terça-feira, 17 de março de 2015

147- conversa- Parte 6- Imperadores dos Franceses da Família Buonaparte - Napoleão III, o Magno, melhor dos governantes Bonaparte.

147- conversa- Parte 6-  Imperadores dos Franceses da Família Buonaparte - Napoleão III.

Napoleão III, o melhor dos governantes Bonaparte. 
Por mim cognominado " o Magno".

Títulos e Tratamento de Napoleão III:
20 abril de 1808 - 9 de julho de 1810:  Sua Alteza Imperial e Real Louis-Napoléon Bonaparte, Príncipe da Holanda.
20 abril de 1808 - 25 de julho de 1846: Sua Alteza Imperial Louis-Napoléon Bonaparte, Príncipe Imperial dos Franceses e Conde de Saint-Leu.
10 dez 1848 - 2 de dezembro de 1852: Sua Alteza Imperial Louis-Napoléon Bonaparte, Príncipe Imperial dos Franceses e Conde de Saint-Leu, Presidente da República Francesa (" Le Prince-presidente ").
2 de dezembro de 1852 - 04 de setembro de 1870: Sua Majestade Imperial o Imperador dos Franceses
4 de setembro de 1870 - 09 de janeiros de 1873: Sua Majestade Imperial o ex-Imperador dos Franceses, ou Imperador Titular dos Franceses.
Armas de Napoleão III.

Título completo como Imperador: Sua Majestade Imperial “Napoleão, pela graça de Deus e da vontade nacional, o Imperador dos franceses” (« Napoléon, par la grâce de Dieu et la volonté nationale, empereur des Français »)

Napoleão III e sua esposa Eugenia, Imperadores dos Franceses.

Napoleão III, também conhecido com Luis Napoleão (Carlos Luís Napoleão Bonaparte -Charles Louis Napoléon Bonaparte) era filho do irmão de Napoleão I, Luís, feito Rei da Holanda, e de Hortênsia de Beauharnais, filha da Imperatriz Josefina por Napoleão perfilhada, portanto sobrinho do primeiro Imperador da Casa de Bonaparte.
Luis Napoleão se tornou Pretendente ao Trono Imperial pela morte de Napoleão II, o Duque de Reichstadt(1832), já que seu irmão mais velho, Napoleão Luís falecera em 1831.
Correu mundo...
Exilado, foi carbonário, viajou para os Estados Unidos, conspirou, se rebelou contra Luis Felipe I, foi condenado a prisão perpétua na Fortaleza de Ham, um castelo localizado na Ham ( Somme ), na Picardia , perto da Ile-de-France ,  de onde fugiu disfarça com os documentos e roupas de um pinto chamado Pinguet, o que lhe valeu a alcunha satírica de Badinguet, escreveu L'Extinction du paupérisme ( A extinção do pauperismo), que lhe valeu o apoio do proletariado, estabeleceu-se em Londres e femeeiro como era se tornou amante de uma celebre e rica coquete, Harriet Howard,  que o financiou, que educou, junto com seu filho Martin, futuro Conde de Béchevêt , os dois filhos que ele tivera com Eléonore Vergeot, uma empregada a seu serviço na prisão, a saber  Alexandre-Louis Eugène Bure, futuro Conde d'Orx e Alexandre Louis-Ernest Bure, futuro Conde de Labenne.
“Miss Howard continuou a apoiar as suas aspirações de se tornar Imperador e financiado em grande parte o seu 1851 Golpe de Estado, mas depois da confirmação pelo Plebiscito, quando ele se tornou Napoleão III, Imperador dos franceses, foi posta de lado”.
A fortuna Miss Howard foi reconstruída por Napoleão III ao ascender ao Trono Imperial. Ela recebeu o título de Condessa de Beauregard, já que ser tornou proprietária do Château de Beauregard, perto da estrada principal entre La Celle-Saint-Cloud e Versalhes, próximo a Paris.
Passando seis meses do casamento com Eugenia de Montijo, Luis Napoleão retomou seu relacionamento com ela.
Ela comprou o Domínio de Béchevet que valeu a seu filho, Martin Constantin Haryett, o Título de Conde de Béchevet outorgado por Napoleão III.
Foi em 1848 com a queda de Luis Felipe I, e a implantação da Republica que Luis Napoleão voltou a França.
Juntamente com seus primos Napoleão – Jeronimo (filho de Jeronimo Bonaparte), Pedro Napoleão (filho de Luciano Bonaparte), Luciano Murat (Joaquim Murat e Carolina Bonaparte), foi eleito para à Assembleia Nacional Constituinte.
Após a promulgação, em 4 de novembro de 1848, da Constituição da II ª República, Luis Napoleão se lança candidato a Presidência da Republica.  Pela primeira vez na Historia da França uma eleição presidencial foi por sufrágio universal, mas só os homens votaram já que as mulheres não votavam.
Eleito Presidente da Republica em 10 de dezembro de 1848 com 74,33% dos votos validos começa suas démarches para se tornar Imperador dos Franceses, instalado no Palácio do Eliseu, em detrimento das Tulherias e do Palais Royal (tradicional residência dos Orleans). 
Cerca-se a antiga pompa imperial, inclusive adotado como vestimenta oficial o uniforme de gala do comandante-em-chefe da Guarda Nacional, ele que era civil, e ostentando o Grande Cordão da Legião.
A anfitriã a seu lado nas recepções oficias é sua prima, a celebre Princesa Matilde, Mathilde-Létizia Wilhelmine Bonaparte, filha dos Reis Jeronimo e Catharina de Württemberg, seus tios.
Em Miss Howard sua benfeitora nem pensar.
Se vale dos serviços de seu meio irmão, por lado de mãe, Charles de Morny, Duque de Morny, e do Barão Ferdinand de Lesseps, o construtor do Canal de Suez.
Se mete a salvador do Papa Pio IX e de Roma quando das revoltas que assolavam a Península Italiana.
Durante esse período se ouvia lá e acolá gritos de “Viva o Imperador”
Em 1851 entra em confronto direto com a Assembleia usando como pretexto o aumento de recursos para a Presidência, de seus honorários e de seu direito a reeleição, seu mandato terminava em 1852, e nada consegue, contudo os deputados revogaram o sufrágio universal masculino, fato que caiu como uma bomba na França, sempre revolucionaria.  
Fracassada a reforma constitucional, Luis Napoleão parte para o Golpe de Estado e em “2 de dezembro, o aniversário da coroação de Napoleão I em 1804 e a Vitória do Austerlitz, em 1805” e deflagrada a Operação Rubicão (L'opération Rubicon).
Luis Napoleão apela ao povo e as forças armadas.
Exige a dissolução da Assembleia Nacional, promete um governo na forma do Consulado instituído por seu tio, a volta do sufrágio universal masculino, uma nova constituição, fala até em “e preservar os direitos adquiridos em 1789”, patatí-patatá.  
Os deputados são presos.
Paris tão afeita às barricadas, as vê surgindo no Faubourg Saint-Antoine e bairros centrais, são ao todo 70 delas.
Como resposta “30 mil soldados são enviados para as áreas tomadas pelos insurgentes”.
Houve uma “carnificina que matou entre 300 a 400 pessoas e deixou centenas de feridos civis, além de 26 mortos e 184 feridos entre a soldadesca”.
Mas a “França, em geral, permaneceu passiva, continuando seu trabalho, sem se importar com o acerto de contas entre o Presidente da República e os membros da Assembleia Nacional”.
Mesmo assim “26.884 pessoas foram presas, dos quais 9.530 foram enviados para a Argélia e 239 para colônia penal de Caiena, na Guiana Francesa”.
Luis Napoleão queria se legitimar seus atos “reformistas”, por isso convocou um Plesbicito para 20 -21 dezembro pelo sufrágio universal masculino restaurado por ele. 
“Os civis estão autorizados a votar por voto secreto, mas os votos do Exército e a da Marinha são abertos”
Em 14 de janeiro de 1852 o mundo conheceu o resultado do Plesbicito.
De 10 milhões de eleitores registrados, 8.165.630 votaram pelo “SIM” as Reformas do Príncipe-Presidente, portanto Luis Napoleão venceu por maioria esmagadora.
Em 7 de novembro de 1852 “, por 86 votos contra um, o Senado (senatus-consulte) restaurou a Dignidade Imperial.
Charles Louis Napoléon Bonaparte é Imperador dos Franceses, mas ele se faz de rogado e pede um Plesbicito para confirmar essa decisão.
No final das contas ela foi aprovada duas semanas depois “pelo Plebiscito, por 7.824.129 votos contra 253.149 e meio milhão de abstenção”.
Com o resultado do Plesbicito nas mãos Adolfo Billault, Presidente do Parlamento, vai ao Château de Saint-Cloud e comunica a Luís Napoleão que o povo francês o aceita como Imperador ao que ele, já em uniforme de general de divisão, responde:
« Je prends dès aujourd'hui, avec la couronne, le nom de Napoléon III ».
Tradução livre: “Eu assumo de hoje em diante, com a coroa, o nome de Napoleão III”.
De agora em diante ele será “Napoleão, pela graça de Deus e da vontade nacional, o Imperador dos franceses” (« Napoléon, par la grâce de Dieu et la volonté nationale, empereur des Français »).


Na Catedral de Notre Dame em substituição a uma Cerimonia de Coroação um Te Deum foi cantado, assim Luis Napoleão nunca foi Sagrado, Ungido, como eram e são os Soberanos tanto da França, quanto de outros países pelo mundo afora.
Ato continuo vai para “Palácio das Tulherias, recebe as credenciais dos Embaixadores que reconheceram o Império, e depois voltou para sua residência no Château de Saint- Cloud”. Se sente o “Senhor do Mundo”.
Contudo sente falta de uma verdadeira Coroação e apela para Papa Pio IX, aquele mesmo que ele quis salvar em Roma, e recebe como resposta exigências do Romano Pontífice.
A primeira é que a Coroação tem que acontecer em Roma e não em Paris, a segunda é que ele tem que restaurar a obrigatoriedade do casamento religioso em França, abolida pelo Imperador Napoleão, seu tio, em 1801.
As negociações fracassaram e assim Napoleão III não foi Imperador pelo Direto Divino, não foi Sagrado, mas sim pela vontade do Povo Francês manifestada por um Plebiscito.
Napoleão III ate o fim de sua vida guardou rancor tanto do Papa, quanto da Igreja Católica por isso.
 O engraçado dessa Historia toda é que convidou o Papa para padrinho de seu filho, o Príncipe Imperial, e ao final da cerimonia exclamou:
“Un tel baptême vaut bien un sacre”
Tradução livre: “Tal batismo vale bem uma Sagração”.   
Entretanto Napoleão III é retratado com Vestes de Coroação por Franz Xaver Winterhalter.
Nessa ocasião ele porta uniforme de General de Divisão, o Grande Colar da legião de Honra (Légion d'honneur), um manto de púrpura bordado com abelhas de ouro e forrado de arminho, segura na mão direita, a mão da justiça, sua mão esquerda repousa sobre uma espada, a Coroa é semelhante a de Carlos X, o Trono, redondo trançado com louros,  de seu Napoleão I, seu tio.
Outros pintaram Napoleão com roupas cerimoniais e ate com roupas civis, para demostrar que ele era um estadista de seu tempo, mas que as mais línguas diziam que mais “parecia o retrato de um estalajadeiro”. 
Napoleão III é calmo em publico, charmoso e sedutor, mas “orgulhoso, acredita no seu destino e se vê como um homem providencial”.
“É descrito na esfera privada como um homem simpático, naturalmente bom, sensível e emocional”.
“Verbalmente contido”.
“Autodidata, mas intuitivo, porem tem conhecimento econômico, agronômico (numa França agrícola), e senso para negociações diplomáticas”. 
“Às vezes, "teimoso, indeciso, hesitante, ou enredado em contradições” e a prova disso foi o melancólico final de seu Reinado”.
A saúde de Napoleão III era fraca, pois sofria de reumatismo, hemorroidas, de problemas digestivos, dores de cabeça, crises de gota, calculo na vesícula, que lhe trazia um permanente desconforto abdominal, problemas urinários.
Teve um infarto do miocárdio na cama com sua amante Marguerite Billunger, cujo verdadeiro era Julie Leboeuf, e que era atriz.
Buscava sempre conforto nas aguas de Vichy e de Plombières, o que trouxe fama mundial a essas duas cidades termais.
“Imperador mancava. Prematuramente envelhecido, como fica evidenciado seus retratos de época. Como sofria com o sobrepeso, seus movimentos dia a dia se tornaram mais difíceis”.


Os embaixadores do Rei do Sião, Siameses,
são recebidos pelo Imperador Napoleão III e pela Imperatriz Eugenia,
no Palácio de Fontainebleau.

Com medo do pior chamou a Imperatriz Eugenia para o Conselho de Estado, ambos queriam o Trono para seu filho, o Príncipe Imperial, Napoleão Eugene Louis Jean Joseph Bonaparte, Príncipe Imperial, nascido em Paris no dia 16 de Março de 1856.
Muito debilitado durante a Guerra Franco-Prussiana de 1870 urinou varias vezes nas calças.
“Após a derrota, no seu exílio em Camden Place, o cirurgião Inglês Henry Thomson o opera de cálculos por duas vezes e quando estava prestes a fazer a terceira, Napoleão III, veio a falecer de complicações urinarias”.
Mas apesar disso TUDO era sexualmente muito ativo o que lhe causou grandes transtornos políticos e familiares.
Quando cobiçava uma mulher não descansava ate tê-la entre os braços, tanto que sabendo disso o Conde de Cavour enviou sua prima Virginia Oldoïni, a bela Condessa de Castiglione, para seduzi-lo e assim conseguir o beneplácito imperial para a Unificação da Itália, o que significa contrariar os interesses da Casa de Habsburgo e dos Bourbons Duas Sicílias, que eram parentes, primos entre si.    
Foram amantes e o escândalo foi tão grande que os Condes acabaram se separando.
Como já sabemos depois de legalmente casado voltou aos braços de Miss Howard e a nova Imperatriz descobriu, fazendo com que essa só ocupasse o leito conjugal para a concepção de um Herdeiro ao Trono Imperial.
As fofoqueiras de plantão à época diziam que Eugenia não era fiel a Luis Napoleão, inclusive mantendo um caso amoroso com o Barão Ferdinand de Lesseps, primo dela, mas isso eu não sei se era verdade.
Pelo sim ou pelo não, a Imperatriz Eugenia foi fiel a memoria do Imperador Napoleão III.  
Em 14 de janeiro de 1858, Felice Orsini, e dois companheiros, Gomez e Rudio, revolucionários italianos, cometeram um atentado contra Napoleão III, em plena Paris, na a rue Le Peletier, 9e arrondissement, quase matando a Princesa Matilde, o Imperador sai ileso, mas a Imperatriz ficou coberta pelo sangue dos animais. O saldo da barbárie foram 156 feridos e 12 pessoas mortas.
Os terroristas foram exemplarmente justiçados.
No Império de Napoleão III a “França experimentou anos de progresso econômico, criação de um sistema bancário, O desenvolvimento de canais de comunicação, o desenvolvimento de ferrovias, a transformação das cidades”.
“Nomes como o do magnata do aço Eugène Schneider ou do riquíssimo banqueiro Barão James de Rothschild são símbolos do período. O Imperador ordena ao Banco de França que se envolva no apoio ao desenvolvimento econômico, e pela Lei 236,  de 24 de Junho de 1865, decreta que o cheque tem que ser aceito em qualquer parte do território francês  como forma de pagamento, uma evolução extraordinária para as finanças de França, que passa assim a ter seus negócios agilizados, não dependendo  mais nem de letras de cambio, nem tão pouco do transportes de moedas ou outros valores.
São organizados os bancos “Crédit foncier de France ”, para hipotecas, negócios agrícolas e desenvolvimentos de obras das cidades e do Estado, o “ Crédit Mobilier ” dos irmãos Pereira, judeus sefarditas portugueses, “ para  financiar  a indústria em geral,  as estradas de ferro, extração de carvão, as transações imobiliárias relacionadas com a modernização de Paris  ( serviço de ônibus de Paris e a  iluminação a gás)  e seguros em geral”, o “Crédit industriel et commercial (CIC)”, e o “Crédit Lyonnais”.
“Foi tremenda a expansão do mercado de ações graças às empresas de mineração de carvão, siderúrgicas, estradas de ferro e indústria mecânica, para tal foram promulgadas, a Lei de Sociedades Anônimas de 17 de julho de 1856”.
Contudo pela Lei de 23 de maio 1863 foram reguladas as sociedades de responsabilidade limitada (LLC) que não tinha suas cotas listadas em Bolsa.
Assim, “em 1851, a França tinha apenas 3.500 km de ferrovias contra mais de 10 000 km na Grã-Bretanha. Sob a liderança do Ministro das Obras Públicas, Pierre Magne, o país ultrapassa o seu rival chegando ao impressionante numero de 20.000 km de ferrovias em 1870, onde  circulam anualmente mais de 110 milhões de passageiros e 45 milhões de toneladas de mercadorias”, é o progresso jamais visto na França em todos os tempos.
Novas estradas são abertas e as velhas passam por manutenção.
Visionário, Napoleão III explora as hidrovias com a construção novos canais e racionalizando os cursos d’agua.   
Dinamiza a modernização dos portos, em especial o de Marselha, para assim poder expandir a frota de navios com bandeira francesa, já que empresas foram criadas ou reorganizada para explorar a navegação internacional como a Companhia Geral Transatlântica (Compagnie Générale Transatlantique) dos a Irmãos Pereira (les frères Péreire - Emile et Isaac).
Em 1862 o “Louisiane” inaugura linha para o México, em 1864 o “Washington” inaugura a linha de Le Havre a Nova York, em 1 de outubro de 1864 é realizado o lançamento do primeiro navio comercial com o nome “France” (França).
Para a consolidação da revolução industrial e marítima, Napoleão III “promove o desenvolvimento do telégrafo elétrico e do o correio marítimo, essas graças as novas cias marítimas em plena expansão.  
“Apoiou Ferdinand de Lesseps e sua Companhia do Canal de Suez (Compagnie Universelle du Canal Maritime de Suez) que projetou a abertura do Canal de Suez, chegando a fazer pressão diplomática sobre o Império Otomano, hostil ao projeto”.
A saúde não permitiu que Napoleão III fosse à inauguração do Canal de Suez, mas a Imperatriz Eugenia foi abordo do Iate Imperial “l’Aigle” (a Águia).
A inauguração dessa magnifica o e fundamental obra para Humanidade se deu em 17 de novembro de 1869, sendo que Lesseps e os demais responsáveis pelo empreendimento atravessaram o canal a bordo do navio “Péluse” (Pelusium), de propriedade da “Compagnie des Messageries Maritimes” (Companhia de Mensagens Marítimas) uma empresa de correios. 
“Em 1875, a dívida externa do Egito obriga a vender suas ações no Reino Unido a preço de banana - £ 4.000.000 - o que garante seu caminho da Índia. Em 1882, as tropas britânicas instalaram às margens do canal para proteger e substituir o Império Otomano como o guardião do país”.
A industrialização na França foi de vento em popa, tanto que em Paris aconteceram duas Exposições Internacionais, uma em 1855, outra em 1867, marcando o apogeu da Cidade Luz, que foi transformada graças aos esforços do Barão Georges-Eugène Haussmann, Prefeito, Acadêmico, Senador e portador da Grã-Cruz da Legião de Honra.
Aliás, o grande legado de Napoleão III é Paris.
Sim, a Paris moderna.

A Nova Paris do século XIX

Foi sob o governo dele que a Paris medieval e insalubre foi posta abaixo e a nova cidade de amplas avenidas arborizadas e parques tão amados de turistas hoje.
A bem da verdade Napoleão III “incentivou esta política em outras cidades e vilas da França, como Lyon, Biarritz, Vichy, Plombières-les-Bains, inclusive patrocinando uma politica de saneamento em Dombes, les Landes, la Champagne, la Provence e, também, em la Sologne”.
Segundo consta Napoleão III acreditava que se fazia necessário demostrar o « progrès scientifique et social, de l’industrie et des arts, de la grandeur retrouvée de la France » ( o progresso cientifico, social, industrial e das rates da grandeza renovada da França”, e eu concordo com ele, pois a França a sua “ Grandeza” está diretamente ligada  a cultura, em todos os campos, ou seja, a França é cultura.
Encontrou ele na fotografia um meio rápido para divulgar as imagens dos acontecimentos de seu reinado” isso sem abandonar “as técnicas mais tradicionais como a pintura e a escultura”.
Protegeu artistas como Gustave Le Gray (o primeiro fotografo oficial de um Chefe de Estado no mundo) entre outros e eu destaco a Jean-Léon Gérôme, pintor e escultor francês membro da Academia de Belas Artes, cavaleiro da Légion d’honneur, professor de pintura na École des Beaux-Arts ,  decorador da casa de Paris de Príncipe Napoléon Joseph Charles Paul Bonaparte, Conde de Meudon, Conde de Moncalieri,  Príncipe  titular de Montfort , comumente conhecido como Príncipe Napoleão.
Pintou o celebre “A recepção de embaixadores da Sião em Fontainebleau “, em  1864 ( hoje no  Museu Nacional de Fontainebleau), “Bonaparte antes da Esfinge”, entre 1867 e 1868 ( hoje em Hearst Castle , em San Simeon, Califórnia), o “ Banho Turco ou banho mouro” , em  1870 ( hoje no Museu de Belas Artes, de Boston), Pigmalião e Galateia, em  1890  ( hoje no  Metropolitan Museum , de Nova York) , mais para mim a mais bonita de suas obras é “ O mercador de Peles no Cairo”, em 1869 (Marchand de peaux, Le Caire - Coleção Particular), considerado símbolo do academicismo, portanto um dos mais destacados artistas da época e um inimigo feroz dos  Impressionistas (Monet , Renoir, Cézanne, etc.), que ele considerava "desgraça da arte francesa”, contudo esse apoio oficial não influía em nada as decisões do Imperador Napoleão III que apoiou o  « Salon des Refusés » ( tradução livre: Salão das Recusadas) onde foram expostas as obras de, Gustave Courbet, um anarquista, cuja obra “A Origem do Mundo” - L'Origine du monde-  de 1866 ( hoje no Musée d'Orsay) criou grande celeuma, e de outros impressionistas.  



A Origem do Mundo (L’Origine du monde).
(1866). Paris.
Musée d'Orsay

Na literatura  e nas artes floresceram  Flaubert,  George Sand , Paul Gavarni, Gustave Flaubert, Alphonse Daudet, Émile Zola, Guy de Maupassant , Théodore de Banville, Edmond et Jules de Goncour  ( criadores do o Prémio Goncourt) , o bibliotecário Alfred Maury, compositores como Jacques Offenbach, roteiristas como  Eugène Labiche, Acadêmico e autor de operetas tão de gosto à época,  artista como Delacroix, Flaubert, Prosper Mérimée que eram convidados a Mesa Imperial nas  Tulherias,  em St. Cloud ou em Compiègne .
Mas para que a França tivesse uma boa base cultural – o seu bem maior que influenciou todo o mundo - Napoleão III “defendeu a criação de um serviço de grande educação pública primária gratuita e obrigatória e torna obrigatório o ensino de história francesa e contemporânea, de geografia, de filosofia, línguas modernas, desenho, ginástica e música no ensino secundário” para isso apoiou a Victor Duruy , político e historiador,  doutor em Letras e professor da Escola Normal e da da École Polytechnique, que não era seu partidário e sim do General Cavaignac e que votou contra o Príncipe-Presidente no Plesbicito,  professor do Duque de Aumale e do Duque de Montpensier, filhos do deposto Rei Luis Felipe I,  aquém nomeou em 23 de junho de 1863 para o cargo de o Ministro da Instrução Pública e esse desse mistério só saiu sete anos depois em 17 de julho de 1869.
Napoleão III tinha paixão por Historia e escreveu a “História de Júlio Cesar” tendo como colaboradores Alfred Maury, Prosper Mérimée e Victor Duruy, essa obra anos depois foi reconhecida como muito importante por historiadores como Claude Nicolet e Christian Goudineau, especialistas em história de Roma e da Gália.
Patrono da arqueologia incentivou os trabalhos arqueológicos na Gália, na Espanha, Macedônia, Síria, Argélia, Tunísia, Grécia, na Ásia, chegando a comprar em 1860, com seus próprios recursos, os “Jardins Farnèse, no Palatino, para desenterrar o Palácio Imperial de Roma” e “em 1862, ele inaugurou o Museu Nacional de Antiguidades em Saint-Germain-en-Laye, completando, erigiu uma estátua de Vercingetorix no Monte Auxois”.
“Fascinado pela ciência e bem informado sobre as últimas invenções, Napoleão III tinha uma relação especial com os estudiosos, inclusive patrocinou a Louis Pasteur”.
Só de uma feita gastou de seus fundos pessoais mais “de 8 milhões de francos em pesquisa arqueológica, trabalhos experimentais e cartográfica”.
Era um francês verdadeiro, pois era amante da cultura.
Todavia nesse paraíso tinha uma serpente que era a Politica Externa do Império.
As feridas resultantes das Guerras Napoleônicas ainda sagravam pela Europa, a Santa Aliança havia implodido, na Península Italiana o Patrimônio de São Pedro, os Estados Bourbônicos-habsburguianos periclitavam, o Risorgimento os carbonários, os mazzinianistas, as sociedades secretas terroristas de todos os matizes, incendiavam o Continente, o que tornava quase impossível traçar linhas concretas para a politica externa de qualquer País.  
Não foi diferente durante o Segundo Império Frances.
Ele morreu aos 65 anos no exilio em Camden Place, Chislehurst, Inglaterra, no dia 9 de janeiro de 1873, durante uma cirurgia de pedra na bexiga; uma autópsia mostrou que ele também tinha uma doença renal fatal, e a Impetrtiz Eugenia em Madri, no Palacio de Liria, pertencente a Casa de Alba, durante uma de suas visitas a Espanha, seu país natal. Sua morte foi o resultado de um ataque de uremia.
“Napoleão foi originalmente enterrado em Santa Maria, a Igreja Católica em Chislehurst. No entanto, depois que seu filho morreu em 1879 lutando no exército britânico contra os zulus na África do Sul, o Eugênia enlutada decidiu construir um mosteiro. O prédio abrigaria monges expulsos da França pelas leis anti-clericais da Terceira República, e seria um local adequado de descanso para seu marido e filho. Assim, em 1888, o corpo de Napoleão III e de seu filho foram levados para a Cripta Imperial em Abadia Beneditina de São Miguel (Saint Michael's Abbey), Farnborough, Hampshire , Inglaterra”.
“Eugênia, que morreu muitos anos depois, em 1920, também ali esta. Os caixões podem ser vistos pelos visitantes do Abadia durante passeios públicos. Foi noticiado em 2007 que o Governo francês estava buscando o retorno de seus restos mortais para serem enterrados na França, mas sofrem forte oposição dos monges da abadia, já que tal fato acabaria com suas rendas provenientes do turismo”.


              A Imperatriz Eugenia, já idosa, e a Rainha Victoria Eugenia de Espanha, 
                                                              mulher de Afonso XIII.

Ele havia se casado com Eugenia de Montijo (María Eugenia Ignacia Augustine de Palafox-Portocarrero de Guzmán y Kirkpatrick, Marquesa de Ardales, Marquesa de Moya, a 19ª Condessa de Teba, Condessa de Montijo), espanhola de Granada, filha de Don Cipriano Palafox y Portocarrero, Conde de Teba e de Montijo, e de Enriqueta María Manuela KirkPatrick de Closeburn y de Grevignée, uma aristocrata espanhola de ascendência escocesa.
Napoleão III foi um governante que de certa forma honrou a herança histórica que recebeu, quanto a Imperatriz Eugenia creio que deve ser mais estudada pela grande Historia, tanto que farei um capitulo a parte sobre ela.


Imperador Napoleão III e da imperatriz Eugenia com seu único filho.



Napoleão Eugênio Luís João José Bonaparte

O único filho deles Príncipe Napoléon  Eugene Louis Jean Joseph Bonaparte, Príncipe Imperial, nasceu Paris no dia 16 de Março de 1856, e de serviço (engajado com autorização especial da Rainha Vitória ) no Exercito Britânico faleceu  em 1 de  junho de 1879 , em  Ulundi , África do Sul , surpreendidos e morto pelos Zulus.
Por testamento o Príncipe Imperial designou ao Príncipe Victor, seu primo, filho de o filho de Napoleão (Jerome) Bonaparte e Clotilde de Savóia, Condes de Montfort, de Meudon e de Moncalieri, portanto, neto de seu tio-avô, o Jerônimo Bonaparte (le roi Jérôme Napoléon), Príncipe Imperial francês, Rei da Westphalia, Príncipe de Montfort e de e Catarina de Württemberg, como Chefe da Casa Imperial.
Assim o Príncipe Vitor passou a usar e ser reconhecido como “Príncipe Napoleão” (, Prince Napoléon), Título dado ao chefe da Dinastia Bonaparte em função e Pretendente ao Trono Imperial de França.
Hoje em dia a Casa Imperial de França ou Casa de Bonaparte é chefiada, pelo bisneto do Príncipe Vitor, que é o Pretendente Jean Christophe Louis Ferdinand Albéric Napoléon, atual Príncipe Napoleão, nascido 11 de julho de 1986, em Saint-Raphaël ( Var , Provence-Alpes-Côte d'Azur , França), filho  único  do Príncipe Carlos  Napoleão e da Princesa Beatrice de Bourbon , Princesa das Duas Sicílias.
Ele se ele se tornou o chefe da família imperial em 1997 por vontade de seu avô Luis, Príncipe Napoleão, Pretendente e chefe da Casa Imperial da França de 1926 a 1997.
Os Bonapartistas o proclamaram João Napoleão VII.




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