Porque Auvergne?
Auvergne
era um importante centro administrativo e religioso, penso que não resta
dúvida.
Mais,
porque falo dela, a região?
Primeiro:
Porque
falando dela se prova que Roma usava a Elite Dirigente de um povo, de uma
tribo, de um Estado, para dominar, para mandar, para lucrar, após sua dominação
realizada ou pelas forças de suas Legiões, ou como consequência de alianças
diplomáticas canhestras.
Que
Roma usou e abusou das Elites Dirigentes ou Classe Dominantes dos povos após as
conquistas do em torno do mar Mediterrâneo, do Médio Oriente ao Egito e ao
Marrocos, da península Ibérica à Anatólia, da Gália, da Germânia renana, da
Britânia, das regiões banhadas pelo Danúbio, e com isso impor a Pax Romana.
Com
a Pax romanizavam os povos conquistados, impondo sua cultura, sua religião, sua
língua, seus métodos de Estado e de governo, ou seja, seus usos e costumes.
Essa
romanização era logo adotada pelas Classes Dirigentes, como outrora foi o
Helenismo, copiada pela plebe citadina, e num movimento muito lento, muito
demorado, por causa da resistência natural do homem do campo ao homem da
cidade, pela população campesina.
A
concessão da Cidadania Romana era o instrumento mais usado para Roma obter
êxito. Lembremos que Paulo, o Apostolo dos Gentios, era de uma família judia de
Tarso a qual foi dada a cidadania romana.
A
participação nas Instituições, como o Senado, as Ordens, o exército, etc e tal,
também, era usada como forma de domínio, e os naturais da terra aceitavam
docemente constrangidos delas participarem.
Outro
fator de conquista era a urbanização das cidades existentes ou a construções de
novas segundo os padrões romanos, com templos, anfiteatros, estádios, hipódromos,
termas, mercados, etc e tal, sem falar do padrão das Villas Romanas adotado
pelos membros da Elite Dirigente.
No
campo os modelos das fazendas romanas foram adotados por toda a Europa, para
gaudio da Elite campesina, mas, não do campesinato que ficava sempre a mercê
dos ataques dos inimigos e das feras.
Estalagens
ao estilo romano foram construídas as margens de suas Vias, estradas, que
cortavam o seu Império, o que as transformou em símbolo burguês, o que
transformava o estalajadeiro, o albergueiro, querendo uns, ou não querendo
outros, em membros da Classe Dominante.
Enfim,
Auvergne serve de laboratório, de tema, para essas nossas ‘conversas alegres’
sobre a História da Humanidade.
Segundo:
Por
causa de Gregório de Tours, cuja família é um exemplo típico do sucesso desse
uso romano, o uso da Elites.
Nascido
Georgius Florentius ou Geórgio Florêncio.
Pertencia
a uma aristocrática família de Auvergne.
Descendente
de Grégoire de Langres, também, chamado de Grégoire d'Autun, Comte,
gouverneur du pays d'Autun (Conde e
governador do país d'Autun), e por fim Gregorius Attalus, conforme diversas
fontes históricas.
Attalus
era o nome de um seu tio aquém sucedeu após a morte desse no governo d’Autan.
Por
fim, por sua canonização, entrou para a História de França e da Igreja Católica
e Ortodoxa, como Saint Grégoire de Langres, São Gregório de Langres, venerado
em 4 de janeiro.
São
Gregório de Langres foi "ex senatoribus primis", Bispo de Langres, fundador
de Abadias, participante nos Concílios d'Épaone de 517, de Clermont de 535, de
Orleans em 538, portanto um membro do Alto Clero de França, de quem adotou o
jovem Georgius Florentius o nome.
Grégoire
de Langres ou Saint Grégoire de Langres, portanto, é membro de uma rica família
de Senadores e Bispos galoromanos.
Os
membros da Elite, em todos os tempos, casam na grande maioria das vezes com
membros de suas próprias greis, de sua classe social, dentro das famílias da
classe dirigente, e com ele não foi diferente, pois casou com duas Amentaria.
Amentaria I segundo alguns
genealogistas alemães era filha de Armentarius, Bispo em Langres, e Armentaria
II segundo genealogistas franceses era filha de Armentarius, Senador em Lyon.
Na lista de Bispo de
Langres há um Armentarius, cujo governo eclesiástico foi entre 485 a 490.
São Gregório de Langres e
Amentaria foram pais entre outros de:
1- Tétrico, Bispo de Langres entre 539 a 572;
2- Euphronius, Bispo de Tours entre 556 a 573;
3- N Homem (nome ignorado) que casou com N Mulher (nome
ignorado), filha de Florentinus, Senador em Genebra, e Artemia;
4- Armentaria que casou com Florentius, Senador em
Auvergne (pais de Gregório de Tours);
Mais,
fica estabelecido que São Gregório de Langres é avô materno de Gregório de
Tours.
O
avô paterno era Georgius, Senador da Auvergne, que casou com Leocadia,
descendente Leocadius, Senador em Bourges, no final do século III, e foram pais
de:
I-Gallus, ou Gal Ier de Clermont, ou
Saint Gal, Bispo de Clairmont ou Clermont (hoje Clermont-Ferrand) entre 525 a
551;
II- Florentius, Senador da Auvergne, que
casou duas vezes:
a-
Armentaria I,
filha de São Gregório de Langres;
b-
Armentaria II,
filha de Florentinus, Senador em Genebra.
Florentius
teve os seguintes filhos:
a-
Pedro ou Pierre, Diácono
em Langres;
b-
São Gregório de Tours, Gregorius (Georgius
Florentius), Bispo de Tours- O NOSSO HOMEM;
c-
N Mulher (nome
ignorado) casou com Justin, pais de Iustina, Abadessa ou Reitora em Poitiers e Eusthenia,
casou com Nicetius.
Chamo
atenção para o nome Florentinus, Senador de Genebra, pai de Armentaria II, além
dela teve filhos com Artemia a saber:
x-
Gundulfus, dux, um Duque;
y-
N Mulher (nome ignorado), casou com N Homem (nome ignorado) filho de São
Gregório de Langres, Comte, gouverneur du pays d'Autun (Conde e governador do país d'Autun), (veja acima);
z-
Nicetius , Bispo de Lyon entre 552 a573
*********
Florentinus,
Senador de Genebra era irmão de Sacerdos, ou Sacerdos de Lyon, ou Sardot ou
Serdot ou Saint Sacerdos, foi Arcebispo em Lyon, e conselheiro do Rei
Childebert I, um dos mais religiosos dos filhos de Clóvis I, o primeiro Rei
cristão de todos os Francos, da Dinastia dos Merovíngios, e que foi Rei dos
Francos em Paris, de 511 a 23 de dezembro de 558. Sacerdos de Lyon presidiu o
Quinto Concilio de Orleans, realizado em 28 de outubro de 549. Celebrado em 12
de setembro.
Saint
Sacerdos era o pai de São Aureliano, Bispo de Arles, ou Saint Aurelianus, ou
Saint Aurelien, ou Arelate, Arcebispo de Arles entre 546 a 16 de junho de 551,
celebrado em 16 de junho. Autor de uma regra monástica intitulada “Regula autem
ad monachos” (A Regra dos Monges).
Votando
a Leocadia, a avó de Gregório de Tours, mulher de Georgius, Senador da
Auvergne, era da família de um dos Mártires de Lyon (Lugdunum ), capital da Província de Gália Lionesa, que foram mortos em 177 d.C., a
de Vettius Epaghatus também chamado Zacarias, um Cidadão Romano, segundo alguns
historiadores ele não foi decapitado, mas devido a sua posição social e de sua
família, foi poupado, segundos outros a pedido da multidão que estava no
Anfiteatro (L' amphithéâtre des Trois Gaules de Lugdunum), foi.
Contudo
Macarius, Alcibiades, Sílvio, Primus, Ulpius, vital, Comminus, Outubro,
Philomena, Geminus, Julie, Albina, Grata, Rogata, Emilia, Potamia, Pompeu
Rodana, Biblis, Quartia, Materne, Elpis, foram decapitados por serem Cidadãos
Romanos.
Os
demais, sem essa condição, ou foram condenado à morte na arena, como os cinco
homens, Sanctus, Maturus, Átalo, Alexandre e Ponticus, e uma mulher, Blandine,
ou morreram na prisão como Pothin , Aristeu, corvo, Zózimo, Tito, Jules,
Zotique, Apollo, Geminianus, Julie, Ausônio, Emilia, Jamnique Pompeu, Domna,
Just, Trophime e Antonie, 8 homens e 10 mulheres.
Bispo São Pothinus, primeiro bispo
de Lyon, foi espancado e açoitado, e morreu pouco depois na prisão.
São Ponticus era um menino
de 15 anos, bem como Santa Blandina, uma menina que “foi entregue às feras que
se recusaram a fazer-lhe qualquer dano, em seguida foi torturada, foi açoitado,
colocada sobre uma grelha quente, e entregue em uma rede para um touro que
atirou para o ar com seus chifres, tendo sobrevivido foi decapitada por um
carrasco”.
Esse
grupo de mártires gauleses de Lyon são celebrados pela Igreja Católica no dia
02 de junho.
Gallus, ou Saint Gal, Santo católico
(celebrado em 14 de maio) e ortodoxo (celebrado em 1 de julho) , tio paterno de
Gregório de Tours, entrou na Abadia de Cournon, em Cournon-d'Auvergne, hoje
département du Puy-de-Dôme, en région d' Auvergne, parte da área urbana de
Clermont-Ferrand, eleito Bispo em 525 até a sua morte em 14 de maio de 551, foi
o encarregado pelo pai- viúvo de Gregório de Tours educá-lo. Se saiu bem.
Saint
Gal, como Bispo, “frequentou os conselhos de Clermont e Orleans”.
“Ele
teria tido o dom de milagres”.
Sepultado
inicialmente em Saint-Laurent de Clermont, encontra-se hoje na Catedral de
Notre-Dame du Port , em Clermont-Ferrand.
A
segunda esposa de Florentius, Senador da Auvergne, o pai de Gregório, era parente
de São Rusticus, Arcebispo de Lyon, filho de Aquilinus, de Ruricius I,
aristocrata e Bispo de Limoges, de Leôncio, Arcebispo de Lyon, de Gondulfo de
Provence, Patrício em Provence, Duque na Austrásia, Bispo de Metz, de Artemia,
esposa de Mundéric, senhor de Vitry-en-Perthois, de St. Nicetius , Arcebispo de Lyon, de Gondolfus,
Bispo de Tongres e por ai vai, numa prova provada que as famílias ligadas a São
Gregorio de Tours , além de senadores em locais distintos, temos vários Bispos,
o de Clermont, o de Langres, o de Tours, o de Lyon, o de Arles, o que demostra
a sua grande influência pela Gália.
Não
custa nada citar quem foi São Gregório de Tours:
Gregoire
de Tours, nasceu em 30 de novembro de 538 [ou 539] em Riom, Clermont-Ferrand,
faleceu em 17 de novembro de 594 em Tours, foi Bispo de Tours, historiador.
Suas famosas histórias em dez livros são uma das fontes mais importantes para o
período de transição entre a Antiguidade Tardia e Idade Média, que nasceu em
meio a uma orgulhosa família tradicional do final dos tempos romanos cujos
membros foram Senadores, e após a queda de Roma Ocidental vários de seus membros
passaram a fazer parte dos quadros da Igreja Católica Apostólica Romana, o
Poder Emergente e de “e acordo com Gregório, dos dezoito bispos de Tours que o precederam,
cinco foram ligados a ele por laços de parentesco”.
Seu
pai Florentius e Georgius avô pertenciam à aristocracia senatorial, seu tio paterno,
Gallus, foi bispo de Clermont. Do lado materno estão São Gregório de Langres, e
os Bispos Tétrico, Sacerdos e Nicetius de Lyon.
Em
homenagem a São Gregório de Langres, ele tomou o nome Gregório.
Gregório
de Tours conhecia não só a lado romano, como, também, o lado dos Francos da
História, seus usos e seus costumes.
Fez
promessa na Tumba de São Martinho de Tours de que se ficasse bom entraria para
o sacerdócio e cumpriu a palavra dada na hora do desespero.
Com
a morte de seu tio paterno Saint Gal, acabou sua educação sob a orientação de Bispo
Avitus em Clermont.
em
573, foi eleito como sucessor de Eufronius, Bispo de Tours, presumivelmente a
mando do Rei Sigeberto I da Austrásia, Gregório já era conhecido de visitas ao
corte real.
Influenciou
na política da Gália e veio a falecer em Tours.
A
principal obra de Gregory é Decem Libri Historiarum, em dez livros ou volumes, conhecidos
como o Historiae, contudo os modernos a chamam de Historia Francorum
("História dos Francos).
“Nessa
Obra é relatado os milagres dos santos, especialmente os quatro livros dos
milagres de Martinho de Tours, com isso o túmulo de St Martinho de Tours, aquém
Gregório atribuía o milagre de sua cura, foi um grande atrativo no século 6, e
os escritos de Gregório tinha o aspecto prático de promover esta devoção
altamente organizada”.
“Nos
Livros de I a IV reconta a história do mundo a partir da Criação, mas passa rapidamente
para a cristianização da Gália, a vida e os tempos de São Martinho de Tours, a
conversão dos francos e a conquista da Gália sob Clovis I, além da história
mais detalhada dos reis francos antecessores de Sigeberto em 575”.
“Nos
Livros de V a
VI, termina com a morte de Chilperico I , aquém chamava de “Nero ou Herodes de
seu tempo "(VI.46)”, em 584 , com quem Gregório manteve tensas relações,
após rumores de que o Bispo de Tours havia caluniado sua segunda esposa, a
Rainha Fredegunda ou Fredegundis, pois a descreveu como “implacável assassina e
sadicamente cruel”, um Soberano Franco aquém se opôs “, na tentativa de impor
sobre seus súditos uma concepção única da Santíssima Trindade, etc..”, assim Gregório de Tours nos relata:
Ao mesmo tempo que o rei Chilperico escrevia
um pequeno exame sobre o efeito que a Santíssima Trindade não deveria ser assim
chamada com referência a pessoas distintas mas deveria simplesmente ter o
significado de Deus, dizendo que não era adequado que Deus fosse comparado a um
homem de carne; afirmamdo também que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são a
mesma coisa. "Igual", disse ele, "era a visão dos profetas e
patriarcas e assim era ensinada a lei". Quando ele havia lido isso para
mim, disse: "Eu quero que você e os outros educadores da igreja apóiem
este ponto de vista". Mas eu respondi: "Bom rei, abandone esta
crença; é sua obrigação seguir a doutrina que os outros educadores da igreja
nos deixaram, após o tempo dos apóstolos, os ensinamentos de Hilário e Eusébio
que você professou no batismo".
“Descrevendo, também, sua prisão pelo
insano Rei e a nomeação de trânsfugas para o Bispado, pois postura real era de vender
bispados pela maior oferta, anulando os testamentos em favor dos bispados e
abadias”.
“Nos Livros de VII a X, estão descrições
pessoais e um epílogo, escrito em 594, o ano da morte de Gregório de Tours”.
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