quarta-feira, 4 de março de 2015

136 - Conversa - a morte de Pedro, o Grande.


Зимний дворец Петра I
Palácio de Inverno de Pedro I
São Petersburgo.

136 - Pedro, o Grande, decima segunda Conversa – os Imperadores da Rússia
A Dinastia Romanov.
História da Rússia monárquica.
Pedro I, o Grande (22 de outubro 1721 - 28 de janeiro de 1725)
Пётр I Великий (22 октября 1721 — 28 января 1725)
11º Czar e Grão-Duque de Toda a Rússia.
1º Imperador e Autocrata de Todas as Rússias.
As datas entre parentes são do calendário Gregoriano, as demais do calendário Juliano.

O personagem- resumo:
14º filho do Czar Alexei Mikhailovich, Czar e Grão-Duque de Toda a Rússia, o segundo da Dinastia Romanov, com sua segunda esposa, a Czarina Natalia Naryshkin, filha do nobre rural Kirill Poluektovich Naryshkin e sua esposa Anna Leontyevna , nascido Leontyeva.
Nascimentos: Em local desconhecido no Grão-Ducado de Moscou, em 30 de maio (9 de junho) de 1672
Morte: São Petersburgo, Império Russo, 8 de janeiro (8 de fevereiro) de 1725, com 52 anos, sepultado na Catedral de São Pedro e São Paulo, na mesma cidade.
Dinastia: Romanovs
Religião: Ortodoxa Russa.
Esposas:             
1) Evdokia Fëdorovna Lopuchin.
2) Ekaterina Samuilovna Skavronskaya, de nascimento Martha Hélène Skavronskaia, futura Imperatriz e sucessora de Pedro, Catarina I, ou Екатерина I, de 1725 a 1727.
Filhos:
Com Evdokia Fëdorovna Lopuchin:
Czarevich Alexei Petrovich, ou Алексей Петрович. Nasceu em 18 de fevereiro de1690 e faleceu em 26 de junho de 1718. Morto a mando do pai.
a-      Aleksandr Petrovich, ou Александр, morreu na infância. Nasceu em 3 de outubro de 1691 e faleceu em 14 de maio de 1692.
b-      Paulo, ou Павел, nasceu e morreu 1963, mas a existência de um terceiro filho de Evdokia Lopukhina é questionada pelos historiadores.
Com Ekaterina Samuilovna Skavronskaya:
c-       Catarina, ou Екатерина, morreu ainda na infância. Nasceu em 1707 e morreu em 1708.
d-      Anna Petrovana, ou Анна Петровна. Nasceu em 7 de fevereiro de 1708 e faleceu em 15 de maio de 1728. Em 21 de maio 1725 (1 de junho de 1725), ela se casou com o Príncipe Carlos Frederico, Duque de Holstein-Gottorp, ou Karl Friedrich, Herzog zu Holstein-Gottorp, na Igreja da Trindade, em São Petersburgo. Logo o Duque foi nomeado membro do recém-criado Conselho Superior Privado e, em geral, tornou-se muito influente. Uma criança nasceu dessa união, futuro Pedro Fiodorovitch, ou Pedro III da Rússia, ou Пётр III Фёдорович (урождённый Карл Пе́тер У́льрих Го́льштейн-Го́тторпский, cujo reinado foi de 5 de janeiro até 9 de Julho de 1762 - 6 meses e 4 dias- nascido Karl Peter Ulrich de Holstein-Gottorp, Duque de Holstein-Gottorp, de 18 de junho 1739 até 17 de julho 1762, 23 anos, 0 meses e 29 dias. Abdicou e foi assassinado em 17 de julho de 1762, com 34 anos. Foi sucedido por sua esposa abandonada Catarina II, de quem falaremos em outra conversa.
e-      Elizabeth Petrovana, Елизавета Петровна, Ielizaveta Petrovna, ou Elizabeth, a Clemente. Nasceu em 29 d3 dezembro de 1709 e faleceu em 5 de janeiro de 1762. Sob o nome de Elizabeth I, foi Imperatriz e Autocrata de Todas as Rússias, de 6 dezembro 1741 até 5 de janeiro 1762, portanto 20 anos, 0 meses e 30 dias, em 1744 fez um casamento secreto com o Conde Alexey Razumovsky, nascido Alexei Rozum, ou Граф Алексе́й Григо́рьевич Разумо́вский, при рождении Алексей Розумa, e de acordo com os contemporâneos, deu à luz várias crianças.
f-       Natalia Petrovana, ou Наталья, morreu na infância. Nasceu em 3 de março de 1713 e faleceu em 27 de maio de 1715.
g-      Margarida Petrovana, ou Маргарита, morreu na infância. Nasceu em 3 de setembro de 1714 e faleceu e, 27 de julho de 1715.
h-      Czarevich Pedro Petrovich, ou Пётр, morreu na infância, considerado o Herdeiro oficial à Coroa até a sua morte. Nasceu em 29 de outubro de 1715 e faleceu em 25 de abril de 1719
i-        Paulo, ou Павел, morreu na infância. Nasceu em 2 de janeiro de 1717 e faleceu em 3 de janeiro de 1717. Teve um dia de vida.    
j-        Natalia II Petrovana, ou Наталья, morreu na infância. Nasceu em 31 de agosto de 1718 e faleceu em 15 de março de 1725.
11º Czar e Grão-Duque de Toda a Rússia, Imperador. Com seu irmão Ivan V (de 1682 até 1696)
27 abril (7 de maio) de 1682 -  22 de outubro (2 de novembro) de 1721.
Coroação: 25 de junho (5 de julho) de 1682
Regente: Sophia (de 1682 até 1689)
Precedido por: Fyodor III.
Sucedido por     título abolido

1º Imperador e Autocrata de Todas as Rússias.
Título Criado.
De 22 de outubro (2 de novembro) de 1721 até 28 de janeiro (8 de fevereiro) de 1725.
Ao todo governou a Rússia 42 anos, 9 meses e 1 dia.

Personalidade:

Quando criança era dotado de beleza e vivacidade.
Por causa de sua altura – 2.03 cm (6 pés 8 polegadas) - ele se destacava no meio da multidão.
Tinha cabeça pequena para o tamanho do corpo, sobre ombros estreitos, pés pequenos (calçava 39), mãos pequenas, contudo hábeis.
Mais era alegre, e dotado de uma simplicidade natural, porem quando ficava com raiva era violento, de uma crueldade desenfreada.
Os que estavam ao seu lado ante os fortes espasmos no rosto já sabiam que ele estava dominado pela raiva e emoção e ai era “um Deus nos acuda”.
Não podemos nos esquecer que ele atuou como carrasco (“mortalmente pálido, rosto contorcido por convulsões feias, produzindo uns movimentos terríveis da cabeça, boca, braços, ombros, mãos e pés, em um frenesi louco, impiedosamente cortando cabeças com uma espada”), após a Revolta dos Streltsys.
Foi adolescente normal que bebia e frequentava orgias sexuais (ao ver de alguns historiadores essa promiscuidade sexual causou uma doença venérea, que foi mal curada, e que acabou causando a doença urinaria, doença essa que o matou).
Sofia de Hannover escreveu:

“O Czar é alto, tem excelentes características e porte nobre; Ele tem grande agilidade mental, ele responde de forma rápida e corretamente. Mas, com toda a dignidade que a natureza lhe deu, seria desejável que houvesse menos brutalidade. Este imperador é muito bom e muito ruim juntos ... Se ele tem a melhor educação, então ele teria um homem perfeito, porque ele tem uma série de vantagens e mente extraordinária”.
Louis de Rouvroy, Duque de Saint-Simon, que escreveu “As Memórias”, sobre o Reinado de Luís XIV e sobre a Regência de Felipe d’Orleans, que sucedeu a morte desse Grande Rei, sobre Pedro, o Grande, escreveu em 1717, durante sua estada em Paris, na Corte de Luís XV:

" Ele era muito alto, com um rosto arredondado, testa alta, sobrancelhas bonitas; o nariz é bastante curto, mas não muito, e no final de um pouco de gordura; boca bastante grande, tez avermelhada e escuras, belos olhos negros, vívido, perspicaz, grandes e bonitos; olhar majestoso e amigável quando se estava olhando para ele era contido, caso contrário, o olhar é severo e selvagem, tem espasmos na cara, o que não é muitas vezes repetido, mas distorcer os olhos e o rosto inteiro, assustando todos os presentes. Os espasmos geralmente duram um instante, e então seu olhar se torna confuso, para logo se tornar normal. Toda a sua aparência evidenciado uma grande mente, que está sempre em meditação, e com muita grandeza. Ele é encantador”.

Maurice de Saxe, Conde de Saxe e de Raute, Marechal de França, Governador do Castelo de Chambord, íntimo de Luís XV, Rei de França, sobre Pedro, o Grande, falou:

Петра величайшим человеком своего столетия.

Pedro, o maior homem do seu século”.

Pedro era um bruto em meio a Nobres europeus sofisticados durante a Grande Embaixada, ou em outras de suas vistas a Europa, o que não lhe irritava nem um pouco.  

Pedro no final de seu reinado era um homem doente.
Padecia com cálculos renais, e para piorar tinha uremia, que significa elevação de ureia no sangue, e com ela vinha as náuseas, mal-estar, vômitos, fraqueza, cefaleia, distúrbio de coagulação, torpor e no final o estado de coma.  
“Na verdade uremia é uma síndrome, um conjunto de alterações nos diversos sistemas”.
Contra a vontade de todos foi inspecionar o Canal de Ladoga, para a seguir em Lahti, bairro de São Petersburgo, entrou no canal, com agua até a cintura, para desencalhar um barco. A doença se agravou e ele confessou.
Não gritava, não reclamava, só gemia.
Com Pedro em agonia surgiu a pergunta de quem o iria sucede-lo e por decisão do Senado a futura governante seria a segunda esposa do Imperador moribundo, Catarina, que sob o nome de Catarina I, foi a primeira Imperatriz Autocrata de Todas as Rússias.
As seis horas d’amanhã do dia 28 de janeiro (8 de fevereiro) de 1725, Pedro, o Grande morreu em terrível agonia em seu Palácio de Inverno.
A versão oficial de pneumonia, mas a autopsia realizada “revelou o seguinte: "um estreitamento acentuado na parte de trás da uretra, o endurecimento da bexiga e gangrena”, ou seja, “morte seguida de inflamação da bexiga, que gangrenou com a retenção urinária provocada pelo estreitamento da uretra”.
Foi sepultado na Catedral de São Pedro e São Paulo, em São Petersburgo, em meio a choro e ranger de dentes.
Enfim, ao meu ver um Grande Homem.





И. Н. Никитин «Пётр I
на смертном одре
"Pedro I no leito de morte "
de Ivan Nikitich Nikitin.

Fundador da escola russa de retrato do século XVIII.

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