Carlota Joaquina, A Megera de Queluz
Uma portadora do “ Sinal da Maldade”
Quarta Parte
Uma explicação que
se faz necessária:
Os historiadores afirmam que o
senhor Dom João VI conscientemente legitimou como seus alguns dos filhos de
Dona Carlota Joaquina, um ato que mais uma vez dá a conhecer ao publico a
Grandeza de Caráter, a Grandeza em pleno, da qual era imbuído esse extraordinário
Monarca Luso-afro-brasileiro.
Alguns historiadores brasileiros
gostam de chicanar do senhor Dom João VI, passando assim auto atestados de
mediocridade e burrice, pois basta ver as Obras que ele fez durante sua
permanecia no Rio de Janeiro, tais como:
Imprensa Régia, do Jardim Botânico,
do Arsenal de Marinha, da Fábrica de Pólvora, do Corpo de Bombeiros, da Marinha
Mercante, da Casa dos Expostos da Junta Vacínica, da Real Sociedade Bahiense
dos Homens de Letras, do Instituto Acadêmico das Ciências e das Belas-Artes, da
Academia Fluminense das Ciências e Artes, da Escola Anatômica, Cirúrgica e
Médica do Rio de Janeiro, da Real Academia de Artilharia, Fortificação e
Desenho, da Academia dos Guardas-Marinhas, da Academia Militar, da magnífica Real
Biblioteca, do Museu Real, do Teatro Real de São João, além de recrutar
solistas de canto de fama internacional e patrocinar os músicos da Capela Real,
onde se incluía o padre José Maurício.
Também criou diversas aulas
avulsas no Rio, Pernambuco, Bahia e outros lugares, tais como teologia,
dogmática e moral; cálculo integral, mecânica, hidrodinâmica, química, aritmética,
geometria; francês e inglês; botânica e agricultura, e várias mais.
Patrocinou a vinda da Missão
Artística Francesa, que resultou na criação da Escola Real de Ciências, Artes e
Ofícios, antecessora da Academia Imperial de Belas Artes, de fundamental
importância para a renovação do ensino e produção de arte no Brasil.
Querem mais, ou é pouco.
Seu neto, o decantado Dom
Pedro II não nos legou absolutamente nada, nenhuma Instituição de peso para a
Nação Brasileira.
Mais é idolatrado por esses historiadores
parvenus.
Mais, voltemos a Dona Carlota
Joaquina.
Questão da paternidade:
Inúmeras fontes bibliográficas
e testemunhos da época sugerem que D. Miguel teria sido fruto de alegadas
ligações adúlteras de sua mãe, D. Carlota Joaquina de Bourbon. Segundo estas, o
próprio rei D. João VI teria confirmado não ter tido relações sexuais com a sua
esposa durante mais de dois anos e meio antes do nascimento de D. Miguel[18]
[19] , tempo durante o qual o rei e a rainha terão vivido em guerrilha
conjugal, permanente conspiração, e só se encontravam em raras ocasiões
oficiais.[20]
Segundo esta teoria, D. Miguel
poderia ter sido filho do marquês de Marialva (com quem se assemelhava
fisicamente), ou do jardineiro do palácio da rainha, ou de um outro serviçal do
Ramalhão (o palácio localizado perto de Sintra, onde D. Carlota Joaquina vivia
separada do seu real esposo).[21] [22] Para Raul Brandão, por exemplo, João dos
Santos, o cocheiro e jardineiro da Quinta do Ramalhão, seria o pai de D. Maria
da Assunção e de D. Ana de Jesus Maria, enquanto o D. Miguel seria o filho do
marquês de Marialva.[23] Por seu lado, Alberto Pimentel assegura que
"...passa como certo que dos nove filhos que D. Carlota Joaquina dera à
luz, apenas os primeiros quatro tiveram por pai D. João VI".[24]
Os defensores desta teoria não
conseguem, contudo, explicar o porquê de D. João, se tinha de facto dúvidas
quanto à paternidade de D. Miguel, ter reconhecido este último como seu filho.
Repudiando D. Miguel, o monarca teria a mais soberana das oportunidades de
anular o seu casamento com D. Carlota Joaquina. Se não o fez, é lícito afirmar
que não tinha quaisquer dúvidas quanto à paternidade de D. Miguel e que essas
dúvidas são fruto de meros mexericos sem base sólida e muito explorados por
alguma propaganda pró-liberal e por alguns monárquicos da actualidade que
pretendem privar os descendentes de D. Miguel da condição de pretendentes ao
trono de Portugal.
Por outro lado, dado que as
dúvidas sobre a paternidade de D. Miguel acima referidas têm como base
fundamental as memórias de Laura Permon, a mulher do General Junot, onde
sobressai uma profunda antipatia pela Corte Portuguesa e por D. Carlota
Joaquina, a sua veracidade torna-se mais duvidosa ainda.[25] A duquesa de
Abrantes, no entanto, não deixou de sublinhar nas suas "Memórias" a
própria "diversidade cómica" da descendência do rei D. João VI:
"O que é notável nesta família de Portugal é não haver um único filho
parecido com a irmã ou o irmão...". A mulher do General Junot escreveu
ainda que o rei Absoluto teve por pai "um moço de estrebaria".[26]
É um facto que, ao longo da
História, são inúmeros os casos em que a fidelidade conjugal de reis e rainhas
é posta em causa, mas, neste caso específico, esta veracidade torna-se ainda
mais remota se atendermos também ao facto de que nenhum dos historiadores
liberais de referência do período pós-miguelista (Luz Soriano e Alexandre
Herculano) coloca em dúvida a paternidade de D. Miguel, mesmo apesar de terem
sido seus inimigos confessos e de inclusivamente terem combatido contra ele
durante a Guerra Civil.
Notas e referências:
Ver EDMUNDO, Luiz, A corte de
D. João no Rio de Janeiro (1808-1821), volume 1 (de 3), página 239.
Ir para cima ↑ Ver página 211
de DOMINGUES, Mário; Junot em Portugal. Lisboa : Romano Torres, 1972.
Declarações de Laura Permon, a mulher do embaixador Junot em Portugal:
"Mas o indubitável é que D. Miguel não é filho de D. João VI".
"O erário público pagava a um apontador para apontar as datas do
acasalamento real, mas ele tinha pouco trabalho. Isso não impedia D. Carlota
Joaquina de ter filhos com regularidade e, ao mesmo tempo advogar inocência e
dizer que era fiel a D. João VI, gerando assim filhos da Imaculada Conceição.
No caso de D. Miguel, havia cerca de 2 anos que D. João VI não acasalava com a
sua mãe. Mas uma coisa é saber-se que não era o pai, outra é dizer quem era o
pai, porque D. Carlota Joaquina, não era fiel nem ao marido nem aos
amantes".
Ir para cima ↑ PEREIRA, Sara
Marques (1999), D. Carlota Joaquina e os Espelhos de Clio - Actuação Política e
Figurações Historiográficas, Livros Horizonte, Lisboa, 1999, página 53.
Ir para cima ↑ Ver WILCKEN,
Patrick, Empire Adrift, páginas 61 e 62.
Ir para cima ↑ Ver Dom Miguel,
ses aventures scandaleuses, ses crimes, et son usurpation.... HardPress
Publishing (reedição de 2013).
Ir para cima ↑ BRANDÃO, Raul;
El-Rei Junot. Lisboa: Livraria Brasileira, 1912. pp 66.
Ir para cima ↑ PIMENTEL,
Alberto; A Última Corte do Absolutismo. Lisboa: Livraria Férin, 1893. Pág. 143
Ir para cima ↑ Ver Souvenirs
d'une ambassade et d'un séjour en Espagne et en Portugal de 1808 a 1811. -
Bruxelas: Société Belge de Librairie, 1838 - 2 v.
Ir para cima ↑ ABRANTES,
Duquesa de; Recordações de uma estada em Portugal. Lisboa: Biblioteca Nacional
de Portugal, 2008. pp 78.
Ir para cima ↑ Ver Luz
Soriano, História da Guerra Civil e do Estabelecimento do Governo Parlamentar
em Portugal, comprehendendo a história diplomática militar e política d'este
reino desde 1777 até 1834. - Lisboa: Imprensa Nacional, 1866-1890. - 19 V.
Para sermos práticos e rápidos
lancei mão do verbete Miguel I de Portugal, da
Wikipédia, a enciclopédia
livre, pois o assunto merece um estudo profundo, uma grande pesquisa de DNA,
que não me cabe fazer.
Destaco que não há nenhuma
pintura da Família Nuclear de Dom João VI au
grand complet, como a família de Carlos IV pintado por Goya, mas para mim, os filhos de Dona Carlota são
filhos de Dom João, e ponto final.
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