147- conversa- Parte 6- Imperadores dos Franceses da Família
Buonaparte - Napoleão III.
Napoleão III, o melhor dos governantes Bonaparte.
Por mim cognominado " o Magno".
Títulos e Tratamento de Napoleão III:
20 abril de 1808 - 9 de julho de 1810: Sua Alteza Imperial e Real Louis-Napoléon
Bonaparte, Príncipe da Holanda.
20 abril de 1808 - 25 de julho de 1846: Sua Alteza
Imperial Louis-Napoléon Bonaparte, Príncipe Imperial dos Franceses e Conde de
Saint-Leu.
10 dez 1848 - 2 de dezembro de 1852: Sua Alteza
Imperial Louis-Napoléon Bonaparte, Príncipe Imperial dos Franceses e Conde de
Saint-Leu, Presidente da República Francesa (" Le Prince-presidente ").
2 de dezembro de 1852 - 04 de setembro de 1870: Sua
Majestade Imperial o Imperador dos Franceses
4 de setembro de 1870 - 09 de janeiros de 1873: Sua
Majestade Imperial o ex-Imperador dos Franceses, ou Imperador Titular dos
Franceses.
Armas de Napoleão III.
Título completo como Imperador: Sua Majestade Imperial “Napoleão, pela graça de Deus e da vontade nacional, o Imperador dos franceses” (« Napoléon, par la grâce de Dieu et la volonté nationale, empereur des Français »)
Napoleão III e sua esposa Eugenia,
Imperadores dos Franceses.
Napoleão III, também conhecido com Luis Napoleão
(Carlos Luís Napoleão Bonaparte -Charles Louis Napoléon Bonaparte) era filho do
irmão de Napoleão I, Luís, feito Rei da Holanda, e de Hortênsia de Beauharnais,
filha da Imperatriz Josefina por Napoleão perfilhada, portanto sobrinho do
primeiro Imperador da Casa de Bonaparte.
Luis Napoleão se tornou Pretendente ao Trono
Imperial pela morte de Napoleão II, o Duque de Reichstadt(1832), já que seu
irmão mais velho, Napoleão Luís falecera em 1831.
Correu mundo...
Exilado, foi carbonário, viajou para os Estados
Unidos, conspirou, se rebelou contra Luis Felipe I, foi condenado a prisão
perpétua na Fortaleza de Ham, um castelo localizado na Ham ( Somme ), na Picardia
, perto da Ile-de-France , de onde fugiu
disfarça com os documentos e roupas de um pinto chamado Pinguet, o que lhe
valeu a alcunha satírica de Badinguet, escreveu L'Extinction du paupérisme ( A
extinção do pauperismo), que lhe valeu o apoio do proletariado, estabeleceu-se
em Londres e femeeiro como era se tornou amante de uma celebre e rica coquete, Harriet
Howard, que o financiou, que educou,
junto com seu filho Martin, futuro Conde de Béchevêt , os dois filhos que ele
tivera com Eléonore Vergeot, uma empregada a seu serviço na prisão, a
saber Alexandre-Louis Eugène Bure,
futuro Conde d'Orx e Alexandre Louis-Ernest Bure, futuro Conde de Labenne.
“Miss Howard continuou a apoiar as suas
aspirações de se tornar Imperador e financiado em grande parte o seu 1851 Golpe
de Estado, mas depois da confirmação pelo Plebiscito, quando ele se tornou
Napoleão III, Imperador dos franceses, foi posta de lado”.
A fortuna Miss Howard foi reconstruída por
Napoleão III ao ascender ao Trono Imperial. Ela recebeu o título de Condessa de
Beauregard, já que ser tornou proprietária do Château de Beauregard, perto da
estrada principal entre La Celle-Saint-Cloud e Versalhes, próximo a Paris.
Passando seis meses do casamento com Eugenia de
Montijo, Luis Napoleão retomou seu relacionamento com ela.
Ela comprou o Domínio de Béchevet que valeu a seu
filho, Martin Constantin Haryett, o Título de Conde de Béchevet outorgado por
Napoleão III.
Foi em 1848 com a queda de Luis Felipe I, e a
implantação da Republica que Luis Napoleão voltou a França.
Juntamente com seus primos Napoleão – Jeronimo
(filho de Jeronimo Bonaparte), Pedro Napoleão (filho de Luciano Bonaparte), Luciano
Murat (Joaquim Murat e Carolina Bonaparte), foi eleito para à Assembleia
Nacional Constituinte.
Após a promulgação, em 4 de novembro de 1848, da
Constituição da II ª República, Luis Napoleão se lança candidato a Presidência
da Republica. Pela primeira vez na
Historia da França uma eleição presidencial foi por sufrágio universal, mas só
os homens votaram já que as mulheres não votavam.
Eleito Presidente da Republica em 10 de dezembro
de 1848 com 74,33% dos votos validos começa suas démarches para se tornar
Imperador dos Franceses, instalado no Palácio do Eliseu, em detrimento das
Tulherias e do Palais Royal (tradicional residência dos Orleans).
Cerca-se a antiga pompa imperial, inclusive
adotado como vestimenta oficial o uniforme de gala do comandante-em-chefe da
Guarda Nacional, ele que era civil, e ostentando o Grande Cordão da Legião.
A anfitriã a seu lado nas recepções oficias é sua
prima, a celebre Princesa Matilde, Mathilde-Létizia Wilhelmine Bonaparte, filha
dos Reis Jeronimo e Catharina de Württemberg, seus tios.
Em Miss Howard sua benfeitora nem pensar.
Se vale dos serviços de seu meio irmão, por lado
de mãe, Charles de Morny, Duque de Morny, e do Barão Ferdinand de Lesseps, o
construtor do Canal de Suez.
Se mete a salvador do Papa Pio IX e de Roma
quando das revoltas que assolavam a Península Italiana.
Durante esse período se ouvia lá e acolá gritos
de “Viva o Imperador”
Em 1851 entra em confronto direto com a
Assembleia usando como pretexto o aumento de recursos para a Presidência, de
seus honorários e de seu direito a reeleição, seu mandato terminava em 1852, e
nada consegue, contudo os deputados revogaram o sufrágio universal masculino,
fato que caiu como uma bomba na França, sempre revolucionaria.
Fracassada a reforma constitucional, Luis
Napoleão parte para o Golpe de Estado e em “2 de dezembro, o aniversário da
coroação de Napoleão I em 1804 e a Vitória do Austerlitz, em 1805” e deflagrada
a Operação Rubicão (L'opération Rubicon).
Luis Napoleão apela ao povo e as forças armadas.
Exige a dissolução da Assembleia Nacional,
promete um governo na forma do Consulado instituído por seu tio, a volta do
sufrágio universal masculino, uma nova constituição, fala até em “e preservar
os direitos adquiridos em 1789”, patatí-patatá.
Os deputados são presos.
Paris tão afeita às barricadas, as vê surgindo no
Faubourg Saint-Antoine e bairros centrais, são ao todo 70 delas.
Como resposta “30 mil soldados são enviados para
as áreas tomadas pelos insurgentes”.
Houve uma “carnificina que
matou entre 300 a 400 pessoas e deixou centenas de feridos civis, além de 26 mortos e 184
feridos entre a soldadesca”.
Mas a “França, em geral,
permaneceu passiva, continuando
seu trabalho, sem se importar com o acerto de contas entre o Presidente da
República e os membros da Assembleia Nacional”.
Mesmo assim “26.884 pessoas foram presas, dos
quais 9.530 foram enviados para a Argélia e 239 para colônia penal de Caiena,
na Guiana Francesa”.
Luis Napoleão queria se legitimar seus atos
“reformistas”, por isso convocou um Plesbicito para 20 -21 dezembro pelo
sufrágio universal masculino restaurado por ele.
“Os civis estão autorizados a votar por voto
secreto, mas os votos do Exército e a da Marinha são abertos”
Em 14 de janeiro de 1852 o mundo conheceu o
resultado do Plesbicito.
De 10 milhões de eleitores registrados, 8.165.630
votaram pelo “SIM” as Reformas do Príncipe-Presidente, portanto Luis Napoleão
venceu por maioria esmagadora.
Em 7 de novembro de 1852 “, por 86 votos contra
um, o Senado (senatus-consulte) restaurou a Dignidade Imperial.
Charles Louis Napoléon Bonaparte é Imperador dos Franceses,
mas ele se faz de rogado e pede um Plesbicito para confirmar essa decisão.
No final das contas ela foi aprovada duas semanas
depois “pelo Plebiscito, por 7.824.129 votos contra 253.149 e meio milhão de
abstenção”.
Com o resultado do Plesbicito nas mãos Adolfo
Billault, Presidente do Parlamento, vai ao Château de Saint-Cloud e comunica a Luís
Napoleão que o povo francês o aceita como Imperador ao que ele, já em uniforme
de general de divisão, responde:
« Je prends dès aujourd'hui, avec la couronne, le
nom de Napoléon III ».
Tradução livre: “Eu assumo de hoje em diante, com
a coroa, o nome de Napoleão III”.
De agora em diante ele será “Napoleão, pela graça
de Deus e da vontade nacional, o Imperador dos franceses” (« Napoléon, par la
grâce de Dieu et la volonté nationale, empereur des Français »).
Na Catedral de Notre Dame em substituição a uma
Cerimonia de Coroação um Te Deum foi cantado, assim Luis Napoleão nunca foi
Sagrado, Ungido, como eram e são os Soberanos tanto da França, quanto de outros
países pelo mundo afora.
Ato continuo vai para “Palácio das Tulherias, recebe
as credenciais dos Embaixadores que reconheceram o Império, e depois voltou
para sua residência no Château de Saint- Cloud”. Se sente o “Senhor do Mundo”.
Contudo sente falta de uma verdadeira Coroação e
apela para Papa Pio IX, aquele mesmo que ele quis salvar em Roma, e recebe como
resposta exigências do Romano Pontífice.
A primeira é que a Coroação tem que acontecer em
Roma e não em Paris, a segunda é que ele tem que restaurar a obrigatoriedade do
casamento religioso em França, abolida pelo Imperador Napoleão, seu tio, em
1801.
As negociações fracassaram e assim Napoleão III
não foi Imperador pelo Direto Divino, não foi Sagrado, mas sim pela vontade do
Povo Francês manifestada por um Plebiscito.
Napoleão III ate o fim de sua vida guardou rancor
tanto do Papa, quanto da Igreja Católica por isso.
O
engraçado dessa Historia toda é que convidou o Papa para padrinho de seu filho,
o Príncipe Imperial, e ao final da cerimonia exclamou:
“Un
tel baptême vaut bien un sacre”
Tradução livre: “Tal batismo vale bem uma
Sagração”.
Entretanto Napoleão III é retratado com Vestes de
Coroação por Franz Xaver Winterhalter.
Nessa ocasião ele porta uniforme de General de
Divisão, o Grande Colar da legião de Honra (Légion d'honneur), um manto de
púrpura bordado com abelhas de ouro e forrado de arminho, segura na mão
direita, a mão da justiça, sua mão esquerda repousa sobre uma espada, a Coroa é
semelhante a de Carlos X, o Trono, redondo trançado com louros, de seu Napoleão I, seu tio.
Outros pintaram Napoleão com roupas cerimoniais e
ate com roupas civis, para demostrar que ele era um estadista de seu tempo, mas
que as mais línguas diziam que mais “parecia o retrato de um estalajadeiro”.
Napoleão III é calmo em publico, charmoso e
sedutor, mas “orgulhoso, acredita no seu destino e se vê como um homem
providencial”.
“É descrito na esfera privada como um homem simpático,
naturalmente bom, sensível e emocional”.
“Verbalmente contido”.
“Autodidata, mas intuitivo, porem tem conhecimento
econômico, agronômico (numa França agrícola), e senso para negociações diplomáticas”.
“Às vezes, "teimoso, indeciso, hesitante, ou
enredado em contradições” e a prova disso foi o melancólico final de seu
Reinado”.
A saúde de Napoleão III era fraca, pois sofria de
reumatismo, hemorroidas, de problemas digestivos, dores de cabeça, crises de gota,
calculo na vesícula, que lhe trazia um permanente desconforto abdominal,
problemas urinários.
Teve um infarto do miocárdio na cama com sua
amante Marguerite Billunger, cujo verdadeiro era Julie Leboeuf, e que era atriz.
Buscava sempre conforto nas aguas de Vichy e de Plombières,
o que trouxe fama mundial a essas duas cidades termais.
“Imperador mancava. Prematuramente envelhecido,
como fica evidenciado seus retratos de época. Como sofria com o sobrepeso, seus
movimentos dia a dia se tornaram mais difíceis”.
Os embaixadores do Rei do
Sião, Siameses,
são recebidos pelo Imperador
Napoleão III e pela Imperatriz Eugenia,
no Palácio de
Fontainebleau.
Com medo do pior chamou a Imperatriz Eugenia para
o Conselho de Estado, ambos queriam o Trono para seu filho, o Príncipe
Imperial, Napoleão Eugene Louis Jean Joseph Bonaparte, Príncipe Imperial, nascido
em Paris no dia 16 de Março de 1856.
Muito debilitado durante a Guerra
Franco-Prussiana de 1870 urinou varias vezes nas calças.
“Após a derrota, no seu exílio em Camden Place, o
cirurgião Inglês Henry Thomson o opera de cálculos por duas vezes e quando estava
prestes a fazer a terceira, Napoleão III, veio a falecer de complicações
urinarias”.
Mas apesar disso TUDO era sexualmente muito ativo
o que lhe causou grandes transtornos políticos e familiares.
Quando cobiçava uma mulher não descansava ate
tê-la entre os braços, tanto que sabendo disso o Conde de Cavour enviou sua
prima Virginia Oldoïni, a bela Condessa de Castiglione, para seduzi-lo e assim
conseguir o beneplácito imperial para a Unificação da Itália, o que significa
contrariar os interesses da Casa de Habsburgo e dos Bourbons Duas Sicílias, que
eram parentes, primos entre si.
Foram amantes e o escândalo foi tão grande que os
Condes acabaram se separando.
Como já sabemos depois de legalmente casado
voltou aos braços de Miss Howard e a nova
Imperatriz descobriu, fazendo com que essa só ocupasse o leito conjugal para a
concepção de um Herdeiro ao Trono Imperial.
As fofoqueiras de plantão à época diziam que
Eugenia não era fiel a Luis Napoleão, inclusive mantendo um caso amoroso com o
Barão Ferdinand de Lesseps, primo dela, mas isso eu não sei se era verdade.
Pelo sim ou pelo não, a Imperatriz Eugenia foi
fiel a memoria do Imperador Napoleão III.
Em 14 de janeiro de 1858, Felice Orsini, e dois
companheiros, Gomez e Rudio, revolucionários italianos, cometeram um atentado contra
Napoleão III, em plena Paris, na a rue Le Peletier, 9e arrondissement, quase
matando a Princesa Matilde, o Imperador sai ileso, mas a Imperatriz ficou
coberta pelo sangue dos animais. O saldo da barbárie foram 156 feridos e 12
pessoas mortas.
Os terroristas foram exemplarmente justiçados.
No Império de Napoleão III a “França experimentou
anos de progresso econômico, criação de um sistema bancário, O desenvolvimento
de canais de comunicação, o desenvolvimento de ferrovias, a transformação das
cidades”.
“Nomes como o do magnata do aço Eugène Schneider
ou do riquíssimo banqueiro Barão James de Rothschild são símbolos do período. O
Imperador ordena ao Banco de França que se envolva no apoio ao desenvolvimento
econômico, e pela Lei 236, de 24 de
Junho de 1865, decreta que o cheque tem que ser aceito em qualquer parte do
território francês como forma de pagamento,
uma evolução extraordinária para as finanças de França, que passa assim a ter
seus negócios agilizados, não dependendo
mais nem de letras de cambio, nem tão pouco do transportes de moedas ou
outros valores.
São organizados os bancos “Crédit foncier de
France ”, para hipotecas, negócios agrícolas e desenvolvimentos de obras das
cidades e do Estado, o “ Crédit Mobilier ” dos irmãos Pereira, judeus sefarditas
portugueses, “ para financiar a indústria em geral, as estradas de ferro, extração de carvão, as
transações imobiliárias relacionadas com a modernização de Paris ( serviço de ônibus de Paris e a iluminação a gás) e seguros em geral”, o “Crédit industriel et
commercial (CIC)”, e o “Crédit Lyonnais”.
“Foi tremenda a expansão do mercado de ações
graças às empresas de mineração de carvão, siderúrgicas, estradas de ferro e
indústria mecânica, para tal foram promulgadas, a Lei de Sociedades Anônimas de
17 de julho de 1856”.
Contudo pela Lei de 23 de maio 1863 foram
reguladas as sociedades de responsabilidade limitada (LLC) que não tinha suas
cotas listadas em Bolsa.
Assim, “em 1851, a França tinha apenas 3.500 km
de ferrovias contra mais de 10 000 km na Grã-Bretanha. Sob a liderança do Ministro
das Obras Públicas, Pierre Magne, o país ultrapassa o seu rival chegando ao
impressionante numero de 20.000 km de ferrovias em 1870, onde circulam anualmente mais de 110 milhões de
passageiros e 45 milhões de toneladas de mercadorias”, é o progresso jamais
visto na França em todos os tempos.
Novas estradas são abertas e as velhas passam por
manutenção.
Visionário, Napoleão III explora as hidrovias com
a construção novos canais e racionalizando os cursos d’agua.
Dinamiza a modernização dos portos, em especial o
de Marselha, para assim poder expandir a frota de navios com bandeira francesa,
já que empresas foram criadas ou reorganizada para explorar a navegação
internacional como a Companhia Geral Transatlântica (Compagnie Générale
Transatlantique) dos a Irmãos Pereira (les frères Péreire - Emile et Isaac).
Em 1862 o “Louisiane”
inaugura linha para o México, em 1864 o “Washington” inaugura a linha de Le
Havre a Nova York, em 1 de outubro de 1864 é realizado o lançamento do primeiro
navio comercial com o nome “France” (França).
Para a consolidação da
revolução industrial e marítima, Napoleão III “promove o desenvolvimento do
telégrafo elétrico e do o correio marítimo, essas graças as novas cias marítimas em plena
expansão.
“Apoiou Ferdinand de Lesseps e sua Companhia do
Canal de Suez (Compagnie Universelle du Canal Maritime de Suez) que projetou a
abertura do Canal de Suez, chegando a fazer pressão diplomática sobre o Império
Otomano, hostil ao projeto”.
A saúde não permitiu que Napoleão III fosse à
inauguração do Canal de Suez, mas a Imperatriz Eugenia foi abordo do Iate
Imperial “l’Aigle” (a Águia).
A inauguração dessa magnifica o e fundamental
obra para Humanidade se deu em 17 de novembro de 1869, sendo que Lesseps e os
demais responsáveis pelo empreendimento atravessaram o canal a bordo do navio “Péluse”
(Pelusium), de propriedade da “Compagnie des Messageries Maritimes” (Companhia
de Mensagens Marítimas) uma empresa de correios.
“Em 1875, a dívida externa do Egito obriga a
vender suas ações no Reino Unido a preço de banana - £ 4.000.000 - o que
garante seu caminho da Índia. Em 1882, as tropas britânicas instalaram às margens do canal
para proteger e substituir o Império Otomano como o guardião do país”.
A industrialização na França foi de vento em
popa, tanto que em Paris aconteceram duas Exposições Internacionais, uma em
1855, outra em 1867, marcando o apogeu da Cidade Luz, que foi transformada
graças aos esforços do Barão
Georges-Eugène Haussmann, Prefeito, Acadêmico, Senador e portador da Grã-Cruz
da Legião de Honra.
Aliás, o
grande legado de Napoleão III é Paris.
Sim, a Paris
moderna.
A Nova Paris do século XIX
Foi sob o governo dele que a Paris medieval e insalubre foi
posta abaixo e a nova cidade de amplas avenidas arborizadas e parques tão
amados de turistas hoje.
A bem da verdade Napoleão III “incentivou esta
política em outras cidades e vilas da França, como Lyon, Biarritz, Vichy,
Plombières-les-Bains, inclusive patrocinando uma politica de saneamento em
Dombes, les Landes, la Champagne, la Provence e, também, em la Sologne”.
Segundo consta Napoleão III acreditava que se
fazia necessário demostrar o « progrès scientifique et social, de l’industrie
et des arts, de la grandeur retrouvée de la France » ( o progresso cientifico,
social, industrial e das rates da grandeza renovada da França”, e eu concordo
com ele, pois a França a sua “ Grandeza” está diretamente ligada a cultura, em todos os campos, ou seja, a
França é cultura.
Encontrou ele na fotografia um meio rápido para
divulgar as imagens dos acontecimentos de seu reinado” isso sem abandonar “as técnicas
mais tradicionais como a pintura e a escultura”.
Protegeu artistas como Gustave Le Gray (o
primeiro fotografo oficial de um Chefe de Estado no mundo) entre outros e eu
destaco a Jean-Léon Gérôme, pintor e escultor francês membro da Academia de
Belas Artes, cavaleiro da Légion d’honneur, professor de pintura na École des
Beaux-Arts , decorador da casa de Paris
de Príncipe Napoléon Joseph Charles Paul Bonaparte, Conde de Meudon, Conde de
Moncalieri, Príncipe titular de Montfort , comumente conhecido
como Príncipe Napoleão.
Pintou o celebre “A recepção de embaixadores da
Sião em Fontainebleau “, em 1864 ( hoje
no Museu Nacional de Fontainebleau),
“Bonaparte antes da Esfinge”, entre 1867 e 1868 ( hoje em Hearst Castle , em
San Simeon, Califórnia), o “ Banho Turco ou banho mouro” , em 1870 ( hoje no Museu de Belas Artes, de
Boston), Pigmalião e Galateia, em
1890 ( hoje no Metropolitan Museum , de Nova York) , mais
para mim a mais bonita de suas obras é “ O mercador de Peles no Cairo”, em 1869
(Marchand de peaux, Le Caire - Coleção Particular), considerado símbolo do
academicismo, portanto um dos mais destacados artistas da época e um inimigo
feroz dos Impressionistas (Monet ,
Renoir, Cézanne, etc.), que ele considerava "desgraça da arte francesa”,
contudo esse apoio oficial não influía em nada as decisões do Imperador
Napoleão III que apoiou o « Salon des
Refusés » ( tradução livre: Salão das Recusadas) onde foram expostas as obras
de, Gustave Courbet, um anarquista, cuja obra “A Origem do Mundo” - L'Origine
du monde- de 1866 ( hoje no Musée
d'Orsay) criou grande celeuma, e de outros impressionistas.
A Origem do Mundo (L’Origine
du monde).
(1866). Paris.
Musée d'Orsay
Na literatura
e nas artes floresceram
Flaubert, George Sand , Paul
Gavarni, Gustave Flaubert, Alphonse Daudet, Émile Zola, Guy de Maupassant ,
Théodore de Banville, Edmond et Jules de Goncour ( criadores do o Prémio Goncourt) , o
bibliotecário Alfred Maury, compositores como Jacques Offenbach, roteiristas
como Eugène Labiche, Acadêmico e autor
de operetas tão de gosto à época,
artista como Delacroix, Flaubert, Prosper Mérimée que eram convidados a
Mesa Imperial nas Tulherias, em St. Cloud ou em Compiègne .
Mas para que a França tivesse uma boa base
cultural – o seu bem maior que influenciou todo o mundo - Napoleão III “defendeu
a criação de um serviço de grande educação pública primária gratuita e
obrigatória e torna obrigatório o ensino de história francesa e contemporânea,
de geografia, de filosofia, línguas modernas, desenho, ginástica e música no
ensino secundário” para isso apoiou a Victor Duruy , político e historiador, doutor em Letras e professor da Escola Normal
e da da École Polytechnique, que não era seu partidário e sim do General
Cavaignac e que votou contra o Príncipe-Presidente no Plesbicito, professor do Duque de Aumale e do Duque de
Montpensier, filhos do deposto Rei Luis Felipe I, aquém nomeou em 23 de junho de 1863 para o
cargo de o Ministro da Instrução Pública e esse desse mistério só saiu sete
anos depois em 17 de julho de 1869.
Napoleão III tinha paixão por Historia e escreveu
a “História de Júlio Cesar” tendo como colaboradores Alfred Maury, Prosper
Mérimée e Victor Duruy, essa obra anos depois foi reconhecida como muito
importante por historiadores como Claude Nicolet e Christian Goudineau,
especialistas em história de Roma e da Gália.
Patrono da arqueologia incentivou os trabalhos arqueológicos
na Gália, na Espanha, Macedônia, Síria, Argélia, Tunísia, Grécia, na Ásia,
chegando a comprar em 1860, com seus próprios recursos, os “Jardins Farnèse, no
Palatino, para desenterrar o Palácio Imperial de Roma” e “em 1862, ele
inaugurou o Museu Nacional de Antiguidades em Saint-Germain-en-Laye,
completando, erigiu uma estátua de Vercingetorix no Monte Auxois”.
“Fascinado pela ciência e bem informado sobre as
últimas invenções, Napoleão III tinha uma relação especial com os estudiosos,
inclusive patrocinou a Louis Pasteur”.
Só de uma feita gastou de seus fundos pessoais
mais “de 8 milhões de francos em pesquisa arqueológica, trabalhos experimentais
e cartográfica”.
Era um francês verdadeiro, pois era amante da
cultura.
Todavia nesse paraíso tinha uma serpente que era
a Politica Externa do Império.
As feridas resultantes das Guerras Napoleônicas
ainda sagravam pela Europa, a Santa Aliança havia implodido, na Península
Italiana o Patrimônio de São Pedro, os Estados Bourbônicos-habsburguianos periclitavam,
o Risorgimento os carbonários, os mazzinianistas, as sociedades secretas
terroristas de todos os matizes, incendiavam o Continente, o que tornava quase
impossível traçar linhas concretas para a politica externa de qualquer País.
Não foi diferente durante o Segundo Império
Frances.
Ele morreu aos 65 anos no exilio em Camden Place, Chislehurst,
Inglaterra, no dia 9 de janeiro de 1873, durante uma cirurgia de pedra na
bexiga; uma autópsia mostrou que ele também tinha uma doença renal fatal, e a
Impetrtiz Eugenia em Madri, no Palacio de Liria, pertencente a Casa de Alba, durante uma de suas visitas a Espanha, seu país
natal. Sua morte foi o resultado de um ataque de uremia.
“Napoleão foi originalmente enterrado em Santa Maria, a
Igreja Católica em Chislehurst. No entanto, depois que seu filho morreu em 1879
lutando no exército britânico contra os zulus na África do Sul, o Eugênia
enlutada decidiu construir um mosteiro. O prédio abrigaria monges expulsos da
França pelas leis anti-clericais da Terceira República, e seria um local
adequado de descanso para seu marido e filho. Assim, em 1888, o corpo de
Napoleão III e de seu filho foram levados para a Cripta Imperial em Abadia Beneditina
de São Miguel (Saint Michael's Abbey), Farnborough, Hampshire , Inglaterra”.
“Eugênia, que morreu muitos anos depois, em 1920, também ali
esta. Os caixões podem ser vistos pelos visitantes do Abadia durante passeios
públicos. Foi noticiado em 2007 que o Governo francês estava buscando o retorno
de seus restos mortais para serem enterrados na França, mas sofrem forte
oposição dos monges da abadia, já que tal fato acabaria com suas rendas
provenientes do turismo”.
A Imperatriz Eugenia, já idosa, e a Rainha Victoria Eugenia
de Espanha,
mulher de Afonso XIII.
Ele havia se casado com Eugenia de Montijo (María
Eugenia Ignacia Augustine de Palafox-Portocarrero de Guzmán y Kirkpatrick,
Marquesa de Ardales, Marquesa de Moya, a 19ª Condessa de Teba, Condessa de
Montijo), espanhola de
Granada, filha de Don Cipriano Palafox y Portocarrero, Conde de Teba e de Montijo,
e de Enriqueta María Manuela KirkPatrick de Closeburn y de Grevignée, uma
aristocrata espanhola de ascendência escocesa.
Napoleão III foi um governante que de certa forma honrou a
herança histórica que recebeu, quanto a Imperatriz Eugenia creio que deve ser
mais estudada pela grande Historia, tanto que farei um capitulo a parte sobre
ela.
Imperador Napoleão III e da imperatriz Eugenia
com seu único filho.
Napoleão Eugênio Luís João José Bonaparte
O único filho deles Príncipe Napoléon Eugene Louis Jean Joseph
Bonaparte, Príncipe Imperial, nasceu Paris no dia 16 de Março de 1856, e de
serviço (engajado com autorização especial da Rainha Vitória ) no Exercito
Britânico faleceu em 1 de junho de 1879 , em Ulundi , África do Sul , surpreendidos e morto
pelos Zulus.
Por testamento o Príncipe Imperial designou ao Príncipe Victor,
seu primo, filho de o filho de Napoleão (Jerome) Bonaparte e Clotilde de
Savóia, Condes de Montfort, de Meudon e de Moncalieri, portanto, neto de seu
tio-avô, o Jerônimo Bonaparte (le roi Jérôme Napoléon), Príncipe Imperial francês,
Rei da Westphalia, Príncipe de Montfort e de e Catarina de Württemberg, como
Chefe da Casa Imperial.
Assim o Príncipe Vitor passou a usar e ser reconhecido como “Príncipe
Napoleão” (, Prince Napoléon), Título dado ao chefe da Dinastia Bonaparte em
função e Pretendente ao Trono Imperial de França.
Hoje em dia a Casa Imperial de França ou Casa de Bonaparte é chefiada,
pelo bisneto do Príncipe Vitor, que é o Pretendente Jean Christophe Louis
Ferdinand Albéric Napoléon, atual Príncipe Napoleão, nascido 11 de julho de
1986, em Saint-Raphaël ( Var , Provence-Alpes-Côte d'Azur , França), filho único
do Príncipe Carlos Napoleão e da
Princesa Beatrice de Bourbon , Princesa das Duas Sicílias.
Ele se ele se tornou o chefe da família imperial em 1997 por
vontade de seu avô Luis, Príncipe Napoleão, Pretendente e chefe da Casa Imperial
da França de 1926 a 1997.
Os Bonapartistas o proclamaram João Napoleão VII.
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