Cerimônia de Coroação do Servo de Deus Papa Pio XII, o Papa dos Papas.
Doutrina das Duas
Espadas do Papa Gelásio I.
Gelásio I, o 49º Bispo de Roma
e Papa da Igreja Católica, que nasceu na África, em Cabília uma região montanhosa
do norte da Argélia e seu nome provém do árabe al-qabā'il ("as
tribos"), em algum dia e mês do ano de 400, que pontificou de 1 de março de
492 até 21 de novembro de 496, foi o mais prolífico escritor entre os primeiros
Papas.
Preocupado com o “Cesaropapismo”
- “Um Estado, uma Lei, uma Igreja” – do Imperador Anastácio I, Flavius
Anastasius e em greco: Φλάβιος Ἀναστάσιος, Augustus do Império Romano do
Oriente, de 11 de abril 491 até 9 de julho de 518, escreveu-lhe uma carta histórica
, a Duo Sunt, “ Há Dois”, tratando do Poder Espiritual e ao Poder Temporal,
vamos a um trecho:
"Há dois poderes, Augusto
Imperador, através dos quais se governa o mundo: a autoridade sagrada dos
Pontífices e o poder real”.
“Destes dois, é mais grave o
peso dos sacerdotes, pois estes deverão prestar contas na ocasião do julgamento
divino, inclusive pelos próprios reis da humanidade”.
“Na verdade, tu sabes, filho
clementíssimo, que em razão de tua dignidade, és o primeiro de todos os homens,
o Imperador do mundo; todavia sê submisso aos representantes da religião e
suplica-lhes o que é indispensável para tua salvação”.
“Com efeito, no que se refere
a administração dos sacramentos e a disposição das coisas sagradas, reconhece
que deves submeter-se a sua orientação [dos representantes da religião] e não
seres tu quem deva governá-lo, e assim nas coisas da religião deve submeter-se
ao julgamento deles e não querer que eles se submetam ao teu”.
“Ora, no tocante ao governo da
administração pública, os próprios sacerdotes, cientes de que o poder te foi
conferido pela vontade divina, obedecem às tuas leis, pois no que se refere as
coisas do mundo, não lhes agrada seguir orientação diferente”.
“Tanto mais, por acaso, não se
deve prestar obediência a cabeça da Sé Apostólica [fala aqui não só da Sé de
Roma, como do Romano Pontífice], a quem a mesma divindade quis que todos os
sacerdotes lhes fossem submissos e a veneração da Igreja sempre honrou como
tal?”.
“Como tua piedade sabe, nada
pode colocar-se, graças a recursos puramente humanos, acima da posição daquele
a quem o chamado de Cristo preferiu a todos os outros e a quem a Igreja
reconheceu e venerou sempre com o seu primado [Primazia papal]."
Fica claro que Gelásio I estabelece
a Primazia da Sé de Roma sobre a Igreja Universal, bem como do Papa, o Soberano
Pontífice, como a única ‘Cabeça da Igreja de Cristo na Terra”.
“A Primazia Papal, consiste na
suprema autoridade e poder do Bispo de Roma, na Santa Sé, sobre as diversas
Igrejas que compõem a Igreja Católica em seus ritos latino e orientais. Também
é conhecida como "primado do Pontífice Romano", "primado de
Pedro" e outras expressões correlatas. Ainda segundo a Tradição e crença
católica, o próprio Jesus Cristo estabeleceu o papado quando conferiu suas
responsabilidades e poderes ao apóstolo São Pedro. Logo, a Igreja Católica
aceita o Papa como o chefe universal da Igreja”.
Ou seja, porque pela Tradição a
Igreja de Roma considera que os Papas são sucessores do Apóstolo Pedro, baseados
no Evangelho de Mateus, capitulo 16, versículos 17 e 18:
Então, Jesus lhe afirmou:
Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to
revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e
sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela.
Não existe fundamento Bíblico
para tal afirmação, logo...
“Na Carta Gelásio descreve que
o mundo é governado por dois poderes distintos e diferentes, divinamente
instituídos, cada um independente em suas próprias esferas, e igualmente
necessários para o funcionamento da sociedade, ou seja, a autoridade sagrada
dos Pontífices (auctoritas sacrata pontificum) e o poder dos reis (regalis
potestas)”.
“Assim o Papa Gelásio I
manifesta e respeita a autoridade e o poder do Imperador e dos governantes
seculares, mas também exige o mesmo, e foi assim até a chegada a Roma de Hildebrando,
o futuro Papa Gregório VII, que de forma radical decretou a sujeição de todos
os reis e imperadores a autoridade papal”.
A Doutrina das Duas Espadas do
Papa Gelásio I, um santo católico, mas para mim um excelente Homem da Igreja de
Cristo, foi deturpada por Hildebrando Gregório, como chamo o Papa Gregório VII,
como veremos.
É uma grande forçada de barra
usar o versículo 38 do capitulo 22 de Lucas que diz “Então, lhe disseram:
Senhor, eis aqui duas espadas! Respondeu-lhes: Basta!”(Palavra de Jesus) para
deturpar a Teoria ou Doutrina das Duas Espadas de Gelásio I, em relação aos
Soberanos, aos governantes.
Uma das mais ridículas
interpretações é essa:
Hildebrando Gregório, nome
pelo qual eu me refiro ao Papa Gregório VII, “na fase inicial da controvérsia
sobres as investiduras com Henrique IV, Imperador e Rei, lançou mão do
versículo em Lucas sobre apóstolos com espadas, já citado, bem como o texto de João,
capitulo 18, versículos 10 e 11, quando Jesus diz a Pedro, para guardar sua
espada na bainha, como versículos bases da sua interpretação para a “Doutrina
Duas Espadas”.
Os versículos em João, são:
18.10 Então, Simão
Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha direita; e o nome do servo era Malco.
18.11 Mas Jesus disse a Pedro: Mete a espada na
bainha; não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?
Cavilosamente usava
Hildebrando Gregório da afirmação de que os Papas são sucessores diretos de
Pedro, e com isso enfatizava sua posição no campo secular, o que a meu ver nada
tem a haver, pois Deus concebeu duas autoridades distintas para governar a
Humanidade, uma espiritual e outra secular ou temporal, negar isso é negar os
ensinamentos bíblicos, e negar as Sagradas Escrituras, e Hildebrando Gregório, esse
Papa nefasto, negava em alto e bom som.
Queria ele, por que queria,
reter em suas mãos as espadas, tanto a espada espiritual, quanto a espada
temporal ou secular (gladius materialis), “afirmado que de forma voluntária
sedia essa última ao Imperador e Rei”.
Cavilação pura, “mas a
primeira formulação dessa interpretação é encontrada em Dictatus Papae 1075,
mais tarde, em Bernardo de Claraval”.
Repito:
“Desta forma, a Doutrina Duas
Espadas era o argumento frequentemente repetido do século 14 para o primado do
Papa contra o poder imperial”.
A dita Santa Sé ignorava por
ganancia dos homens totalmente o princípio bíblico de que toda autoridade é
estabelecida na Terra por vontade Divina, pela Vontade Permissiva do Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo, que com Ele Vive e Reina na Eternidade.
Repito:
Sabe-se que a Igreja de Cristo
é Paulina, mas eles, para distorcer a realidade e com base no “Pedro tu es
pedra”, avocam para si a herança direta desse apostolo a encarnado na figura do
Papa/Bispo de Roma.
O mais engraçado e que até os católicos
afirmam a validade dos ensinamentos Paulinos, os ensinamentos de Paulo, o
Apostolo dos Gentios, não enfatizado nenhum grande ensinamento de Pedro, para o
desenvolvimento da Igreja, como veremos no Blog “Católicos na Rede” - https://catolicosnarede.wordpress.com
Os ensinamentos de São Paulo -
Professor Felipe Aquino
Quero meditar com você um
pouco daquilo que o Apóstolo Paulo deixou como ensinamento para nós, cristãos.
As treze cartas dele são a base para a teologia católica. Nas duas cartas que
ele escreveu para São Tito e São Timóteo, que eram bispos, deu todas as
direções de como deveria ser a Igreja. Essas direções até hoje a Igreja segue.
...
Mais, vamos abandonar
Hildebrando Gregório e seguir adiante.
Plenitudo
potestatis - A Plenitude do Poder.
Fim da parte 2
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