157/C- conversa- Felipe, o Belo, Rei
de França- Rei ou Monarca- Parte 8/C
Armas de Avignon
Uma historinha abreviada de Avignon:
O primeiro Bispo de Avignon foi Ebulus por
volta de 202 d. C., com vários outros evangelistas até chegar a Nectarius,
primeiro Bispo histórico de Avignon, citado em 29 novembro 439, durante o
conselho regional na Catedral de Riez, ou
Riez-la-Romaine, hoje no département des Alpes-de-Haute-Provence, Região de
Provence-Alpes-Côte d'Azur.
Em 472, Avignon é saqueada pelos burgúndios.
Em 500, Clovis sitia Avignon.
Vitiges, Rei dos ostrogodos na Itália,
toma Avignon, em 536.
Os filhos de Clovis I, Clotário,
Childeberto I, a Dinastia Merovíngia, anexam Avignon, Orange, Carpentras, Gap (hoje
localizada na região Provence-Alpes-Côte d’Azur, o capital do departamento de
Hautes-Alpes) Arles e Marselha, e o neto de Clovis, Thibert I, anexa Aix,
Apt (hoje sub-prefeitura do departamento de Vaucluse, na região
Provence-Alpes-Côte d'Azur), Digne e Glandevès.
O Imperador Justiniano I reconhece essas
conquistas internacionais dos Merovingios.
Cerco de Avignon em 1226 (à esquerda), a
morte de Louis VIII, o Leão e a coroação de São Luís IX (à direita).
A partir do século VII a história de
Avignon é terrível, mas no século IX o clérigo Ratfred é eleito Bispo de
Avignon, a ponte sobre Le Rhône, o rio Ródano, é reconstruída.
Em 932 com a formação do Reino de Arles,
ou Arelato, com capital na Cidade de Arles, Avignon, se torna uma das maiores
cidades.
Já citei acima que com a partilha do
Império de Carlos Magno, o Reino de Borgonha, ou Arelato, ou Reino de Arles,
ficou para o Conde de Toulouse, portanto Avignon estava incluída nessa ação.
Em 1209 tem lugar o Conselho de Avignon e
a segunda excomunhão de Raymond VI de Toulouse, de Saint-Gilles, de Rouergue,
Duque de Narbonne, Marquês de Gothia e Provence, filho de Raymond V, Conde de
Toulouse, etc., e de Constance de France, essa filha de Luís VI, Rei de França
e Adèle de Savoia.
Raymond VI foi acusado de colabora com a
heresia dos cátaros.
Seu filho, Raymond VII de Toulouse, a
defendeu do cerco imposto por Luís VIII, Rei de França, mas acabou derrotado.
Poucos dias após a rendição da cidade às
tropas do rei Luís VIII, Avignon sofreu com uma terrível inundação.
Em 1249, os nativos estabeleceram uma
república, aniquilada pelos dois irmãos de São Luís, Alphonse de Poitiers e
Carlos de Anjou, herdeiros por casamento daquela região, que incluía a cidade
de Avignon.
Após, a morte de Alphonse de Poitiers, seu
sobrinho Felipe III, o Audaz, filho de São Luís, herdou Avignon, que em 1285
doou-a a seu filho Felipe, o Belo, que a vendeu em 1290 a seu primo, Carlos II,
o Coxo, Rei de Nápoles, Sicília Titular de Jerusalém, Conde de Provença,
Forcalquier, de Anjou e do Maine, Duque da Apúlia, Príncipe de Salerno, Cápua,
Tarento, filho de Carlos I de Anjou, irmão de São Luís.
Joana de Nápoles e Anjou- Sicilia.
Depois do Papado instalado na cidade e
Giovanna I di Napoli, ou la Reine Jeanne I, ou rainha Joana I, Regina di Napoli in carica 1343 –
1382, ou Rainha de Nápoles de facto e Condessa por direito próprio de
Provence, de 20 de janeiro de 1343 – 12 de maio de 1382, portanto 39 anos, 3
meses e 22 dias, Princesse d'Achaïe, ou Principado da Acaia, situado na
Península do Peloponeso (então conhecido como Moreia), bastante rico,
exportador de vinho, uvas passas, cera, mel, azeite e seda, da Maison
capétienne d'Anjou-Sicile, visitou o Papa Clemente VI ,nascido Pierre Roger,
O.S.B, o quarto do Papado de Avinhão) e teve o seu pontificado de 7 de Maio de
1342 até a data da sua morte, em 6 de Dezembro de 1352 , com 61 anos, e para
ele vendeu Avignon por 80.000 florins em 9 de junho de 1348.
Papa Clemente VI, o
comprador de Avignon.
O Papa Inocêncio VI, nascido Étienne
Aubert, francês do Limousin, construiu solidas muralhas, atraiu muitos
comerciantes, pintores, escultores e músicos. O seu palácio, é o edifício mais
notável no estilo gótico do mundo, foi o resultado do trabalho dos arquitetos
franceses, Pierre e Jean Peysson du Louvre (chamado Loubières) e os afrescos
foram pintados por Simone Martini e Matteo Giovanetti da Escola de Siena.
“A biblioteca papal em Avignon foi o maior
da Europa no século quatorze (14) com 2.000 volumes”.
Nela estudou Petrarca.
Barcos em Avignon
Desenho T. Allom, gravura
de E. Brandard.
O Antipapa Bento XIII, nascido Pedro Martínez
de Luna y Pérez de Gotor, el Papa Luna, em espanhol, um aragonês nobre, é
oficialmente considerado pela Igreja Católica como Antipapa, mas na época foi
reconhecido como Papa pela França, Escócia, Sicília, Castela, Aragão, Navarra e
Portugal, foi o último a pontificar em Avignon do dia de sua eleição 8 de
setembro de 1394 até
12 de março 1403, quando fugiu da cidade e
se asilou nos domínios do Luís II, Rei de Nápoles e Duque de Anjou, um membro
da Casa de Valois-Anjou.
No entanto, em 1398 o Reino da França
retirou seu reconhecimento do Papado de Avignon e Bento foi abandonado por 17
de seus Cardeais, com apenas cinco permanecendo fiel a ele.
A autoridade papal de Bento não era mais
reconhecida na França, Portugal, ou Navarra, mas ele foi reconhecido como o
Papa, na Escócia, na Sicília, Aragão e Castela.
“Em 1406, o Papa romano recém-eleito,
Gregório XII, nascido Angelo Corraro, iniciou negociações com Bento, sugerindo
que ambos renunciassem para que um novo papa fosse eleito. As negociações
chegaram a um impasse e o Rei francês, Carlos VI, ajudou a organizar o Conselho
de Pisa de 1409, donde saiu eleito o Papa Alexandre V, que, também, foi
considerado um Antipapa”.
Todas essas marchas e contra marchas estão
no ciclo histórico denominado Grande Cisma do Ocidente, Cisma Papal ou
simplesmente Grande Cisma foi uma crise religiosa que ocorreu na Igreja
Católica de 1378 a 1417.
“Entre 1309 e 1377, a Sede do papado foi
para Avignon, na França, pois o Papa Clemente V foi residir em Avignon. Em
1378, o Papa Gregório XI voltaria para Roma, onde faleceria. A população
italiana desejava que o papado fosse restabelecido em Roma. Foi então eleito o
Urbano VI, de origem italiana. No entanto, ele demonstrou ser um papa muito
autoritário, de modo que uma quantidade considerável do Colégio dos Cardeais,
anularam a sua eleição. Um novo conclave, é o eleito Clemente VII, que passou a
residir em Avignon. Iniciara-se assim o Cisma, em que o Papa residia em Roma e
o Antipapa residia em Avignon, reclamando ambos para si o poder sobre a Igreja
Católica. Posteriormente, surgiria outro Antipapa em Pisa. A cisma terminou no
Concílio de Constança em 1417, quando o papado foi estabelecido definitivamente
em Roma”.
Papa Bento, Papa Luna.
Bento recusou-se a se demitir, e foi
declarado um cismático e excomungado da Igreja Católica no Concílio de
Constança em 27 de Julho 1417, mas ele se considerava o verdadeiro Papa, pelo o
fato de que ser o único Cardeal nomeado antes da cisma. Reconhecido somente no
reino de Aragão, onde foi dada proteção pelo Rei Alfonso V. Bento manteve-se em
Peñíscola de 1417 até sua morte lá em 23 de maio de 1423.
Durante o pontificado de Clemente V, já
citado, a Sede foi Itinerante até se fixar em Carpentras,
próxima a Avignon, porém Cúria foi se estabelecer nessa última cidade, Avignon,
em 9 de março de 1309.
Foram seis os Papas e dois Antipapas que
residiram em Avignon:
1- João XXII: 1316-1334
2- Bento XII: 1334-1342
3- Clemente VI: 1342-1352
4- Inocêncio VI: 1352-1362
5- Urbano V: 1362-1370 (em Roma 1367-1370; retornou a Avignon 1370)
6- Gregório XI: 1370-1378 (em Avignon para retornar à Roma, em 13 de
setembro de 1376)
Antipapas
1- Clemente VII (1378-1394)
2- Bento XIII (1394-1403)
A Obra que ficou mais espetacular
em Avignon depois da saída dos Papas e Antipapas, foi sem dúvida le Palais des
Papes, ou Palácio dos Papas, fortaleza e palácio, residência pontifícia durante
o século XIV, portanto a sede da Cristandade do Ocidente, que a partir
de 1995,
juntamente com o Centro Histórico de Avinhão, passou a estar classificado na Lista do Património Mundial da UNESCO.
Palais
des Papes, ou Palácio dos Papas
Continua...
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