157/E- conversa- Felipe, o Belo, Nogaret e os Templários Rei ou Monarca- Parte 8/E
Templários
Continuação:
Felipe continuava a precisar
de dinheiro e Nogaret tomou as seguintes providencias...
1- Preparou um decreto real contra os judeus, as vítimas
preferidas dos cristãos em todos os tempos, que foi publicado em 21 de julho de
1306. Nele constavam: A desapropriação e confisco dos bens judaicos, a prisão
dos judeus, a expulsão dos judeus da França. Foi um horror. Nogaret assiste pessoalmente essas ações e segundo alguns até
lucra financeiramente com elas, o que eu não duvido. Muitos bravos judeus
morrerão em meio a essa barbárie.
2- A
partir de setembro de 1307, Nogaret agora Garde du Sceau, où il succède à
Pierre de Belleperche (Guarda do Selo [Real] sucedendo a Pierre de
Belleperche), prepara o decreto real contra os Templários, com a desapropriação
e confisco de seus bens e a prisão dos membros da Ordem.
Os Templários.
Até os nossos dias os
Templários continuam despertando curiosidade, seu tesouro é procurado, as
buscas pelos seus segredos não cessam, romances são escritos sobre eles, filmes
são feito, etc. etc. e tal....
Para mim eram um bando da pior
espécie.
Comentaram crimes que até hoje
a Cristandade paga por eles.
As mortes na sede do Charlie
Hebdo, em Paris, no seio da França cultural, é prova do que digo.
Os Papas do Vaticano, os
Bispos de Roma, a Cidade Eterna, se penitenciam pelos erros deles, mas foi
graças a um deles que a Ordem ganhou vida.
Vamos ver...
Armand de Périgord foi morto ou capturado na batalha de La Forbie.
Richard de Bures comandou os Templários
até a eleição de Guillame de Sonnac, sua posição como Grão-Mestre é contestada.
Timbre dos Templários
A “Ordo Pauperum Commilitonum
Christi Templique Salominici”, ou Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do
Templo de Salomão, ou Cavaleiros Templários, ou Ordem do Templo, ou Ordre du
Temple ou Templiers, ou Order of the Temple or Templars, Orden des Tempels oder
der Templer, Orden del Templo o Templarios, להזמינו
של בית המקדש
או טמפלרים,
Ordine del Tempio o Templari, Орден Храма или тамплиеров, ترتيب الهيكل أو فرسان الهيكل, Temple ya Tapınakçıların Sipariş, ou...
...simplesmente como
Templários, foi uma ordem militar de Cavalaria.
Guillaume de la Tour nomeado Comandante dos turcopolier ou Turcoples, corpo de arqueiros montados em cavalos árabes, vestidos como árabes,
“Cavalaria medieval é a
instituição dos cavaleiros nobres cristãos, os cavaleiros, com ideais de
serviço dotado de grande amor cristão, de coragem, de lealdade, de
generosidade, atuando sempre com Honra tanto na guerra, quanto na Pax, mas que
nem sempre agiram de acordo com esses ideais”.
“No tempo de Carlos Magno,
guerreiros montados se tornaram a unidade militar de elite dos francos e essa
inovação se espalhou pela Europa. Lutar de um cavalo era mais nobre, mais
glorioso, do que lutar a pé. Por causa do alto custo dos cavalos, armas e
armaduras, somente os ricos nobres podiam lutar dessa maneira”.
“No final da Idade Média, os Reis
criaram as Ordens de Cavalaria, para assim “aglutinar” os Cavaleiros em torno
de Sua Real Pessoa, e isso, é claro, trazia prestígio aos seus
membros/cavaleiros”.
“As Ordens militares e
religiosas, quase idênticas as Ordens de cavalaria, nasceram oficialmente
motivadas pela necessidade de proteger os peregrinos cristãos em suas viagens a
Terra Santa, o que naturalmente envolveu combates com os muçulmanos”.
Foram elas:
1118 /1119, militarizada em
1120 - Ordem dos Templários
1136 - Ordem de São João de
Jerusalém (ou dos Hospitalários, atual Ordem de Malta)
1142 - Ordem de São Lázaro de
Jerusalém
1154 - Ordem de Alcântara
1158- Ordem de Calatrava
1160 - Ordem de Santiago
1176 - Ordem de Avis (ramo da
Ordem de Calatrava, pelo menos no seu início)
1190 - Ordem Constantiniana de
São Jorge
1193 - Ordem Teutónica de
Santa Maria de Jerusalém
1218 - Ordem de Nossa Senhora
das Mercês
1246 - Ordem dos Cavaleiros da
Concórdia
1317 - Ordem de Nossa Senhora
de Montesa (herdeira da Ordem dos Templários em Aragão).
1319 - Ordem de Cristo
(herdeira da Ordem dos Templários em Portugal, formada pelo grão-mestre da
Ordem de Avis)
Mais, a que nos interessa nessa
conversa é a que foi fundada em 1118, militarizada em 1120, ou seja, Ordem dos
Templários.
Ficha rápida:
Subordinação: Ao Papado
Sede/ Quartel-general: Monte
do Templo, Jerusalém.
Missão: Defender militarmente
os Cristãos e o Cristianismo ocidental.
Criação: 1118/1119
Extinção: 1312
Patrono: São Bernardo de
Claraval
Lema:
Não a nós, Senhor, não a nós,
mas ao teu nome dá glória (Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá
glória),
Non nobis, Domine, non nobis,
sed nomini tuo da gloriam (non nobis Domine non nobis sed nomini tuo da
gloriam)
Vestimentas: Manto branco com uma cruz vermelha
Símbolo: Dois cavaleiros cavalgando um único cavalo
Guerras/batalhas:
As Cruzadas (todas),
Cerco de Ascalon
(1153),
Batalha de
Montgisard (1177)
Batalha de Marj
Ayyun (1179)
Batalha de Hattin
(1187),
Cerco de Acre
(1190-1191),
Batalha de Arsuf
(1191),
Cerco de Al-Damus
(1210)
Batalha de Legnica
(1241),
Cerco de Acre (1291)
Reconquista da
Península Ibérica.
Efetivo: 20 000 membros em seu apogeu,
10% dos quais eram cavaleiros de origem nobre.
Comando:
I-
Primeiro Grão-Mestre: Hugo de Payens – nasceu em Troyes, no hoje departamento
de Aube, Região Champagne-Ardenne, França, em 1070, e faleceu em Jerusalém em 24
de maio de 1136, com 66 anos. Foi co-fundador com Godofredo de Saint-Omer,
Payen de Montdidier, Archambaud de St. Agnan, Andre de Montbard, Geoffrey de Bison,
e dois homens registrados apenas pelos nomes de Rossal e Gondamer. Tornou-se
seu primeiro Grão-Mestre. Com Saint Bernard de Fontaine, abbé de Clairvaux, ou São
Bernardo de Claraval, Abade de Clairvaux, Doutor da Igreja (Doctor Mellifluus),
e reformador da ordem cisterciense, uma ordem monástica católica, criou a Latin
Rule – “um documento com 72 cláusulas que regulava o "comportamento
específico para a Ordem dos Templários", ou seja, o comportamento ideal de
um cavaleiro templário”.
“As
circunstâncias de sua morte – supostamente morreu de velhice, pois 66 anos
naquela época era muita idade- não são
registrados em qualquer crônica, mas os Templários comemoravam todos os anos no
dia 24 de maio. A fábula conta que ele foi sepultado na Igreja de San Giacomo
em Ferrara. Ele foi sucedido como Grão-Mestre por Robert de Craon, Senhor do Craon,
filho de Renaud de Bourguignon e Ennoguen de Vitre .
A nobre família
de Craon é uma antiga família França, conhecido a partir do século XI, originários
da cidade de Craon, hoje no departamento de Mayenne , Região Pays de la Loire.
Último
Grão-Mestre: Jacques de Molay -
nasceu em Molay, no departamento de Haute-Saône, Região Franche-Comté,
mas naquela época fazia parte do Condado de Borgonha, governado por Otto III,
como parte do Sacro Império Romano Germânico em 1244, e morreu na fogueira, em
Paris, na Ilha dos Judeus, em meio ao Rio Sena, em 18 de março 1314, sendo o 23
º e último Grão-Mestre da Ordem do Templo.
Depois de
lutar na Terra Santa, foi eleito Grão-Mestre da Ordem do Templo em 20 de abril
de 1292.
Jacques de Molay
Jacques de Molay nasceu no
seio de uma família de pequena e foi armado cavaleiro aos 21 anos, em 1265,
como ele foi executado em 1314 aos 70 anos, fica assim provado ele nasceu em
1244.
Recebeu a Ordenação, em 1265,
como um cavaleiro templário, na capela da Commanderie de Beaune, uma célula dos
Templários em Beaune, na época Condado da Borgonha, hoje no o departamento de
Côte-d'Or, Região da Borgonha(Bourgogne), por Humbert de Pairaud, Visitador, ou
seja, um alto dignitário da Ordem dos Templários na França e nas Inglaterra, na
presença de Amaury de La Roche, Comandante e Mestre Província Templária de
França, amigo e confidente de Luís IX , Rei de França, o nosso bem e bem
intencionado São Luís.
“Quarenta e dois anos mais
tarde, durante o seu julgamento, ele terá que responder à acusação de ter
participado nesta ocasião um ritual de iniciação ultrajante”.
Em 1291, os islamitas
mamelucos, sob o comando de Al-Ashraf Salah ad-Dîn Khalil ben Qala'ûn, Sultão
mameluco Bahri do Egito, atacam os cristãos na Terra Santa, Molay lá está.
Jacques de Molay estava
presente ao cerco de dois meses de Saint Jean d'Acre, e quando ela caiu em 17
de maio de 1291, viu o Grão-mestre Guillaume de Beaujeu levar uma flechada, e
sua morte em consequência dela, como, também, ouviu as últimas palavras
lendárias de seu líder que foram: « je ne m'enfuis pas, je suis mort », T.L.: “Eu
não fugi, eu morri”
Estava Molay em meios aos Templários
quando eles fugiram para Chipre.
Em Chipre foi confirmado Thibaud
Gaudin, que era Grande Comandante do Templo, como o vigésimo segundo (22º)
Grão-Mestre da Ordem dos Templários, pois ele já havia sido eleito em Sidon, mas
seu comando só durou de agosto 1291 até sua morte em 16 de abril de 1292. Na
ocasião, Jacques de Molay foi nomeado marechal, para suceder Pierre de Sevry,
que morreu em Saint Jean d'Acre.
Detalhe: Antes da Queda de Saint
Jean d'Acre, Thibaud Gaudin, Grande Comandante do Templo, por ordem de
Guillaume de Beaujeu levou para Sidon o tesouro da ordem.
Sidon é hoje a terceira maior
cidade do Líbano, está localizada ao Sul, na costa do Mar Mediterrâneo.
“Thibaud Gaudin tentou
reorganizar todos os Templários após a devastação das recentes batalhas, mas a
tarefa se mostrou assustadora e ele morreu em 1292, deixando uma tarefa de
reconstrução para seu sucessor, Jacques de Molay.
Junto com Molay foram eleitos
ou nomeados para as diversas tarefas da Liderança:
a- Baldwin
de Landrin foi nomeado Marechal,
b- Berenguer
de Saint-Just foi nomeado Comandante da terra,
c- Guillaume
de la Tour nomeado Comandante dos turcopolier ou Turcoples, corpo de arqueiros
montados em cavalos árabes, vestidos como árabes,
d- Raymond
de Barber nomeado Vice-Marechal - Vitii Marescallus,
e- Marin
de Lou nomeado tesoureiro.
A situação da Ordem é
complicada, até porque não recebem mais dos Soberanos europeus a ajuda de custo
que recebiam, e o Papado estava sempre em dificuldades financeiras, sendo
sustentado pelos representantes das Grandes famílias que calcavam as escadas do
Trono de São Pedro. Roma era uma bagunça, bagunçada.
Molay, agora Grão-mestre,
começou em sua peregrinação pelas Cortes da Europa na primavera de 1293, numa tentativa
de conseguir apoio para Reconquista da Terra Santa – reconquista porcaria nenhuma
porque aquela Terra nunca foi domínio dos cristãos, mas sim dos judeus e árabes
desde que recordamur historica memoria
– e fortalecimento da Base Templária em Chipre, para isso teve entrevistas com o Papa Bonifácio VIII , Eduardo
I, Rei da Inglaterra , Jaime I , Rei de Aragão e Carlos II, Rei de Nápoles , mas não obteve nenhum tipo
de compromisso firme para uma nova Cruzada.
Foi-lhe sugerido, a partir do
Papado, fundir os Templários com uma das outras ordens militares, a Ordem dos
Hospitalários, mas ouve resistência de parta a parte.
“No outono de 1296, de Molay
estava de volta a Chipre” de mãos vazias em relação a Cruzada de Reconquista,
mas com o direito garantido de importar das propriedades Templárias na Europa
para Chipre mantimentos, armas, cavalos, e de cambiar dinheiro.
Henrique II de Lusignan, Rei
de Chipre, primeiro Rei Titular de Jerusalém (após a queda do Acre) já havia se
indisposto com Guillaume de Beaujeu, e com o retorno de Molay encrespou mais
ainda com os Templários, contudo... queria ajudar ao Templários, pois desejava
obter a Coroa de Jerusalém para colocar em sua cabeça naquela Cidade Santa, por
isso colaborou de 1299 até 1303 com de Molay nos preparativos para as Guerras de
Reconquista.
Em 20 de julho de 1300, uma
pequena frota de 16 navios, comandada pelo Almirante Baudouin de Picquigny,
parte das Forças militares lideradas por Henrique II de Lusignan, Rei de
Chipre, primeiro Rei Titular de Jerusalém, acompanhado por seu irmão, Amalric,
Senhor de Tiro, Jcaques de Molay e os líderes da Ordem, mais o embaixador de Mahmud
Ghaza, Ghaza Khan, um mongol que foi o sétimo governante do Ilcanato no Irã
entre 1295 a 1304.
Ilcanato, um dos
quatro estados sucessores do Império Mongol, “centrado na Pérsia, englobava
terras dos atuais Irã, Iraque, leste da Turquia, Afeganistão, oeste do
Paquistão e Azerbaijão. Se limitava ao norte com a Horda de Ouro e o mar
Cáspio, a nordeste com o canato de Djaghatai, a sul com o golfo Pérsico, a
leste com o sultanato de Delhi e a oeste com os territórios dominados pelos
mamelucos do Egito”.
Eles deixaram a Ilha de Ruad,
hoje Ilha de Arvad ou Arwad, a única ilha habitada nas costas da Síria, como
cabeça de ponte para a futura invasão, mas ela foi tomada pelos mamelucos em 26 de Setembro de 1302.
“O nome Arvad é conhecido na
Bíblia como o progenitor do arvadeus, um povo cananeus”.
Quando uma luta pelo poder
eclodiu entre o Rei Henrique II e seu irmão Amalric, os Templários apoiaram
Amalric, que assumiu as Coroas de Chipre e Titular de Jerusalém e exilou seu irmão
exilado em 1306.
Diante disso a pressão
aumentou vinda da Europa, principalmente do Papa, para que a Ordem dos Templários
se aglutinasse com as outras ordens militares.
Que unidas elas elegessem um
Rei, e que ele fosse o novo Rei de Jerusalém quando a Terra Santa fosse
Reconquistada.
Continuou o impasse entre as Ordens
e “em 6 de junho, os líderes dos Templários e dos Hospitalários foram oficialmente
convidados pelo Papa para discutirem essas questões, com a data da reunião
agendada como Dia de Todos os Santos de 1306, em Poitiers, França”.
E é aqui que entra Felipe, o Belo.
Continua....
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