185 I – Conversa- O
Principado de Orange. 1163-1713
Brasão d’Armas do Principado de Orange.
La ville d' Orange, a Cidade de Orange
Orange em francês,
Aurenja em provençal.
Théâtre d'Orange
Os Cimbros e Teutões, povos
germânicos que viviam no centro e norte da Europa, por volta de 120 a.C.
migraram para a Gália, e foram no ano de 102 a.C. derrotados pelo general
romano Caio Mário em Aquae Sextiae, atual
Aix-en-Provence, na Batalha de Águas Sextias (em latim: Bellum Aquae Sextiae).
Na Bataille d'Orange – Batalha
de Orange – de 6 de outubro de 105 a.C., os Cimbros e Teutões derrotaram as
Legiões Romanas.
O confronto de deu nas
proximidades de Arausio, o nome latino da Cidade de Orange, entretanto a cidade
foi fundada em 35 a. C. por veteranos da II Legião da Gália (Legio II Gallica),
com o nome de “Colonia Julia Secundanorum Arausio”.
Arausio se tornou tão
importante que Augustus mandou construir um Teatro, hoje “Le théâtre antique
d'Orange, hoje o mais bem preservado teatro romano do mundo”, e Adriano a visitou
ordenando a ampliação dessa casa de espetáculos tão ao gosto dos velhos
romanos.
Em 412, os visigodos saquearam
a cidade.
Em 508, um exército franco-borgonhês
invadiu a Provença (Provence) e obviamente “la ville de Orange”.
Orange é reconquistada por Teodorico,
o Grande, Rei dos Ostrogodos, Rei da Itália, e Regente dos Visigodos.
Sua população foi remanejada
para a cidade de Fiorenzuola d’Arda, na região da Emília-Romanha, província de Piacenza,
Itália.
O condado é criado no século 8
e entregue a São William de Gellone, também conhecido como William da Aquitânia,
segundo Conde de Toulouse a partir de 790 até a sua substituição em 811, Marquês
de Septimania, primo de Carlos Magno (sua mãe Aldana era filha de Charles Martel)
e filho de Thierry IV, Conde de Autun.
Logo, o Condado de Orange já nasceu
no âmbito do Império, mas ligado ao Reino da Borgonha.
Depois dos Condes Carolíngios,
o Condado de Orange passou para a nobre, rica, importante, Casa de Baux,
"li Baou" em provençal, que significa escarpa / penhasco, e refere-se
à fortaleza da família, o Château des Baux, situado em Les Baux-de-Provence,
Bouches-du-Rhône, no sul da França.
Hoje ainda existem representantes
dessa nobre família em Nápoles, os “del Bazo”, em Occitan “dei Bauç”, que para
lá se mudaram em tempos de Carlos d’Anjou.
Em 851, um certo Leibulf é
citado como o castelão de Castelo de Baux.
Pons Velho (pontius major) é
um senhor de Arles a segunda metade do século 10 e um dos ancestrais mais
antigos da Casa de Baux, mas não há citação como castelão.
Pons, o jovem (pontius juvenis) por um ato de doação de terras é
ligado ao Castelo de Baux.
Seu filho, Hugo ou Hughes I (*
970- +1059), é o primeiro membro da Linhagem
dos Senhores de Baux, já que foi reconhecido por Bula de Bento VIII como Senhor
do Les Baux, Montpaon e Meyrargues.
Com a dissolução do Reino de Arles (chamado Segundo Reino
da Burgonha, foi um domínio franco-borgonhês em torno de Arles, estabelecido em
933, pela união das Borgonhas) após 1033, o Condado de Orange se tornou Principado
de Orange no âmbito do Sacro Império Romano Germânico (lembremos que o Sacro Império
é uma unidade política diferente do Império de Carlos Magno) por decreto de
Frederico Barbarossa em 1163, para com isso ganhar mais apoio em sua luta contra
o Papa e contra o Rei de França.
Em 11 de abril de 1386, Marie de Baux-Orange, única filha
Raimond V de Baux, Príncipe de Orange, e Jeanne de Genève, casou com Jean III
de Chalon-Arlay, seigneur d'Arlay que se tornou Príncipe de Jure uxoris
d'Orange
Jure uxoris é um termo latino que
significa "em direito de uma mulher". É comumente utilizada para se
referir a um título, funções ou propriedade, detido por um homem cuja esposa o
detém em seu próprio direito.
O marido de uma herdeira torna-se o
possuidor das suas terras (e títulos) jure uxoris, em direito da sua esposa.
Brasão d’ Armas da Casa de Orange-Chalon.
E nesse momento o Principado de Orange passou para a Maison
de Chalon-Arlay, étaient une branche cadette de la maison régnante du comté de
Bourgogne (um ramo cadete da casa reinante do Condado de Borgonha), também,
conhecida como Casa de Orange-Chalon, que se tornou uma das mais importantes
Casas Nobres da Europa.
Soberanos:
João, Jean III de
Chalon-Arlay (1363-1418) e Senhor dos Arlay Príncipe de Jure uxoris
de Orange;
Luís, Ludwig II de
Chalon-Arlay (1390-1463), Senhor do Arlay e Arguel e Príncipe de Orange,
filho do precedente;
Guilherme, ou William
VII de Chalon -Arlay (1415-1475), Príncipe de Orange, filho do precedente;
João, Jean IV de
Chalon-Arlay, Jean de Chalon (1443-1502), Príncipe de Orange, Senhor de
Arlay, de Nozeroy e de Montfort, filho do precedente;
Feliberto, Philibert de
Chalon-Arlay (1502-1530), Príncipe de Orange, Príncipe de Melfi (Reino de
Nápoles),
Duque de Gravina (Reino de Nápoles), Conde de Charny e de
Penthièvre, Visconde de Besançon, Senhor d'Arlay, de Nozeroy, de Rougemont, de Orgelet
e Montfaucon, Vice-Rei e Capitão Geral de Nápoles, Capitão General do Exército
Imperial, filho do precedente, sem descendência. “Ele morreu perto de Florença
em 3 de agosto 1530, com a idade de 28, durante a Batalha de Gavinana. Suas
cinzas foram repatriadas para Lons-le-Saunier, onde sua mãe, Philiberte de Luxemburgo,
celebrou um funeral grandioso”.
Claude de Chalon- Arlay, irmã de Felipe, Philibert de
Chalon-Arlay, casou com Henrique III, Conde de Nassau e Senhor de Breda, de Lek
e Diest, e tiveram um filho:
René de Chalon, latinizado Renatus de Châlon
René de Chalon, latinizado Renatus de Châlon, Príncipe de Orange, Conde de Nassau, de Vianden, Stathouder da Holanda, da Zelândia, de Utrecht e de Gelderland, Visconde de Antuérpia, Barão de Breda, de Diest , de Herstal , de Warneton , de Beilstein , d’Arlay e de Nozeroy, Senhor de Dasburg, de Mont-Sainte-Gertrude, de Hooge en Lage Zwaluwe, de Klundert, de Montfort, de Naaldwijk, de Niervaart, de Polanen, de Steenbergen, Bütgenbach, de Sankt Vith e de Besançon.
Casou em 20 de agosto de 1540 com Anne de Lorraine (Lorena),
filha de Antoine II, Duque de Lorena e Bar, e de Renée de Bourbon-Montpensier.
Não tiveram filhos e seu Herdeiro foi seu primo William (Guilherme)
de Nassau-Dillenburg, que se tornou famoso sob o nome de William, o taciturno.
Brasão d’Armas de
René de Chalon, latinizado Renatus de Châlon
Príncipe de Orange-Chalon
Seus descendentes são
os membros da Casa de Orange-Nassau.
Brasão d' Orange- Nassau
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