segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

35 - CONVERSA- Porque Auvergne?

Porque Auvergne?

Auvergne era um importante centro administrativo e religioso, penso que não resta dúvida.
Mais, porque falo dela, a região?
Primeiro:
Porque falando dela se prova que Roma usava a Elite Dirigente de um povo, de uma tribo, de um Estado, para dominar, para mandar, para lucrar, após sua dominação realizada ou pelas forças de suas Legiões, ou como consequência de alianças diplomáticas canhestras.
Que Roma usou e abusou das Elites Dirigentes ou Classe Dominantes dos povos após as conquistas do em torno do mar Mediterrâneo, do Médio Oriente ao Egito e ao Marrocos, da península Ibérica à Anatólia, da Gália, da Germânia renana, da Britânia, das regiões banhadas pelo Danúbio, e com isso impor a Pax Romana.
Com a Pax romanizavam os povos conquistados, impondo sua cultura, sua religião, sua língua, seus métodos de Estado e de governo, ou seja, seus usos e costumes.
Essa romanização era logo adotada pelas Classes Dirigentes, como outrora foi o Helenismo, copiada pela plebe citadina, e num movimento muito lento, muito demorado, por causa da resistência natural do homem do campo ao homem da cidade, pela população campesina.  
A concessão da Cidadania Romana era o instrumento mais usado para Roma obter êxito. Lembremos que Paulo, o Apostolo dos Gentios, era de uma família judia de Tarso a qual foi dada a cidadania romana.
A participação nas Instituições, como o Senado, as Ordens, o exército, etc e tal, também, era usada como forma de domínio, e os naturais da terra aceitavam docemente constrangidos delas participarem.
Outro fator de conquista era a urbanização das cidades existentes ou a construções de novas segundo os padrões romanos, com templos, anfiteatros, estádios, hipódromos, termas, mercados, etc e tal, sem falar do padrão das Villas Romanas adotado pelos membros da Elite Dirigente.
No campo os modelos das fazendas romanas foram adotados por toda a Europa, para gaudio da Elite campesina, mas, não do campesinato que ficava sempre a mercê dos ataques dos inimigos e das feras. 
Estalagens ao estilo romano foram construídas as margens de suas Vias, estradas, que cortavam o seu Império, o que as transformou em símbolo burguês, o que transformava o estalajadeiro, o albergueiro, querendo uns, ou não querendo outros, em membros da Classe Dominante.
Enfim, Auvergne serve de laboratório, de tema, para essas nossas ‘conversas alegres’ sobre a História da Humanidade.
Segundo:
Por causa de Gregório de Tours, cuja família é um exemplo típico do sucesso desse uso romano, o uso da Elites.
Nascido Georgius Florentius ou Geórgio Florêncio.
Pertencia a uma aristocrática família de Auvergne.
Descendente de Grégoire de Langres, também, chamado de Grégoire d'Autun, Comte, gouverneur du pays d'Autun (Conde e governador do país d'Autun), e por fim Gregorius Attalus, conforme diversas fontes históricas.
Attalus era o nome de um seu tio aquém sucedeu após a morte desse no governo d’Autan.
Por fim, por sua canonização, entrou para a História de França e da Igreja Católica e Ortodoxa, como Saint Grégoire de Langres, São Gregório de Langres, venerado em 4 de janeiro.
São Gregório de Langres foi "ex senatoribus primis", Bispo de Langres, fundador de Abadias, participante nos Concílios d'Épaone de 517, de Clermont de 535, de Orleans em 538, portanto um membro do Alto Clero de França, de quem adotou o jovem Georgius Florentius o nome.
Grégoire de Langres ou Saint Grégoire de Langres, portanto, é membro de uma rica família de Senadores e Bispos galoromanos.
Os membros da Elite, em todos os tempos, casam na grande maioria das vezes com membros de suas próprias greis, de sua classe social, dentro das famílias da classe dirigente, e com ele não foi diferente, pois casou com duas Amentaria.
Amentaria I segundo alguns genealogistas alemães era filha de Armentarius, Bispo em Langres, e Armentaria II segundo genealogistas franceses era filha de Armentarius, Senador em Lyon.
Na lista de Bispo de Langres há um Armentarius, cujo governo eclesiástico foi entre 485 a 490.
São Gregório de Langres e Amentaria foram pais entre outros de:
1-       Tétrico, Bispo de Langres entre 539 a 572;
2-       Euphronius, Bispo de Tours entre 556 a 573;
3-       N Homem (nome ignorado) que casou com N Mulher (nome ignorado), filha de Florentinus, Senador em Genebra, e Artemia;
4-       Armentaria que casou com Florentius, Senador em Auvergne (pais de Gregório de Tours);
Mais, fica estabelecido que São Gregório de Langres é avô materno de Gregório de Tours.
O avô paterno era Georgius, Senador da Auvergne, que casou com Leocadia, descendente Leocadius, Senador em Bourges, no final do século III, e foram pais de:
        I-Gallus, ou Gal Ier de Clermont, ou Saint Gal, Bispo de Clairmont ou Clermont (hoje Clermont-Ferrand) entre 525 a 551;
       II- Florentius, Senador da Auvergne, que casou duas vezes:
a-       Armentaria I, filha de São Gregório de Langres;  
b-       Armentaria II, filha de Florentinus, Senador em Genebra.
Florentius teve os seguintes filhos:
a-       Pedro ou Pierre, Diácono em Langres;
b-        São Gregório de Tours, Gregorius (Georgius Florentius), Bispo de Tours- O NOSSO HOMEM;
c-        N Mulher (nome ignorado) casou com Justin, pais de Iustina, Abadessa ou Reitora em Poitiers e Eusthenia, casou com Nicetius.

Chamo atenção para o nome Florentinus, Senador de Genebra, pai de Armentaria II, além dela teve filhos com Artemia a saber:
x- Gundulfus, dux, um Duque;
y- N Mulher (nome ignorado), casou com N Homem (nome ignorado) filho de São Gregório de Langres, Comte, gouverneur du pays d'Autun (Conde e governador do país d'Autun), (veja acima);
z- Nicetius , Bispo de Lyon entre 552 a573
*********
Florentinus, Senador de Genebra era irmão de Sacerdos, ou Sacerdos de Lyon, ou Sardot ou Serdot ou Saint Sacerdos, foi Arcebispo em Lyon, e conselheiro do Rei Childebert I, um dos mais religiosos dos filhos de Clóvis I, o primeiro Rei cristão de todos os Francos, da Dinastia dos Merovíngios, e que foi Rei dos Francos em Paris, de 511 a 23 de dezembro de 558. Sacerdos de Lyon presidiu o Quinto Concilio de Orleans, realizado em 28 de outubro de 549. Celebrado em 12 de setembro.
Saint Sacerdos era o pai de São Aureliano, Bispo de Arles, ou Saint Aurelianus, ou Saint Aurelien, ou Arelate, Arcebispo de Arles entre 546 a 16 de junho de 551, celebrado em 16 de junho. Autor de uma regra monástica intitulada “Regula autem ad monachos” (A Regra dos Monges).   
Votando a Leocadia, a avó de Gregório de Tours, mulher de Georgius, Senador da Auvergne, era da família de um dos Mártires de Lyon (Lugdunum ), capital da Província de Gália Lionesa, que foram mortos em 177 d.C., a de Vettius Epaghatus também chamado Zacarias, um Cidadão Romano, segundo alguns historiadores ele não foi decapitado, mas devido a sua posição social e de sua família, foi poupado, segundos outros a pedido da multidão que estava no Anfiteatro (L' amphithéâtre des Trois Gaules de Lugdunum), foi.
Contudo Macarius, Alcibiades, Sílvio, Primus, Ulpius, vital, Comminus, Outubro, Philomena, Geminus, Julie, Albina, Grata, Rogata, Emilia, Potamia, Pompeu Rodana, Biblis, Quartia, Materne, Elpis, foram decapitados por serem Cidadãos Romanos.
Os demais, sem essa condição, ou foram condenado à morte na arena, como os cinco homens, Sanctus, Maturus, Átalo, Alexandre e Ponticus, e uma mulher, Blandine, ou morreram na prisão como Pothin , Aristeu, corvo, Zózimo, Tito, Jules, Zotique, Apollo, Geminianus, Julie, Ausônio, Emilia, Jamnique Pompeu, Domna, Just, Trophime e Antonie, 8 homens e 10 mulheres.
Bispo São Pothinus, primeiro bispo de Lyon, foi espancado e açoitado, e morreu pouco depois na prisão.
São Ponticus era um menino de 15 anos, bem como Santa Blandina, uma menina que “foi entregue às feras que se recusaram a fazer-lhe qualquer dano, em seguida foi torturada, foi açoitado, colocada sobre uma grelha quente, e entregue em uma rede para um touro que atirou para o ar com seus chifres, tendo sobrevivido foi decapitada por um carrasco”.
Esse grupo de mártires gauleses de Lyon são celebrados pela Igreja Católica no dia 02 de junho.
 Gallus, ou Saint Gal, Santo católico (celebrado em 14 de maio) e ortodoxo (celebrado em 1 de julho) , tio paterno de Gregório de Tours, entrou na Abadia de Cournon, em Cournon-d'Auvergne, hoje département du Puy-de-Dôme, en région d' Auvergne, parte da área urbana de Clermont-Ferrand, eleito Bispo em 525 até a sua morte em 14 de maio de 551, foi o encarregado pelo pai- viúvo de Gregório de Tours educá-lo.  Se saiu bem.
Saint Gal, como Bispo, “frequentou os conselhos de Clermont e Orleans”.
“Ele teria tido o dom de milagres”.
Sepultado inicialmente em Saint-Laurent de Clermont, encontra-se hoje na Catedral de Notre-Dame du Port , em Clermont-Ferrand.
A segunda esposa de Florentius, Senador da Auvergne, o pai de Gregório, era parente de São Rusticus, Arcebispo de Lyon, filho de Aquilinus, de Ruricius I, aristocrata e Bispo de Limoges, de Leôncio, Arcebispo de Lyon, de Gondulfo de Provence, Patrício em Provence, Duque na Austrásia, Bispo de Metz, de Artemia, esposa de Mundéric, senhor de Vitry-en-Perthois,  de St. Nicetius , Arcebispo de Lyon, de Gondolfus, Bispo de Tongres e por ai vai, numa prova provada que as famílias ligadas a São Gregorio de Tours , além de senadores em locais distintos, temos vários Bispos, o de Clermont, o de Langres, o de Tours, o de Lyon, o de Arles, o que demostra a sua grande influência pela Gália. 
Não custa nada citar quem foi São Gregório de Tours:
Gregoire de Tours, nasceu em 30 de novembro de 538 [ou 539] em Riom, Clermont-Ferrand, faleceu em 17 de novembro de 594 em Tours, foi Bispo de Tours, historiador. Suas famosas histórias em dez livros são uma das fontes mais importantes para o período de transição entre a Antiguidade Tardia e Idade Média, que nasceu em meio a uma orgulhosa família tradicional do final dos tempos romanos cujos membros foram Senadores, e após a queda de Roma Ocidental vários de seus membros passaram a fazer parte dos quadros da Igreja Católica Apostólica Romana, o Poder Emergente e de “e acordo com Gregório, dos dezoito bispos de Tours que o precederam, cinco foram ligados a ele por laços de parentesco”.
Seu pai Florentius e Georgius avô pertenciam à aristocracia senatorial, seu tio paterno, Gallus, foi bispo de Clermont. Do lado materno estão São Gregório de Langres, e os Bispos Tétrico, Sacerdos e Nicetius de Lyon.
Em homenagem a São Gregório de Langres, ele tomou o nome Gregório.
Gregório de Tours conhecia não só a lado romano, como, também, o lado dos Francos da História, seus usos e seus costumes.
Fez promessa na Tumba de São Martinho de Tours de que se ficasse bom entraria para o sacerdócio e cumpriu a palavra dada na hora do desespero.
Com a morte de seu tio paterno Saint Gal, acabou sua educação sob a orientação de Bispo Avitus em Clermont.
em 573, foi eleito como sucessor de Eufronius, Bispo de Tours, presumivelmente a mando do Rei Sigeberto I da Austrásia, Gregório já era conhecido de visitas ao corte real.
Influenciou na política da Gália e veio a falecer em Tours.
A principal obra de Gregory é Decem Libri Historiarum, em dez livros ou volumes, conhecidos como o Historiae, contudo os modernos a chamam de Historia Francorum ("História dos Francos). 
“Nessa Obra é relatado os milagres dos santos, especialmente os quatro livros dos milagres de Martinho de Tours, com isso o túmulo de St Martinho de Tours, aquém Gregório atribuía o milagre de sua cura, foi um grande atrativo no século 6, e os escritos de Gregório tinha o aspecto prático de promover esta devoção altamente organizada”.
“Nos Livros de I a IV reconta a história do mundo a partir da Criação, mas passa rapidamente para a cristianização da Gália, a vida e os tempos de São Martinho de Tours, a conversão dos francos e a conquista da Gália sob Clovis I, além da história mais detalhada dos reis francos antecessores de Sigeberto em 575”.
“Nos Livros de V a VI, termina com a morte de Chilperico I , aquém chamava de “Nero ou Herodes de seu tempo "(VI.46)”, em 584 , com quem Gregório manteve tensas relações, após rumores de que o Bispo de Tours havia caluniado sua segunda esposa, a Rainha Fredegunda ou Fredegundis, pois a descreveu como “implacável assassina e sadicamente cruel”, um Soberano Franco aquém se opôs “, na tentativa de impor sobre seus súditos uma concepção única da Santíssima Trindade, etc..”, assim Gregório de Tours nos relata:
Ao mesmo tempo que o rei Chilperico escrevia um pequeno exame sobre o efeito que a Santíssima Trindade não deveria ser assim chamada com referência a pessoas distintas mas deveria simplesmente ter o significado de Deus, dizendo que não era adequado que Deus fosse comparado a um homem de carne; afirmamdo também que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são a mesma coisa. "Igual", disse ele, "era a visão dos profetas e patriarcas e assim era ensinada a lei". Quando ele havia lido isso para mim, disse: "Eu quero que você e os outros educadores da igreja apóiem este ponto de vista". Mas eu respondi: "Bom rei, abandone esta crença; é sua obrigação seguir a doutrina que os outros educadores da igreja nos deixaram, após o tempo dos apóstolos, os ensinamentos de Hilário e Eusébio que você professou no batismo".
“Descrevendo, também, sua prisão pelo insano Rei e a nomeação de trânsfugas para o Bispado, pois postura real era de vender bispados pela maior oferta, anulando os testamentos em favor dos bispados e abadias”.
“Nos Livros de VII a X, estão descrições pessoais e um epílogo, escrito em 594, o ano da morte de Gregório de Tours”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário