quarta-feira, 29 de julho de 2015

CONVERSANDO ALEGREMENTE SOBRE A HISTÓRIA.: Dona Leopoldina & Dom Pedro I&IV

CONVERSANDO ALEGREMENTE SOBRE A HISTÓRIA.: Dona Leopoldina & Dom Pedro I&IV:

Dona Leopoldina & Dom Pedro I&IV

Dona Leopoldina & Dom Pedro I&IV

Minha intenção é mostrar que nossa Independência se deve muito mais a senhora Dona Leopoldina, do que propriamente ao senhor Dom Pedro I.
Nunca foi intenção desse “ Filho da Casa de Bragança” desmembrar o Império transcontinental Luso-Afro-Brasileiro do qual era Príncipe Herdeiro.
Segundo o Acadêmico e Magnífico Reitor da Universidade do Brasil, Pedro Calmon Muniz Bittencourt, em seu livro, O Rei do Brasil, vida de D. João VI, Livraria / Editora José Olympio, 1935, pg. 277, o então Príncipe-Regente escreveu a seu pai e soberano Senhor Dom João VI, o maior monarca que nos governou, o que segue:

“Eu ainda me lembro e me lembrarei sempre do que V.M. me disse, antes de partir dous dias, no seu quarto: se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros”,
escrever-lhe-ia o príncipe em 1822.
O sábio monarca português tinha a certeza de que o Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, o Senhorio da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc..., sem o Brasil ficaria enfraquecido nessa Nova Ordem Política Europeia pós a Ordem Napoleônica que surgiu, que tomou forma, nas antessalas do Palácio de seu co-sogro, Francisco I, o Imperador da Áustria, quando do Congresso de Viena.
Dom Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, era um chucro, já que foi criado “ao Deus dará”, sem nenhum tipo serio de tutor que lhe preparasse para as obrigações de um Soberano.
Herdara de sua mãe, a Infanta Espanhola, a Rainha Dona Carlota Joaquina, a sexualidade dos Bourbons, conhecidos por sua volúpia, que o fazia passar horas ou na senzala ou em uma Casa de Prazeres, casas essas que ficavam em uma travessa da atual Praça XV, no Rio de Janeiro, na Corte, isso sem contar as aventuras com atrizes e outras damas dadivosas.
Dedicava-se o Príncipe aos cavalos, as touradas, a viola, a música, a dança, especialmente ao “lundum” -  criada a partir dos batuques dos escravos bantos trazidos de Angola e dos ritmos portugueses, e que era dançado “uma certa malemolência e seu aspecto lascivo, evidenciado pela umbigada, pelos rebolados e por outros gestos que imitam o ato sexual- ou seja, a galhofa, a deboche, a boa vida, era um filhinho de papai, um playboy, no início do século XIX.


O lundu praticado no século XVIII, em gravura de Rugendas.
Johann Moritz Rugendas (Augsburgo, 29 de março de 1802 — Weilheim an der Teck, 29 de maio de 1858) foi um pintor alemão que viajou por todo o Brasil durante o período de 1822 a 1825, pintando os povos e costumes que encontrou. Rugendas era o nome que usava para assinar suas obras. Cursou a Academia de Belas-Artes de Munique, especializando-se na arte do desenho.
Conta a lenda que o personagem masculino que dança é o próprio senhor Dom Pedro.


Nunca teve nenhum interesse aos Negócios de Estado, só começou na Hora H de um Golpe de Estado, pois foi aconselhado por políticos, como Dom Marcos de Noronha e Brito, oitavo Conde dos Arcos, e pelos próceres do O Grande Oriente do Brasil, a Maçonaria, tendo à frente o Grão-Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, para que o encabeçasse.
Vaidoso, intempestivo, sem noção, certo que o alertar de que os Braganças poderiam perder os Reinos na Europa, se Dom João VI não tomasse uma atitude para agradar, para demostrar boa vontade, com as Cortes, que estão salientes, em Portugal, Dom Pedro, toma a frente de uma “revolução constitucionalista”.
As Cortes, além de promulgarem uma Constituição para o Reino queriam a volta do monarca, agora como Rei Constitucional, para Lisboa.
Sua participação objetiva ocorreu em 26 de fevereiro de 1821, ao obrigar a seu pai, o Senhor Dom João VI, a entrar numa Carruagem de Estado, uma verdadeira caranguejola, ainda dos tempos da monarquia em Lisboa, e ir para o Paço da Cidade (hoje Museu na Praça XV) e da sacada jurar não só as Leis que vieram de Portugal, mas também que em breve voltaria para Lisboa.
Na verdade, o Grande Soberano tinha mesmo é que jurar uma Constituição, a Constituição Liberal Espanhola de 1812, chamada de La Pepa, apelido carinhoso de Josefa, já que ela foi promulgada em Cádiz no dia 19 de março, dia de São Jose.

Por esse juramento o senhor Dom João fazia que ela vigorasse no Brasil e se obrigava a Jurar a Constituição que estava sendo confeccionada em Portugal pela Cortes reunidas em Lisboa, assim que lá chegasse.
Jogado no fundo da caranguejola o pobre Soberano, que não desejava partir do Brasil para Lisboa, suava, choramingava, sofria, a gota o matava, mais passado o susto inicial, depois de muitas delongas, o Rei do Brasil cede as “ forças terríveis”, que estão em plena ação tanto nas Cortes de Lisboa, quanto no Rio de Janeiro, e acabou anunciando sua partida para Portugal no dia 7 de março de 1821.

Trono do senhor Dom João VI, ainda no Museu de São Cristóvão.

Senhor Dom João VI era pragmático o que deveria confundir sobre maneira a ‘cabeça’ de seu Herdeiro, que não puxou o jeito político “manhoso”, mas profundamente produtivo do pai, mas sim o jeito atabalhoado e ambicioso da mãe, Doña Carlota Joaquina Teresa Cayetana de Borbón y Borbón-Parma, Infanta de España, filha mais velha do Don Carlos IV, Rei de Espanha e sua esposa, a Rainha Doña Maria Luisa, nascida di Borbone-Parma, batizada como Luisa Maria Teresa Anna, filha de filha de Filipe I, Infante de Espanha e Duque de Parma, Paciência e Guastalla, e de Luísa Isabel de Bourbon, Fille de France, filha mais velha do Rei Luís XV de França e da sua esposa, Maria Leszczyńska, e a irmã gémea de Henriqueta Ana, essa solteira até morrer.


Retrato Equestre de D. Carlota Joaquina
Pintura de Domingos Sequeira
1817
Museu Imperial
O antigo Palácio Imperial de Verão
 na cidade de Petrópolis , Rio de Janeiro, Brasil.

A Rainha & Imperatriz Dona Carlota Joaquina sofria de Hipersexualidade, isso é, o aumento repentino da libido com a extrema necessidade de atividade sexual, ou como explicam alguns cientistas, um “vício, um impulso ou compulsão sexual. Tanto faz o termo utilizado, já que o significado é o mesmo: obsessão incontrolável por sexo”.
Essa “obsessão incontrolável por sexo” foi herdada pelo seu filho Pedro de Alcântara, apesar da Rainha & Imperatriz apreciar e confiar mais em seu outro filho, o senhor Dom Miguel Maria do Patrocínio João Carlos Francisco de Assis Xavier de Paula Pedro de Alcântara António Rafael Gabriel Joaquim José Gonzaga Evaristo de Bragança e Bourbon, o futuro Rei de Portugal sob o nome de Dom Miguel I, entre 1828 e 1834, período no qual se deu a Guerra Civil Portuguesa de 1831-1834.
Dona Carlota teve vários amantes (Fontes não comprovadas afirmam que Carlota Joaquina teve relações com cerca de trezentos e oitenta homens durante sua permanência no Brasil. Mas entre todos esses garanhões, apenas se apaixonou duas vezes. Os dois adorados de Carlota foram Fernando Carneiro Leão, o importante mulato presidente do Banco do Brasil, e o comendador Francisco de Aragão Damásio, a quem Carlota se entregou de corpo e alma) em Portugal como D. Pedro José Joaquim Vito de Meneses Coutinho, sexto Marquês de Marialva e oitavo de Conde de Cantanhede, “acusado ser o pai de sangue do Rei D. Miguel I de Portugal”, João dos Santos, um rapaz que trabalhava como jardineiro no palácio da Quinta do Ramalho, que “seria o pai de D. Maria da Assunção e de D. Ana de Jesus Maria”.  
Alberto Augusto de Almeida Pimentel, conhecido como Alberto Pimentel, nascido em Cedofeita, Porto, Portugal 14 de abril de 1849 e falecido em Queluz, no ano de 1925, com 76 anos, jornalista, escritor, romancista, político, folhetinista e tradutor, afirma em “A Última Corte do Absolutismo”, Lisboa: Livraria Férin, 1893, que "...passa como certo que dos nove filhos que D. Carlota Joaquina dera à luz, apenas os primeiros quatro tiveram por pai D. João VI".
Ora, se levarmos em conta a afirmação categórica de Alberto Pimentel são filhos de Dom João:
1- Dona Maria Teresa de Bragança (1793-1874), casada em primeiras núpcias com D. Pedro Carlos de Bourbon e Bragança, Infante de Portugal e de Espanha, e pela segunda vez com Carlos de Bourbon, Conde de Molina, também Infante de Espanha e seu cunhado; com descendência.
2- Dom Francisco António Pio de Bragança (1795-1801), Príncipe da Beira; sem descendência.
3- Dona Maria Isabel de Bragança (1797-1818), casou-se com Fernando VII de Espanha; uma filha natimorta.
4- Dom Pedro I do Brasil e IV de Portugal, Imperador do Brasil e Rei de Portugal (1798-1834), casado em primeiras núpcias com Maria Leopoldina de Áustria e em segundas com Amélia de Leuchtenberg; com descendência.


"Chácara Imperial Quinta do Caju".

Ufff, Dom Pedro tá nessa....mas temos que ter em mente que “ o próprio Dom João VI teria confirmado não ter tido relações sexuais com a sua esposa durante mais de dois anos e meio antes do nascimento de D. Miguel, tempo durante o qual ele e Dona Carlota terão vivido em guerrilha conjugal, com ela em permanente conspiração, e só se encontravam em raras ocasiões oficiais”, situação que perdurou até o assassinato do Soberano em 10 de março de 1826, por ter comido laranjas envenenados, com 58 anos.
É verdade que dizem que Dona Carlota, a verdadeira cabeça do partido absolutista em Portugal, estava envolvida no envenenamento do marido, pois sempre o detestou, e queria que Dom Miguel, seu queridinho, reinasse e não o filho Pedro de Alcântara.
Mais, o sábio Dom João VI no caso do seu amado Brasil, do seu querido Rio de Janeiro, de sua aprazível Quinta da Boa Vista, de sua Casa de Banhos -  "Chácara Imperial Quinta do Caju"-  no Bairro do Caju, já tinha “tratado do seu futuro”, pois em 22 de abril de 1821, havia nomeado seu querido filho Pedro como Príncipe Regente do Reino do Brasil.
Dom João, um sábio, Pela Graça de Deus, Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc...,  era a única pessoa da família Real com quem Dona Leopoldina tinha dialogo, e eu desconfio que o Velho Monarca confiava mais na sua nora, uma Princesa da Casa de Habsburgo, uma Arquiduquesa da Áustria, criada para ser útil à sua Monarquia – a monarquia paterna, a monarquia por casamento, a monarquia de seus filhos – não podemos esquecer que sua irmã casou com o Imperador dos Franceses, e ela viajou para os trópicos para casar com um Príncipe português no Brasil por ordem do pai, Francisco I, e de seu ministro todo poderoso  Klemens Wenzel, Príncipe de Metternich – para solucionar os problemas políticos do que no próprio filho que ele sabia ser um intempestivo mal educado.
E dito e feito.
Dona Maria Leopoldina ante um problema imenso que era a recolonização do Brasil por Portugal, do retorno humilhante dos Príncipes Herdeiros, tomou a decisão certa, e decretou em 2 de setembro de 1922 a Independência do Brasil.
A Filha da Águia de Habsburgo (Tochter des Adlers habsburgischen) depois comunicou ao Filho dos Braganças.



Alegoria das Virtudes do senhor Dom João VI,
Pintura de Domingos Sequeira.
Domingos António de Sequeira
*Lisboa, 10 de março de 1768 — + Roma, 8 de março de 1837
Pintor português.

Embarcada a Família Real e os demais membros da Comitiva, no dia 26 de abril, pela manhã, Sua Majestade o senhor Dom João VI, El-Rey de Portugal, Brasil e Algarves, sobe na Nau – Capitania, batizada com o seu nome, para ser transportado para Lisboa aos prantos.
Não consegue o Soberano parar de chorar em uma sentida comoção.
Sabia Sua Majestade que ao subir a Nau-Capitania estava encerrando o mais frutífero e belo Ciclo Histórico de seu Reinado que durou 13 anos, pois sabia que em Lisboa seria um “rei-fantoche” a mercê dos humores dos novos donos do Poder.


Dom João e a Baia da Guanabara ao fundo.

Como Pedro Calmon escreveu:
“Não esperava da vida muito mais. As notícias da Europa eram cada vez mais alarmantes. O liberalismo alastrava-se, havia rumores de conspiração bonapartista em França, a Inglaterra hostilizava a Santa Aliança, a Espanha incendiava-se”. Em “O Rei do Brasil”.
Os Príncipes Regentes, sua Família, embarcam na famosa “Galeota”, que ainda pode ser usada e que está guardada no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, para acompanhar a nau ‘Dom João VI “até a barra da Baia da Guanabara”.
O coração da Princesa do Reino Unido De Portugal, Brasil e Algarves, agora esposa do Príncipe Regente estava em frangalhos partia seu único amigo e aliado na Família Real, seu sogro, o Sua Majestade o Rei.
Em outras embarcações acotovelavam-se nobres e plebeus, para acompanhar a Família Real que está de volta a Portugal “até a barra da Baia da Guanabara”.
Debruçado na murada do tombadilho estava El-Rey, em lagrimas, aos prantos, não querendo ir, mas o senso de reponsabilidade Dinástica o obrigava a ir.
Vou citar mais uma vez a Pedro Calmon:
 “Da amurada, passeando o olhar pelo perfil das montanhas, D. João se despedia - como da porção melhor da sua existência – da cidade que o abrigará carinhosamente, dos seus festivos panoramas que encontrará, há treze anos, tão vazios, e deixava tão marcados da nova civilização, da riqueza que aí distribuirá”.
E continua: “Havia de suspirar ainda por cinco anos pelas suas arvores idílicas do Rio e pela consoladora sensação de força que lhe deram, debaixo daquele céo incomparável...”. Em O Rei do Brasil.
Ficava, pois os destinos do Brasil nas mãos do Príncipe Dom Pedro de Alcântara, um jovem de 23 anos, mimado, indisciplinado, inculto, rude, arrogante mulherengo, mas casado com uma grande mulher, e era nisso que o Soberano retirante confiava, pois sabia que ela ia lutar pela Dinastia de Bragança, pela herança de seus filhos, pelo Reino, pelo Brasil.



Pela Graça de Deus, Imperador do Brasil, e Rei do Reino Unido de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.
8º Príncipe da Beira e do Brasil, o 21º Duque de Bragança, 18º Duque de Guimarães, 16º Duque de Barcelos, 20º Marquês de Vila Viçosa, 24º Conde de Arraiolos; 22º Conde de Ourém, de Barcelos, de Faria e de Neiva; Grãoprior do Crato e Senhor da Casa do Infantado; Grão-mestre das ordens de Cristo, de Avis, de São Tiago da Espada, da Torre e Espada, de São João de Jerusalém, e Grãoprior em Portugal; Grã-cruz das ordens de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, de Carlos III, de São Fernando, de Isabel a Católica, do Espírito Santo, de São Luís, de São Miguel, da Legião de Honra, de Leopoldo, de Santo Estêvão, da Coroa de Ferro, de Santo André, de Santo Alexandre Nevsky, de Sant'Ana, do Elefante, do Leão Neerlandês, da Águia Negra; Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro e da Ordem da Jarreteira.

Nós, brasileiros, deveríamos dar a Dom João o título de “O Pai da Nacionalidade”, por tudo que ele fez por nosso País.

De nossos três Imperadores ele foi o que mais serviço prestou a causa brasileira.

CONVERSANDO ALEGREMENTE SOBRE A HISTÓRIA.: 7 de setembro? Não, não. 2 de setembro é que foi p...

CONVERSANDO ALEGREMENTE SOBRE A HISTÓRIA.: 7 de setembro? Não, não. 2 de setembro é que foi  proclamada a Independência do Brasil.

7 de setembro? Não, não. 2 de setembro é que foi proclamada a Independência do Brasil.

7 de setembro?
Não, não. 2 de setembro é que foi proclamada a Independência do Brasil.



Arquiduquesa, Princesa-Regente, Imperatriz-consorte, e durante oito dias, em 1826, Rainha consorte de Portugal.


A Erzherzogin Maria Leopoldine Josepha Caroline von Österreich é “a mais pura, a mais excelente das mulheres”
Ferdnand Dénis, seu conterrâneo e contemporâneo.

Citação em “A Imperatriz Leopoldina sua vida e sua época”.  
De Carlos H Oberacker Jr
Conselho Federal de Cultura, 1973.

Com a iminência de uma guerra civil que pretendia separar a Província de São Paulo do resto do Brasil, D. Pedro passou o poder a Dona Leopoldina no dia 13 de agosto de 1822, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil, com todos os poderes legais para governar o país durante a sua ausência e partiu para apaziguar São Paulo.
No dia 14, foi contornar a crise na província
Neste ínterim, a Princesa Regente recebeu notícias que Portugal estava preparando uma ação contra o Brasil e, sem tempo para aguardar a chegada de D. Pedro, D. Leopoldina, aconselhada pelo Ministro das Relações Exteriores José Bonifácio e usando de seus atributos de chefe interina do governo, reuniu-se na manhã de 2 de setembro de 1822 com o Conselho de Estado, assinando o decreto da Independência, declarando o Brasil separado de Portugal.
Bonifácio convocou o oficial de sua confiança, Paulo Bregaro, para levar a sua carta e a de Leopoldina para D. Pedro em São Paulo.
A história, a partir do momento em que Dom Pedro recebe as cartas, é bastante conhecida.
Não teve a gargalhada do quadro de Pedro Américo, pintado em 1888, uma das imagens da Independência mais divulgadas nos livros escolares.
Nem aconteceu literalmente às margens do riacho Ipiranga, como está no Hino Nacional.
O príncipe bradou o seu célebre grito de “Independência ou Morte! ”, no alto da colina próxima ao riacho, onde sua tropa esperava que ele se aliviasse de um súbito mal-estar intestinal.         
 Cláudio Fragata Lopes - “Leopoldina nos bastidores do grito”.
Galileu, 1998

Eu duvido que tenha bradado alguma coisa, até porque Dom Pedro, como o pai, o senhor Dom João VI, queria a união das duas coroas, dois reinos independentes, mas um só Monarca, ambos não concebiam Portugal sem o Brasil, e o Brasil sem Portugal, e a Historia prova essa minha afirmação.
Dom Pedro era um aventureiro, criado solto como um burrinho no pasto, tanto que:
Não houve uma preocupação por parte de seus pais a respeito de sua educação. Criado solto na Quinta da Boa Vista ou na fazenda Santa Cruz, Pedro andava sozinho na mata, brigava a pau e soco com outras crianças, bolinava as escravas. Ali se tornou um exímio, mas imprudente cavaleiro. Quanto à sua cultura intelectual, a de D. Pedro não era superior à dos mais instruídos dos seus súditos.
Andava o príncipe com roupas de algodão e chapéu de palha, tomava banho nu na praia do Flamengo, ria, debochava e zombava de quem quer que fosse. Comia com as mãos...
“Pedro não se incomoda com a sujeira, com o mau cheiro, com a estreiteza de pensamento. Ele nem se percebe de que vive num estábulo”, escreveu à irmã Maria Luísa. (Imperatriz dos Franceses, segunda esposa de Napoleão Bonaparte)
Gloria Kaiser - “Dona Leopoldina – Uma Habsburgo no Trono do Brasil”.
São Paulo: 
Editora Nova Fronteira,
1998.
A atitude de D. Leopoldina, defendendo os interesses brasileiros, acha-se eloquentemente estampada na carta que escreveu a D. Pedro, por ocasião da independência do Brasil. “É preciso que volte com a maior brevidade. Esteja persuadido de que não é só o amor que me faz desejar mais que nunca sua pronta presença, mas sim as circunstâncias em que se acha o amado Brasil. Só a sua presença, muita energia e rigor podem salvá-lo da ruína.
Leopoldo BibianoXavier- “ Revivendo o Brasil-Império”.
São Paulo
 Artpress
1991.

Esse estudo está apresentado sob o título ” Uma dama nos trópicos” no site:
De autoria de Gilmar Moreira Gonçalves
Professor e pesquisador da FAFIC, Cataguases-MG




Dona Leopoldina, então Princesa Real-Regente do Reino do Brasil, preside a reunião do Conselho de Ministros em 2 de setembro de 1822.
Georgina de Albuquerque (1885-1962)
Senado Federal- Brasília - DF


 Porque transcrevi esse site?

Para provar:
1-      Que foi Dona Leopoldina quem fez de facto e de direito a Independência do Brasil “usando de seus atributos de chefe interina do governo, [pois] reuniu-se na manhã de 2 de setembro de 1822 com o Conselho de Estado, assinando o decreto da Independência, declarando o Brasil separado de Portugal”;
2-      Que o dia de nossa independência política foi na realidade o dia do decreto assinado por Dona Leopoldina, ou seja, de 2 de setembro de 1822, e não o dia do recebimento das cartas vindas do Rio de Janeiro através de Paulo Bregaro, que eu nem sei se foi realmente 7 de setembro. Dizem que foi, pois, o Príncipe Real estava com “mal-estar intestinal”, leia-se ‘ dor de barriga’, vulgarmente conhecida como “ caganeira”, e ia toda hora no mato para se aliviar, um fato inesquecível para sua comitiva.

Isso posto, nós os brasileiros, temos que muito que agradecer a essa Filha de Reis, Mulher de Rei, Mãe de Reis, por ter se transformado na Mãe do Brasil, na Mãe da Nacionalidade Brasileira.  

Obrigado Caroline Josepha Leopoldine von Habsburg-Lothringen, por casamento de Bragança.

Jorge Eduardo Fontes Garcia

São Paulo 29/07/15




Juramento solene da Imperatriz Dona Maria Leopoldina à Constituição do Brasil, 1824.



Brasão de Dona Leopoldina
Imperatriz do Brasil.



Retrato de Sua Majestade Imperial, a Imperatriz do Brasil
A Mãe da Nacionalidade Brasileira

 por Luís Schlappriz.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Mais da Quinta da Boa Vista - Parte III




A Quinta da Boa Vista, era o Palácio Imperial que nunca deixou de ser Quinta.
Parte III


O Paço de São Cristovão na Quinta da Boa Vista era o Palácio Imperial do Brasil, a morada de Sua Majestade Imperial Dom Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, mas um palácio que não demostrava a riqueza e a pujança de nosso País.
A casa apalacetada que la existia era velha, canhestra, capenga, sem condições para que a Pompa e Circunstância tão necessária a uma Corte de um Soberano por lá desse o ar de sua graça, como nos casos de Queluz, Versalhes, Hermitage, Saint-James, Buckingham, Schönbrunn, ou mesmo a republicana Casa Branca em Washington, D.C., como podemos constatar ate os dias de hoje.
Iam os íntimos, os serviçais diretos, o Gabinete Governamental quando era necessário e alguns outros poucos, além dos escravos, é claro.
Festas, recepções, isso nem pensar.
Triste Monarquia que seu Soberano não se expõe entre Pompas e Circunstâncias.
No Primeiro Império um palacete mais digno do que a morada imperial foi o reformado para Dona Domitila de Castro canto e Mello, a Marquesa de Santos, amante de Dom Pedro I, o Imperador  que lhe elevou a tal rango em 12 de outubro de 1826, e que aspear de conhecido 'mão de vaca' pagou pela obras.  
Era o “Palacete do Caminho Novo, a antiga residência da Marquesa de Santos, por esse motivo, é também conhecido como Solar da Marquesa de Santos”.
“ Um edifício de dois pavimentos em estilo neoclássico com traços do barroco colonial, uma vez que foi uma ampliação de uma construção anterior”.
“Foi erguido próximo do Palácio da Quinta da Boa Vista, com um projeto de Pierre-Joseph Pézerat, tendo as obras supervisionadas por Pedro Alexandre Cravoé”.
“Tem um pórtico coroado por frontão clássico centralizado, ladeado por dois volumes laterais idênticos. A decoração interna é requintada e foi entregue a artistas de renome na época, como Francisco Pedro do Amaral. Na parte traseira possui um jardim com espelho d'água e estatuária decorativa, criado por Auguste François Marie Glaziou”.
“O palacete foi habitado pela Marquesa a partir de 1826, mas apenas por poucos anos, até o rompimento de sua ligação com o Imperador, o que aconteceu em 1829”.




Só no Brasil a casa de uma amante foi transformada em um museu tão importante quanto o do Primeiro Império, no Museu do Primeiro Reinado.



Basta visitarmos o hoje Museu do Primeiro Reinado ali instalado e mais adiante o Museu Nacional do Brasil, que veremos a diferença entre um e outro, pois no primeiro habitava o luxo, a pompa e a circunstância no segundo uma precoce decadência .
A Republica fez obras na antiga Quinta para ali instalar o Museu e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mas por falta total de recursos sobre o Palácio/Museu só podemos dizer que "é uma tristeza".
Destaco que Pierre-Joseph Pézerat foi substituiu   Manuel da Costa nas obras de remodelação do então Paço Imperial de São Cristóvão na Quinta da Boa Vista encomendadas por Dom Pedro I.
O Paço tinha apenas um torreão no lado Norte da fachada principal, ganhou outro simétrico, no lado Sul, e um terceiro pavimento começou a ser erguido sobre os dois já existentes”.
“As obras foram continuadas a partir de 1847 pelo primeiro e único barão de Santo Ângelo, nascido   Manuel Araújo de Porto-Alegre,  * Rio Pardo, RGS, 29 de novembro de 1806 e  + Lisboa, 30 de dezembro de 1879, que harmonizou as fachadas do edifício, seguido pelo alemão Theodore Marx (1857 e 1868)”. “Entre 1857 e 1861 o pintor italiano Mario Bragaldi decorou vários dos aposentos interiores”
" O Paço Imperial de São Cristóvão da Quinta da Boa Vista foi violentado e saqueado pela primeira vez “sendo suas características internas originais, destruídas ou vendidas, após a Proclamação da República, já que os bens da Família Imperial foram nacionalizados por iniciativa de Rui Barbosa, primeiro Ministro da Fazenda do Regime Republicano de 15 de novembro de 1889 até 21 de janeiro de 1891”.
Outra fonte:
Marcos O. Costa, arquiteto urbanista formado pela FAU Mackenzie com mestrado em estruturas ambientais urbanas pela FAUUSP. Associado à Borelli & Merigo, onde desenvolve projetos nas áreas de edificações e urbanismo, professor da FAAP e da Escola São Paulo, escreveu:

“ Foram três os paisagistas que trabalharam na Quinta: em 1831 Pedro José Pézéart, em 1862 Theodore Marx e em 1866 Auguste Glaziou. Este último responsável pelo desenho curvilíneo que dos jardins e lagos. Glaziou é a principal referência do paisagismo no Brasil no século XIX, e influenciou o modernismo brasileiro em especial Roberto Burle Marx. Glaziou se aproveita dos desníveis do terreno para criar um espaço unde a curva se transforma no personagem principal. Este efeito é dramatizado através do contraste com o eixo do acesso principal cujos focos são o portão de entrada e a fachada do Museu Nacional, o antigo Paço de São Cristóvão. Este prédio sofreu quatro grandes reformas. A primeira conduzida por John Johnston em 1821, a segunda, em 1831, esteve a cargo de Pedro José Pézéart, em 1847 Manoel de Araújo Porto-Alegre e, finalmente, Theodore Marx de 1857 até 1868. É Marx quem imprime ao edifício suas vigorosas linhas neoclássicas, que são reforçadas pela implantação do edifício no alto da colina e se alinhando ao eixo do acesso principal.”

Mais, mesmo com essa fachada neoclássica mixuruca do barão de Santo Ângelo e de Theodore Marx que hoje vemos a Quinta da Boa Vista, era o Palácio Imperial que nunca deixou de ser uma Quinta.


Palácio de Schönbrunn (em alemão, Schloss Schönbrunn)



Palácio Real de Queluz


 Sala dos Embaixadores com os Tronos. 

Podíamos imaginar que a exemplo da Corte de seu primo, o Imperador da Áustria, em Schönbrunn, Dom Pedro II aproveitasse os espaçosos jardins para proporcionar ao povo em geral belos espetáculos pirotécnicos, mas não, ledo engano, fogos de artifícios só no Campo de da Aclamação, hoje Praça da República, assim mesmo não custeado pelo bolso imperial, sim pelos comerciantes estabelecidos na Praça do Rio de Janeiro, ou pela Câmara.
Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, cognominado O Magnânimo, era um tremendo de um pão-duro, um conhecido sovina que gostava mesmo é de se pavonear nas festas alheias e de filar a boia na casa dos outros, mas isso no Brasil, pois para fazer bela figura em suas viagens pela Europa e Oriente Médio  gastava do seu bolso pra valer.

Um de seus companheiros de viagem foi               

Arthur de Gobineau, Conde de Gobineau (Joseph Arthur de Gobineau; Ville-d'Avray, 14 de julho de 1816 – Turim, 13 de outubro de 1882) foi um diplomata, escritor, aristocrata e filósofo francês conhecido como o fundador do racismo científico e principal desenvolvedor dos conceitos de raça superior, nordicismo ( é uma ideologia racialista que vê a "raça nórdica" (um conceito de raça arcaica) como um grupo racial superior e ameaçado)  e raça ariana ( Segundo o ideário nazista, a raça ariana seria uma das três grandes raças humanas, e este termo (ariana) serviria para designar a raça branca ou caucasóide, descendente das antigas tribos que se originaram da região do Cáucaso ao sul da Rússia, há cerca de sete ou oito mil anos, e se expandiram por toda a Europa no curso da história. O termo deriva do sânscrito (uma das primeiras línguas arianas) e significa "nobre".[ língua estudada por Dom Pedro II], este último conceito foi introduzido no seu livro Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas (1853), que viria a influenciar intelectuais dos séculos XIX e XX.    Lembrando que “ Na década de 1930, os nazistas alegaram que a raça nórdica era o ramo mais superior da "raça ariana" e constituía uma raça superior (Herrenrasse). [7] A aplicação total desse sistema de crenças - a invasão da Polônia e a conquista adicional na busca do Lebensraum, "espaço vital" .”       Transcrevendo a mais simples enciclopédia mundial, a Wikipedia,, sobre Gobineau: “ Sua segunda missão diplomática foi no Brasil, onde chegou em 1869, enviado por Napoleão III. Nunca escondeu sua animosidade para com o país, que deixou um ano depois (1870)”. “...sua nomeação para o Rio de Janeiro, onde chegou em 20 de março de 1869, significou uma verdadeira desgraça. Para sua grande surpresa, foi calorosamente recebido pelo Imperador do Brasil Dom Pedro II, um leitor entusiasta e admirador, que compartilhou sua intimidade com ele. Este país, muito distante e muito novo, não foi feito para agradá-lo.  Um incidente é indicativo dessa tensão: na casa de ópera do Rio, ele agrediu uma notabilidade local que o empurrou com os punhos. O imperador recebeu sua versão dos acontecimentos com gentileza e, preocupado com a condição de Gobineau, com quem mantinha sua amizade, obteve-lhe uma licença após menos de um ano de estadia.”  

Ainda na Wikipédia: “ Travou amizade com o imperador Pedro II que, mesmo sem compartilhar muitas de suas ideias, manteve uma amizade epistolar durante muitos anos depois de sua partida do Brasil”- ( grifo meu)

 

“Não conseguiu ver com bons olhos nenhum aspecto da sociedade brasileira, a não ser seus encontros com D. Pedro II. Para ele o Brasil não tinha futuro, país marcado pela presença de raças que julgava inferiores. A mistura racial daria origem a mestiços e pardos degenerados e estéreis. Esta característica já teria selado a sorte do país: a degeneração levaria ao desaparecimento da população. (Brasiliana, abaixo citada, página 74).”

Escreveu o racista: “   Mas se, em vez de se reproduzir entre si, a população brasileira estivesse em condições de subdividir ainda mais os elementos daninhos de sua atual constituição étnica, fortalecendo-se através de alianças de mais valor com as raças europeias, o movimento de destruição observado em suas fileiras se encerraria, dando lugar a uma ação contrária”.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   E tem mais: Eu faço uma pergunta:

Um Príncipe de Sangue, herdeiro de Dinastias Milenares ( Borbón-Capeto, Habsburgo, Bragança), ao nascer um príncipe herdeiro da Coroa e Trono de uma Nação, por Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo de um determinado povo, pode ignorar comentários desabonadores, negativos, depreciadores,  sobre esse POVO em meio que Deus o fez nascer para governar, sobre um POVO que o aceitou para reinar? ..NÃO, NÃO PODE.

Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga que reinou de 7 de abril de 1831 , a sendo coroado em 18 de julho de 1841, a 15 de novembro de 1889, portanto oficialmente por 48 ( quarente e oito) não se empenhou para que O Brasil entrasse na Era da Industrialização, em um processo histórico e social através do qual a indústria se estabelecesse para valer no território nacional, resultando em aumento da produtividade dos fatores e a geração de riqueza, mas claramente mantendo a então produtiva Era da Agricultura, porem nada fazendo para a verdadeira Revolução Agrícola, como nos EUA, estava “ "diretamente associado à expansão marítimo" e aqui lembro enfaticamente da importância da  “ CABOTAGEM” a uma vital atividade em um país com a enormidade de nossa Costa Marítima, pois daria vida aos negócios de carga de nossa Nação.

Todavia, Pedro de Alcântara estava sentado em seu gabinete da decadente “ Quinta dos Mosquitos da Boa Vista” e lá permaneceu durante esses anos todos estudando sânscritos...Faça-me um favor.

Não patrocinou uma ( 1) organização, ou fundação, de Instituição de Estados -nem o Colégio Pedro II, onde ia se pavonear, foi por ele fundado, mas sim na Regência-de Pedro de Araújo Lima, Marquês de Olinda, no governo de 1837 a 1840, tendo a frente da iniciativa o então ministro dos Negócios e da JustiçaBernardo Pereira de Vasconcelos. Inaugurado em 1837, na data de aniversário do Imperador2 de dezembro, foi denominado Imperial Collegio de Pedro II. O ato foi oficializado por decreto regencial a 20 de dezembro, e as aulas se iniciaram em março do ano seguinte... uma vergonha.

Viveu e conviveu com as Instituições fundadas por seu avô , senhor Dom João VI, ainda Principe Regente tais como a Imprensa Régia, o Jardim Botânico,  o Arsenal de Marinha, a Fábrica de Pólvora, o Corpo de Bombeiros, a Marinha Mercante, a Casa dos Expostos, Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro, a Academia dos Guardas-Marinhas, a Real Academia Militar, a Real Biblioteca, o Museu Real, o Teatro Real de São João, à Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, antecessora da Academia Imperial de Belas Artes, de fundamental importância para a renovação do ensino e produção de arte no Brasil.

Além de “ fomentar a criação de novas manufaturas e outras atividades econômicas que antes eram proibidas, precárias ou inexistentes no Brasil. Ao mesmo tempo, iam-se instalando diversos órgãos administrativos de alto escalão, como os ministérios da Guerra e Estrangeiros e o da Marinha e Ultramar; os Conselhos do Estado e o da Fazenda, o Conselho Supremo Militar, o Arquivo Militar, as Mesas de Desembargo do Paço e da Consciência e Ordens, a Casa de Suplicação, a Intendência Geral da Polícia, o Banco do Brasil[49][91] a Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação,[95] e a Administração Geral dos Correios, também promoveu o mapeamento de grande parte do território, incentivou a produção agrícola, especialmente do algodão, arroz e cana-de-açúcar; abriu uma série de estradas e estimulou a navegação fluvial, dinamizando a circulação de pessoas, bens e produtos entre as regiões”.

Todavia, Pedro de Alcântara estava sentado em seu gabinete da decadente “ Quinta dos Mosquitos da Boa Vista” e lá permaneceu durante esses anos todos estudando sânscritos...Faça-me um favor.

SMI Dom Pedro II, pela Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil (leia-se do povo brasileiro) era o avalista do Pacto Agrícola com os produtores brasileiros, os geradores de riquezas, e NUNCA fez nada para mantê-lo, vamos dizer sadio, progressista, dando a GRANDE importância a escravatura merecia , nadica de nada, mantinha sua postura olímpica, a mesma que portava nos salões do II Império.. era de escachar !!!  

Todas as leis que beneficiavam aos escravos foram encampadas pelo Presidente do Conselho, nunca pelo imperador em pessoa, e assinadas  pela Princesa Imperial Regente, pois o Defensor Perpetuo estava sempre “pelas Europas”... um fracasso.

E cantam louvores,  enaltecem  as suas boas qualidades, chegam a inventar grandes feitos como o de Milão (  Em 22 de maio de 1888, acamado e ainda se recuperando, recebeu a notícia de que a escravidão havia sido abolida no Brasil. Com voz fraca e lágrimas nos olhos, murmurou: "Demos graças a Deus. Grande povo! Grande povo!" e desatou a chorar copiosamente) que falam mais não tem como provar,  pobre Pedro BANANA , como a imprensa republicana o chamava...eu realmente lamento a falta de realismo de nossos historiadores...enfim, perpetua-se a mentira.

Desabafei.... 





Voltemos ao aprazível Rio de Janeiro de antanho.




A Casa de Dona Carlota Joaquina
Rainha consorte de Portugal
Imperatriz consorte do Brasil (de jure)
Infanta de Espanha


Carlota Joaquina em 1824 por,
João Baptista Ribeiro
Pintor, desenhador, gravador, lente de Desenho
Diretor da Academia Politécnica do Porto.

Os particulares como Manuel Lopes Pereira Baía, agraciado por D. Pedro II pelo decreto de 23 de outubro de 1853 com o Título de Barão  de Meriti, e elevado a Visconde com grandeza em 2 de dezembro de 1858, fidalgo da Casa Imperial, comendador da Ordem de Cristo, oficial da Ordem da Rosa, vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, diretor do Novo Cassino Fluminense onde Suas Majestades Imperiais dançavam, subdelegado suplente do bairro da Glória, local onde possuía uma casa apalacetada , o Palacete Meriti, e onde hoje está instalado o Palácio São Joaquim ou Palácio da Mitra Arquiepiscopal, construído de 1912 a 1918 para ser a residência do primeiro cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, dava festas memoráveis frequentadas pelo Imperador e pela Imperatriz, bem como por Dona Isabel e o Conde d’Eu.
Em 1835,  em um de seus bailes do Palacete Meriti que pela primeira vez foi servido sorvete para Suas Majestades Dom Pedro II e Dona Teresa Cristina.
Manuel Lopes Pereira Baía casou com Dona Mariana Carolina do Espírito Santo e foram pais de Dona Maria Carolina da Piedade Pereira Baía que casou com o Marquês de Abrantes, nascido Miguel Calmon du Pin e Almeida, O Estadista de dois Impérios, Grande do Império, Veador de Sua Majestade, a Imperatriz, Dignitário da Imperial Ordem da Rosa, Grã-cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro, comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (de Portugal), da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro (Itália), da Ordem de Leopoldo I (Bélgica) e da Real Ordem Constantina das Duas Sicílias.
Morto o Visconde de Meriti, os Marqueses de Abrantes, esses a princípio no Palácio Meriti na  Gloria, depois na antiga casa reformada de Dona Carlota Joaquina na enseada de Botafogo, continuaram com a tradição das magnificas festas frequentadas por Suas Majestades e pelos Grandes do Império. 
Mais antes uma reflexão:

Mesmo depois da morte do Marques de Abrantes a senhora Dona  Maria Carolina da Piedade Pereira Baía agora casada Dr. Joaquim Antônio de Araújo e Silva, Barão de Catete e Visconde da Silva, médico brasileiro, as festas continuaram.

Para alegria de todos principalmente do Imperador que era um mão de vaca, um casquinha, que nem para reformar seu Paço Imperial , também  Paço do Rio de Janeiro, que funcionava como despacho e residência eventual ,  hoje na Praça 15, gastava recursos.

O Paço de São Cristóvão na Quinta da Boa Vista era o Palácio Imperial do Brasil, a morada de Sua Majestade Imperial Dom Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, mas um palácio que não demostrava a riqueza e a pujança de nosso País.

A casa apalacetada que la existia era velha, canhestra, capenga, sem condições para que a Pompa e Circunstância tão necessária a uma Corte de um Soberano por lá desse o ar de sua graça, como nos casos de Queluz, Versalhes, Hermitage, Saint-James, Buckingham, Schönbrunn, ou mesmo a republicana Casa Branca em Washington, D.C., como podemos constatar ate os dias de hoje.

Iam os íntimos, os serviçais diretos, o Gabinete Governamental quando era necessário e alguns outros poucos, além dos escravos, é claro.

Festas, recepções, isso nem pensar.

Triste Monarquia que seu Soberano não se expõe entre Pompas e Circunstâncias.

Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, cognominado O Magnânimo, era um tremendo de um pão-duro, um conhecido sovina que gostava mesmo é de se pavonear nas festas alheias e de filar a boia na casa dos outros, mas isso no Brasil, pois para fazer bela figura em suas viagens pela Europa e Oriente Médio  gastava do seu bolso pra valer.

Dar festa de Corte nem pensar e durante as que estava presente matinha uma “atitude olímpica” ( com uma expressão de superioridade, ausência de naturalidade)  e por isso ao ser defenestrado do Trono não teve ninguém para defendê-lo de corpo e alma... Pedro de Alcântara já era e foi tarde para muita gente boa.

Sua vida social, vamos dizer assim, aqui no Brasil( na Europa era diferente o seu comportamento entre os príncipes sua parentada, intelectuais e sábis) foi salva pelo Novo Cassino Fluminense do Barão de Meriti onde se pavoneava ante uma Corte capenga sem uma liderança monárquica para valer apesar de termos um Habsburgo, Borbón, Bragança adornado com o Diadema Imperial...uma lastima.

Na minha ótica Dom Pedro de Alcântara no fundo desprezava a Elite Nativa, a Elite compostas de brancos mestiços, na maioria novos-ricos.

Em um almoço na casa de meus primeiros sogros, Lily e Leão Gondim, uma neta dos Nioac me revelou , o que ela encarava com muita graça, que Dom Pedro II ao entregar o Titularidade a seu avô falou cheio de humor mas sibilinamente que muita gente boa no Brasil ia considerar um título de nobreza francesa, mas era mesmo por conta do Rio  Nioaque, afluente pela margem direita do rio Miranda, no município de Nioaque, Serra de Maracaju,  hoje Mato Grosso  do Sul...pois é, nem o Defensor acreditava a cultura do seus súditos....

Manoel Antônio da Rocha Faria o Conde de Nioac, rico comerciante e amigo pessoal do Imperador Dom Pedro II muitas vezes emprestou dinheiro a Sua Majestade Imperial, mas diga de passagem que não foi só ele o financista da figura imperial. 

Continuemos em outro Salão o do Senador do Império José Tomás Nabuco de Araújo Filho e sua mulher, Dona Ana Benigna de Sá Barreto, pais de Joaquim Nabuco, davam esplendidas festas em sua residência apalacetada na praia do Flamengo, também,  com a presença do Imperador, da Imperatriz de Dona Isabel e do Conde' Eu,  membros da Família Real e da Elite Dominante. 

Dona Ana Benigna era uma pernambucana muito rica, parenta de Francisco Pais Barreto, primeiro e único Visconde e Marquês do Recife,  e José Tomás apesar de ser de família nobre e politicamente bem lançada não era, portanto foi a fortuna de Dona Anna que financiou essas festanças.

Enfim, coisas da nobreza e da vida burguesa.

Outro Salão citado por José Wanderley de Araújo Pinho era de um família russa radicada em Paris e depois no Brasil, os Haritoff.

Luis Lima e Silva casou em 1864 com a bela Vera Haritoff em Paris, mas quando vieram para o Brasil trouxeram Mauricio Haritoff, um grandes senhor ne expressão mais lata da palavra, que na Provincia Fluminense , na Fazenda Pinheiro de Jose Frazão de Sousa Breves ( os Breves eram negreiros e riquíssimos),

Aquela que seria sua esposa Ana Morais Costa, a Nicota, sobrinha do proprietário.

Tempos depois adquiriram a Fazenda Bela Aliança e uma Casona , considerada pelos estrangeiros como um verdadeiro palácio, nas Laranjeiras onde recebiam `a grande nos “ Mardis” organizados por ela.                 

Os “ mardis” foram um grande marco na vida social do Brasil.       

E outros salões foram organizados
Todavia repito:
Dom Pedro II não proporcionava para seus súditos nenhuma festa, nenhum baile, nenhum convescote   nos magnifico Jardim da Quinta, com isso não estreitou laços com a aristocracia, com a Grande Burguesia, com o Clero,  com políticos, com militares, e assim quando do Golpe Republicano não teve ninguém, mais ninguém, que o defendesse, ou a sua filha a Princesa Imperial, partindo para Europa de Petrópolis via Praça XV, então Terreiro do paço, numa solidão total e em meio a um silencio abacial.
Tentar aproximação com a Corte nem em São Cristóvão, muito menos em Petrópolis, a verdadeira casa da família.


Miguel Calmon du Pin e Almeida, Visconde com grandeza por decreto de 18 de julho de 1841, e Marquês de Abrantes por decreto de 3 de dezembro de 1854, (Santo Amaro da Purificação, Bahia, 23 de outubro de 1796 — Rio de Janeiro, 13 de setembro de 1865) foi político e diplomata brasileiro- Ministro Plenipotenciário junto a Corte de Viena, em 1836, e em Missão especial em Berlin, em 1844.
Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil,
Grande do Império, Veador de S. M. a Imperatriz, Dignitário da I. Ordem da Rosa, Grã-Cruz da Ordem do Cruzeiro, da de Conceição de Villa Viçosa, de Portugal, da Real Ordem Constantina das Duas Sicilias, da de S. Mauricio e S. Lazaro, e da de Leopoldo, da Bélgica.
Era sócio do Instituto Histórico e Geographico Brasileiro, comissário do Governo no Instituto dos Surdos-Mudos, Provedor da Santa Casa de Misericórdia, Presidente da Imperial Academia de Música, organizador da Caixa de Amortização.
Em 1866, por Victor Meirelles.
Casou com Dona Maria Carolina da Piedade Pereira Baía, filha do Barão de Meriti, que se tornou a melhor anfitriã do Segundo Império.
Viúva casou novamente com Joaquim Antônio de Araújo e Silva, primeiro e único Barão com grandeza de Catete e Joaquim Antônio de Araújo e Silva, primeiro e único barão com grandeza de Catete e visconde da Silva, Visconde da Silva, comendador das ordens de Cristo e de Nossa Senhora de Vila Viçosa e de oficial da Imperial Ordem da Rosa.


José Tomás Nabuco de Araújo Filho
Magistrado e político brasileiro
Deputado geral, presidente de província, ministro da Justiça e senador do Império do Brasil



Dona Ana Benigna de Sá Barreto
Filha de:
Francisco António de Sá Barreto
Maria José Felicidade Barreto
Casamentos em Recife, Pernambuco, 07.03.1840
Filhos:
Sizenando Barreto Nabuco de Araújo * 1841
 Maria Januária de Barros
Maria Barreto Nabuco de Araújo * 1843
Nestor Barreto Nabuco de Araújo * 1844
Rita de Cássia Barreto Nabuco de Araújo * 23.05.1846
 Hilário Soares de Gouvêa
Victor Barreto Nabuco de Araújo * 1848
Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo * 19.08.1849
 Evelina Torres Soares Ribeiro
Maria Carolina Barreto Nabuco de Araújo * 1854

Com isso a Quinta da Boa Vista, era o Palácio Imperial que nunca deixou de ser Quinta.

FIM