138 – CONVERSA- CATARINA, A GRANDE, IMPERATRIZ AUTOCRATA
DE TODAS AS RÚSSIAS.
Екатерина II
Великая, transl. Yekaterina II Vielikaya,
Nascida Sophie Auguste Friederike von Anhalt-Zerbst, ou Sofia Augusta Frederica de Anhalt-Zerbst.
Catarina com o traje
nacional russo.
Li meu primeiro livro sobre
essa mulher quando ainda tinha meus 10 anos, e foi seguido de um sobre outra
Catarina, Catarina de Médici, Rainha Consorte e Rainha-Mae de França, fiquei fã
das duas, pois ambas eram estrangeiras nos países sobre o quais reinaram, mas
ambas dedicaram as suas vidas a suas Pátrias de Adoção.
Duas grandes Soberanas.
Despotismo:
“Despotismo é uma forma de governo na qual uma única
entidade – Imperador,
Rei, Regente, Caudilho, Ditador, Presidente Vitalício, Líder Supremo, Grande
Sacerdote, Pontífice, ou outro nome qualquer criado para ocasião- governa com poder absoluto. No caso em
questão uma entidade individual, como numa autocracia, pois em seu Título já
está bem definida a regra através da palavra Autocrata.
Autocracia:
“Autocracia é uma forma de
governo na qual há um único detentor do poder político-estatal, isto é o poder
está concentrado em um único governante”.
“No Império Bizantino o
Imperador se denominava, ou era denominado, de ‘autocrator’, o que significava que o seu Poder era supremo,
absoluto, ilimitado, irrestrito, e que nenhuma instituição terrestre poderia
lhe imputar ‘algo’, pois ele - o poder- lhe fora dado diretamente por Deus”.
“O Poder Absoluto em Bizâncio
gerou o Cesaropapismo, ou seja, cabia ao Imperador não só o Poder secular, mas,
também,’ a competência de regular a doutrina, a disciplina e a organização da
sociedade cristã, exercendo poderes tradicionalmente reservados à suprema
autoridade religiosa, unificando tendencialmente as funções imperiais e
pontifícias em sua pessoa’.”.
“O Absolutismo Bizantino,
consequentemente o Cesaropapismo e a Teologia Cristã da Igreja Ortodoxa, foram
adotados na Rússia. Além de adotarem o Título de Царь, Czar (ou Tzar), uma
variante do Título Cesar Romano e Bizantino, Cæsar, em latim, Καίσαρας, em
grego, pois acreditavam que eram a ‘Terceira Roma, Третий Рим, sucessores de
Roma antiga, a Primeira Roma, através da conexão espiritual com o Império
Bizantino, a Segunda Roma’, e com isso adotaram a substância da autocracia”.
“As monarquias nem sempre são
autocratas”.
“A monarquia constitucional é
um Estado democrático de Direito”.
Déspotas esclarecidos:
“Déspotas esclarecidos são
soberanos europeus que tentaram colocar em prática as ideias dos pensadores
iluministas”.
“O iluminismo, ou Século das
Luzes, foi um movimento cultural da elite intelectual europeia do século XVIII
que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade e o
conhecimento herdado da tradição medieval. Abarcou inúmeras tendências e, entre
elas, buscava-se um conhecimento apurado da natureza, com o objetivo de
torná-la útil ao homem moderno e progressista. Promoveu o intercâmbio
intelectual e foi contra a intolerância da Igreja e do Estado”.
“O Iluminismo foi despertado
pelos filósofos Baruch Spinoza (1632-1677), John Locke (1632-1704), Pierre
Bayle (1647-1706) e pelo matemático Isaac Newton (1643-1727), e floresceu até
cerca de 1790-1800, após o qual a ênfase na razão deu lugar à ênfase do
romantismo na emoção e um movimento contra- iluminista ganhou força”.
Lista dos Déspotas
esclarecidos, amigos dos Enciclopedistas, amigos ou correspondentes de
Voltaire, de Diderot e de D'Alembert, e dos Fisiocratas *:
1- Catarina
II, Imperatriz Autocrata de Todas as Rússias;
2- Marquês
de Pombal, Dom Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro Conde de Oeiras e
Marquês de Pombal, “nobre, diplomata e estadista português. Foi secretário de
Estado do Reino durante o reinado de D. José I (1750-1777), sendo considerado,
ainda hoje o é, uma das figuras mais controversas e carismáticas da História
Portuguesa”.
3- José
II, imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Rei da Boémia e da Hungria e
de Arquiduque da Áustria. Filho mais velho de Francisco I e de Maria Teresa, a
Grande.
4- Frederico
II, o Grande, ou Friedrich der Große , ou der Alte Frit ( velho Frit), Rei da
Prússia e Eleitor de Brandemburgo, autointitulado “primeiro servidor do
Estado", ou “ Ersten Diener des Staates”.
5- Felipe
V, neto de Luís XIV, Rei de França e de Navarra, com o Título de Duque de
Anjou, depois “Rey de España, Nápoles, Sicilia y Cerdeña, Duque de Milán y
soberano de los Países Bajos”.
“* Fisiocracia (do grego
"Governo da Natureza") é uma teoria econômica desenvolvida por um
grupo de economistas franceses do século XVIII, que acreditavam que a riqueza
das nações era derivada unicamente do valor de "terras agrícolas" ou
do "desenvolvimento da terra" e que produtos agrícolas deveriam ter
preços elevados”.
Genealogia:
O Príncipe Christian August,
Fürst von Anhalt-Zerbst, ou Cristiano Augusto, Príncipe de Anhalt-Zerbst,
Generalfeldmarschall, Marechal do Exército Prussiano, depois da morte de seu
primo, Príncipe Johann August von Anhalt-Zerbst, Príncipe Soberano de
Anhalt-Zerbst, em 7 de Novembro de 1742, juntamente com seu irmão, Príncipe
Johann Ludwig II, assumiu o governo do Principado de Anhalt-Zerbst.
Em 5 de novembro de 1746,
Johann Ludwig II morreu solteiro quatro anos depois dessa ascenção e Christian
August assumiu o governo sozinho, porem só ficou à frente dele por quatro meses
até a sua própria morte, em 16 de março de 1747, em Zerbst**, capital do
Principado.
Eram da Die Askanier, Casa da
Ascania, nobres germânicos desde o século XI, também conhecida como Casa
Anhalt.
Zerbst, uma cidade da
Alemanha, hoje no Estado Saxônia -Anhalt, distrito de Anhalt-Bitterfeld.
Em 8 de novembro 1727,
Príncipe Christian August casou com a Princesa Johanna Elisabeth de
Holstein-Gottorp, filha de Christian August von Schleswig-Holstein-Gottorf, ou
Christiano Augusto de Schleswig-Holstein-Gottorp, um protestante,
Príncipe-bispo do Bispado de Lübeck, Principe d'Eutin (hoje no Estado alemã de
Schleswig-Holstein), esse neto do Rei Frederick III da Dinamarca, e de
Albertine Friederike von Baden-Durlach, ou Albertine Frederica de
Baden-Durlach.
Tiveram os seguintes filhos:
A- Sophie Auguste Friederike, Catarina,
Imperatriz- consorte de Todas as Rússias, depois Catarina II, Imperatriz de
facto de Todas as Rússias, que casou com Pedro III, Imperador da
Rússia;
B- Christian
Friedrich Wilhelm, faleceu com 12 anos;
C- Friedrich
August, Príncipe Soberano de Anhalt-Zerbst, que casou com:
1-
Princesa Caroline de Hesse-Kassel;
2-
Princesa
Friederike de Anhalt-Bernburg.
D- Auguste
Christine Charlotte, viveu 14 dias em novembro de 1736;
E- Elisabeth
Ulrike, faleceu com 3 anos em 5 de março de 1745.
Catarina depois
de sua chegada na Rússia,
retrato por Louis
Caravaca,
pintor francês
nascido em Marselha
radicado na Rússia.
Sophie Auguste Friederike:
Екатерина II Алексеевна
Великая (урождённая София Августа Фредерика Ангальт-Цербстская, нем. Sophie
Auguste Friederike von Anhalt-Zerbst-Dornburg, в православии Екатерина
Алексе́евна; 21 апреля (2 мая) 1729, Штеттин, Пруссия — 6 (17) ноября 1796,
Зимний дворец, Петербург) — императрица всероссийская с 1762 по 1796 годы.
Tradução Livre:
Catarina II, a Grande,
Alekseyevna (nascida Sophia Augusta Frederica de Anhalt-Zerbst, ou Sophie
Auguste Friederike von Anhalt-Zerbst-Dornburg), na Igreja Ortodoxa Russa [recebeu
o nome de] Ekaterina Alekseyevna, nascida em Stettin, Prússia, no dia 21 de
abril (2 de maio), e [falecida] em 6 (17) de Novembro de 1796, no Palácio de
Inverno, São Petersburgo – Imperatriz de Todas as Rússias [de 28 de junho de
1762 até 17 de novembro 1796, dia mês e ano de sua morte, portanto reinou 34
anos, 4 meses e 20 dias].
Settin (Szczecin) era Prússia,
e foi a capital da Pomerânia alemã até 1945 quando foi incorporada em
território polaco. Hoje é a capital da Pomerânia Ocidental, um dos maiores
portos marítimos da região do Mar Báltico e a sétima maior cidade da República
da Polónia. Localizada na foz do Rio Oder à Lagoa Szczecin.
Monograma imperial
da imperatriz Catarina II (Ekatharina II Imperatrix) da Rússia
A Princesa Catarina Augusta
Frederica era letrada, estudou Inglês, francês e italiano, a dança, a música,
as noções básicas de história, geografia, teologia, e “após sua chegada a
Rússia começou a estudar a língua, a História, a Ortodoxia Religiosa, a
Tradição, ou seja, procurou ficar totalmente familiarizada com a Rússia, leu
livros sobre história, filosofia, direito, obras de Voltaire, Montesquieu,
Tácito, Bayle, Grimm, um grande número de outras literaturas”.
Desde menina era valente,
destemida, brincalhona, e extremamente curiosa.
Por seu comportamento foi
chamada pela mãe de o “Pequeno Frederico”, ou “Klein Frederick”, no masculino
mesmo.
Ela foi escolhida para casar
com Grão- Duque Pedro Fedorovych, o futuro Imperador russo Pedro II, nomeado
herdeiro oficial do trono em 7 (18) de Novembro de 1742, nascido Duque Karl
Peter Ulrich de Holstein-Gottorp, por ser filho de Anna Petrovna, Filha de
Pedro, o Grande, e o Duque de Holstein-Gottorp Charles Frederick.
Quem escolheu foi a tia de
Pedro e Imperatriz Autocrata de facto de Todas as Rússias,
Елизавета Петровна, Elizabeth I
Petrovana, a filha mais nova de Pedro, o Grande.
Ekaterina Alekseyevna, em 21
agosto 1745, com 16 anos, casou com Pedro Fedorovych, de 17 anos, e que era seu
primo em segundo grau. Os primeiros anos de vida em comum, Pedro não estava
interessado em sua esposa, e não existindo nem relações sexuais entre eles.
Ekaterina Alekseyevna
escreveu:
“Eu vi muito bem que o
Grão-duque não me amava; Duas semanas depois do casamento, ele me confessou seu
amor pela donzela Kapp, dama de honra da Imperatriz... eu disse a mim mesmo que
com esse homem certamente seria muito infeliz ... Então, eu tentei me forçar
por orgulho não ter ciúmes de um homem que não gosta de mim, mas não para ter
ciúmes dele, não havia escolha, ...”.
Não deu certo realmente.
Pedro era um pulha.
“O principal entretenimento de
Ekaterina Alekseyevna era a caça, passeios a cavalo, dança e mascaradas, e a
falta de relações sexuais com o marido promoveu o aparecimento de amantes. “E
a, Елизавета Петровна, Elizabeth I
Petrovana, não escondia sua insatisfação com a falta de Herdeiros para seu
Trono imperial”.
Mais, Ekaterina Alekseyevna,
teve filhos a saber:
1- Paulo
I Petrovich, Imperador Autocrata de Todas as Rússias, Grande Mestre da Ordem de
Malta, nasceu em 1 de outubro de 1754 e foi assassinado (estrangulado e
pisoteado até a morte) no mesmo lugar onde nasceu - o Castelo Mikhailovsk – em
23 de marco de 1801, oficialmente ele era o único filho oficial de Pedro III e
Catarina, a Grande, embora ela tenha afirmado mais tarde que o pai verdadeiro
era seu primeiro amante, o Conde e Camareiro Imperial Sergei Vasilievich
Saltykov. Paulo I que casou com:
a- Princesa
Wilhelmina Louisa de Hesse-Darmstadt;
b- Princesa
Sophie Dorothea de Württemberg, e com essa foi pai do futuro Alexandre I da
Rússia e Nicolau I da Rússia.
2- Anna
Petrovana, Grã-Duquesa da Rússia. Nasceu em 9 de dezembro de 1757 e faleceu em
8 de março de 1759, com apenas 1 ano e três meses de idade. Possivelmente, uma
filha de Ekaterina Alekseyevna e Stanisław Poniatowski, futuro Rei da Polônia.
Ekaterina não falava dela nunca.
3- Alexei
Bobrinsky Grigorievich, Conde de Bobrinsky. Nasceu em 11 de abril de 1762 e
faleceu em 20 de junho de 1813, com 51 anos. Filho de Ekateina e do Príncipe
Grigory Grigoryevich Orlov. Ele se casou com a Baronesa Anna Dorothea von
Ungern-Sternberg.
Existe outros filhos, mas que
não há tantos esclarecimentos sobre eles, num total de sete crianças, incluído
essas acima.
O caso é que Pedro não era
bobo, além do que tinha sempre um áulico a dedurar o comportamento de Ekaterina
Alekseyevna, tanto que ao saber da gravidez que gerou Anna Petrovana, ele
exclamou:
"Deus sabe como minha
mulher está grávida de novo! Eu não tenho certeza se esse bebê é meu, ou se eu
deveria considera-lo às suas próprias custas “- leia- se ‘como obra de Deus’.
O certo é que Pedro, sua
amante e seus áulicos queriam eliminar Ekaterina Alekseyevna, e que Ekaterina
Alekseyevna, seus amantes, seus partidários, e amigos, queriam eliminar a
Pedro.
A guerra era feroz.
Que vencesse o melhor.
Com a morte de Elizaveta
Petrovna, Imperatriz e Autocrata de Todas as Rússias, em 5 de janeiro de 1762,
depois de reinar por 20 anos e 30 dias, e seu sucessor designado Grão-Duque
Pedro Fedorovych, de nascimento Karl Peter Ulrich de Holstein-Gottorp, foi
reconhecido como o setimo Imperador e Autocrata de Todas as Rússias, sendo
Ekaterina Alekseyevna a nova Imperatriz-consorte.
Contudo a posição de Ekaterina
Alekseyevna era instável, já que Pedro III havia dito abertamente que ia se
divorciar dela para casar com sua amante, Elizaveta Romanovna Vorontsova,
Елизавета Романовна Воронцова, da família Vorontsov, Воронцов, filha do General
Roman Illarionovich (Larionovich)Vorontsov, que governou as províncias de
Vladimir, Penza, Tambov, e Kostroma, onde seu nome se tornou sinônimo de
corrupção e ineficiência, mas que que alcançou o auge com o tio da amante
imperial, Conde Mikhail Kutuzov Vorontsov, Михаи́л Илларио́нович Воронцо́в, que
ocupou o cargo de Chancelar do Império
Russo.
O Império Russo havia
derrotado Frederico II, o Grande, Rei da Prússia, mas Pedro, germanófilo,
assinou um Tratado desfavorável para a Rússia, que até estipulava a retirada do
exército russo dos territórios conquistado, rejeitando assim todas as
conquistas russas na Guerra dos Sete Anos, o que desagradou os oficiais, e para
piorar decretou que eles tinham que usar uniformes a lá prussiana.
Quando da celebração dessa
‘paz’, durante o jantar, houve uma séria desavença entre os dois e Pedro
ordenou sua prisão, pois Ekaterina Alekseyevna mão queria brindar a esse feito
que considerava uma verdadeira derrota.
Ekaterina Alekseyevna foi
salva da prisão graças à intervenção do Marechal de Campo George de
Holstein-Gottorp, o tio do Imperador.
Pedro era “ignorante, idiota,
e cada dia mais acentuava sua aversão a Rússia, enquanto Ekaterina Alekseyevna,
era totalmente russa, uma Princesa russa de corpo, alma e espirito”.
A Dinamarca era aliada
tradicional da Rússia e Pedro declarou guerra a ela afim de conquistar
Schleswig, que segundo ele havia sido “tirado de seus antepassados”, alardeando
que ele próprio pretendiam marchar à frente dos Guarda Imperiais.
Não existe uma situação ruim
que não fique pior, e Pedro se superou ao “anunciar o sequestro dos bens da
Igreja Russa, a abolição da propriedade da terra monástica e a reforma dos
ritos religiosos e a proibição dos Ícones. O fim da barba para os padres. A
obrigação de se vestirem como pastores luteranos”.
Quando
Foi o caos.
E ai aconteceu o Golpe de
Estado em 28 de junho (09 de julho) em 1762, um verdadeiro Golpe Palaciano, que
teve como consequência a deposição de Pedro II, Imperador nunca Coroado em
vida, e a ascenção de sua esposa, Catarina, ao Trono Imperial Russo.
Pedro III foi preso e colocado
sob casa Ropcha, Ропша, um Palácio remodelado por Francesco Bartolomeo
Rastrelli, arquiteto italiano que viveu na Rússia, para a Imperatriz Elizaveta
Petrovna, onde ele foi forçado a assinar sua abdicação. Em 17 de Julho de 1762,
ele foi assassinado em circunstâncias pouco claras pelo Conde Alexei Orlov
Grigoryevich-Chesmensky e seus guardas.
Alexei Orlov era irmão de Sua
Alteza Sereníssima Príncipe Grigory Grigoryevich Orlov, amante de Catarina II,
e pai de sua única filha, Anna Petrovana, Grã-Duquesa da Rússia.
Grigory Grigoryevich Orlov foi:
1- Conde
do Império Russo;
2- Sua
Alteza Sereníssima o príncipe do Império Romano;
3- General-em-chefe,
Diretor-Geral das Fortificações imperiais;
4- Ajudante
Geral de Sua Majestade Imperial;
5- Chefe
do Corpo de Cavalaria;
6- Senador;
7- Camareiro
Imperial;
8- Tenente-coronel
do Corpo da Guarda Imperial
Membro das
Ordens russas de Santo André, de São Alexander Nevsky, entre outras....
O que interessa é que:
Após a abdicação de seu marido
Ekaterina Alekseyevna chegou ao trono como a Imperatriz reinante.
E já como Catarina II, lançou
um manifesto, em que explicava os motivos para a remoção de Pedro III - tentativa
de mudar a religião do Estado, a paz com a Prússia, a guerra desnecessária
contra a aliada tradicional, a Dinamarca, a insatisfação dos oficias do
exército que viam seu sentimento anti-Russia – e para justificar que sua
proclamação como Imperatriz Autocrata de facto de Todas as Rússias
explicou que era “o desejo de todos os nossos leais súditos, sem nenhum tipo de
hipocrisia”.
22 de setembro (03 de outubro),
de 1762, ela foi coroada em Moscou.
A Coroa Imperial
Russa.
A Coroação de Catarina II
marca a introdução na Cerimônia de Sagração Imperial de um dos principais
tesouros da Rússia, a Coroa Imperial, projetada pelo joalheiro suíço-francês
Jérémie Pauzié, inspirada nas Coroas dos Imperadores Bizantinos, com folhas de
louro e carvalho em ouro (os símbolos de poder e força), 75 pérolas e 4.936
diamantes, encimada por um rubi espinélio de 398,62 quilates que antes
pertencia a Imperatriz Elizabeth Petrovana, e uma cruz de diamante, num total
de apenas 2 quilos e 300 gramas.
A partir de Catarina II, essa
joia da Dinastia Romanov, serviu para Coroar todos os Imperadores até a
abolição da Monarquia, o último a usa-la foi Nicolau II, e ela está agora em
exibição no Museu do Kremlin em Moscou.
A Coroação de Catarina
Catarina guerreou, Catarina
fez a Paz, Catarina se relacionou com as Nações Ocidentais e com o Japão,
Catarina repartiu a Polônia coma Prússia e com a Áustria, fez Rei, príncipes e
nobres, atuou nas Finanças e criou Banco para emitir papel moeda, foi
patronesse das artes, da cultura, da literatura, da educação, o Museu
Hermitage, que agora ocupa todo o Palácio de Inverno, começou como sua coleção
pessoal, foi tolerante com os Velhos Crentes da Igreja Russa, com os jesuítas expulsos de
outros países, com os Islamitas, declarou que os judeus eram oficialmente estrangeiros, com os direitos dos
estrangeiro, começou a secularização do funcionamento do dia-a-dia da Rússia, exerceu
uma política muito controvertida em relação a maçonaria, estendeu as fronteiras
do Império Russo para absorver norte do Mar Negro, Mar de Azov, Nova Rússia ,
Crimeia , Norte do Cáucaso , parte da Ucrânia , Bielorrússia, Lituânia e
Curlândia, com, acrescentou cerca de 200.000 quilômetros quadrados (520 mil km
2 ) ao território russo e mais 7 milhões
de almas, publicou "Carta dos
direitos, liberdades e vantagens de nobreza" e "Carta sobre os
direitos e vantagens das cidades do Império Russo”, não foi boa com as pessoas
do campo e com os servos, viajou pelo seu Império, etc...e etc...
A Corte de Catarina
Catarina II fisicamente:
Era morena de estatura mediana
Catarina II na intimidade:
Casamento Morganático de Catarina II e Potemkin
8 de junho de 1774 (de acordo com uma versão do VS
Lopatin, que cita 28 cartas de Catarina para Potemkin o chamado de "marido"
e dele para ela a chamado de "esposa"30 vezes.
Outras com as palavras "querido marido", mas
há combinações como "meu querido marido", "querido marido",
"homem gentil”, “dono da casa ", etc....
Catarina II e Potemkin, segundo alguns
Historiadores, praticavam
a “arte erótica”, tanto que existia no Palácio de Tsarskoye Selo um quarto com várias
peças e objetos eróticos.
Muito inteligente, muito
culta, dotada de um notável senso político, criada para ter sabedoria e recato
frente a Corte e ao Povo em geral, na intimidade foi uma percursora do
“conceito” do Amor Livre, que só veio realmente a público no final do século
XIX, “conceito” esse que permitia aos seus defensores o direito ao prazer ou
múltiplas relações sexuais.
Praticante ativa teve os
seguintes amantes:
1- Conde
Sergei Vasilyevich Saltykov, amante secreto,
2- Stanislaw
August Poniatowsk, amante secreto, elevado por ela a Rei da Polônia,
3- Príncipe
Grigory Grigoryevich Orlov, amante secreto, depois favorito oficial,
4- Alexander
Semyonovich Vasilchikov, favorito oficial,
5- Grigory
Alexandrovich Potemkin, favorito oficial, mas segundo alguns houve um casamento
morganático. “Aparentemente, Catarina e Potemkin permaneceram juntos até o fim
da vida, apesar das relações com outros favoritos. Algumas fontes relatam que
ele tinha quarto dentro do apartamento imperial, e era chamado de o "Favorito-
em-Chefe ", como a Maîtresse-en-titre dos Reis de França.
6- Pedro
V Zavadovsky, favorito oficial,
7- Simon
Gavrilovic Zorich, favorito oficial,
8- Ivan
Nikolaevich Rimsky-Korsakov, favorito oficial,
9- Ivan
Fears Varfolomeyevich,” amor de verão”,
10- Vasily
Ivanovich Levashov,” amor de verão”,
11- Nikolai
Petrovich Vygotsky, amor de verão”,
12- Alexander
Dmitrievich Lansky, favorito oficial,
13- Nikolai
Semenovich Mordvinians,” amor de verão”,
14- Aleksandr
Petrovich Yermolov, favorito oficial,
15- Alexander
Matveyevich Dmitriev-Mamonov,
favorito oficial
16- Mikhail
Andreyevich Miloradovich,” amor de verão”,
17- Mikhail
Pavlovich Miklashevskii,” amor de verão”,
18- Platon
Alexandrovich Dentes, favorito oficial e o relacionamento terminou só com a
morte dela.
Isso mais um ou dois “amores
de verão” que não se sabe ao certo o nome.
Catarina II tinha uma “sensualidade
desenfreada", conforme todas as referências sobre esse assunto, e eu
acredito que ela sofria de “Furor Uterino”, que é:
Apetite sexual excessivo,
hipersexualidade, Desejo Sexual Hiperativo (DSH), ou Ninfomania (em mulheres) e
Satiríase (em homens) é um transtorno sexual caracterizado por um nível elevado
de desejo e atividade sexual a ponto de causar prejuízos na vida da pessoa.
Trata-se de um tipo de vício com sintomas compulsivos, obsessivos e impulsivos,
e seu tratamento é similar ao de outros tipos de dependências. A prevalência
está em torno de 5%, sendo mais comum em homens, porém a dificuldade dos
participantes em assumirem o problema por questões morais e sociais indicam que
a frequência deve ser maior.
O Sátiro e a Ninfa.
Gravura do século XVIII.
Luís XIV e Luís XV, Reis de
França e de Navarra, sofriam de Satiríase, como veremos:
Luís XIV, Le Roi-Soleil:
Quinze amantes antes de seu
casamento com Madame de Maintenon, que se tornou amante dele quando ainda era
governanta dos filhos de Madame de Montespan, depois casaram em sigilo, um
casamento morganático, após a morte da Rainha Maria Teresa d’Áustria, uma
Infanta de Espanha:
a- Maria
Mancini, sobrinha do Cardeal Mazarin, que se tornou Madame la Connétable de
Colonna;
b- Olympe
Mancini, Condessa de Soissons, irmã do anterior;
c- Lucia
La Motte-Argencourt
d- Henriette
Anne Stuart da Inglaterra, Madame, sua cunhada, mulher de Monsieur, Philippe I,
Duque d'Orléans, Le frère du Roi;
e- Louise
Françoise Le Blanc de La Baume, Duquesa de La Vallière e Vaujours, com quem
teve filhos;
f- Catherine
Charlotte de Gramont, Princesa de Mônaco, esposa do Príncipe de Mônaco;
g- Francoise-Athenais
Rochechouart Mortemart, Marquesa de Montespan, com quem teve filhos;
h- Bonne
de Pons, Marquesa d'Heudicourt;
i-
Anne-Julie de Rohan-Chabot, Princesa de Soubise;
j-
Marie-Elisabeth Ludres (1676-1677);
k- Lydia
Rochefort-Théobon;
l-
Marie Angélique de Scoraille de Roussillon,
Marquesa depois elevada a Duquesa de Fontanges, chamada de « Mademoiselle de
Fontanges»;
m- Claude
Wine Carnation, chamada de « mademoiselle des Œillets », com quem teve filho;
n- Anne-Lucie
de La Mothe-Houdancourt;
o- Françoise
d'Aubigné, Marquisa de Maintenon, viúva do poeta Scarron chamado de « la belle
indienne ».
Na mitologia grega ninfas e sátiros eram descritos e
pintados frequentemente em orgias feitas em homenagem a Dionísio (Baco).
Luís XV, le « Bien-Aimé »:
Fogoso de mais, teve um caso
homossexual com a idade aproximada de 15 anos patrocinado por Louis IV Henri de
Bourbon-Condé, sétimo Príncipe de Conde, Duque de Bourbon, Duque d'Enghien,
Duque de Bellegard, Par de França, Conde de Sancerre, chamado de « Monsieur le
Duc », Primeiro-ministro do Rei, e sua amante Jeanne-Agnès Berthelot de
Pléneuf, Marquesa de Prie.
Segundo contas o
Rei-adolescente já estava ficando viciado no tal “chevalier pour tout le servisse”
e para acabar com o caso o sobrinho-neto do Cardeal-Duque de Richelieu, Louis-François-Armand
du Plessis Vignerot, Duque de Richelieu e de Fonsac, Príncipe de Mortagne, Marques
de Pont-Courlay, Conde de Cosnac, Barão de Barbezieux, de Saujon, de Cozes,
Marechal e Par de França, colocou o ‘gajo pra correr’.
Logo arranjaram uma esposa
para o Rei que foi Maria Karolina Zofia Felicja Leszczyńska, Maria Leszczyńska,
filha do Rei da Polônia, Grão-Duque da Lituânia, depois Duque de Lorraine e Bar,
Stanislas Leszczynski, com quem teve 10 filhos, a saber:
1- Isabel
(1727 – 1759), Madame ou Madame Première (depois Madame Infante). Mais tarde
conhecida como Duquesa de Parma. Casou-se com Dom Filipe de Bourbon, Infante de
Espanha, mais tarde Duque de Parma.
2- Henriqueta
(1727 – 1752), Madame Seconde (depois Madame Henriette e Madame) gêmea da
anterior.
3- Maria
Luísa (1728-1733), Madame Troisième
4- Luís
Fernando (1729 – 1765) Delfim de França. Casou-se com a Infanta Maria Teresa
Raffaela de Espanha, e depois com Maria Josefa de Saxônia.
5- Filipe
(1730-1733), Duque de Anjou
6- Adelaide
(1732 – 1800), Madame Quatrième (depois Madame Troisième, Madame Adélaïde e
Madame)
7- Vitória
(1733 – 1799), Madame Quatrième (depois Madame Victoire)
8- Sofia
(1734 – 1782), Madame Cinquième (depois Madame Sophie)
9- Teresa
(1736-1744), Madame Sixième (depois Madame Thérèse)
10- Luísa
(1737 – 1787), Madame Septième (depois Madame Louise). Tornou-se freira.
As amantes:
1- Louise
Julie de Mailly-Nesle, Condessa de Mailly;
2- Pauline
Félicité de Mailly-Nesle, Condessa d de Vintimille;
3- Diane
Adélaïde de Mailly-Nesle, Duquesa de Lauraguais;
4- Marie-Anne
de Mailly-Nesle, Marquesa de la Tournelle, Duquesa de Châteauroux;
5- Jeanne-Antoinette
Poisson, mariée Le Normand d'Etioles, Marquesa de Pompadour;
6- Jeanne
Bécu de Cantigny, Condessa du Barry;
7- Marie-Louise
O'Murphy dite La belle Morphyse ou Mademoiselle de Morphyse;
8- Françoise
de Châlus, Duquesa de Narbonne-Lara;
9- Marguerite-Catherine
Haynault, Marquesa de Montmélas;
10- Lucie
Madeleine d'Estaing, filha natural de Charles François d'Estaing, Visconde de
Ravel, Marquês de Sailhant e Magdeleine Erny de Mirfond, e meia-irmã de
Almirante d'Estaing;
11- Anne
Couppier de Romans, Baronesa de Meilly-Coulonge;
12- Louise-Jeanne
Tiercelin de La Colleterie, Madame de Bonneval;
13- Irène
du Buisson de Longpré, filha de Jacques du Buisson, Senhor do Longpré;
14- Catherine
Éléonore Bénard, filha de Pierre Bénard, Escudeiro de la bouche du Roi;
15- Marie
Thérèse Françoise Boisselet, só se sabe que casou com o farmacêutico Louis-Claude
Cadet de Gassicourt;
16- Marie
Anne de Mailly-Rubempré, Marquesa de Coislin.
Marie-Louise
O'Murphy dite La belle Morphyse ou Mademoiselle de Morphyse- 1752
François Boucher
Pintor francês do
estilo rococó.
Com algumas delas Luís XV teve
filhos, mas não cabe aqui nessa conversa, pois só o citei por causa da
Satiríase, o furor uterino masculino.
Catarina II causa escândalo
aos Monarcas estrangeiros, mas não estava nem ai pra cor da chita.
Embora a vida e reinado de Catarina incluído notáveis
sucessos pessoais, eles acabaram com dois fracassos.
O primeiro:
Gustavo IV Adolfo, Rei da Suécia, visitou-a em setembro
de 1796, pois era intenção da Imperatriz casa-lo com sua neta a Grã-duquesa Alexandra
Pavlovna, Александра Павловна, filha do futuro Imperador Paulo I da Rússia e Sophie
Dorothea de Württemberg.
Todavia a Grã-duquesa Alexandra Pavlovna se recusou a se
converter ao Luteranismo, e o projeto não foi a frente.
Com isso, apesar de ter ficado encantado com a moça, Gustavo
IV Adolfo partiu de volta para Estocolmo absolutamente solteiro.
Catarina II ficou irritadíssima com a situação e teve um
problema de saúde.
O segundo:
Nessa conversa esta publicada uma cópia de um quadro de
Paulo I que dá para ver que ele era um mandrião, um menino doentio, seu nariz arrebitado
é atribuído a um ataque de tifo, odiava a mãe, mas foi admitido no Conselho
para aprender, e um dos conselheiros o descrevo como um parlapatão, "sempre
com pressa, agindo e falando sem reflexão”.
Catarina queria substitui-lo como Herdeiro do Trono e
elevar seu neto, filho dele, Aleksandr Pavlovich, Александр Павлович, futuro Alexandre
I, a essa Condição.
Não teve tempo, morreu antes de um acidente vascular
cerebral antes que pudesse fazer o anúncio, em 17 de novembro [6 de novembro]
1796.
“De acordo com Elisabeth Vigée Le Brun {pintora francesa}:
"O corpo da Imperatriz ficou exposto durante seis
semanas em um quarto grande e magnificamente decorado no castelo, que foi
mantido aceso dia e noite. Catarina II estava estendido numa cama cerimonial
rodeada pelos Brasões de todas as cidades da Rússia. Seu rosto estava descoberto,
e suas mãos descansavam na cama. Muitas mulheres, algumas voltavam várias
vezes, iam beijar a mão {da Morta}, ou pelo menos parecia. "
Essa descrição do funeral da Imperatriz está escrita nas
memórias de Louise-Élisabeth Vigée, de casada Madame Vigée-Lebrun, nascida e
falecida em Paris, * 16 de abril de 1755 e + 30 de Março de 1842, considera a maior
retratista de seu tempo.
Catarina foi sepultada na Catedral de Pedro e Paulo, em
São Petersburgo.
Por Fyodor Stepanovich Rugidos
Pintor Russo
Retratista, que trabalhou durante o Iluminismo russo
Foi um excelente governante
para o Império Russo, apesar de sua doença, o apetite sexual excessivo,
hipersexualidade, Desejo Sexual Hiperativo (DSH), ou Ninfomania (em mulheres).
Eu a admiro muito e...
ВИВА ЕКАТЕРИНА
VIVE CATHERINE
VIVA CATARINA
Retrato de Paulo I
com o Habito de Grão-Mestre da Ordem de Malta.
De
Nikolai Tonci, nascido em Roma
Pintor, artista gráfico, músico, poeta e cantor, que trabalhou na
Rússia.
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