Carlota Joaquina, A Megera de Queluz
Uma portadora do “ Sinal da Maldade”
Sexta Parte
A vovó que tratou do casamento
de Dom Carlota Joaquina com Dom João foi Dona Mariana Victoria de Borbón y
Farnesio, a filha mais velha de Felipe V, petit-fils
de France, segundo filho de Luís, o Grande Delfim de França e Maria Ana de
Baviera, portanto neto de Luís XIV, o Rei Sol, e de e Maria Teresa da Áustria (a
Casa da Áustria eram os Habsburgos espanhóis), nascida Infanta de Espanha,
filha de Felipe IV, Rei de Espanha, e de Isabel de Bourbon( Élisabeth de France)
essa a filha mais velha de Henrique IV, Rei de França e Maria de Médici.
A mãe de Dona Mariana Victoria
era Isabel de Farnesio, em italiano: Elisabetta Farnese, em espanhol: Isabel de
Farnesio, era filha de Odoardo II Farnese, duca di Parma, e de Dorotea Sofia di
Neuburg.
Eram todos parentes, primos
como se pode ver nas Arvores Genealógicas abaixo:
Dona Mariana Victoria de Borbón y Farnesio e Dom José I, Rei
de Portugal e dos Algarves, etc., casaram em 19 de janeiro 1729, e foram pais
de:
Dona Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de
Bragança, gozou dos seguintes Títulos e estilos:
a- 17 de dezembro de 1734 – 31 de julho de 1750:
Sua
Alteza Real, A Princesa da Beira, Duquesa de Barcelos;
b-
31 de julho
de 1750 – 24 de fevereiro de 1777:
Sua
Alteza Real, A Princesa do Brasil, Duquesa de Bragança, etc.
c-
24 de fevereiro
de 1777 – 16 de dezembro de 1815:
Sua
Majestade Fidelíssima, pela Graça de Deus, Maria I, Rainha de Portugal e dos
Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhora da Guiné e da Conquista,
Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.;
d-
16 de
dezembro de 1815 – 20 de março de 1816:
Sua
Majestade Fidelíssima, pela Graça de Deus, Maria I, Rainha do Reino Unido de
Portugal, Brasil e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhora da
Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia,
etc.
Recapitulando:
Dona Maria nasceu a 17 de dezembro de 1734 no Paço da Ribeira, em
Lisboa. Filha do senhor Dom José I, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e
d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da
Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.
Sua mãe foi Sua Majestade Dona María Ana Josefa de Áustria, nascida Arquiduquesa
de Áustria, filha do imperador Leopoldo I, da Casa dos Habsburgos, e da sua
terceira mulher Leonor Madalena Teresa de Neuburg,
(Eleonore Magdalene Therese von Pfalz-Neuburg), condessa Palatino de
Neuburg.
Como era costume em Portugal a Princesa Herdeira do Trono casava com um
tio, e Dona Maria casou com o irmão de seu pai, Dom Pedro Clemente Francisco
José António de Bragança, Infante de Portugal, Senhor do Infantado, Grão-Prior
do Crato, Duque de Beja, posteriormente Príncipe consorte do Brasil e Rei de
Portugal de jure uxoris, significa
"em direito de uma mulher ou de sal esposa", foi o quarto filho do Rei
Dom João V, o Perdulário, e da Rainha Dona Maria Ana.
O casamento foi realizado no Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, em
Lisboa, a 6 de julho de 1760.
Quando Maria ascendeu ao trono, passou a ser o Rei Dom Pedro III, sendo
ainda o 19.º Duque de Bragança, 16º Duque de Guimarães e 14.º Duque de
Barcelos, 12.º Marquês de Vila Viçosa, 20º Conde de Barcelos, 16.º Conde de
Guimarães, de Ourém, de Faria, e de Neiva, 22.º Conde de Arraiolos.
Seus Títulos e estilos
a-
5 de
julho de 1717 – 6 de junho de 1760:
Sua Alteza, O Sereníssimo Infante Pedro de
Portugal
b-
6 de
junho de 1760 – 24 de fevereiro de 1777:
Sua Alteza Real, O Príncipe Consorte do
Brasil
c-
24 de
fevereiro de 1777 – 25 de maio de 1786: Sua Majestade Fidelíssima,
pela Graça de Deus, Pedro III, Rei de
Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da
Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.
Tiveram quatro filhos e três filhas.
1-
José,
Duque de Bragança e Príncipe do Brasil (1761-1788), casou com a tia, a Infanta
Maria Benedita de Bragança.
2-
João de
Bragança, nado-morto no Paço de Nossa Senhora d'Ajuda, Lisboa, 20 de outubro de
1762.
3-
João
Francisco de Paula Domingos António Carlos Cipriano de Bragança nascido em
Lisboa a 16 de setembro e morto em Lisboa a 10 de outubro de 1763.
4-
João
Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança
(futuro João VI)
5-
Mariana
Vitória Josefa Francisca Xavier de Paula Antonieta Joana Domingas Gabriela de
Bragança nascida no Palácio de Queluz a 15 de dezembro de 1768, falecida no
complexo do El Monasterio de San Lorenzo de El Escorial em 2 de novembro de
1788, tendo tido dois filhos e uma filha.
Casou-se com Gabriel António Francisco Xavier
João Nepomuceno José Serafim Pascoal Salvador de Bourbon e Saxônia, Infante de
Espanha, nascido no Palacio Real de Portici, Reggia di PorticiPortici, hoje
Portici é uma comuna italiana da região da Campania, província de Nápoles, naquela
altura Reino de Nápoles, a 12 de maio de 1752 e falecido do complexo do El
Monasterio de San Lorenzo de El Escorial a 23 de novembro de 1788, quarto filho de
Carlos III, Rei da Espanha e de sua esposa Maria Amália de Saxônia.
El Monasterio de San Lorenzo de El Escorial é
complexo que inclui um Palácio Real – hoje Residência Histórica da família Real
e Museu Real, uma Basílica dedicada a San Lorenzo e o local de enterro dos Reis
de Espanha no Panteão, uma grandiosa Biblioteca do Renascimento espanhol
fundado por Felipe II denominada la Escurialense o la Laurentina, e um Mosteiro
- atualmente é ocupado por monges da Ordem de Santo Agostinho, construído entre
1563 e 1584.
6-
Maria
Clementina Francisca Xavier de Paula Ana Josefa Antónia Domingas Feliciana Joana
Michaela Julia de Bragança, nascida em Queluz em 9 de junho de 1774 e morta em
Lisboa em 27 de junho de 1776.
7-
Maria
Isabel de Bragança nascida em Queluz 12 de dezembro de 1776 e morta em Lisboa
em 14 de janeiro de 1777.
Vamos tratar de Dom José Francisco Xavier de Paula Domingos António
Agostinho Anastácio de Bragança, o primogênito, nascido no Palácio da Ajuda, em
Lisboa, no dia 21 de agosto de 1761, titulado Príncipe da Beira por seu avô,
Dom José I, ao nascer, tornando-se o primeiro homem a receber tal título. Ele
era o herdeiro aparente de sua mãe, então titulada Princesa do Brasil e
proclamada Princesa- Herdeira da Coroa portuguesa.
Portou os Títulos de 8.º Príncipe do Brasil, 2.º Príncipe da Beira,
14.º Duque de Bragança, 8.º Duque de Barcelos, 13.º Marquês de Vila Viçosa,
21.º Conde de Barcelos, 18.º Conde de Ourém, 15.º Conde de Arraiolos e 15.º
Conde de Neiva.
Foi educado por tutores indicados pelo seu avô Dom José I, com certa influência
do Marques de Pombal, o que fazia dele um Príncipe Esclarecido, tanto que na contramão
de seus primos franceses e da maior parte da Nobreza portuguesa era membro da
Maçonaria e anticlerical para desgosto de sua piedosa mãe.
Para mantê-lo equidistante das influencias de outras Dinastias
europeias, o senhor Dom José o casou com sua filha mais nova, a Infanta Maria
Francisca Benedita.
A noiva tinha 30 anos e o noivo 15 anos de idade, uma diferença de 15
anos.
“ Três dias depois do casamento, o Rei D. José I, seu avô e pai de sua
esposa, faleceu, e sua mãe ascendeu ao trono”.
Faleceu de varíola no dia 11 de setembro de 1788, com 27 anos, 11 anos
depois de seu casamento, no Palácio da Ajuda em Lisboa, e o casal acabou por
não ter filhos.
“ A morte prematura de D. José, em 1788, deixou-a viúva e muito
desgostosa. Como consequência, D. Maria Francisca ficou conhecida como a
Princesa-viúva”, pois não mais se casou”.
“Após um longo período de luto, D. Maria Francisca decidiu construir,
com seu próprio dinheiro, o Asilo de Inválidos Militares, em Runa, também
chamado Lar dos Veteranos Militares, está localizado na freguesia de Runa, concelho
de Torres Vedras, Portugal”.
Dona Maria Francisca Benedita, Infanta de Portugal e Princesa-viúva,
faleceu em Lisboa no dia 18 de agosto de 1829, com 83 anos de idade, e depois
de 41 anos de viuvez.
Sua irmã a Rainha, Dona Maria, a Pia ou Piedosa, era uma fanática
católica e dada a melancolia.
“Seu fervor religioso doentio se manifestou publicamente quando decretou
nove dias de luto, adiou os negócios públicos e acompanhou a pé, com uma vela,
a procissão de penitência que percorreu Lisboa, depois que ladrões entraram em
uma igreja e espalharam hóstias pelo chão”.
A Basílica da Estrela ou Real
Basílica e Convento do Santíssimo Coração de Jesus é um templo católico e
antigo convento de freiras carmelitas localizado na cidade de Lisboa, na Praça
da Estrela, 1200-667 Lisboa, a primeira igreja no mundo dedicada ao Sagrado
Coração de Jesus, mandado por ela construir.
Existe uma história de que Dona
Maria I fez voto de erguer uma igreja se tivesse um filho para herdar o trono.
O seu desejo foi satisfeito e Dom José Francisco, o primogênito, nasceu no dia
21 de agosto de 1761.
A construção da Basílica da
Estrela foi iniciada em 1779, ou seja, 18 anos depois.
O que me faz crer que essa História
é lenda, acredito muito mais na versão que li não sei onde, que a Rainha mandou
construir a Basílica para aplacar a Ira de Deus contra seu augusto Pai, Dom
José, por causa da expulsão dos Jesuítas, e dos desmandos, na sua ótica, do
Marquês de Pombal, um anticlerical.
Dona Maria I tinha horror a Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro
Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, secretário de Estado do Reino durante o
reinado de D. José I, o pai de Dona Maria, “sendo considerado, ainda hoje, uma
das figuras mais controversas e carismáticas da História Portuguesa”.
Pombal havia a “ A 3 de setembro 1759, curiosamente passado um ano
depois da tentativa de regicídio a Dom José, expulsou os jesuítas da metrópole
e das colónias, confiscando os seus bens, sob a alegação de que a Companhia de
Jesus agia como um poder autónomo dentro do Estado português”, no que fez na
minha ótica muito bem. Os Jesuítas são os responsáveis pelo atraso do
sócio-econômico-cultural do Brasil. Em nome da defesa dos índios, faziam e
desfaziam na Colônia ficando cada ano que passava mais ricos e poderosos. Um
cancro putrefato na nascente sociedade brasileira.
“Nomeou o seu irmão Paulo António de Carvalho
e Mendonça Presidente do Conselho do Santo Ofício (Inquisição). Assim apesar de
a Inquisição não ter sido oficialmente desmantelada, ela sofreu com o governo
de Pombal um profundo abalo na sua autonomia, sendo usada como instrumento de
poder político do Marques, com a criação de medidas que a levaram à progressiva
subordinação à autoridade real.
O Tribunal do Santo Ofício passava a ser
pouco mais que uma agência governamental: em 1 de outubro de 1774, publicou um
decreto que fazia os veredictos do Santo Ofício dependerem de sanção real.
Entretanto, deixariam de se organizar em Portugal os Autos-de-fé.
Em 5 de outubro de 1768 obrigou por decreto a
"primeira nobreza da corte" (principais titulares do reino de
Portugal, na altura chamados de "puritanos", i.e., aqueles que em
prol da limpeza de sangue praticavam uma estricta endogamia, de maneira a
evitar que nas suas linhagens entrasse "mancha de nação impura" -
judeus ou mouriscos) a casar fora do seu grupo social ou com linhagens com
menores garantias de pureza.
Em 25 de maio de 1773 fez promulgar uma lei
que extinguia as diferenças entre cristãos-velhos (católicos sem suspeitas de
antepassados judeus) e cristãos-novos, tornando inválidos todos os anteriores
decretos e leis que discriminavam os cristãos-novos e impunham critérios de
"limpeza de sangue".
Passou a ser proibido usar a palavra "cristão-novo",
quer por escrito quer oralmente. As penas eram pesadas: para o povo -
chicoteamento em praça pública e exílio em Angola; para os nobres - perda de
títulos, cargos, pensões ou condecorações; para o clero - expulsão de Portugal.
Pombal introduziu importantes mudanças no
sistema de ensino (superior) do reino e das colónias - que até essa época
estava sob a responsabilidade da Igreja -, passando-o ao controle do Estado e a
Universidade de Coimbra sofreu profunda reforma, sendo modernizada.
Foi criada ainda a Aula do Comércio,
implementada em Lisboa em 1759, primeiro estabelecimento de ensino oficial no
mundo a ensinar a Contabilidade de uma forma técnico-profissional”.
O Marquês de Pombal e o Brasil:
“ Em 1755 e 1759, foram criadas,
respectivamente, a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e a
Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba, empresas monopolistas
destinadas a dinamizar as atividades económicas no Norte e Nordeste da colónia.
Em 1759, o regime de capitanias hereditárias
foi definitivamente extinto, com a sua incorporação aos domínios da Coroa
portuguesa. Quatro anos depois, em 1763, a sede do governo-geral da colónia foi
transferida de Salvador da Bahia para o Rio de Janeiro, cujo crescimento
sinalizava o deslocamento do eixo económico do Nordeste para a região
Centro-Sul.
Com a expulsão violenta dos jesuítas do império
português, o Marquês determinou que a educação na colónia passasse a ser
transmitida por leigos nas chamadas Aulas Régias. Até então, o ensino formal
estivera a cargo da Igreja. O ministro regulamentou ainda o funcionamento das
missões, afastando os padres de sua administração, e criou, em 1757, o
Diretório, órgão composto por homens de confiança do governo português, cuja
função era gerir os antigos aldeamentos.
Complementando esse "pacote" de
medidas, o marquês procurou dar maior uniformidade cultural à colónia,
proibindo a utilização do Nheengatu, a língua geral (uma mistura das línguas
nativas com o português, falada pelos bandeirantes) e tornando obrigatório o
uso do idioma português.
Também estimulou a miscigenação com os
indígenas no país, proibindo a escravização dos mesmos como uma das medidas, já
que percebeu que a única forma de manter uma colónia tão grande sem perdê-la
para outros países europeus era povoá-lo com súditos da coroa portuguesa.
No entanto, na região mineira, instituiu a
derrama em 1765, com a finalidade de obrigar os mineradores a pagarem os
impostos atrasados. A derrama foi um dos factos que motivou depois a
Inconfidência Mineira”.
Um dos mais excelentes livros escrito em torno de Pombal e sua relação
com o Brasil é sem dúvida nenhuma “ O Brasil na Administração Pombalina (economia
e Política Externa) ” do Visconde de Carnaxide - António Baptista de Sousa
Pedroso, 2º visconde de Carnaxide.
Processo dos Távoras:
“Na sequência do terramoto de Lisboa - O
terremoto fez-se sentir na manhã de 1 de novembro de 1755 às 9:30 ou 9:40 da
manhã, dia que coincide com o feriado do Dia de Todos-os-Santos - ficou só
menos de dois anos mais como Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e
da Guerra.
O rei D. José I deu ao seu primeiro-ministro
poderes acrescidos, tornando-o numa espécie de ditador, e fê-lo Conselheiro de
Estado e Comendador de Santa Marinha da Mata de Lobos e de São Miguel das Três
Minas, ambas na Ordem de Cristo.
À medida que o seu poder cresceu, os seus
inimigos aumentaram e as disputas com a alta nobreza tornaram-se frequentes.
Em 1758 D. José I é ferido numa tentativa de
regicídio.
A família de Távora e o Duque de Aveiro foram
acusados como implicados no atentado e executados após um rápido julgamento.
Nessa altura Sebastião de Melo não mostrou qualquer misericórdia, tendo
perseguido cada um dos envolvidos.
Com este golpe final, o poder da nobreza foi
decisivamente contrariado, marcando uma vitória sobre os seus inimigos, aqueles
que tinham força para se oporem a si e ao rei. Pela sua acção rápida, D. José I
atribuiu ao seu leal ministro o título de Senhor Donatário das vilas de Oeiras
e seu termo e de Pombal, com o título de Conde de Oeiras, em 1759.
A 3 de Setembro 1759, um ano depois da
tentativa de regicídio a D. José, expulsou os jesuítas da metrópole e das
colónias, confiscando seus bens, sob a alegação de que a Companhia de Jesus
agia como um poder autónomo dentro do Estado português e as suas ligações
internacionais eram um entrave ao fortalecimento do poder régio.
No seguimento do caso Távora, o novo Conde de
Oeiras não conheceu qualquer nova oposição. Adquirindo o título de Marquês de
Pombal em 1770, teve quase exclusivamente o poder de governar Portugal até à
morte de D. José I em 1777.
O Processo dos Távoras culminou numa execução
pública em Belém. Foram espancados e depois queimados Dom Francisco de Távora e
seus dois filhos, José Maria e Luís Bernardo. Brás Romeiro, grande amigo de
Luís Bernardo também não escapou. Também foram logo presos o Duque de Aveiro,
um dos seus criados e um irmão desse criado, e a Marquesa de Távora, D. Leonor,
que foi decapitada.
O resto da família Távora, Aveiro, Alorna e
Atouguia, entre eles o bispo de Coimbra D. Miguel da Anunciação, foram presos
sendo mais tarde mandados libertar por D. Maria I, que nunca viu este processo
com bons olhos, acreditando na inocência dos Távoras e restantes acusados, em
prol de benefícios obscuros.
Todos esses atos foram certíssimos para evolução de Portugal e de seu
Império transcontinental.
Pombal fez florescer um novo conceito na História portuguesa, o chamado
Pombalismo.
O Pombalismo era uma doutrina política segundo a qual, toda a
governação vai no sentido de racionalizar o estado e de Portugal superar
atrasos vários na sua economia, CONCEITO que a Terra de meus Avoengos hoje
necessita ressuscitar.
A Nobreza odiava Pombal, Dom Pedro III odiava Pombal, e Dona Maria I
odiava Pombal por tudo que fez, principalmente expulsado os Jesuítas.
A Rainha Dona Maria I ficou muito afetada pelos eventos, destaque a
impiedade mostrada para com a família Távora, e assumindo o Governo retirou-lhe
todos os poderes e expulsou-o de Lisboa. Foi emitido um decreto proibindo a sua
presença a uma distância inferior a 20 milhas da capital.
Segundo consta Dona D. Maria I tinha ataques de raiva apenas ao ouvir o
nome do antigo primeiro-ministro de seu pai.
“Se passasse em viagem por uma das suas propriedades, o Marquês era
obrigado por decreto a afastar-se de casa, mas o Marquês de Pombal morreu
pacificamente na sua propriedade em 8 de maio de 1782. Os seus últimos dias de
vida foram vividos em Pombal e na Quinta da Gramela, propriedade que herdara de
seu tio, o arciprestre Paulo de Carvalho e Ataíde, em 1713”.
Os sinais de loucura.
A Aclamação de Dona Maria como Rainha de Portugal e dos Algarves,
d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhora da Guiné e da Conquista, Navegação e
Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc., ocorreu no dia 13 de maio de
1777.
Em 11 de setembro de 1788 morre
de varíola o seu querido primogênito Dom José Francisco, a Rainha ensandeceu.
Sua depressão contagia a Corte portuguesa.
No dia 5 de maio de 1789 os Estados Gerais de França composto de três
Estados ou Ordens – O Clero, a Nobreza e os Comuns - se reúnem no Palacio Versalhes convocados por
Luís XVI, Rei de França e de Navarra, é o início dos Movimentos que culminou
com a Revolução Francesa de 1789.
Dona Maria I tem um forte ataque de nervos ao saber que em “5 de
outubro de 1789, uma multidão enfurecida de mulheres parisienses marchou em
direção ao Palácio de Versalhes, onde a Família Real vivia, para matar a Rainha
Maria Antonieta, “sa cousine”, e concede asilo a numerosos aristocratas
franceses fugidos”.
Em 13 de agosto de 1792, Louis XVI, son cousin, é enviado preso à Torre
do Templo, uma antiga fortaleza em Paris, outro ataque de nervos muito mais
sério e grave do que o anterior.
“ Em 10 de fevereiro de 1792, em documento assinado por dezessete
médicos, Dona Maria I foi declarada incapaz de gerir o reino, não havendo
previsão de melhora em seu quadro. ”
Soube por quem não se sabe, mas que foi uma grande de um ‘amigo da
onça’, que “na segunda-feira, 21 de janeiro de 1793, Luís XVI foi decapitado
pela guilhotina na Place de la Révolution, atual Place de la Concorde, mergulha
na loucura definitivamente. Acabaram-se definitivamente os lampejos de sanidade”.
Via revolucionários por todas as partes, ficou em um estado lamentável.
A Corte Portuguesa que já era macambúzia, ficou mais sorumbática ainda.
Em meio a ela Dona Carlota Joaquina, com 17 anos, estava em plena
efervescência, em pleno rebuliço, com os hormônios a flor da pele.
Mais, o bonachão e sábio do Dom João não, estava como sempre cauteloso
ante os acontecimentos que o cercava.
Fazia questão de dar a impressão que a Augusta Mãe ainda governava.
“ Dom João se mostrou relutante em assumir decididamente as rédeas do
poder, rejeitando a ideia de uma regência formalizada, abrindo assim caminho
para elementos da nobreza formarem uma corrente que pretendia governar de facto
o reino através de um Conselho”.
Para piorar “ circularam rumores de que Dom João exibia sintomas da
mesma insanidade, especulando-se se ele também se veria impedido de reinar”.
Mias que era a incentivadora desses boatos?
A amalucada pela ambição, violenta, notória ninfomaníaca, Dona Carlota
Joaquina.
Dom José Xavier de Noronha Camões de Albuquerque de Sousa Moniz, um ilustre
nobre português e um monárquico fervoroso, o 6.º conde de Vila Verde, o 4.º
Marquês de Angeja, o décimo-sexto morgado
de Vila Verde dos Francos, “ propôs a
abertura de um inquérito e a prisão dos implicados, e a princesa só não pagou
mais caro porque D. João, desejando evitar um escândalo público, opôs-se à sua
prisão, preferindo confinar os movimentos da esposa ao Palácio de Queluz,
enquanto ele mesmo ia morar para o Palácio de Mafra, separando-se dela”.
Em Queluz ela deu vazão as suas taras - tinha orgasmos sucessivos e
apavorantes, chegando mesmo a morder violentamente seus parceiros, tirando
sangue com suas dentadas bastante doloridas - até a Migração para o Rio de
Janeiro.
Final da Sexta Parte.
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