Napoleão III
Por Alexandre Cabanel
pintor francês,
representante do Neoclassicismo Acadêmico.
Chislehurst é uma localidade
do condado de Kent, na Inglaterra, e nela William Camden construiu Camden Place,
uma mansão senhorial, vivendo nela de 1609 até sua morte em 1623.
William Camden foi um respeitável
intelectual, Rei de Armas da Rainha
Virgem de 1597 até 1623- Clarenceux King of Arms is an officer of arms at the
College of Arms in London - antiquário, historiador ( escritor do “Annales” - o
primeiro relato histórico detalhado do reinado de Elizabeth I da Inglaterra),
topógrafo (organizador da Britannia, um levantamento topográfico e histórico de
toda a Grã-Bretanha e Irlanda), fundador da The lectureship in History at
Oxford, na Universidade de Oxford, entre outras coisas e obras.
A Casa foi reformada e
ampliada durante o século XVIII, e em 1760 foi comprada por Charles Pratt, primeiro
Conde de Camden, Peerage of Great Britain, Lord Chanceler, etc.
Contudo a Casa nos interessa porque
nela no dia 9 de janeiro de 1873
faleceu as 10: 45, de complicações após duas operações para retirada de cálculos
biliares, Charles Louis Napoléon Bonaparte, primeiro Presidente da República Francesa
de 20 de dezembro de 1848 até 2 de dezembro de 1852 (3 anos 11 meses e 12 dias),
depois Imperador dos Franceses de 2 de dezembro de 1852 até 4 de setembro de
187º, portanto 17 anos 9 meses e 2 dias, ou seja, Napoleão III, o Pai da França
Moderna.
“ Por quase cinquenta anos,
Napoleão sofreu de várias doenças, incluindo doenças renais, pedras nos rins, infecções
na bexiga, na próstata, artrite, gota, obesidade, e os efeitos crônicos do
fumo. Em 1856, o Dr. Robert Ferguson, um consultor chamado a partir de Londres,
diagnosticou um "esgotamento nervoso" que teve um "impacto
debilitante sobre seu desempenho sexual o que foi um golpe mortal para o
Imperador... ". O Dr. Ferguson relatou isso também para o governo
britânico, preocupando muito sua amiga a Rainha Vitoria”.
Teve uma vida atribulada esse
terceiro filho de Louis Bonaparte, Rei da Holanda, e Hortense de Beauharnais, portanto
sobrinho e neto adotivo de Napoleão I, Imperador dos Franceses, o General
Bonaparte, e da bela Josefina de Beauharnais, que nasceu em Paris no dia 20 de
abril de 1808.
Por nascimento Príncipe Francês
e Príncipe da Holanda.
Essas foram as suas
Titularidades:
1- 20 de abril de 1808 até 13 de julho de 1810:
Sua Alteza Imperial e Real Príncipe Charles-Louis de Holanda, o Príncipe Francês
(Son Altesse Impériale et Royale);
2- 13 de julho de 1810 até 6 de abril de 1814:
Sua Alteza Imperial o Príncipe Charles Louis Napoléon, Príncipe Francês (Son
Altesse Impériale le Prince);
3- 6 de abril de 1814 até 20 de março de 1815:
Sua Alteza Imperial o Príncipe Charles Louis Napoléon, Príncipe Francês;
4- 20 de março de 1815 até 8 de julho de 1815:
Sua Alteza Imperial o Príncipe Charles Louis Napoléon, Príncipe Francês;
5-
8 de
julho de 1815 até 20 de dezembro de 1848: Sua Alteza Imperial o Príncipe
Charles Louis Napoléon, Príncipe Francês;
6- 20 de
dezembro de 1848 até 2 de dezembro de 1852: Sua Excelência o Príncipe Luís
Napoleão Bonaparte, presidente da República Francesa - Sua Alteza Imperial
Louis-Napoléon Bonaparte, Príncipe-Presidente (Son Excellence le Prince
Louis-Napoléon Bonaparte, Président de la République française - Son Altesse Impériale
Louis-Napoléon Bonaparte, le Prince-président);
7- 2 de dezembro de 1852 até 1 de março de
1871: A Sua Majestade Imperial o Imperador dos Franceses (Sa Majesté Impériale
l’Empereur des Français);
8- 1 de março 1871 – 9 de janeiro de 9 de 1873:
Sua Majestade Imperial o Imperador Napoleão III (Sa Majesté Impériale
l'Empereur Napoléon III).
T.L.:
Napoleão III entrega
ao Barão Haussmann o decreto anexação a Paris das comunas suburbanas.
Só vou citar as Obras realizadas
na Paris Moderna, na Paris de hoje:
“ Napoleão III começou seu regime,
lançando uma série de enormes projetos de obras públicas em Paris, a
contratação de dezenas de milhares de trabalhadores para melhorar o saneamento,
abastecimento de água e circulação do tráfego da cidade. Para dirigir esta
tarefa, ele nomeou a Georges Eugène Haussmann, o Barão Haussmann, e deu-lhe
poderes extraordinários para reconstruir o centro da cidade.
As transformações realizadas na Paris
ainda medieval melhoraram a qualidade de vida na capital.
Epidemias de doenças (salvar a
tuberculose) cessou, a circulação do tráfego melhorou e novos edifícios foram
construídos melhor e mais funcional do que seus antecessores.
As renovações realizadas durante o
Segundo Império, o governo de Napoleão III, deixou tal marca na história urbana
de Paris, que todas as tendências e influências posteriores foram obrigados a
referir-se, adaptar-se, ou rejeitar, ou para reutilizar alguns dos seus
elementos”.
Os novos
edifícios nos bulevares foram obrigados a ser todos da mesma altura e mesmo
projeto básico de fachada, dando o centro da cidade a sua harmonia.
Com o tempo novas ideias foram implantadas em Paris, como as de Charles-Édouard
Jeanneret-Gris, mais conhecido como Le Corbusier, contudo o Legado de Haussmann
está sendo recuperado como podemos ver em Issy-les-Moulineaux ( uma comuna
francesa no departamento de Hauts-de-Seine na região Île-de-France, a sudoeste
da capital, logo perto de Paris, à beira do Sena) ou Puteaux ( uma cidade
francesa, na margem esquerda do Sena, no departamento de Hauts-de-Seine na
região Île-de-France), os agora famosos « Les Quartier haussmannien ».
No Palácio das Tulherias (Palais des Tuileries)
em 1853, o arquiteto Louis Visconti apresenta seu projeto de conclusão Palácio
do Louvre e da reunião com as Tuileries.
Na verdade, essa Herança, esse Legado, deveria ser chamado de Herança
de Napoleão III, Legado de Napoleão III, ou no máximo Legado Napoleão III - Haussmann,
mas não só Legado Haussmann, ou a Renovação Haussmann, mas há de se entender
que houve a Batalha de Sedan.
A Batalha de Sedan de 1 de setembro de 1870, próximo à cidade francesa
de Sedan, durante a Guerra franco-prussiana, quando o exército chefiado por
Napoleão III, em pessoa, e pelo Marechal Patrice Mac-Mahon foi derrotado.
Napoleão III estava seriamente doente dos rins, sofria como um cão
ferido, e foi obrigado a se render.
Com isso foi deposto, pondo fim do Segundo Império Francês e o início
da Terceira República Francesa. Uma pena, pois a França nunca mais voltou a ter
a Grandeza - la grandeur de la France- que tinha, mesmo em tempos da dupla
Charles De Gaulle/ André Malraux.
Sabe-se que a Humanidade jamais presta homenagens ao derrotado, pois
não?
Assim Georges Eugène Haussmann
continua recebendo todos os méritos pela Obra idealizada por Napoleão III. É a
vida.
Napoleão III casou com a riquíssima espanhola María Eugenia Ignacia
Agustina de Palafox-Portocarrero de Guzmán y Kirkpatrick, Condessa de Teba,
mais conhecida como Eugenia de Montijo.
Filha de:
Do Excelentísimo Señor Don Cipriano Palafox y Portocarrero, Grande de
Espanha, XIII Duque de Peñaranda del Duero, XIV Marquês de Bañeza, XIV Marquês
de Mirallo Marquis, XIII Marquês de Valdunquillo, IX Marquês de Valderrábano,
VIII Marquês de Osera, XVI Marquês de
Villanueva del Fresno, Marquês de Barcarrota e XVII Marquês de Moya, VIII Conde
de Montijo, XII Conde de Baños, IX Conde de Santa Cruz de la Sierra, XVIII Conde
de Miranda Castañar, VII Conde de Fuentidueña, XIX Conde de San Esteban de
Gormaz e VIII Conde de Ablitas, XXV Senhor de Moguer, Ilustrísimo Señor Prócer
del Reino, e Senador pela província de Badajoz.
E de:
Doña Enriqueta María Manuela KirkPatrick de Closeburn y de Grevignée, uma
aristocrata espanhola ascendência escocesa e belga, nascida em Málaga, 24 de
fevereiro de 1794 e falecida em Carabanchel - um dos bairros históricos da
cidade de Madrid – em 22 de novembro de 1879.
Eugénie de Montijo, Impératrice des Français, XVI Condessa de Teba e XV
Marquesa de Ardales, Marquesa de Moya, Marquesa de Osera, Condessa de Ablitas, Condessa
de Baños, Condessa de Mora, Condessa de Santa Cruz de la Sierra, Vizcondesa de
la Calzada, Dama de la Orden de las Damas Nobles de la Reina María Luisa, era irmã de Doña María Francisca de
Sales Portocarrero y Kirkpatrick, grande de España, XII Duquesa de
Peñaranda de Duero, X Marquesa de Valderrábano, XVII Marquesa de Villanueva del
Fresno y Barcarrota, XIII Marquesa de la Algaba, XV Marquesa de la Bañeza, XV
Marquesa de Mirallo, XIV Marquesa de Valdunquillo, XVII Condessa de Miranda del
Castañar, VIII Condessa de Fuentidueña, XIII Condessa de Casarrubios del Monte,
XX Condessa de San Esteban de Gormaz y XVIII Viscondessa de Palacios de la
Valduerna, também conhecida como “Paca de Alba”, pois se casou com Don Jacobo
Fitz-James Stuart y Ventimiglia, XV Duque de Alba de Tormes, con Grandeza de
España e outros Títulos.
Os Títulos de ‘ direto proprio’ de Paca de Alba foram agregados a Casa
de Alba, e dessa Linha é que nasceu a celebre recém falecida Doña María del
Rosario Cayetana Fitz-James Stuart y Silva, a famosíssima Cayetana de Alba ou
como se escrevia nas Cronicas de Corazon a Duquesa de Alba, nascida no Palácio
de Liria, Madrid, 28 março de 1926 e falecida no Palacio de las Dueñas, Sevilha,
20 de novembro de 2014, com 88 anos de idade. Era uma figuraça.
Por Franz Xaver Winterhalter, pintor
germânico muito conhecido durante o século XIX por seus retratos da realeza
europeia.
Eugenia e Napoleão foram pais de Napoléon Eugène Louis Jean Joseph
Bonaparte, Prince Impérial, conhecido como Louis-Napoléon, por vezes referido
como "Napoléon IV”, nascido em Paris, 16 de março de 1856, que em 14 de junho
de 1856 foi batizado com grande pompa na Igreja de Notre-Dame de Paris, sendo
seus padrinhos o Papa Pio IX e Rainha Victoria de Inglaterra.
Le Prince Impérial et ses parents, Napoleon
III & Eugénie de Montij, le 27 juin 1861.
Parte do quadro:
Parte do quadro:
Reception of the Siamese ambassadors by Napoleon III and Empress Eugenie in Henri II's Ballroom in Fontainebleau on 27th June, 1861. Quadro de Jean-Léon Gérôme, escultor e pintor academicista francês.
A recepção aos embaixadores siameses por Napoleão III e Imperatriz Eugenie no Salão Henrique II em Fontainebleau em 27 de junho de 1861.
No exilio « Comte
de Pierrefonds », que foi admitido 17 de novembro de 1872 na Real Academia
Militar de Woolwich, depois de passar no vestibular.
Qualificou-se com o posto oficial de artilharia em sétimo lugar, sendo
que foi o primeiro colocando em equitação e esgrima, tanto que em 19 fevereiro
de 1875, na noite da proclamação dos resultados, é carregado em triunfo pelos
seus camaradas.
Em 1879, aos 23 anos, o Príncipe se incorporou as tropas britânicas no
sul da África, no âmbito da Guerra Anglo-Zulu, um conflito que aconteceu em
1879 entre o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda e os Zulus.
Ele queria mostrar seu valor como militar contra os Zulus, e não só
mais um Bonaparte, da estirpe do General-Imperador Napoleão I.
Em 1 de junho de 1879,
o Príncipe saiu em patrulha de reconhecimento, quando foi surpreendido pelos
Zulus quando se viu obrigado a fazer uma parada na beira de um rio, e um tiroteio
eclodiu sendo logo dois soldados britânicos mortos.
Napoleão IV
tentou montar, mas a correia da sela se partiu, caindo violentamente teve o
braço direito pisoteado pelo cavalo.
Sem armas, e
incapaz de se defender com o braço esquerdo, ele, após de ter lutado como um
leão, fato reconhecido pelos zulus quando devolveram seus pertences, caiu
ferido por 17 perfurações das lanças dos inimigos.
“ ‘O cadáver tinha dezessete feridas, tudo na frente, e marcas no chão,
como as esporas, mostrou uma resistência desesperada’, segundo o relatório do
Capitão Molyneux, de 22 regimento ADC”.
Chamo atenção que os ingleses abandonaram Napoleão IV a sua própria sorte
fugiram tanto que posteriormente foram processados por isso.
A Rainha Vitoria mandou fazer um busto de seu afilhado e soldado-herói
de suas tropas que foi colocado na Capela do Castelo de Windsor, bem como
ordenou que fosse erguido um monumento no local onde Napoleão IV foi morto.
Napoleão IV, o Imperador dos Franceses
Por aclamação dos bonapartistas em janeiro de
1873.
Está sepultado na Abadia beneditina de São Miguel em Farnborough,
Hampshire, Inglaterra, fundada em 1881 pela Imperatriz Eugênia, onde repousam
os restos mortais de seus pais, o Imperadores dos Franceses.
A
França ressentida pela derrota frente aos Prussianos nunca tratou de repatriar,
com o Rei Luís Felipe fez com Napoleão I, os retos mortais de Charles Louis Napoléon,
Príncipe Francês, de Sua Majestade Imperial Napoleão III, Pela Graça de Deus e a
vontade da Nação, Imperador dos Franceses, O Pai da França Moderna, ...o que é
uma VERGONHA.
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