),e com essa ‘preguiça ‘ a
Realeza lhes foi tomada.
Claro, Deus não pode abençoar aqueles que não fazem o
trabalho por Ele determinado dentro de seu Plano de Salvação da Humanidade, e
os Merovíngios antes tão abençoados, tiveram Suas Santas Mãos retiradas de suas
cabeças de cabelos longos.
E foi o próprio Papa, na época único representante valido
de Cristo sobre a terra, que tornou esse ato espiritual e material, pois ungiu
a Pepino, o Breve, descendente de Pepino de Herstal, (dux et princeps
Francorum), o novo Rei dos Francos.
Como se deu isso?
Simples.
Em 718, Carlos Martel, filho de Pepino de Herstal, se
Prefeito dos Palácios da Nêustria e da Austrásia, o que fez dele o homem mais
poderoso da França de então, tornando-se o Soberano de Facto.
Seu filho Pepino, o Breve (Pépin le Bref), por causa de
sua pequena estatura, herdou do pai o governo da Nêustria, Borgonha e Provence,
e de seu irmão Carlomano, o Pio, que entrou para um convento, a Austrásia,
Alemannia e Turíngia, tornando-se assim o novo homem mais poderoso da França,
se o Soberano de Facto.
Ora, havia um Rei Preguiçoso no Trono, Childerico III, o
Idiota, décimo-quarto Rei da Dinastia Merovíngia, situação que criava certos
embaraços políticos e espirituias para Pepino, o Breve.
Pepino então consultou ao Sumo Pontífice Zacarias, 91º Papa
da Igreja de Roma, sobre quem deveria ser o Rei,’ aquele que se sentava no
Trono por força de sua Linhagem, ou aquele que de facto detinha o Poder’.
O Papa que dependia do Poder das Armas de França para
defende-lo dos Longobardos em solo italiano, sabendo que Pepino era o vero Rei,
não teve dúvida, declarou que era aquele que detinha o Poder de Facto e não o
Rei de jure, e justificou escrevendo
“"para que a ordem do mundo não seja perturbada”.
Com a Bula- resposta do Papa Zacarias nas mãos, Pepino, o
Breve, em uma Assembleia dos Nobres e dos Bispos, na presença de seus
Guerreiros (uma espécie de garantia de seu sucesso), de acordo com os costumes
dos francos em Soissons, foi aclamado Rei em novembro de 751.
Ato continuo, Childerico III é tonsurado, tem seus
cabelos longos cortados, trancado no Mosteiro de Saint-Bertin, perto de
Saint-Omer.
Pepino foi sagrado Rei dos Francos com os Oleos Santos, guardado
em uma ampola desde os tempos de Clovis I, por São Bonifacius segundado pelos
Bispos da Gália, em nome da Santa Igreja Católica, para assim transmitir o
Espirito Santo de Deus, segundo o Cerimonial dos Reis Visigodos de Toledo
(Espanha) e a exemplo dos Reis Ungidos de Israel como está na Bíblia.
Na hora da Unção São Bonifácio, o Apostolo dos Germanos,
o alertou que o ungia para que ele
“com a força moral do direito divino e como como o filho
mais velho da Igreja lutasse e protegesse a santa madre a Igreja, levando a Fé
[ a conversão] as pessoas que Deus confiou a ele, segundo o dogma católico, em
nome da Igreja, sob a liderança do Papa, aquém tinha obrigação de defender de
todos os seus inimigos”.
O Papa Zacarias, que em Roma, exultou.
Morre Zacarias, seu sucessor é Papa Estêvão II, que é
atacado por Astolfo, Rei dos Longobardos e Duque de Espoleto, que apela para
Constantinopla, que não lhe dá socorro, e que por fim pede socorro ao Rei
Pepino I dos Francos.
A situação é tão desesperadora que Estevão II atravessa
os Alpes, e encontra Pepino em 6 de janeiro de 754, no Palácio de Ponthion, no
hoje departamento de Marne, na região de Champagne-Ardenne.
Pepino é excelente político e para impressionar ao Romano
Pontífice “vem ao encontro Papa e com todo respeito, toma as rédeas de seu cavalo,
reproduzindo o gesto de fidelidade do Imperador Constantino, o Grande, com o Papa
Silvestre I”, e com isso consegue uma nova Coroação, solidificando assim sua
novíssima Dinastia Real, ato de unção que se deu em um domingo , 28 de julho de
754,na Abadia real de Saint-Denis, e de quebra recebe o honroso e histórico Título
de Patrício Romanorum ( Patrício Romano), Títulos, também, dados a seus filhos,
Carlomano e Carlos ( futuro Magno),alias sagrados na mesma cerimônia, junto com
a Rainha Berta do Pé Grande ( Berta de Loan), “marcado assim oficialmente o fim
da Dinastia Merovíngia, e do advento da Dinastia Carolíngia ao Poder.
Esta foi a primeira Investidura de um Soberano por parte
de um Pontífice.
E eles tomaram gosto...
Acreditaram que tinham absoluto Poder, uma supremacia
divina, sobre os Príncipes dos novos reinos na Europa...
Mais, não foi bem assim ...
O Papa Leão III bem que tentou essa supremacia ao Coroar
o Rei dos Francos e dos Longobardos (Roi de Francorum et de Longobardorum ),
Carlos Magno “na missa, no dia de Natal (25 de dezembro de 800 ), quando ele se
ajoelhou no altar para rezar, como
Imperator Romanorum ("Imperador dos Romanos") na Basílica de
São Pedro”.
“Ao proclamar Carlos novo Imperador do Ocidente, o Papa
efetivamente anulou a legitimidade da Imperatriz Irene de Constantinopla, que
sempre pretendeu tal posição, querendo ou não foi um belo feito político sobre
quem não lhe considerava Supremo Pontífice”.
KAROLUS serenissimus Augustus uma Deo coronatus magnus
pacificus imperator Romanum gubernans imperium ("Charles, mais sereno
Augusto coroado por Deus, o grande imperador, pacífica no poder do império
romano”) ou Imperator Romanorum (" Imperador dos Romanos"), não deu
nem bola para essa tentativa e assumiu sozinho o Poder na Europa.
Aliás, Carlos Magno sempre foi muito honesto com Leão
III.
Quando Leão lhe enviou as ‘Chaves de São Pedro
“acompanhada de uma carta em que comunicava ao Soberano dos francos sua eleição
a Papa, Carlos respondeu com um claro alerta sobre a posição dos dois no Mundo:
1- A
ele, Carlos, cabia proteger pelas armas e outros meios a Igreja de Cristo;
2- Ao
Papa cabia rezar pelo seu sucesso e de seus exércitos na luta contra os
inimigos de Cristo e da Igreja.
E assim se deu.
Mais, os homens de Roma não ficavam sossegados.
Dependiam do Imperador do Sacro Império Romano Germânico,
mas viviam, em disputas com eles.
O caso mais grave foi o das Investiduras, ou Questão das
investiduras, ou Controvérsia das Investiduras, “o conflito mais significativo
entre Igreja e Estado na Europa medieval. Nos séculos XI e XII, uma série de Papas
lutaram contra a intromissão das monarquias europeias nas investiduras
(nomeações) de Bispos, Abades e dos próprios Papas, tentando restaurar a
disciplina eclesiástica”.
“O principal conflito começou em 1075 entre o Papa São
Gregório VII, nascido como Hildebrando (Ildebrando Aldobrandeschi di Sovana),um
plebeu nascido em Sovana, na Região da Toscana, Itália, cheio de complexos,
apesar de culto, monge de São Bento, e Henrique IV, Rei da Germânia desde 1056
e Imperador do Sacro Império Romano-Germânico no período de 1084 a 1105, da
Dinastia Saliana, família dos Duques da Francônia, que deram antes de Henrique
dois Imperadores – Conrado II e Henrique III- portanto filho de Reis”.
Teve de tudo desde excomunhão, a deposição do Papa,
antipapa, e uma humilhante caminhada – a Penitência de Canossa ou a Humilhação
de Canossa – do Imperador Sacro “da cidade de Speyer, na Renânia-Palatinado,
Alemanha, até o Castelo de Canossa, em Canossa, província de Reggio Emilia , no
norte da Itália, de propriedade da Condessa Matilda da Toscana, segundo alguns
somente protetora de Hildebrando, segundo outros mais alguma coisa, para que o
papa revoga-se a sua excomunhão, que afetava , tandem, a seus súditos, e no
final da qual teve que ficar à espera de três dias e três noites, ante o Portão
de entrada do Castelo, enquanto uma tempestade de neve assolava aquele janeiro de 1077”.
A patife da Matilde nada fez para amenizar o frio e a
fome do Imperador, muito pelo contrário sempre se posicionou contra Henrique.
Hildebrando como Papa acumulou muitos inimigos, pois “em
1075, publicou o Dictatus Papae, que são 27 axiomas onde expressa as suas
ideias sobre o papel do Pontífice na sua relação com os poderes temporais,
especialmente com os Imperadores do Sacro Império. Estas ideias poderão resumir-se
em três pontos principais: O Papa é senhor absoluto da Igreja, estando acima
dos fiéis, dos clérigos e dos Bispos, e acima das Igrejas locais, regionais e
nacionais, e acima dos concílios; O Papa é senhor único e supremo do mundo,
todos lhe devem submissão incluindo os príncipes, reis e imperadores. A
Igreja romana não cometeu nunca erros”. (Destaque meu)
E mais:
“Gregório centralizava em Roma todas as querelas importantes
para intermediação, coincidindo naturalmente numa diminuição do poder dos Bispos
locais, o que motivou algumas lutas contra as esferas mais altas do Clero”, o
que era de se esperar.
Do episódio de Canossa aquele que é considerado o
‘vitorioso’, Hildebrando, agora santo, o que me faz duvidar muito dessas
santificações vaticanas, se ensoberbou-se tanto que acabou morrendo no exilio
em Salerno, Itália, em 25 de maio de 1085, tendo sido deposto em 22 de abril de 1073,
e até permanece enterrado na Catedral de Salerno, o que para um católico que
foi Papa é depreciativo, não está sob São Pedro no Vaticano, como os demais
Papas.
É um fato que o homem põe e Deus dispõe.
Quanto a Henrique, o humilhado, morreu depois de uma
luta armada contra seu filho, que havia sido insuflado por Matilde contra ele, perto
de Visé, em Lorena, enquanto era hospede de Otberto de Liège, Bispo de Liège,
seu amigo, e está sepultado junto com a mulher, Berta de Turim ou Berta de
Savoia, na Catedral de Speyer.
É a vida.
Mais, quero ressaltar que os Imperadores do Sacro Império,
pela Tradição, deveriam ser consagrados Rei dos Romanos (Rex Romanorum) pelo
Sumo Pontífice, ou seja, “O Príncipe que ao ser eleito a princípio pelos Duques
do Império, depois pelos Príncipes-Eleitores, Rei da Germânia ou dos Germanos
acumulativo com o de Rei dos Romanos, mas só seriam reconhecidos como Imperador
(Imperator Romanorum) depois de serem Sagrados Reis pelos Papas”.
Contudo, muitos deles não o foram sagrados Reis dos
Romanos (Rex Romanorum), destaco a Maximiliano I de Habsburgo.
Frederico III de Habsburgo, Frederico V da Áustria ou
Frederico do Tirol, nascido em 21 de setembro de 1415 e falecido em 19 de
agosto de 1493, dito o do Lábio Grosso, cuja divisa míticas era A.E.I.O.U, o
que quer dizer “Alles Erdreich ist Österreich Untertan”, numa tradução livre: Toda a Terra está sujeita a
Áustria, foi a partir de 1424 Duque de
Styria , da Caríntia e Carniola , Duque Hereditário da Áustria a partir de
1439, eleito Rei da Alemanha em
1440, Sacro Imperador Romano-Germânico
de 17
de junho de 1442 até a sua morte, político esperto e confiante em sua família, para
assegurar o Diadema Imperial em sua Dinastia – os von Habsburg- fez de seu
filho Maximiliano, em 9 de abril de 1486, Rei dos Germânicos , e por via
de consequência, Rei dos Romanos, Rex Romanorum, já que esse Título podia ser
dado ao Herdeiro do Trono imperial por Tradição, fazendo dele Co-Imperador.
Assim Maximiliano foi coroado em Aachen, a antiga capital
de Carlos Magno.
“Esse filho de um Princesa portuguesa, filha d Dom Duarte
I, Rei de Portugal, e de Dona Leonor de Aragão, governou como Sacro Imperador
sem nunca ter sido sagrado pelo Papa de Roma”.
Para fazer jus a Divisa do Pai, o A.E.I.O.U., casou seu
filho, Felipe de Habsburgo, dito o Belo, com Joana, a Louca, filha dos Reis
Católicos, Fernando de Aragão e Izabel de Castela, da Dinastia de Trastámara, e
com isso “ajudou a estabelecer a Dinastia dos Habsburgos na Espanha, o que
permitiu que seu neto, Carlos de Habsburgo – Trastámara ,manter os Tronos dos
avós, o de Leão e o de Castela, e os territórios conquistado durante a
Reconquista, sob o nome de Carlos I, tornando
Imperador Sacro sob o nome de Carlos V”.
Papa Clemente VII, (nascido Júlio de Juliano de Médici,
em italiano: Giulio di Giuliano de' Medici, “tinha uma política anti-espanhola
que culminou no saque de Roma, em 1527”. “Primeiramente sintonizado com os
interesses do Sacro Império Romano, foi surpreendido pelo enorme êxito do
Imperador Carlos V na batalha de Pavia e querendo prejudicá-lo, impulsionou
contra ele a Liga Santa de Cognac (Liga Clementina), formada por França,
Inglaterra, Florença, Veneza, Milão e o Papado, ato continuo, Carlos V
respondeu tomando Roma”. “
Após o assalto e saque de Roma pelos soldados de Carlos
V, em maio de 1527, o Papa se refugiou no Castel Sant'Angelo durante sete meses”.
“Quando se reconciliou com Carlos V, coroou-o Imperador e
Rei de Itália em Bolonha, em 1530. Em troca, Carlos V devolveu os territórios
papais que havia conquistado e tomou Florença, entregando-a de novo aos
Medicis, que a haviam perdido”.
Seu sucessor e irmão, Fernando, “em janeiro de 1531, foi
eleito Rei dos Romanos em Colônia, o que era um passo rumo à Coroa Imperial,
sendo reconhecido herdeiro de Carlos V ao Trono Imperial em 1551, a abdicação
deste último em 1556 fez com que Fernando fosse coroado Sacro Imperador
Romano-Germânico em 1558, em Aachen, apesar da oposição do Papa Paulo IV”.
E por ai vai...
Os Homens de Roma nunca ficaram quietos e no decorrer dos
tempos criaram, também, quizumbas com os Reis de França.
Vamos ao caso dom Felipe, o Belo.
Para entender:
“Reforma gregoriana”:
“O Papa Gregório I, ou Gregório, Magno, que implementou
Reformas na Igreja, cujo pontificado foi de 3 de setembro de 590 e sua morte,
em 12 de março de 604, era um homem do diálogo”.
“A principal forma de cantochão ocidental, padronizada no
final do século IX, é creditada ao papa Gregório Magno e, por isso, recebeu o
nome de Canto Gregoriano”.
Foram essas reformas, somada há outros tópicos, que
Hildebrando Aldobrandeschi, o ex-papa já citado, se adonou, já que assumiu o
pontificado sob o nome de Gregório VII.
Seus partidários afirmavam que essa Reforma era para “destinado
a fazer regressar a Igreja aos tempos primitivos de Cristo, dos Apóstolos e dos
seus sucessores imediatos”, todavia o que eles queriam era “afirmação do poder
papal face ao poder feudal” e mais “conferir ao papa o sumo poder na Europa;
graças ao Dictatus Papae, tornar-se-ia verdadeiramente o Chefe Supremo e
absoluto da Igreja”.
“A reforma gregoriana é considerada um marco no início da
teocracia papal, considerando-se que o Papa estava acima de todos os homens e
que ninguém, exceto Deus, podia julgá-lo; afirmava-se também que a Igreja não
cometia erro, ou seja, um prenúncio da famosa Infalibilidade Papal declarada
pelo Concílio Vaticano I”.
Essa cambulhada toda era baseada na falsa “Doação de
Constantino”, mas Hildebrando Aldobrandeschi não era homem para se importar com
esse detalhe e “julgou-se com direito de exercer as suas prerrogativas, não
apenas espirituais, mas também temporais, em toda a Cristandade”, mas como
sabemos acabou mau graças a sua soberba.
“A luta entre o poder temporal e o poder espiritual
prolongar-se-ia durante cerca de dois séculos, acabando eventualmente com a
vitória dos reis face ao Papa”.
Isso posto, voltemos a Felipe, o Belo, Rei de França.
Filipe IV de França, dito Felipe o Belo, e, também o Rei
de Ferro, nasceu em Fontainebleau, em junho de 1268 e morreu em Fontainebleau
em 29 de Novembro de 1314), filho de Filipe III , Rei de França e da Infanta Isabel
de Aragão, sua primeira esposa.
Felipe IV reinou sobre a França de 1285 a 1314.
Foi o décimo primeiro Rei da Dinastia dos Capetos Diretos
(Capétiens directs).
Levou o Reino de França, uma França que não era como é
hoje, ao “o auge do Poder na Europa durante o Medievo”.
Suas controvérsias com o Papa Bonifácio VIII, nascido
Benedetto Caetani, uma importante família nobre da Repubblica Marinara di Pisa
com ramificações no Regno delle Due Sicilie, que
deu um outro Bispo de Roma, o Papa Gelásio II (1294
a 1303), 161º Sumo Pontífice, que reinou
de 10 de Março de 1118 a 29 de janeiro de 1119, ficaram famosas nos anais da
História da Humanidade.
Felipe, que governava sobre e treze milhões de pessoas, o
mais populoso reino europeu da cristandade, precisava de recursos e taxou as
propriedades da Igreja, o Clero francês pulou e se queixou ao Papa que ficou
furioso, pois considerava que um Rei não podia cobrar impostos da Santa Madre
Igreja, e que esse ato era uma afronta a ele, o Papa, que “tinha a primazia sobre
os Reis, a velha demanda entre o poder espiritual sobre o poder temporal”.
“A 24 de fevereiro de 1296, Bonifácio VIII deu a conhecer
o seu decreto Clericis laicos, que proibia as negociações entre o Clero francês
e o Rei de França sem o acordo prévio de Roma”.
Explodiu a crise.
Altivo o Papa Caetani mantinha a sua postura, contudo
haviam outras crises em seu ‘front’, as com os aragoneses da Sicília e a
família Colonna, uma família nobre italiana, descendentes dos Condes de Túsculo
, e originais da cidade de Roma, e por isso acabou cedendo ao Rei de França
emitindo “ a Bula Etsi de statu , de julho de 1297, onde renunciava à sua
postura contra as pretensões de Felipe, o Belo.
Para apaziguar ao Rei de França canonizou Luís IX, Rei de
França, sob o nome de "São Luís da França".
Mais, Bonifácio não sossegava e “em 1300, pela Bula Unam
Sanctam, onde declarava a superioridade do poder espiritual sobre o
poder temporal, e por consequência, a superioridade do Papa sobre os Reis” e
mais “que os Reis tinham que responder perante ele, o Papa, sobre suas ações”.
Era a tentativa de implantar uma teocracia na Europa.
Foi a vez de Felipe se sentir afrontado e ato continuo
proibiu quaisquer remessas de valores, leia-se dinheiro, ouro, prata, da França
para Roma.
Felipe, bem assessorado por burgueses, convocou uma
Assembleia (Assembleia do Louvre de 12 de março de 1303), – a precursora dos
Estados Gerais- composta dos representantes da Nobreza, do Clero e da Burguesia,
em Paris, para comunicar o acontecido e deliberar quais as novas providências
para o caso.
Nessa ocasião perante o Rei “Guillaume de Nogaret fez um
discurso no qual ele lançou acusações de heresia contra Bonifácio VIII”, um
fato importantíssimo.
Resultado:
Adotaram uma política “de independência em relação à
Santa Sé e de franca oposição ao Papa Bonifácio VIII, nascido Benedetto Caetani”.
Bonifácio ameaçou com excomunhão generalizada, do Rei ao
mendigo de Paris.
Felipe não se fez de rogado, mandou seu principal
conselheiro, Guilherme de Nogaret, um advogado que estudou Direito Romano e
defendia intransigentemente a doutrina da supremacia absoluta do Rei, nascido
na pequena nobreza da hoje Região de Midi-Pyrénées, a Itália para prender o
Papa.
Vamos aos fatos:
Enquanto em Paris corria um processo acusando Bonifácio
de ser herético, Nogaret chega a Itália e negocia com os Colonnas, inimigos do
Papa, sua deposição.
Nogaret, junto com o senador Giacomo “Sciarra” Colonna,
irmão do Cardeal Pietro Colonna, invadiu o Palácio Papal de Anagni (hoje o
Palácio Bonifácio VIII) , no Lazio, onde Bonifácio estava retirado escrevendo a
excomunhão em massa da França, e o prendeu.
Diz a lenda que o senador Colonna esbofeteou ao Papa com
sua luva de metal.
Esse episódio entrou para a História como Lo schiaffo di
Anagni di 7 settembre del 1303, as vezes referido como “A Bofetada de Anagni ou
Ultraje de Anagni”.
Nogaret queria enviar o Papa para a França, mas a
população não permitiu fazendo com que o enviado do Rei de França fugisse da
cidade.
Desgostoso, humilhado, Papa Bonifácio VIII, nascido
Benedetto Caetani, uma importante família nobre da Repubblica Marinara di Pisa
com ramificações no Regno delle Due Sicilie, que
deu um outro Bispo de Roma, o Papa Gelásio II (1294
a 1303), 161º Sumo Pontífice, que reinou
de 10 de Março de 1118 a 29 de janeiro de 1119, veio a falecer.
Felipe IV, o Belo, o Rei de Ferro, saiu vitorioso desse
confronto e aumentou a sua influência na Igreja, na Europa, e a prova disso é a
implantação do Papado em Avignon, mas essa é outra História.
O que depreendemos desses fatos Históricos é que sempre
houve uma luta, uma disputa, entre aqueles que se assentaram no Trono de são
Pedro, que calçaram as ‘Sandálias do Pescador’, e os Soberanos europeus em
todos os tempos, contudo não podemos esquecer que o poder desses Soberanos
estava ligado diretamente, intrinsecamente, a sua Unção, a sua Sagração, por um
sacerdote da Igreja de Cristo, portanto a Nobreza como classe social, também,
estava diretamente ligada a esse fato, a essa condição, a esse Conceito
Monárquico.
Vemos isso com Napoleão Bonaparte que para dar
legitimidade a sua coroação como Imperador dos Franceses, na Catedral de Notre-Dame
de Paris (em obras), em 2 de dezembro de 1804, arrastou o Papa Pio VII, nascido
Barnaba Chiaramonti, para a cerimônia.
A empáfia de
Bonaparte ao retirar o Diadema Imperial das mãos do Sumo Pontífice e se auto
coroar foi um ato de menor importância face ao fato de que Pio VII estava
presente a sua coroação, ao ato que elevava sua família da pequena nobreza
ítalo-corsa a condição de Família Imperial, pois a legitimidade de seu ato veio
porque ele tinha sido coroado na presença de um Papa que pela Tradição era o
‘fazedor de reis’.
Um grandíssimo safardana esse Napoleão.
Mais vamos lá...
Até na Inglaterra Anglicana os
Soberanos são ungidos e coroados pelo Reverendíssimo Arcebispo de Cantuária (Archbishop
of Canterbury), líder da Igreja Anglicana, o que mais uma vez prova o Conceito
Monárquico de que o Rei é um escolhido por Deus para governar parte de seu
rebanho.
Nos países protestantes do
norte da Europa idem, idem.
Na Espanha de hoje a cerimônia
religiosa da coroação do novo Rei, Felipe Vi, foi abolida porque esse País está
à beira da implosão e o atual governo quer ver se salva a Monarquia, La Corona,
fato que eu acho dificílimo.
Enfim, hoje é muito difícil
compreender essa situação da Igreja e Monarquia, do Cristianismo e Monarquia,
essa verdadeira simbiose existente entre eles, até porque não se estuda a
Grande História como se deveria (em muitos países, como a França, o estudo da
Historia passou a ser opcional) para dela tiramos as conclusões sobre fatos presentes,
segundo porque a Releitura Marxista da História não faz uma análise real, leal,
construtiva dos fatos, terceiro porque não dá dinheiro.
Cabe a nós, os diletantes, dentro de nossas parcas
possibilidades, esclarecemos nossa geração e as gerações futuras sobre o
assunto, afinal a Nobreza é uma classe em seus últimos estertores, afinal como
dize o pensador anônimo do século XVIII “Os aristocratas são diletantes em seu
ócio elegante.”
E tenho dito.
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